Alethéia Núcleo de Psicologia

Formação e desenvolvimento em Psicologia Serviços educacionais e de orientação para psicólogos e estudantes de psicologia
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10/10/2023

Habilidades funcionais são definidas como classes de comportamento necessárias
para que uma pessoa esteja e atue de forma independente e segura nos diversos ambientes em atividades da vida diária. Quando uma pessoa apresenta atrasos no
desenvolvimento, sua vida diária pode ser muito restrita e dependente dos cuidados
de outras pessoas.

Quando nós atuamos para ensinar habilidades funcionais, vamos estabelecer metas de comportamento para diversos domínios como autocuidado, ambiente doméstico, participação em comunidade, escola, trabalho, lazer, interação interpessoal e autorregulação.

Prejuízos nas habilidades sociais se correlacionam com: (1) maior sobrecarga de cuidadores; (2) maiores chances de a pessoa ser institucionalizada ou nunca sair da
própria casa; e (3) risco aumentado para acidentes. A família de uma pessoa funcionalmente dependente também sofre muito. Muitos estudos apontam altos níveis de adoecimento mental e físico entre parentes que assumem a função de cuidadores.

É importante ressaltar: mesmo pessoas com graves prejuízos na aprendizagem de
habilidades funcionais podem aprender e assim, ganhar em independência para si e
sua família.

Fonte: LaRue et al. (2016). Functional Skills. In Handbook of Evidence-Based Practices in Intellectual and Developmental Disabilities.

Por Ísis G. Vasconcelos
CRP 19/2613

05/10/2023

O artigo analisa pesquisas e serviços que se propõem a mudar a preferência sexual de pessoas homosse***is para torná-las heterosse***is. A partir deste tema, são analisados também os pressupostos sobre as origens das preferências se***is que baseiam essas práticas. Após esta apresentação, um segundo conjunto de estudos é abordado: pesquisadores têm tentado identificar os impactos psicológicos de ser exposto a este tipo de intervenção. O artigo está disponível gratuitamente no site da revista “Clínica e Cultural”, uma revista do departamento de psicologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

12/01/2023

De antemão porque se trata de um clássico da psicopatologia fenomenológica. A descrição do caso é seguida por uma vasta e interessante análise de Ludwig Binswanger, um dos pioneiros na aproximação entre fenomenologia e psiquiatria.
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O caso é extremamente rico do ponto de vista clínico e enseja muitas reflexões. Destacarei alguns aspectos:
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1 - Ellen West era constantemente torturada pela ideia de que estava muito gorda. Ela manifesta essa angústia em diversas passagens do seu diário: “A cada dia eu fico um pouco mais gorda, mais velha e mais feia. Se ela ainda me deixar esperando por muito tempo, a grande amiga, a Morte, eu partirei em sua busca”. O dilema entre a ânsia elevada por comida e o medo de engordar produziu um nó existencial que Ellen foi incapaz de desatar. Esse conflito é a “sombra da sua vida”. Nesse sentido, trata-se de um caso oportuno para ilustrar a compreensão de adoecimento do ponto de vista da psicopatologia fenomenológica: o adoecimento como restrição das possibilidades de existência.
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2 - Ellen recebeu diversos diagnósticos ao longo da vida, inclusive de figuras ilustres como Kraepelin e Bleuler. Embora preencha os critérios diagnósticos para anorexia nervosa e exista uma literatura que discuta o caso nesses termos, julgamos que o desafio clínico que o caso suscita não se esgota em nenhuma das categorias diagnósticas que ela recebeu.
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3 - No relato do caso aparece a descrição de alguns sonhos. É interessante observar como os temas da comida e da morte sobrevêm, de maneiras diversas, nesses sonhos e enriquecem a compreensão do caso.
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4 – O caso desperta uma importante reflexão sobre o alcance e os limites do trabalho clínico, sobretudo porque, depois de várias tentativas de suicídio, ela ingere uma dose letal de veneno. A própria Ellen escreve: “quando volto do analista para casa, tenho apenas uma certeza: ele pode dar-me a compreensão, mas não a cura”.
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Fonte: BINSWANGER, L. Schizophrenie. Tübingen: Neske, 1957, pp. 57-188. Tradução do alemão de Monica Niemeyer.
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Texto: Dante Andrade Santos
CRP 19/2834
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10/01/2023

