Davi Cavalcante

três por quatro em metro quadrado dão doze. um post nada com nada, apenas para lembrar que nem tudo é textão, às vezes é biscoito. elogie o artista para ele não morrer com o ego ferido.

foto: Maria Stefane ()

identidade é estrutura.
identidade é construção.
identidade é reconhecimento.
identidade é autoconhecimento.

saber quem eu sou vai além do simples ato de aprender a escrever o meu nome, saber qual a data do meu nascimento, lugar onde nasci ou dos números que registram meu nascimento.

construir quem eu sou parte de um lugar íntimo e subjetivo, antes mesmo de encontrar o outro. isso está relacionado desde a maneira como o espaço foi preparado para me receber até a forma como ele foi moldado para que eu pudesse existir.

reconhecer o quê dentro dessa estrutura e construção faz sentido para mim, é um grande desafio, pois parece ser mais simples ser agradável em todos os lugares e querido por todos.

o autoconhecimento e compreensão das estruturas que nos cercam, traz uma percepção de que nem tudo é sobre mim, mas muitas coisas se relacionam com o senso comum sobre o grupo social ao qual pertenço.

acredito que a identidade é transitória e a forma de percebê-la e se relacionar com ela, também. assim como escrevi num trabalho recente, é preciso "aceitar perder a forma, se perder e se encontrar nela".

algumas coisas continuam a ser, outras mudarão. existir é se encontrar em movimento.

no mundo da arte, falamos muito sobre valor simbólico de uma obra. um diálogo que revela muitas vezes a potência poética de um trabalho, mostrando inclusive o valor inestimável atribuída a sua criação. nesse processo, esquecemos de nos perguntar, qual o custo para realização desse trabalho? encantados pelas nuances do discurso que ele carrega.

não acho problema, vejo até uma potência quando as pessoas desvinculam a mente capitalista que quer dar preço em tudo no momento em que entram em contato com uma obra de arte, mas consigo ver um problema enorme quando elas romantizam o nosso trabalho achando que nada tem custo.

usando minha última obra, Não seque por dentro (2022), para exemplificar essa relação de custo e valor, decidi abrir a público minhas anotações de orçamento em valores aproximados e tempo investido até fazer minha primeira aparição ao público no Festival de Artes de São Cristovão - FASC.

mesmo depois dessa apresentação, acredito que meu corpo continua em processo, pois nenhuma performance se fecha ao mundo, ela está sendo afetada constantemente pela vivência do corpo em condições espaciais diversas. performar em São Cristovão e futuramente, em outro espaço, muda algo em mim e no próprio trabalho.

parece ser um trabalho interminável fazer arte, transformar a vida em criação. que nem sempre terá um valor justo atribuído. mas viver disto me faz querer entender qual o custo de fazer o que faço. pelo bem da minha saúde financeira e mental.

deixo aqui esse texto e informações como forma de reflexão, para quem ama, faz e respira arte.

revisitando trabalhos que estão em meu acervo neste final de ano, decidi colocar "Acolher-se para renascer" para ser sorteada através de uma rifa.

ACOLHER-SE PARA RENASCER é uma fotografia feita em 2019 que retrata um pouco do sentimento do homem preto que no meio da vida se depara com um deserto e precisa ele mesmo encontrar um lugar de acolhimento para renascer.

para participar do sorteio, basta comprar sua chance e dar seu nome para a rifa.

$20 seu nome 1x
$30 seu nome 2x

o pagamento pode ser feito via PIX/CELULAR 79991272826 e o comprovante deverá ser enviado por email [email protected].

quanto mais nomes você comprar, mais chances tem de ganhar 🤎 compre, compartilhe e ajude essa obra encontrar um novo lar.

