Breno Loeser

Breno Loeser

Arte, Ilustração & Design

Photos from Breno Loeser's post 01/11/2021

Exu faz o erro virar acerto e o acerto virar erro.

É numa peneira que ele transporta o azeite que compra no mercado; o azeite não escorre desta vasilha.

Ele matou um pássaro ontem com uma pedra que só hoje atirou.

Se ele se zanga, pisa nessa pedra e ela põe-se a sangrar.

Aborrecido, ele senta-se na pele de uma formiga.

Sentado, sua cabeça bate no teto; de pé, não atinge nem mesmo a altura do fogareiro.

Photos from Breno Loeser's post 22/10/2021

“Um Babalaô me contou :
Antigamente, os Orixás eram pessoas.
Pessoas que se tornaram Orixás por causa de seus poderes. Pessoas que se tornaram Orixás por causa de sua sabedoria.
Elas eram respeitadas por causa da sua força,
Eles eram veneradas por causa de suas virtudes.
Nos adoramos sua memória e os altos feitos que realizaram. Foi assim que estas pessoas tornaram-se Orixás.
As pessoas eram numerosas sobre a Terra.
Antigamente, como hoje,
Muitas delas não eram valentes nem sábias.
A memória destas não se perpetuou
Elas foram completamente esquecidas ;
Não se tornaram Orixás.
Em cada vila, um culto se estabeleceu
Sobre a lembrança de um ancestral de prestígio
E lendas foram transmitidas de geração em geração,
Para render-lhes homenagem.”

(Lendas Africanas dos Orixás, Pierre Verger)

✨🔥🌪☀️🌿🗡🏹

A série “Orixás de Cabeça” oferece uma nova possibilidade que há muito tempo eu gostaria de fazer: vocês poderão escolher três orixás para compor um quadro Fineart impresso em canva (tela de tecido) ou papel Hahnemühle Photo Rag®️ 308g no tamanho 50 x 20 cm, com e sem moldura. No site brenoloeser.com (link na Bio) vocês podem ter acesso às opções e demonstração do resultado final.

Photos from Breno Loeser's post 15/10/2021

Oxaguian, jovem filho guerreiro de Oxalá, acompanhava Ogun pela terra em suas guerras.
Aproveitava de toda ocasião em que a guerra criava destruição para reconstruir no lugar algo maior e mais próspero. Assim espalhou pelo mundo prosperidade, sem descanso, obrigando todos a trabalhar e progredir. Onde via preguiça, inspirava movimento e crescimento. Um dia, entre uma batalha e outra, Oxaguian foi à cidade de Ogun para buscar provisões e encontrou um castelo que acabava de ser construído pelo povo do lugar em oferecimento a Ogun. Oxaguian perguntou ao povo: Que vão fazer agora que terminaram de construir o castelo do seu rei? Descansar, eles responderam.
Oxaguian retrucou: O seu rei ainda demora a voltar; vocês devem aproveitar deste tempo de maneira melhor. Construam um castelo ainda melhor e encham de alegria o seu rei. Sacou da espada e com um toque empurrou a parede do castelo, que ruiu todo. Oxaguian voltou para a guerra, e o povo pôs-se a construir um castelo ainda melhor. O tempo passou e Oxaguian voltou à cidade de Ogun em busca de mais provisões. Encontrou lá um castelo ainda maior e melhor do que o que tinha derrubado. Semelhante diálogo se travou. Oxaguian perguntou ao povo: Que vão fazer agora que terminaram o castelo do seu rei?
-Vamos descansar, eles responderam.
Oxaguiã interrogou: como tinha feito antes, sacou da espada e com um toque derrubou o castelo. E partiu para guerra, voltando sempre em busca de novas provisões. Tantas vezes isto aconteceu que o povo do lugar se transformou em um povo de grandes construtores, desenvolvendo engenharia e arquitetura soberba, reconhecida mundialmente. Oxaguian promove o progresso. Não gosta de ver ninguém parado.

⚔️🕊🍚🤍🥣

A Série Itans será composta por ilustrações de narrativas míticas dos orixás. Qual itan você gostaria de ver retratado aqui?