A cada mudança de ano, muitos fazem promessas grandiosas de mudança de comportamento e atitude, porém grande parte dessas promessas acabam ficando para trás poucos meses depois. Que tal usar um pouco de psicologia para entender o que nos faz tropeçar e como potencializar as chances cumprir esses planos?
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Muitas pessoas enxergam o ano novo como um momento especial, uma oportunidade única em todo o ano para mudanças, e aí pode morar o nosso primeiro erro: planejar muitas coisas de uma só vez. Mudar “de vida” dessa forma será extremamente difícil justamente porque é uma tarefa muito grande, e por isso propensa a falhas e consequente desmotivação.
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O que a psicologia nos mostra é que pegar uma tarefa grande e dividir em pequenas partes ajuda bastante. Escolher objetivos específicos, realistas e que você saiba o que precisa ser feito para realizar, também! Por exemplo: O que seria “mudar de vida”? Não seria melhor pensar em melhorar a alimentação? Organizar as finanças? Iniciar um novo projeto? Todas essas são opções válidas, menos vagas, que levam ao objetivo de mudar de vida. E ainda assim essas opções se tornam complicadas ao serem feitas juntas. Então vamos fazer cada uma dessas por vez!
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Hábitos costumam demorar cerca de dois meses para se firmar, e quando o fazem, passamos a fazê-los sem muito esforço, mas até eles se firmarem o processo é mais difícil, por isso é importante focar na repetição desses comportamentos nos momentos iniciais. Ao perceber que está conseguindo, você se sentirá motivado para manter o hábito por mais tempo e para começar novos hábitos.
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“Mas e se eu falhar”? Acredito que a maioria de nós se sentiu um fracasso ao olhar para trás e perceber as resoluções que ficaram no caminho. Obstáculos e imprevistos são comuns, mas temos boas notícias: se você conseguiu trabalhar um pouco no seu objetivo, você aprendeu um pouco de como ele funciona, e resgatá-lo será mais fácil. Assim, cada nova tentativa não é um recomeço. O início do ano não é a única oportunidade!
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Nós da Alethéia desejamos um ótimo 2023 para todos!
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- Diego C. Mendonça (CRP 19/2151)
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23/12/2022

A equipe Alethéia gostaria de agradecer a todos que fizeram parte dos nossos projetos em 2022. Desejamos um feliz Natal e um próspero Ano Novo!

Nos vemos em 2023!

13/09/2022

Ao longo de todo o ciclo vital cada pessoa vai se deparar com desafios adaptativos: situações novas que demandam de nós novas aprendizagens.
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A forma como lidamos com esses desafios é afetada por fatores como os repertórios que já adquiridos, adequação do nível desses desafios a esses repertórios, presença de rede de apoio, recursos materiais, entre outros.
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Se nossas “ferramentas” pessoais não forem suficientes para o enfretamento dos desafios que se nos apresentam, nós podemos sucumbir a eles. Os desafios específicos das diferentes fases da vida, ou de diferentes contextos sócio-culturais levam os psicoterapias a se especializar em algumas dessas demandas.
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Por isso é comum a atuação do psicoterapeuta por nichos como: infância, adolescência, adulto, casal, idoso, família, feminista, de afirmação de identidades, antirracista, para pessoas com necessidades especiais, apenas para citar alguns.
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Então, retomando a nossa pergunta: criança precisa de psicoterapia? Sim, se os desafios e as pressões diárias forem um desafio muito grande para o seu momento.
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Ísis G. Vasconcelos
CRP 19/2613
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27/08/2022

Feliz Dia do Psicólogo!
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Photos from Alethéia Núcleo de Psicologia's post 27/07/2022

