Poesia acústica

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A mesma mulher
Todos os dias!
Eh! Pá! É isso mesmo...!
Quero olhar para a mesma
Mulher todos os dias.

Quero apaixonar_me
Pela mesma mulher
Todos os dias.
Quero amar a mesma mulher todos os dias.
Quero sentir o perfume da mesma mulher
Todos os dias.
Quero comer e sentir o gosto da comida da mesma mulher todos os dias.

Quero ser cozinhado pela mesma
Mulher todos os dias,
Porque já cansei de comer carne na rua com os outros todos os dias.
Agora, prefiro comer o meu peixe seco sozinho todos os dias.

Quero noites, abraços, beijos e amassos com a mesma mulher todos os dias.
Mesmo com poeira nunca ficas fusca!
Diante de ti, o sol do Zango é só mais uma ilusão...É só mais um flash no meio de tanta luz que encadeia a minh'alma;
mesmo quando estou na lama.

Hoje, diante do mundo inteiro, vou pedir a minha amada em casamento;
Vou levá_lá ao altar, não para que ela seja uma "Santa Maria";mas sim, para que ela seja amada por mim todos os dias.

E se o mundo soubesse o que é o amor?!
Jogaria a minha razão além mar, fumaria tabaco no ca****bo todos os dias.

Ó tu, saiba que...
Com amor ou sem amor,Ainda amo a mesma mulher todos os dias!!

E tu?!

é cor de paz

Quem me dera...
De olhos fechados, olhei o sol beijando o mar.

Quem me dera bater
Em pedra dura até furar.

Teria eu escostas largas,
Se fosse forte o suficiente
Para assumir a culpa
Dos inocentes.

Que se fale por aqueles
Que não têm voz
Que se defenda os indefesos.

Quem me dera evitar
O doce sofrimento
Da minha mãe.

Quem me dera ser
O pólen, para que ao
Amanhecer rigojizassem
Ao sentirem a fragrância
Das flores desabrochadas.

Quem me dera que
"O preto é cor de paz" fosse
O pássaro solitário que
Acalenta as criaturas cruéis.

Em direção ao vento,
Caminha
A ingenuidade vencida
Pela esp'rança deprimida
Ao querer do silêncio
Ciumento.

Um viver que não se entende
Um viver triste,
Rude que não se rende
À civilização da cidade
Que partiste.

Desconheço o medo
Que segura
A coragem que se esvaiu
Tão cedo
À uma África pura.

Conhecimento
Que não conhece!
Uma filosofia que maltrata
Os dominados, despojados
Das suas terras.

Bom apetite!
Seja bem_vindo
Ao restaurante malambas da nguibi!

Prazer em conhecê_lo!
Sou o chefe de cozinha comida queimada sem sal.

Para hoje, temos como
O prato de entrada:
As promessas não cumpridas;

Feito com os produtos dos nossos campos:
Um barril de desemprego,
Um "quibuto" de salário atrasado,
um jardim de kilapis
E uma barragem de umas poucas tantas lágrimas sem co***lo.

Um quilo de sal que reduz a vida humana à lixo;

Uma caixa de discotecas,
Um litro de bibliotecas
E uma colher de escolas.

Para o nosso karaóke,
Temos a decepção daqueles que lutaram para ter um país independente, que permitisse dar um futuro melhor aos seus kandengues.

Como sobremesa,
Temos a esp'rança morta a queima roupa e um futuro frustrado nos olhos da juventude.

Realmente é!

ESTOU UM POUQUINHO AUSENTE, MAS JÁ VOU LANÇAR...

Perfume verde!
Verde da esp'rança militar
Que se perde
No desejo do querer imitar.

Faz_me a cabeça
A louca fragrância
Da inconstante constância
Que começa...

O jingar louco
Do calor que percorre
Gota a gota o meu corpo
Nem muito, nem pouco.

Acre, Árabe ou chinês
O cheiro do corpo dela
É o melhor perfume,
Pois ela me põe no lume.

Não me entenda
Que eu não quero entender
Você.
simplesmente,
Acabe com a minha vaidade.

Tira_me da doce solidão
Faça amor comigo.
Tu és o ópio do meu coração
Quero prender_me no brilho
Dos seus olhos.

Quero envolver o meu ser
No seu corpo serpentuoso,
Pois te espero em cada anoitecer do pôr_dor_sol
Espero_te em cada aurora do amanhecer.