OBS.: o sorteio será realizado após o preenchimento de 100 nomes.

durante o processo de construção da performance-instalação 'Não seque por dentro', eu senti um desejo em dialogar com outros homens pretos na tentativa de partilhar um pouco do que estava me afetando, entender minhas subjetividades e encontrar força no coletivo.

sem muitos registros para falar sobre esse momento, mas muito afeto pelo que trocamos, recebi essa fotografia de Davi logo depois de nos despedirmos de uma noite incrível. talvez essa imagem fale mais do que eu possa escrever.

obrigado, Davi, pela fotografia. obrigado Pipoka pelo abraço. obrigado a todos os outros homens pretos pela partilha e suporte.

fazer arte, por mais que seja um lugar de solidão, quase nunca é uma realização individual. é preciso contar com o apoio, a escuta, os serviços, o tempo, o suporte de outras pessoas em vários momentos para fazer as coisas acontecerem.

na construção da performance-instalação 'Não seque por dentro', diferente de outros trabalhos que tenho, eu precisava de uma preparação de corpo intensa que me pedia alguém de confiança para observar, provocar e ajudar a construir o que iria ser apresentado ao público.

durante sete semanas essa pessoa foi Maria, uma parceira em vários momentos de vida que se mostrou aberta a fazer isso acontecer comigo. foram dias e mais dias de repetição, exaustão, entrega e acessos. foi ela quem me viu chorar, chegar ao limite do corpo, respirar fundo e continuar para mais um dia.

essa foi a primeira vez que quebrei a 'quarta parede' em performance e que a fala/palavra foi muito relevante em uma obra minha, assim como o corpo em transe. vê-lo de fora sem ajuda do outro poderia me custar muito tempo, mas ter alguém no processo facilitou muito os meus caminhos.

dividir a jornada é uma questão relevante para mim e fazer isso através de 'Não seque por dentro' com outras pessoas pretas foi um momento que me trouxe a coragem necessária para encarrar as vulnerabilidades do tema e buscar provocar diálogos com o mundo.

obrigado por ser, estar e fazer nesse momento tão importante, Maria. você é gigante! 🤎

imagens: Jonta Oliveira

no último domingo, ainda no Festival de Artes de São Cristovão - FASC, eu pude apresentar a performance-instalação 'Não seque por dentro' nas ruas e dentro do Salão Horácio Hora.

esse é um trabalho sensível em diversos aspectos, desde a sua preparação até a apresentação, pois expõe vulnerabilidades relacionadas ao corpo preto masculino, trazendo aspectos estruturais e subjetivos que oprimem o acesso ao sentir e expressar.

colocar esse corpo na rua foi um momento catártico, pois nada do que eu tenha feito passou perto da sensação de construir, produzir e executar essa obra.

agradeço demais as pessoas que contribuíram para esse momento acontecer da forma mais honesta e verdadeira possível.

FICHA TÉCNICA

artista: Davi Cavalcante
preparação de corpo: Maria Stefane
confecção do vestido: Maria José de Souza Cavalcante (S.Dois Atelier)
figuração: Deloer Junior, Ícaro Olavo, Lucas Fonseca, Wecio Grilo, Rafael Arcanjo
espaços de laboratório: Escola Aldeia Circo, Teatro Imbuaça
audiovisual: Jonta Oliveira

IMAGENS

1. ASCOM Prefeitura de São Cristovão
2 e 3. Gladston Barroso
4. Davi Cavalcante
5, 6 e 7. ASCOM Prefeitura de São Cristovão

hoje, a partir das 19h, Monólogos Interiores abre ao público de Palmas, dentro da galeria do Sesc Tocantins ().

se você conhece alguém de Palmas ou está pela Cidade, apareça para apreciar mais uma montagem desse trabalho.

ainda estamos aqui.

ARTISTAS
Davi Cavalcante
Rayanne Ellem

TEXTO DE APRESENTAÇÃO
Vanderléa Cardoso

MOLDURAS
Reynaldo Mascarenhas

EXPOGRAFIA
Davi Cavalcante

MONTAGEM
Davi Cavalcante
Vone Peterson

COMUNICAÇÃO VISUAL
Davi Cavalcante

CURADORIA
Davi Cavalcante

nada na vida me assusta,
mas
o meu cabelo, sim
ele assusta
mas não antes da cor da minha pele

minha liberdade assusta
mas as minhas ideias,
elas causam espanto

assim como a minha presença
depois das 18h em um bairro branco

transito pelas ruas, ando muito,
meus passos são lentos, atentos,
aproveito o espaço público
acredito na apropriação
isso é um ato político
reinvindicar a cidade

no final de semana, deito na grama
faço isso para tomar um sol na praça
um homem passa elogiando e diz
"você mora ali, né? eu s**o você"
ele fala com certo encanto
não me sinto ameaçado
ele segue e reflito sobre

minha presença é notada
pelo homem negro que se identifica comigo
mas também pela vizinhança branca
e pelo carro de polícia que diminui a velocidade
quando estou perto de casa

transito por esse mundo desde que nasci
é por isso que me aproprio de Angelou:
'nada na vida me assusta'
mas a minha existência,
essa provoca espanto