📝 Inscrições e maiores informações pelo site psicoaletheia.weebly.com
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💡Constantemente atrelada à filosofia sartreana, a noção de escolha nem sempre é alvo de uma definição precisa por parte dos trabalhos que a invocam.
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Na mesma esteira, noções como liberdade, angústia, responsabilidade, humanidade, sujeito etc. Mal definidos os termos do existencialismo, o existencialismo pode se tornar uma outra coisa e mesmo o seu contrário ao sabor das discussões e das vontades de seus locutores.
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O presente minicurso visa instrumentalizar estudantes de psicologia e profissionais psicólogos no existencialismo de Jean-Paul Sartre, em três momentos: i. uma introdução aos problemas básicos colocados por sua filosofia, ii. um aprofundamento em sua ontologia fenomenológica nos termos expostos em sua tese O Ser e o Nada e iii. a análise de casos concretos visando ilustrar o que o filósofo chamará de psicanálise existencial.
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💻 Modalidade: Online
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👨🏻‍🏫 Público-Alvo: Estudantes de Psicologia, Psicólogos(as) e interessados na filosofia de Jean-Paul Sartre.
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🕓 Carga horária: 20 horas (com certificado)
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27/07/2022

Todos acompanharam, semana passada, o caso de Genivaldo: um homem negro que foi abordado pela Polícia Rodoviária Federal , torturado e assassinado no fundo de uma viatura da corporação. A cena chocante foi filmada e disseminada pelas redes sociais. A forma como tudo aconteceu fez com que a viatura da PRF passasse a ser chamada de “câmara de gás improvisada”.
Eu assisti ao vídeo depois de ler muitas notícias, comentários e postagens sobre o ocorrido. A cena me remeteu a uma experiência que vivi em 2014, quando conheci uma câmara de gás verdadeira. Naquele ano, tive a oportunidade de visitar Dachau, um dos campos de concentração erguidos durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje, o local abriga um museu (uma espécie de museu do holocausto), onde o visitante tem acesso aos diversos espaços e instrumentos das torturas ali cometidas. Entre eles, a câmara de gás. Na ocasião da minha visita, passar por ali foi a parte mais difícil, gerando uma sensação de paralisia. Como justificar que tantas vidas sejam descartadas e que essa ação seja legitimada pelo Estado?
O que me traz até o caso de Genivaldo. A sensação de paralisia é a mesma. A forma como as coisas aconteceram, nesse caso, parece ser uma demonstração explícita da existência vidas descartáveis. Que outra chave explicaria a falta de preocupação dos agentes com a presença de outras pessoas filmando? A questão é que essa “ação isolada” é um reflexo das violências estruturantes de nosso Estado, a qual todos nós reproduzimos quando definimos quem são os inimigos da ordem social (negro, pobre, louco etc). As mortes de genivaldos não apenas são legitimadas pelo Estado... elas são a base do funcionamento social.
Pensar sobre todas as engrenagens aí envolvidas e sobre os caminhos que vislumbramos enquanto sociedade é paralisante. Quero encerrar o post trazendo isso porque, nos primeiros dias após o caso, fui questionada sobre meu posicionamento. Vi postagens questionando profissionais psi que não se manifestaram e, hoje mesmo, vi uma nota de repúdio do CRP sendo contestada pela “demora”. Passei esses dias me indagando sobre esse imediatismo e deixo aqui uma questão: já pararam pra pensar pra que serve essas exigências?