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Poster “Oxaguian e o Reino de Ogun” | Série "Itans" disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 27/09/2021

Setembro é o mês de São Cosme e São Damião. Em um Brasil encantado, em permanente luta contra o Brasil que é só desencanto, ocorreu o encontro entre os santos gêmeos do catolicismo e Ibeji — o orixá que protege as crianças e representa os mistérios das dualidades que se integram sem se anular. O amálgama entre os santos católicos e o orixá africano (visto aqui mais como acréscimo de força vital que como disfarce para permitir o culto) transformou Cosme e Damião nos donos dos doces e carurus. Festa de Dois-Dois, conforme diz o povo.
Dentre os diversos poemas de Ifá — o conjunto de histórias míticas que fundamenta a percepção de mundo iorubana — existem alguns que contam as travessuras de Ibeji. O que mais gosto relata o dia em que Ikú, a Morte, resolveu matar todas as pessoas de um povoado antes do tempo previsto. Para isso, Ikú montou armadilhas e atraiu as pessoas até elas.
Desesperados, os homens e mulheres não conseguiram deter Ikú de forma alguma. Todo dia alguém caminhava em direção às suas armadilhas. Sem saber como agir, os adultos resolveram perguntar a Orunmilá, que sabia consultar o oráculo de Ifá, como deter Ikú. Orunmilá consultou o oráculo e disse:
— Só os Ibejis serão capazes de deter Ikú.

Continua nos comentários…

[ Texto de ]

🌙☀️🍎🍌🍉🍭❤️🍩🍪🧁

Obra “Festa de Ibeji” e suas três derivações disponíveis na loja brenoloeser.com (link na bio) | Cupom de 10% nos posters de Ibeji: PROMOIBEJI

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Photos from Breno Loeser's post 21/09/2021

Silêncio! Obaluaye está presente!
Se Obaluaye está presente, a saúde está presente. A magia está presente. A cura está presente. A transformação está presente
Se Obaluaye está presente, a vida está presente, pois Ele com sua medicina traz a vida aos que buscam e necessitam.

Em tempos de vírus, que tenhamos a presença desse orixá em nossas vidas. Que tenhamos abundância de saúde!

Ọbalúayé gbè wá o! Que Obaluaye nos abençoe!

Ògúndáre ( .ogundare )

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Arte "Rei da Terra" disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 14/09/2021

“Grande Ògún, que construiu uma casa e nela não colocou porta para que todos pudessem entrar.”

(Ogum: dor e júbilo nos rituais de morte - Síkírù Sàlámì)

🌿⚔️⚒️⛓️🔨🏹💙
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Arte "Casa de Ògún" disponível na loja | acesse a loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 04/09/2021

Eu saúdo Yemoja,
útero primordial do mundo,
possibilidade de existência,
correnteza, fluxo, maré, onda
o peixe que nos sacia,
a maresia que nos consola,
a pérola que nos encanta.

Eu saúdo Yemoja,
Mãe que zela e ensina
Mãe que não se esquece dos seus
Mãe que luta pelos seus
Mãe do Brasil.

🐟🌊🐚🤍🦢💙🕯

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Arte “Mãe do Brasil” disponível exclusivamente em finer art | acesse a loja brenoloeser.com (link na bio).

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Photos from Breno Loeser's post 24/08/2021

Conta-se que Oxumarê não tinha simpatia pela chuva. Toda vez que ela reunia suas nuvens e molhava a terra por muito tempo, Oxumarê apontava para o céu ameaçadoramente com sua faca de bronze e fazia com que a chuva desaparecesse, dando lugar ao arco-iris. Um dia Olodumare contraiu uma moléstia que o cegou. Chama então Oxumarê, que da cegueira o curou. Olodumare temia, entretanto, perder de novo a visão e não permitiu que Oxumarê voltasse à Terra para morar. Para ter Oxumarê por perto, determinou que morasse com ele, e que só de vez em quando viesse para a Terra em visita, mas só em visita. Enquanto Oxumarê não vem à Terra, todos podem vê-lo no céu com sua faca de bronze, sempre se fazendo no arco-íris para estancar a chuva.

(Narrativa extraída do livro: "Mitologia dos Orixás" de Reginaldo Prandi)

🐍💦✨🌈🌤️

A Série Itans será composta por ilustrações de narrativas míticas dos orixás. Qual itan você gostaria de ver retratado aqui?