31 de maio de 2022.
ainda estamos aqui.

a pena e a pedra.

no vácuo, objetos com tamanho e forma diferentes conseguem apresentar a mesma velocidade.

olhando para o vazio, Galileu declarou que o peso não deveria ter qualquer influência na velocidade de queda de duas matérias distintas.

dois mil anos antes, Aristóteles afirmou que uma pedra com o dobro do peso de outra cairia duas vezes mais depressa.

em 1971, o astronauta David Scott soltou simultaneamente um martelo e uma pena em um ambiente sem ar. em homenagem a Galileu, ele mostrou que ambos os corpos podem atingir o chão na mesma velocidade.

uma imagem clássica dos livros didáticos tomou a minha mente, a pena e a pedra. o que eles podem dizer? qual a relação dos corpos com o ar? qual a influência do ar sobre os corpos?

CORPO_TERRITÓRIO
ATO I: Na contramão

no próximo sábado, 21 de maio, te convidamos à experiência de um universo em desaceleração. em uma caminhada silenciosa e de atenção plena pelo Centro de Aracaju, propomos uma observação coletiva por trás das fachadas, quais vestígios e histórias elas contém. com olhos atentos e passos sem pressa, descobriremos o ritmo de cada espaço diante de nossos corpos e as reações que neles se manifestam.

a concentração será em frente a Passarela das flores no Mercado Municipal, onde iremos sair em direção a Praça Camerino. ao final, partilharemos sobre as percepções em meio à vivência.

"ATO I: Na contramão" é parte do CORPO_TERRITÓRIO, projeto em desenvolvimento pelos artistas Davi Cavalcante e Carol Jardim.

Para mais informações, acesse o link (disponível no perfil) .

remover as placas das obras, retirá-las das paredes. remover as fitas, pregos e parafusos. embalar os trabalhos para devolução. compartilhar com todos a felicidade pelo momento vivido.

obrigado a todos envolvidos, pelo espaço, pela produção, pelo empréstimo das obras, pela visita e pela confiança no que venho construindo.

que venham outras oportunidades de provocar o público através da construção de narrativas curatoriais.

ARTISTAS
Alef Freire
Davi Cavalcante
Fael Rocha
Felipe Felix
Luís Matheus Brito
Luli Morante
Mundo Negro

PRODUÇÃO
Incorporéa

CURADORIA
Davi Cavalcante

como um coração, que cabe num potinho, mas não consegue ser contido, pois atravessa quem entra em contato. assim, expandimos o período de visitação na DOCA () da exposição "Na mira há um peito. No disparo, um coração" até o dia 14 de maio.

estou muito feliz com o retorno que tenho recebido das pessoas que estiveram no espaço e o interesse daqueles que estão desejando visitar. deixo esses registros aqui como uma provocação a quem não foi, para que vá; e a quem já foi, para que retorne e sinta um pouco mais.

a DOCA está aberta de quarta à sábado das 19h às 00h com a melhor programação da cidade e drinks incríveis para você continuar no espaço aproveitando a noite depois de apreciar essa coletiva.

ARTISTAS
Alef Freire
Davi Cavalcante
Fael Rocha
Felipe Felix
Luís Matheus Brito
Luli Morante
Mundo Negro

PRODUÇÃO
Incorporéa

CURADORIA
Davi Cavalcante

fotos por Carol Jardim ()
edição por Davi Cavalcante ()

ontem abrimos "Na mira há um peito. No disparo, um coração", minha primeira curadoria de uma exposição coletiva.

foi lindo ver o que a Incorporéa e a Doca podem fazer, lotar um espaço expositivo a ponto de fazer fila para visitação. vocês não tem dimensão da potência dessa cena.

seguimos no espaço até 07 de maio de acordo com o horário da Doca ().

visite, poste, marque e me diga o que sentiu depois 🤎 seguimos para a próxima!

construir uma narrativa a partir de outras histórias é sempre um desafio. como ser respeitoso com a trajetória do outro, apropriando-se da sua jornada para estimular um novo olhar? essa foi uma das questões que mais cercaram esse projeto curatorial.