27/07/2022

“Quando me levantei esta manhã, eu sabia quem eu era, mas durante o dia mudei tanto que não sei mais quem sou”. A resposta de Alice à pergunta “Quem é você?” no clássico de Lewis Carroll é de particular interesse à Psicologia e à Psicoterapia. Ela demonstra ao público a estranha verdade de que o que nós somos é algo fluido, e que se modifica de acordo com nossas experiências.⠀⠀⠀

Temos uma tendência natural à categorização de nossas experiências. Ela faz parte de um processo cognitivo útil que facilita nosso raciocínio, comunicação e reduz a energia gasta em compreensão do mundo. Quando alguém pergunta o que há em uma certa gaveta, é muito mais fácil responder que “essa é a gaveta dos talheres” do que dizer “nessa gaveta tem 10 colheres, 12 facas e 15 garfos”.
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Costumamos categorizar pessoas também. A categorização da “personalidade” é um grande exemplo e utilizamos diversas estratégias para fazê-lo, desde horóscopo até técnicas mais científicas. Infelizmente, no senso comum, muitas vezes essa tendência de colocar pessoas em caixas pré-determinadas pressupõem um tipo estranho de essencialismo, uma ideia de destino inescapável. Um “Este sou eu e não posso mudar”.
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Em terapia é comum ver este tipo de pensamento com falas como “Eu não presto”, “Eu sou um fracasso”, “Sou um péssimo aluno”. Essas categorizações, que vêm de experiências negativas da pessoa, a resumem, mas a simplificam também. A terapia ajuda a perceber que perdemos a nuance da vida quando categorizamos desta forma, e que essa nuance é mais útil para explicar nosso comportamento do que os rótulos. Todos passam por fracassos (reais ou percebidos), mas isso não os torna fracassados.
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A psicologia define o termo “personalidade” sem pressupor “essência”, apenas como uma regularidade relativa nos comportamentos de uma pessoa, e que pode ser modificada de acordo com novas experiências e interações. A pressuposição de essência enraíza, dificulta a mudança. É algo que aparece com a falta de conhecimento (e, por isso, é mais comum em crianças), e que costuma diminuir com uma análise cuidadosa das experiências da vida.
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Por Diego C. Mendonça
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27/07/2022

Afinal, a psicoterapia breve é, de fato, uma terapia de curta duração?
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Definir a psicoterapia breve como um terapia de curta duração não é a melhor forma de caracterizar essa modalidade terapêutica. Abordá-la a partir da oposição “curta vs longa” não é a melhor maneira de compreendê-la. Embora a redução temporal do tratamento seja um dos seus efeitos possíveis, o critério da quantificação temporal não qualifica adequadamente a natureza dessa experiência clínica. Por que, então, ainda usamos a expressão psicoterapia breve? Como poderíamos caracterizá-la de modo mais adequado?
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Essa é uma das discussões que encontramos no livro “Psicoterapia breve: a técnica focal” de Vera Lemgruber. Ela adverte que ainda se refere a essa modalidade terapêutica como “psicoterapia breve” somente devido ao uso consagrado do termo. Lemgruber enfatiza, porém, que não se trata meramente de uma psicoterapia de curto prazo, mas sim de uma modalidade terapêutica com características técnicas específicas que lhe conferem originalidade. Nesse sentido, a expressão “terapia focal” seria mais oportuna, pois enfatiza um aspecto que a distingue de outras propostas terapêuticas.
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Além de caracterizar a técnica focal, o livro traz um capítulo com a história da PB, um capítulo sobre o conceito de Experiência Emocional Corretiva e no final ainda apresenta alguns casos clínicos a partir da experiência de atendimento psicológico em instituição universitária.
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O livro, que em breve completará 40 anos de lançado, tem envelhecido muito bem e ainda é uma leitura oportuna, especialmente para os estudantes de graduação que estão iniciando o contato com essa modalidade terapêutica.
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Esse assunto te interessa? Gostaria de compreender melhor o conceito de foco e como colocá-lo em prática no trabalho clínico? Fique de olho nas nossas publicações e no nosso calendário de cursos.
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Referência: LEMGRUBER, V. Psicoterapia breve: a terapia focal. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984.
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Post de Dante Andrade Santos - CRP-19/2834.
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27/07/2022