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Poster “Oxumarê e a Chuva” | Série "Itans" disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 19/08/2021

“(...) Quando baixa como entidade do catimbó nos terreiros nordestinos, Zé Pelintra é, portanto, um mestre. Com bengala e ca****bo, usa camisa comprida branca ou quadriculada e calça branca dobrada nas pernas, com um lenço vermelho no pescoço. Sempre trabalha descalço. Ao chegar ao Rio de Janeiro, provavelmente trazido pelo traslado de inúmeros migrantes nordestinos atraídos para a cidade que, na primeira metade do século XX, era a capital federal, Seu Zé se transformou. Virou carioca e teve seu culto incorporado pela linha da malandragem na umbanda. Há quem diga que foi morar na Lapa, farreou à vontade e morreu numa briga no Morro de Santa Teresa. Abandonou as vestes de mestre da Jurema e agora baixa nos terreiros da Guanabara trajando terno de linho branco, sapato de cromo, chapéu panamá e gravata vermelha. Seu Zé se adaptou a essa nova circunstância. A viagem do Pelintra é até hoje retratada em um de seus pontos mais famosos:

“Ô Zé, quando vem de Alagoas
Toma cuidado com o balanço na canoa
Ô Zé, faça tudo que quiser
Só não maltrata o coração dessa mulher.”

( Texto de para a revista Piauí )

🍺🪘🌿🔥🌙🔪

Existe um pequeno espaço público, localizado no último vão dos Arcos da Lapa, na subida da Ladeira de Santa Teresa, onde as pessoas costumam entregar suas preces a Seu Zé Pelintra. Este pedaço do Centro do Rio, por ser um lugar onde o próprio Seu Zé, em matéria, viveu seus momentos de alegrias e tristezas tem se revelado como um local de grande força, quando se deseja cultuar a memória do nosso grande amigo, Seu Zé. Um grupo de voluntários de diversas profissões, origens e seguimentos da sociedade, incluindo moradores de rua das imediações tem contribuído cada um à sua maneira e muitas vezes de forma anônima para a atual conservação e para a futura consolidação do local como um monumento devidamente reconhecido pelas autoridades, como um Santuário legítimo e protegido por lei dedicado a Seu Zé Pelintra.

(Texto de )

Photos from Breno Loeser's post 16/08/2021

Exu é o senhor de todos os mercados e feiras. É ele que possibilita as trocas serem feitas e assim os seres humanos conseguirem existir e sobreviver em sociedade. Quando entrar em uma feira, observe as movimentações, o vendedor gritando, as crianças brincando, os mais velhos bebendo e rindo, as brigas e todo o furdunço: olhe atentamente que Exu estará ali. Salve Exu, o senhor do mercado encantado que não possibilita a morte de nossos sonhos e memórias.

✨🌶🌿🌙🦴

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Arte "O mercado encantado de Exu" disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 04/08/2021

O foi reinaugurado em São Paulo ❤️ e o Antonio Junião ( ) fez curadoria com artistas incríveis para a mostra "Viva Palavra" que ocupa um dos espaços do prédio. Lá vocês também encontrarão os trabalhos de: Criola ( ), Efe Godoy ( ), Luna B. ( ), Renata Felinto ( ), Yacunã Tuxá ( ) e do nosso curador . Foi muito incrível participar desse projeto com pessoas tão talentosas! Meu trabalho tem o título "a palavra-grito" e expressa as palavras gritadas de vitória e luta das pessoas que fazem parte de religiões de presença africana no Brasil.