Espero_te assim:
Ansioso, sereno e impaciente co'o perfume verde que deixaste na minha roupa e co'a marca de batom que tatuei no meu pescoço.

é cor de paz

Sou um sujo qualquer!
Cansei de dar roupas
À este país
Que só veste nudez.

Sou o descamisado
Desavergonhado à beira da estrada que barbeia os bárbaros sem barbas.

Corro parado nas profundas beiras das ruas de Luanda.
Co'o meu calção dental,
Desfilo repleto de fome nas rampas das lamentações.

Ó minha terra, minha mãe!
Sou as fezes do jumento
Exposto ao relento.

Sou a espinha da rica metáfora entalada na garganta daquele procura uma alimentação saudável nos vossos caichotes de lixo.

Sou a'mostra do bairro lixeira, avó Kumbi, Estalagem, km 30, São Paulo, 'Scongoleses; primeiro de maio me conhece.

Banho o meu corpo
Com o sol de Julho.
Seco os meus cabelos com as chuvas de Abril.

Ó céus...!
Durmo em céu aberto em uma cama de madeira feita de ferro decorada com papelões e, me cubro com o Calemba 2.

Ao meu amado morto...
Uma curta viagem da vida à cidade dos mortos...!
Estou aqui.
Vim visitar_te.
Vim desejar_te um feliz aniversário
Vim desejar_te um eterno descanso.

Vim à busca de uma resposta sem pergunta.
Dá_me as coecas da sua nudez,
para que eu possa resguardar a minha estupidez.

Então, é aqui onde te escondes de mim?!
Retire esta muralha, porque os viventes não querem se mudar p'ra cá e, tu também não queres sair daqui.

Por você,
Os meus olhos derramam
Uns tantos barris de ranho,
O meu nariz banha num rio de salivas.

Que direi da minha boca
Embriagada pelas lágrimas
Dum lamento sem dor?!

As primeiras linhas horizontais tracejadas na minha vida, foram os seus gritos de guerra sem som.

Disseste aos meus cegos ouvidos que estavas bem Enquanto morrias em uma cama no hospital.

Com a surdez dos meus olhos, vi você partindo para a sociedade dos poetas mortos.

E então, encontraste a paz
Que tanto procuravas?!


Obs: Respeite os direitos autorais; pois, o plágio é crime.

Sobrevivendo à tudo...!
Tal como um rio seco, a minha vida segue o seu curso.

Tudo às pressas...!
O mundo perdeu a noção
Do tempo,
A vida perdeu o controle dos freios.
Hoje, novos adjectivos nos caracterizam: frieza, arrogância, etc, etc.

Desconhecemos o real valor das pessoas, mas conhecemos, detalhadamente, o preço de tudo.
Tatuamos a falsidade nas nossas almas.

Nas calmas,
Estou confuso, porque
Até o que é importante
Já não importa.
As pessoas anestesiaram_se, hoje, já não sentem dor.

A paz cansou_se e vestiu_se de preto.
Agora, o medo já não dá medo.
Agora, a frieza do sol já não me refresca!
Agora, a escaldante lua já não me queima; mesmo que eu teima.

Aborrecido com a vivência e a convivência do meu "eu",
Tirei os peixes da água, para que não morressem afogados de tanta agonia que me farta.

Tudo é nada
Nada é tudo.
Muito é pouco.
Pouco é nada
Para tudo que muito
Tem deixado os arrogantes crentes até aos dentes ao lento relento no convento que lamento.

Enquanto as ondas soluçam, os pássaros com os seus seios caídos, amamentam a brisa.

Quanto a mim, sou o subúrbio ilusório da ilusão qua faz à lusão à lenta extinção da espécie humana.
Hoje,
Estou aqui tentando sobrevivendo à tudo.

Impiraste este poeta
Renasci das cinzas;
És tu quem me completa!
Não quero outro olhar
Em ti, quero me molhar.

Casa, casaco, casamento!
Hoje, estou aqui, mas...
Exponho este sentimento
Lindo demais!

Sorria para a vida!❇
Experimente o amor...♥
Ame sem medida.

A máscara e eu!
Sempre saio correndo
Para lá... Onde eu possa
Me perder completamente.

Faço sem saber o que é!
Desfaço sem saber;
Fujo de mim mesmo,
Para que não fira ninguém.

Sou o preto e o branco!
Sou a água e o vinho
Sou o paradoxo de uma vida
Sem lembranças,sem destino.

Dou de cara com a minha
Face sem cara, sem rosto.