A partir do final da década de 1980, com o fim do regime militar e o início de um processo de democratização do nosso país, o campo das políticas públicas passou a representar um importante campo de atuação dos psicólogos.
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Até então, desde a sua regulamentação como profissão no Brasil (1962), a formação em psicologia estava voltada para três grandes áreas de atuação: a clínica, a escolar e a industrial, sendo a primeira delas aquela que representava, no imaginário social, a figura do psicólogo. Essa figura podia ser descrita como um profissional liberal, acessível apenas para pessoas que podiam pagar pelos seus serviços que, por sua vez, tinham um enfoque individualista.
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A inserção do psicólogo no campo das políticas públicas exige uma reformatação na formação. Ademais, é importante marcar: 1) os questionamentos levantados pelos movimentos de uma psicologia latino-americana que, desde a década de 1970, reivindicavam uma psicologia comprometida com os nossos problemas e com a transformação social; 2) as propostas feitas no campo da saúde coletiva, indicando a impertinência do isolamento dos saberes e da individualização dos problemas em saúde.
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Diante de tudo isso, iniciou-se essa reconfiguração dos currículos de formação do psicólogo. Mas isso é um processo em construção desde então. A inserção dos psicólogos no SUS abriu as portas para esse movimento, mas, de lá pra cá, todo um campo de políticas públicas convida a psicologia para sua efetiva participação e contribuição.
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E, então, o que fazemos nesse campo? Não vamos encontrar prescrições nesse sentido. A nossa primeira “tarefa” parece ser a de desconstrução dessa imagem (ainda tão forte) do psicólogo. Depois disso, do ponto de vista de orientação, sugiro que busquem os materiais elaborados pelo Centro de Referência técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP). Lá vocês encontram algumas pesquisas e algumas reflexões importantes que servirão de base para a construção de uma prática profissional eticamente alinhada e socialmente comprometida.
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Prof.ª Klecia Renata (.kleciarenata)
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27/07/2022

Se observo uma árvore, posso até dizer que ‘meus nervos ópticos captam um conjunto de informações estimulados pela luz projetada em uma árvore’ - mas digo, simplesmente, ‘eu vejo uma árvore’. Se tenho um pensamento constrangedor e recorrente, porém, digo ‘um pensamento me ocorre’, e evito conceber-me - evito conceber o eu - como autor responsável da ação; evito dizer ‘eu tenho um pensamento’ ou ‘eu penso’ isto ou aquilo.
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Parece que ler um fenômeno a partir da materialidade que o suporta incorre numa desresponsabilização do sujeito-que-age. A possibilidade oposta - isto é, centrar no eu a origem da ação - é o procedimento padrão, porém. O que é importante frisar: seja no senso comum, seja em psicologia, se não podemos, ou queremos, mostrar o que é responsável pelo comportamento do sujeito, então dizemos que ele mesmo é responsável pelo comportamento que agencia. O problema desta análise para um autor como Lev Vigotski: termos mentais, egoicos, “recalcam” as relações funcionais que constituem o sujeito.

Podemos resumir um suposto “Método Vigotskiano” em três elementos-chave:
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I. analisar ‘processos’, os acompanhar, em oposição a uma análise elementar de ‘objetos’;
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II. revelar as relações dinâmico-causais, em lugar de enumerar as características externas de um processo: não ‘descrever’, mas ‘explicar’; e
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III. reconstruir todos os pontos do processo estudado, não o confundindo com sua forma final, acabada.
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Entre o fisiologismo estrito e o mentalismo, o que sobra? A partir de Vigotski, sobra conceber o eu como uma representação de um sistema de respostas funcionalmente unificado.
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Se se pensa a clínica como espaço de autoconhecimento, não se trataria aí de entrar em contato profundo e direto com uma suposta interioridade, mas ocupar um espaço que compele o sujeito a descrever a dinâmica e a gênese de seu próprio comportamento. A lida com o problema clínico não se identifica à tão desejada capacidade de guiar seus próprios pensamentos, sentimentos e condutas, mas à identificação dos sistemas organizados de respostas que competem ao redor de certos estímulos imediatos. Em resumo: mudar-se é mudar o mundo em que se vive.