| Quem estiver por SP pode visitar o retirando ingresso 🎟

Photos from Breno Loeser's post 02/08/2021

Quando Obaluaye era um menino de uns doze anos, saiu de casa e foi para o mundo para fazer a vida. De cidade em cidade, de vila em vila, ele ia oferecendo seus serviços, procurando emprego. Mas Obaluaye não conseguia nada. Ninguém lhe dava o que fazer, ninguém o empregava, e ele teve que pedir esmola. Tinha um cachorro que o acompanhava. Obaluaye e seu cachorro retiraram-se no mato e foram viver com as cobras. Obaluaye comia o que a mata dava: frutas, folhas e raízes. Mas os espinhos da floresta feriam o menino. As picadas de mosquitos cobriam-lhe o corpo. Obaluaye ficou coberto de chagas. Só o cachorro confortava Obaluaye, lambendo-lhe as feridas. Um dia, quando dormia, Obaluaye escutou uma voz: “- Estás pronto. Levanta e vai cuidar do povo.” Obaluaye viu que todas as feridas estavam cicatrizadas. Não tinha dores nem febre. Obaluaye juntou as cabacinhas, os atos, onde guardava água e remédios que aprendera a usar com a floresta, agradeceu a Olorum e partiu. Naquele tempo uma peste infestava a Terra. Por todo lado estava morrendo gente, todas as aldeias enterravam seus mortos. Os pais de Obaluaye foram ao babalaô e ele disse que Obaluaye estava vivo e que ele traria a cura para a peste. Todo lugar aonde chegava, a fama precedia Obaluaye. Todos esperavam-no com festa, pois ele curava. Os que antes lhe negaram até mesmo água de beber agora imploravam por sua cura. Ele curava a todos, afastava a peste. Então dizia que se protegessem, levando na mão uma folha de dracena, o peregum, e pintando a cabeça com efum, ossum e waji, os pós branco, vermelho e azul usados nos rituais e encantamentos. Curava os doentes e com o xaxará varria a peste para fora da casa, para que a praga não pegasse outras pessoas da família. Limpava as casas e aldeias com a mágica vassoura de fibras de coqueiro, seu instrumento de cura, seu símbolo, seu cetro, o xaxará.

Texto: R. Prandi

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Arte "Obaluayê e seu cachorro" disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

29/07/2021

Nunca se esqueçam: Ògún é o Òrìṣà (orixá, divindade) da generosidade. Antes da guerra, antes do sangue, antes da força e antes da brutalidade, ele é generoso e bondoso.

Foi Ògún que partilhou de seu conhecimento pra humanidade prosperar e foi Ògún quem forjou as primeiras ferramentas. Existe uma evocação (oríkì) de Ògún que realça esse aspecto e que particularmente é a minha preferida:

“Ògún Oníre
Ohùn gbogbo ayé tí Ògún ni
Ògún kọ́le, ko ni ilẹ̀kùn”

“Ogum, o rei de Ire! Tudo que há no mundo pertence a ele. Oh! grande Ogum, que construiu uma casa e nela não colocou porta para que todos pudessem entrar! “

Sem a generosidade não existe a prosperidade, e Ògún é o dono do caminho da prosperidade.
Eu, como filho, iniciado e devoto de Ògún, jamais posso ser mesquinho, pois isso afasta Ire (sorte) de mim. Isso não quer dizer que a ferocidade não tenha que existir. Muito pelo contrário, uma vez que Ògún é aquele que mesmo com água em casa prefere se banhar com sangue.

Só é preciso se ter esse esclarecimento: essa energia feroz nada tem a ver com raiva, mas sim com foco, persistência e determinação. Ser focado, estrategista como Ògún não te impede de ser generoso... Eu acredito que sejam características complementares, irmãs, nascem juntas e uma não anda sem a outra.

ÒGÚN YÈ MO YÈ!
Ògún a gbé wa o! Que Ogum nos abençoe!

Texto: Ológún Ògúndáre (.ogundare )

ILustração inspirada em fotografia de Leonardo Rocha () manifestado em transe com Ògún.

[REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: SÀLÁMÌ, Síkírù. Ogum: Dor e Júbilo nos rituais de morte. São Paulo: Oduduwa, 1999]

Photos from Breno Loeser's post 19/07/2021

“Na curva da nascente
Fiz de mim peixe
Para que feliz na corrente
Eu pudesse desaguar.

Esse longo rio chama vida
Os afluentes são outras
Influentes vindas
Todas para amar.

Sim, o desamor existe,
Verdade líquida e fria
Nada parecida
Com as águas que fiz de lar.”

Texto de Thais de Oyá

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Arte "Correntezas de Oxum" disponível em impressão fine art no tamanho 60x16 cm, opções com e sem moldura | acesse a loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 15/07/2021

"Logun Edé é a flecha disparada
Que caiu na correnteza,
Afundou e criou raiz
Renasceu em realeza
Um príncipe, um princípio
De uma vida mais feliz."

texto de

-
um pouquinho sumido por aqui devido às demandas acadêmicas, profissionais e pessoais mas logo logo estou de volta.