"Na mira há um peito. No disparo, um coração" surge ao mundo em tom de poesia, sugerindo algo, mas permitindo respiração nas lacunas do que a palavra não consegue sustentar.

no próximo domingo, 24 de abril a partir das 16h irei abrir essa exposição coletiva na Doca ao lado dos artistas que a compõe.

a entrada será gratuita até às 18h, dentro da programação do , evento produzido entre Doca e Incorporéa.

antes de tudo: um corpo_

homem negro
com o físico magro
estatura média de 185 cm
possui olheiras recorrentes
usa um bigode que parece do Dalí
cabelo black que chama atenção
tem 27 anos, mas parece ser mais novo
possui um sotaque nordestino

quantas características o corpo carrega?
qual a experiência desse corpo?
e se fosse outro corpo?

essa composição de autorretratos capturados ao longo dos últimos anos me revelam quem me tornei a partir do que passei e de maneira cíclica ainda volto a passar às vezes.

o que o mundo olha, a forma como ele observa e a maneira como ele faz o primeiro contato comigo, criam marcas que vão tercendo uma memória.

antes de eu poder dizer quem sou: Davi Cavalcante, enxergam um corpo.

o que esse corpo diz? a partir de quais referências esse corpo é lido?

BOLSA SOCIAL DE 100% PARA O GRUPO DE ESTUDOS DOIS PORÉNS [LEIA ATENTAMENTE]

muitos já sabem que a partir do sábado, 05 de março, durante 6 sábados, estarei realizando o grupo de estudos Dois Poréns presencialmente na cidade de Aracaju com o intuito de desenvolver e aprofundar processos, pesquisas e produções artísticas através da imagem.

algumas pessoas me perguntaram sobre inscrições com preço social e ao mesmo tempo em que isso me sensibiliza enquanto indivíduo, também me atravessa enquanto produtor, pois os moldes que o momento permite em quantitativo de vagas e as condições econômicas sociais, não tornam fácil a realização de algo assim de maneira independente. tenho que ter muito cuidado e planejamento para as coisas fluírem sem nenhum prejuízo financeiro e/ou de saúde para ninguém.

pensando em integrar mais e diversificar o grupo, decidi ceder uma vaga para bolsa integral. para concorrer, fique ligado aos passos:

• escreva um parágrafo falando sobre você, sua experiência, trabalho, etc.;
• escreva um parágrafo falando sobre sua motivação em participar do grupo;
• coloque no corpo da mensagem o seu telefone e @ do Instagram - deixe ele aberto até a data de seleção;
• envie tudo para o e-mail: [email protected].

PRAZO DE CANDIDATURA: quarta-feira, 23 de fevereiro.

RESULTADO: sexta-feira, 25 de fevereiro.

OBSERVAÇÃO: eu não divulgarei nome do bolsista, pois preservo o direito de integração sem a necessidade de publicidade sobre o sujeito. todos serão notificados por e-mail independente de serem selecionados.

CRITÉRIOS: irei dar prioridade ao recorte de raça, gênero, classe e orientação sexual, compreendendo estes como demarcadores que precisam de atenção. caso sinta-se confortável, pode pontuar no corpo do e-mail quais deles te atravessam e como.

OS DETALHES do grupo de estudos estão no link do perfil < bit.ly/doisporens >, leia antes para saber se conseguirá estar presente.

estou vivendo uma fase de transição, eu vivo isso constantemente na verdade, mas nessa época do ano tudo vibra mais intensamente.

eu nunca fui adepto de grandes celebrações, mas com o tempo reconheci o valor delas, a importância que possuem para compreensão do tempo e dos esforços.

nos últimos meses o tempo passou tão rápido que tiveram dias que eu nem consegui levantar direito, pois já era hora de deitar.

meu corpo foi afetado pelo repouso e essa pausa me fez olhar para atravessamentos que nem sempre são benéficos, mas estão aqui e preciso lidar.

eu continuo pairando, mas com uma sensação de ruptura na significância das relações que eu tinha e que vou adquirindo em meio as sensações e reflexões.

reconheço que isso seja sobre estar vulnerável. apesar do que estamos vivendo, isso é bom, pois o contrário - não sentir - seria trágico. ser afetado é o que me move.

em uma fase de descoberta e reconhecimento das minhas habilidades artísticas, eu comecei a escrever poesias que me afetavam diariamente. isso começou em 2012 e se estendeu durante os anos seguintes, ganhando não apenas versos, mas imagens que resultaram em um livro intimista. durante esse momento, eu tenho revisitado esse trabalho que me marcou bastante, mas nunca foi a público, sendo visualizado apenas por pessoas mais próximas. aos poucos eu sinto o desejo de compartilhar ele com o mundo e isso vai se tornando mais real. aqui ficam algumas páginas para não gerar tanto mistério.