27/07/2022

A Terapia Analítico-Comportamental é entendida como o trabalho terapêutico que se fundamenta no Behaviorismo Radical e utiliza os princípios da Análise do Comportamento no contexto clínico. O terapeuta irá, junto com o cliente, tentar encontrar os fatores da vida do cliente que criaram e/ou que mantém seus problemas e utilizar estratégias para modificá-los quando possível, ao mesmo tempo que procura promover um aumento do repertório comportamental do cliente de forma que ele possa lidar ou solucionar seus problemas.

O terapeuta irá inicialmente fazer uma avaliação do caso procurando o motivo que levou o cliente a buscar a terapia, e a partir daí coletará informações relevantes da história de vida do cliente, não só relacionada aos comportamentos-problema, mas também seus fatores saudáveis, com uma ênfase nos determinantes atuais dos comportamentos, não apenas em seu passado. Por ter uma perspectiva funcionalista sobre o comportamento, esta terapia não atribui um significado especial para um comportamento específico, pois a razão de sua existência sempre dependerá de seu contexto em que ele acontece. A análise minuciosa da interação das ações do cliente e seu contexto é o que chamamos de Análise Funcional, e é principal estratégia utilizada pelo terapeuta analítico-comportamental. Em todos os momentos da terapia, o terapeuta irá identificar e categorizar o funcionamento do cliente em seu contexto, e isso informará o cliente e o terapeuta para, em conjunto, decidirem os melhores caminhos da terapia. É também por isso a avaliação é um processo que perpassará todos os momentos da terapia, não apenas seu processo inicial.

Apesar de a Terapia Analítico-Comportamental ser baseada nos princípios da Análise do Comportamento, abordagem criada por B. F. Skinner, seu desenvolvimento não se limita a este autor. Terapias atuais como a Psicoterapia Analítico-Funcional (FAP), a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e a Terapia Comportamental Dialética (DBT) são exemplos de desenvolvimentos da Terapia Analítico-Comportamental que pretendem complementá-la com novos conhecimentos.

Photos from Alethéia Núcleo de Psicologia's post 27/07/2022

Um dos serviços que nós, da Alethéia, disponibilizamos para o nosso público é a supervisão clínica com os nossos professores. Mas, afinal de contas, o que é a supervisão e em qual momento o profissional de psicologia deve optar por esse acompanhamento?

De maneira geral, a supervisão clínica é concebida como uma atividade fundamental da formação do psicólogo clínico, ao lado dos estudos teórico-clínicos e do processo psicoterápico do psicólogo em formação. A supervisão pode ser definida como um espaço de construção teórica, técnica e experiencial, cujo objetivo central é proporcionar o desenvolvimento profissional a partir de elaborações reflexivas e críticas que se fazem nos encontros com o supervisor.

É importante dizer que quando falamos da supervisão como uma atividade fundamental da formação do psicólogo, compreendemos que essa formação não se restringe aos anos de graduação na universidade. Pode parecer (e é!) clichê, mas estamos reafirmando aqui que a formação do psicólogo acompanha toda a sua trajetória profissional.

Na nossa profissão, ao seguir os princípios do nosso Código de Ética, nos comprometemos a atuar com responsabilidade e por meio do contínuo aprimoramento profissional. Por fim, mesmo não sendo obrigatória, a supervisão clínica é um processo fundamental no aperfeiçoamento profissional na atuação clínica.

Photos from Alethéia Núcleo de Psicologia's post 27/07/2022

Nosso principal objetivo é propor a estudantes e profissionais de Psicologia um maior embasamento teórico, técnico e ético para a atuação profissional.

São cursos, orientação científica, supervisão clínica e institucional, além de grupos de estudos que irão contribuir para um aprofundamento em diversas áreas e temáticas.

27/07/2022

Somos a Alethéia – Núcleo de Psicologia. O projeto é constituído por um grupo de amigos(as) cujos caminhos se cruzaram em torno da psicologia. Além dos anos de formação acadêmica, a equipe reúne experiência em diversas áreas da psicologia: em vários campos da clínica, supervisão, consultoria, docência, etc. No campo da docência no ensino superior, a equipe soma experiências tanto em instituições públicas quanto em instituições privadas, na graduação e na pós-graduação.