✨ 🏹🐠

Obra “Oxum e Logun” disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 06/07/2021

Por Ogum e com Ogum! ⚔️💙🇧🇷

Ideia do irmão

Photos from Breno Loeser's post 05/07/2021

“Certa vez houve uma festa com todos os Orixás presentes. Obaluaye chegou vestindo seu capucho de palha. Ninguém o podia reconhecer sob o disfarce e nenhuma mulher quis dançar com ele. Só Oyá, corajosa, atirou-se na dança com o Senhor da Terra. Tanto girava Oyá na sua dança que provocava vento. E o vento de Oyá levantou as palhas e descobriu o corpo de Obaluaye. Para surpresa geral, era um belo homem. O povo o aclamou por sua beleza. Obaluaye ficou mais do que contente com a festa, ficou grato e em recompensa, dividiu com ela o seu reino. Fez de Oyá a rainha dos espíritos dos mortos. Rainha que é: Oyá Igbalé, a condutora dos eguns. Oyá então dançou e dançou de alegria para mostrar a todos seu poder sobre os mortos, quando ela dançava , agitava no ar o eruexim, o espanta-mosca com que afasta os eguns para o outro mundo. Rainha Oyá Igbalé, a condutora dos espíritos.”

Referência: Prandi

🔥☀️💨⚡️

A Série Itans será composta por ilustrações de narrativas míticas dos orixás. Qual itan você gostaria de ver retratado aqui?

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Poster “A dança das palhas” | Série "Itans" disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 28/06/2021

Contavam os mais-velhos que, na Aldeia de Ajalá, havia dois irmãos muito unidos. Eles jamais tinham brigado entre si. Nunca tinham se aborrecido um com o outro. A fama daquela amizade corria as aldeias e todo mundo comentava, fazendo disso admiração geral.

Um dia, Exu andava por aquele lugar e ouviu comentários sobre o fato. Então, ele resolveu fazer um teste sobre a fortaleza daquela amizade. Descobriu os dois irmãos trabalhando num campo, que era dividido ao meio por uma estrada estreita. E eles trabalhavam cantando, cortando o mato com facões bem amolados, conversando sobre diversos assuntos. Aí, Exu pôs na cabeça um chapéu pintado de vermelho e preto, sendo que de cada lado só se via uma única cor.

Então Exu passou pela estrada, entre os dois irmãos e os saudou, dizendo:

— Bom dia, irmãos unidos!

E os irmãos responderam a Exu em uma só voz. Mas Exu passou por entre eles, sempre olhando para frente e seguiu adiante, até desaparecer na curva da estrada. Aí, um dos irmãos perguntou ao outro:

— Quem era aquele homem de chapéu vermelho?

Ao que o outro respondeu:

— Mentira sua! O homem usava um chapéu preto...

O irmão que viu o homem de chapéu vermelho se sentiu ofendido e, pela primeira vez, mostrando-se aborrecido, devolveu a ofensa. E o que tinha visto o homem de chapéu preto ficou aborrecido também. Daí, eles começaram a discutir, num desentendimento sem igual. A raiva cresceu tanto, que eles terminaram se agredindo com palavras. As ofensas trocadas se agravaram e eles terminaram avançando um sobre o outro, armados de facão. Brigaram tanto que se mataram. E porque eles não tinham herdeiros, o campo ficou entregue às feras e às ervas daninhas.

É por isso que, até hoje, nas aldeias, os mais-velhos ainda avisam:

— Se lembre do chapéu de duas cores: nem tudo é aquilo que parece ser...