Iceberg, 2012 - 2016.

rasgando o tempo.
acessando o passado.
ressignificando o eterno.

tente usar a boca, da série Monólogos Interiores, 2020.

criação em parceria com Rayanne Ellem ().

tenho uma certa fascinação pelas mãos, pois são através delas que materializamos o toque.

05 de maio de 2020.
autorretrato sobre o devir.
confira mais em instagram.com/devenirdevir

os últimos dias estão sendo de adaptação para muita gente, inclusive para nós, artistas e profissionais independentes, que sentem o impacto dessa quarentena no bolso apesar dela ser importante para o bem estar coletivo.

pensando em como contornar esse momento de atividades, trabalhos e projetos adiados, eu preparei uma aula aberta para a próxima segunda-feira às 15h no YouTube, um jeito de me manter ativo e compartilhar conhecimento. nela irei falar sobre: "Métodos e processos para desenvolver a sua criatividade".

para participar dessa aula ao vivo basta se inscrever através do link e marcar na agenda, pois segunda-feira temos um encontro. todo conteúdo da aula será gratuito, mas se você quiser ajudar a minimizar os impactos financeiros que essa quarentena está gerando, é possível fazer uma contribuição de qualquer quantia através do mesmo link onde você pode se inscrever gratuitamente.

acesse o site e se inscreva: https://davicavalcante.com/aprenda-na-quarentena

se cuide e cuide de quem você ama, lembre que tão essencial quanto a comida é o afeto e ele pode vir mesmo sem o contato físico. eu aguardo você semana que vem!

Meses atrás, eu comecei o , um projeto com objetivo de promover um despertar coletivo e a oportunidade de uma evolução individual do ser por meio do autoconhecimento. Tem sido gratificante encontrar e me conectar com essas pessoas, mas desde o começo eu sentia que poderia ir além com o conteúdo digital.

Esse é o primeiro de uma nova etapa, ainda mais acessível. Leiam o texto e me digam o que sentiram depois 🍃

Amar é servir Como o ato de servir e o amor estão relacionados?

Há mais de um ano, eu fiz esse retrato de uma mulher muito querida, na época, a leitura que dei para essa imagem foi totalmente diferente desta que vocês podem ver hoje. Não pude publicar a fotografia naquela fase e respeitei o momento dela vir a público.

Depois de muito tempo consegui autorização para publicar e fiquei feliz por essa amiga permitir isto, mas tudo que aconteceu me fez querer falar sobre essa experiência.

Eu lembro de fazer seus retratos e ela ficar feliz, estava passando por um processo de reconhecimento da mulher incrível que é e até desejava postar essa imagem, mas logo os julgamentos familiares, sociais, inundaram a sua mente. A simples sensação de que uma foto poderia tirar a sua paz a fez recuar e deixar de fazer algo que desejava, não por narcisismo, mas por querer mostrar aos outros que é possível se amar de qualquer jeito.

Esse poderia ser um caso isolado, mas trabalhando com retratos femininos eu sei o quanto é frequente esse receio por parte de tantas mulheres. O que vão pensar? O que vão falar? O que vão fazer?

É triste sentir isso, que uma pessoa não consegue desfrutar da sua liberdade apenas por pressupor a ignorância alheia. Isso não acontece apenas quanto ao compartilhamento de fotos, mas ao desejo de sair à noite, ir para um show, sentar em uma mesa de bar, decidir quem amar, etc.

De tanto ouvir e sentir isso por meio desses momentos de partilha, eu poderia citar inúmeros casos aqui, mas convido você a refletir o quê pode fazer para contornar essa situação.

Davi Cavalcante
instagram.com/davicavalcanteretratos/
www.davicavalcante.com