As diferenças em nossas abordagens não nos colocam nenhum obstáculo ou impedimento, tampouco nos afasta. Nossos encontros são sempre ocasiões ricas, nas quais, além da alegria compartilhada dos bons encontros, sempre aprendemos uns(umas) com os(as) outros(as). Acreditamos que essa diversidade está longe de ser um problema. Ao contrário: se monocultura e infertilidade caminham juntas, a multiplicidade da psicologia nos parece sempre um terreno fértil.

A experiência acumulada em nossas jornadas tem nos levado a repensar os rumos e percursos da formação em psicologia. Acreditamos que juntos podemos oferecer um serviço de qualidade, que preencha as lacunas das grades curriculares e ao mesmo tempo enriqueça a formação dos(as) nossos(as) alunos(as).

27/07/2022

Klecia Renata de Oliveira Batista

Psicóloga e psicanalista, pós graduada em Saúde Mental, mestre em Psicologia Social e Doutora em Saúde Coletiva.

Atua na clínica, desenvolve pesquisas cientíificas e é professora em cursos de graduação em Psicologia, com experiência em faculdades privadas e pública.

27/07/2022

Saulo Pereira Barros de Almeida

Psicólogo (UFS), Mestre em Psicologia Social (UFS) (2015), Especialista em Psicologia, Organizações e Trabalho (UNIT/Instituto Zanelli) (2014). Formação em Terapia Cognitivo-Comportamental pela FELUMA/IMEA (2021).

Atuação:
Área Clínica, Organizacional e Docência na Universidade Tiradentes (UNIT/SE). Além disso, é conselheiro do CRP-19 (2019-2022).

27/07/2022

Jameson Thiago Farias Silva

Psicólogo e graduado em psicologia (UFS); é mestre em psicologia social (PPGPS-UFS) e doutorando em estudos linguísticos (PPGL-UFS). Em pesquisa, tem interesse por temas como linguagem, estética, antropologia, argumentação, história da psicologia e filosofia da psicologia. Atua na docência em psicologia desde 2015. Trabalha com clínica tomando como norte a fenomenologia de Sartre, o materialismo de Vygotski e o vitalismo de Bergson e Deleuze.

27/07/2022

Ísis Vasconcelos

Psicóloga Analista do Comportamento. Dra em Ciências (USP). Mestra em ciências do comportamento (UnB), especialista em terapia comportamental (USP). Psicoterapeuta, supervisora em clínica comportamental, docente em nível de pós-graduação, editora associada da revista Psicologia: ciência e profissão. Atuação clínica com crianças com transtornos do neurodesenvolvimento, adultos e casais.

27/07/2022

Diego Cardozo Mendonça

Psicólogo Analista do Comportamento. Mestre em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento (PUC-SP). Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (IMEA/FCMMG). Docente em ensino superior desde 2017. Trabalha como psicoterapeuta e com supervisão de psicoterapia. Tem como foco de estudo comportamento alimentar, gamificação, autocontrole e filosofia da mente.

27/07/2022

Dante Andrade Santos

Psicólogo (UFS), mestre em Filosofia (Unicamp) e doutorando em Filosofia (UFS). Trabalha como psicoterapeuta e como docente, tendo atuando em Departamentos de Psicologia: UniAGES (2015-2018), UFS (2018-2020) e UNINASSAU (2020-2021). Em suas pesquisas tem trabalhado com Filosofia da Psicologia, a partir de reflexões sobre a história e os fundamentos epistemológicos da Psicologia.

27/07/2022

Para quem não conhece quem faz parte da Alethéia, iremos apresentar aqui um a um.
Hoje iremos apresentar Ariany Magalhães Leandro:

Psicóloga, com atuação na clínica há 9 anos com o público adolescente e adulto. Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais, pós-graduanda em Clínica Analítico Comportamental e formação na área. Atua como docente no curso de Psicologia desde 2017.

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