Fonte: www.ijexa.com.br

❤️🖤🔥

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Obra “O chapéu de Exu” disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 23/06/2021

"Ai, Xangô, Xangô menino
Da fogueira de São João
Quero ser sempre o menino, Xangô
Da fogueira de São João

Céu de estrela sem destino
De beleza sem razão
Tome conta do destino, Xangô
Da beleza e da razão"

Compositores: Gilberto Moreira / Caetano Emmanuel Viana Teles Veloso

⚡️🌙✨🔥🐢

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Obra “Xangô Menino” disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 22/06/2021

“Os tambores rituais possuem gramáticas próprias. Eles, afinal, contam histórias, conversam com as mulheres, homens e crianças, modelam condutas e ampliam os horizontes do mundo. Os tocadores dos tambores rituais, normalmente preparados para essa função desde crianças, precisam aprender o toque adequado para cada orixá, vodum ou inquice. Há, portanto, uma pedagogia do tambor, feita dos silêncios das falas e da resposta dos corpos e fundamentada nas maneiras de ler o mundo sugeridas pelos mitos primordiais. Há toques para expressar conquistas, alegrias, tristezas, cansaço, realeza, harmonia, suavidade e conflitos. Há os que anunciam a vida e os que celebram a morte. Anunciadores de reis e de razias.”

Texto: Luiz Antonio Simas ( ) via pedromigao.com.br

Recorte de fotografia original de Nathaniel Tetteh

🔥🌿🪘❤️

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Obra “Ogã” disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 21/06/2021

“Ori é a divindade pessoal que, cultuada entre outras, é de fato a mais importante do panteão iorubá pois, seja qual for o empenho das outras divindades em favorecer determinada pessoa, todo e qualquer progresso dependerá sempre do que for sancionado por orí. Todos temos ìpín orí, um destino por realizar, o que, no entanto, não significa que estejamos inteiramente determinados por forças alheias à nossa vontade. O ser humano tem o poder de tomar em suas mãos as rédeas do curso da própria existência e participar de modo responsável de seu desenrolar, através da busca de ampliação da consciência, do acúmulo de conhecimentos e do desenvolvimento disciplinado da vontade, o que demanda, entre outras coisas, expor-se a experiências múltiplas e diversas.”

Ìwà pẹ̀lẹ́ / Ìwà rere
Ìwà rere ni ẹ̀ṣọ́ ènìyàn

“O bom comportamento
(boa postura e atitudes)
é a beleza do ser
(beleza interior).”

Referência: SÀLÁMÌ, Sikiru; RIBEIRO, Ronilda Iyakemi. Exu e a Ordem do Universo. São Paulo: Editora Oduduwa, p.171, 2011.

👳🏾‍♀️🌿🐟🍚🌊

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Obra “Orí Odara” disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 19/06/2021

Houve um tempo em que os orixás masculinos se reuniam para discutir sobre a vida dos mortais e não deixavam as deusas participarem das decisões. Aborrecida com isso, Oxum fez com que as mulheres ficassem estéreis e então tudo deu errado na terra. Os orixás foram consultar Olorum e ele explicou que sem a presença de Oxum com seu poder sobre a maternidade, nada poderia dar certo. Os orixás, então, convidaram Oxum para participar das reuniões e as mulheres voltaram a ser fecundas e todos os projetos dos orixás tiveram bom resultado.

Referência: Reginaldo Prandi

💛🐠🌊🌱

A Série Itans será composta por ilustrações de narrativas míticas dos orixás. Qual itan você gostaria de ver retratado aqui?

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Obra “Oxum e os Orixás” | Série "Itans" disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 17/06/2021

Segundo o mito, Xangô, o deus do trovão, desejando obter os fundamentais poderes de Orixá Ossain, pediu à sua mulher, Oyá, a deusa dos ventos e das tempestades, que venta se muito no lugar onde morava Ossain, para que as folhas sagradas que guardava em sua cabaça de segredos fossem espalhadas e ela pudesse apanhá-las. Por seu amor a Xangô, Oyá assim fez. No entanto, quando o vento espalhou as folhas todos os orixás correram para apanhá-las, sabendo de seus poderes. Ossain, ao ver o que acontecia, pronunciou palavras mágicas que solicitavam que as folhas voltassem às matas, sua casa e seu domínio. Todas as folhas voltaram, mas cada orixá ficou conhecendo o poder daquelas que conseguiu apanhar. Só que elas não tinham o mesmo Asé (poder e energia) do que quando estavam sob o domínio de Ossain.

Para evitar novos episódios de roubo e inveja, Ossain permitiu, então, que cada orixá se tornasse dono de algumas folhas cujo poder mágico de conhecimento e de cura ele liberaria quando lhe pedissem permissão. Em troca exigiu que jamais cortassem ou permitissem o corte de uma planta curativa ou mágica.

🌿🌱🍃🌿🌱

A Série Itans será composta por ilustrações de narrativas míticas dos orixás. Qual itan você gostaria de ver retratado aqui?

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Obra “Ossain e as folhas ” | Série "Itans" disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 14/06/2021

“O feitiço que atiça o catiço
Rompe a noite sem fazer esforço
É o toque do tambor no rebuliço
No fio da navalha, num cafofo
Marabô convocou Seu Tiriri
Calunguinha chegou lá na porteira
Exu do Lodo avisou: eu moro aqui
Sete Saias chamou Tata Caveira
Tranca-Rua chegou na encruzilhada
Acendeu no luar sua centelha
Vem cantando a Cigana da Estrada
“Ganhei uma barraca velha”
Deu uma ventania, ô ganga,
Gargalhando chegou Dona Maria
Quem falou que na esquina ninguém anda
Quem te disse que a rua anda vazia?”

( )

Seu guardião/guardiã apareceu por aqui? Se ainda não, comente abaixo para que ele possa aparecer ao decorrer da série.

🌹🍷❤️🖤🥃
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Série "Povo das Ruas I" disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 11/06/2021

(Parte III) Com essa resposta, Xangô foi até a prisão e lá encontrou Oxalá todo sujo e maltratado. Imediatamente o levou ao palácio. Chamou todos os Orixás. Cada um carregava um pote com água da mina e, um a um, os Orixás iam derrubando suas águas em Oxalá para lavá-lo. O rei de Oyó mandou seus súditos vestirem-se de branco e que todos permanecessem em silêncio, pois era preciso, respeitosamente, pedir perdão a Oxalá. Xangô vestiu-se também de branco e nas suas costas carregou o velho rei que foi levado para as festas em sua homenagem. Todo o povo saudava Oxalufã e Xangô. Depois de desfeito o mal entendido, a chuva chegou, as culturas de alimentos prosperaram e as enfermidades cessaram: todas as coisas do reino de Xangô voltaram à normalidade. A cerimônia das “Águas de Oxalá” rememora este episódio mítico com uma procissão representando a viagem de Oxalá.

Fonte: BENISTE, José. Ás águas de Oxalá: àwon omi Òsàlá

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A Série Itans será composta por ilustrações de narrativas míticas dos orixás. Qual itan você gostaria de ver retratado aqui?

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Poster “Àguas de Oxalá III” | Série "Itans" disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

Photos from Breno Loeser's post 10/06/2021

Em tempos distantes, Odùdùwa, Obà de Ifé, diante do seu Palácio Real, chefiava o seu povo na festa da colheita dos inhames. Naquele ano a colheita havia sido farta, e todos em homenagem, deram uma grande festa comemorando o acontecido, comendo inhame e bebendo vinho de palma em grande fartura. De repente, um grande pássaro, (èlèye), pousou sobre o Palácio, lançando os seus gritos malignos, e lançando rajadas de fogo, com intenção de destruir tudo que por ali existia, pelo fato de não terem oferecido uma parte da colheita as Àjès (feiticeira, portadoras do pássaro), personificando seus poderes através de Ìyamì Òsóróngà.

Todos se encheram de pavor, prevendo desgraças e catástrofes. O Oba então mandou buscar Osotadotá, o caçador das 50 flechas, em Ilarê, que, arrogante e cheio de si, errou todas as suas investidas, desperdiçando suas 50 flechas. Chamou desta vez, das terras de Moré, Osotogi, com suas 40 flechas. Embriagado, o guerreiro também desperdiçou todas suas investidas contra o grande pássaro. Ainda foi convidado para grande façanha de matar o pássaro, das distantes terras de Idô, Osotogum, o guardião das 20 flechas. Fanfarrão, apesar da sua grande fama e destreza, atirou em vão 20 flechas, contra o pássaro encantado e nada aconteceu. Por fim, já com todos sem esperança, resolveram convocar da cidade de Ireman, Òsotokànsosó, caçador de apenas uma flecha.


[continua nos comentários]

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Poster “Oxóssi e o pássaro das feiticeiras” | Série "Itans" disponível na loja brenoloeser.com (link na bio).

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