Psicóloga Fernanda Zonta

Geralmente não legitimamos nossas emoções, sentimentos. Fugimos deles e procuramos formas de conforto que nos tragam a sensação rápida de alívio. Nesses momentos utilizamos a comida.
A comida serve como aquele quentinho que nos acalenta. Ou como a voracidade que nos faz não pensar. Da forma que for, em ambos estamos desconectadas com o nosso corpo e sentir. Será que naquele momento a nutrição que você precisa é de comida?
Ou seu corpo está te pedindo uma caminhada?
Um banho quente?
Conversar com alguém?
Simplesmente relaxar?
Como é para você se permitir fazer essas coisas?

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CRP 08/33408
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As vezes estamos tão imersas dentro das atividades do dia a dia que nos esquecemos o quanto é bom espairecer, sair um pouco do caos (ou para alguns, da calmaria) do cotidiano. Estar conhecendo um lugar novo tem sido rico. Vislumbrar outras vistas, outras pessoas, outros costumes, outras possibilidades. Associar o trabalho e estudos a esses lugares antes desconhecidos traz mais clareza sobre o que faço, sobre o que acredito, até mesmo sobre mim mesma. Nossa potência de vida é construída nesse fluxo de aprendizado constante, na descoberta de que podemos - e que podemos muito.

Já dizia Roxane Gay, autora do livro Fome “É uma mentira poderosa equacionar a magreza com a autoestima”. Acreditamos no corpo ideal, que só é belo se for magro. Porque afinal, como ousar me achar incrível se olho para a TV e vejo corpos plastificados e felizes e que parecem nunca comer um bolo? Ser inteligente, engraçada e competente passam despercebidos quando tenho um corpo fora do padrão perante a sociedade.
Estar magra nunca é o suficiente: você precisa estar mais magra, ou mais curvilínea, ou não tão magra (eles não querem que você fique magra demais).
São os vigias do corpo.
E vão vigiar quando você estiver doente e perdendo peso (porque tudo bem, pelo menos perdeu peso, né?). E também após a gravidez, porque precisa-se voltar ao peso inicial logo. (contém ironia).
Às vezes, a felicidade se torna inalcançável. Ficamos magras. E continuamos a procura de algo que não sabemos o que é.
Essa vigilância nos gera uma frustração constante. Nunca estamos satisfeitas. Não vemos o que o nosso corpo pode, pois estamos preocupadas com o que ele não pode: ganhar peso. Quão magnífico seria se descobríssemos tudo o que podemos?

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E ai? Já parou para se questionar? Você é do tipo que mastiga devagar, aprecia cada pedaço do alimento, sente os sabores... ou come em pé mesmo, com pressa, sem dar muita importância ao que está fazendo?

Vivemos com pressa nos tempos atuais. Tudo é para já, para ontem. A alimentação apenas reflete o que fazemos no dia a dia: deixamos de lado as coisas que julgamos menos importantes em prol de acelerar. “Eu preciso comer rápido porque preciso voltar a trabalhar”, “vou comer em pé mesmo, não tenho tempo para sentar”, ou, me conta se você já teve esse pensamento “eu preciso devorar tudo isso para acabar logo”.

Será mesmo que a alimentação é menos importante? O alimento é o que te nutre, o que te da energia para andar, trabalhar, estudar, é o que faz seu corpo funcionar. Quando comemos com pressa não prestamos atenção nos sabores, nas cores, nas texturas, no cheiro. Pensa comigo: você tem uma torta deliciosa na sua frente. Mas você está com pressa porque precisa sair para um compromisso. Está atrasada. Então você devora essa torta. Como foi a sensação? Sentiu o gosto? Sentiu-se satisfeita? Agora vamos imaginar que você está em um ambiente calmo e tem essa mesma torta deliciosa na sua frente. Você se senta. Pega um talher. Pega um pedaço dessa torta. Degusta. Sente o sabor, sente a textura, percebe que tem alguns pedaços que são até um pouco crocantes. Foi diferente? O que sentiu?

Agora eu te desafio: tente fazer uma refeição no seu dia de maneira calma e concentrada. “Mas Fer, eu não tenho tempo, tenho que estar o tempo todo correndo”. Então eu te questiono: Você tem se colocado como prioridade na sua vida? Pois não tem tido nem um tempo para comer com mais consciência. Reveja sua prioridades!

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Olá pessoal! Tudo bem por ai? Meu nome é Fernanda Zonta, sou psicóloga, CRP 08/33408, graduada pela Universidade Paranaense e pós-graduanda em comportamento em transtornos alimentares. Atuo na área clínica, tanto presencial quanto online. A escolha da especialidade surgiu por diversas inquietações: o que é comportamento alimentar? Qual o papel da Psicologia diante de questões alimentares e transtornos alimentares? A relação com o corpo afeta de que maneira o comer? Como a pressão social e estética afeta o nosso relacionamento com a comida? Com esse ritmo de vida acelerado, temos tido tempo para pensar no que comemos e em como comemos? E você, já parou para pensar na sua relação com a comida? Se sim ou se não, te convido a me acompanhar e refletir a partir de agora. Estarei postando conteúdo sobre o assunto, compartilhando afetos, inquietações, provocações, indicações de livros, filmes, textos. Vamos juntas e juntos nessa?

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Nesse dia das Psis só consigo pensar no tanto de encontros que a Psicologia me proporcionou. No tanto de afeto trocado, em quanta potência criada. A Psicologia é transformadora e promove encontros que nos instiga, nos provoca. Desejo uma Psicologia ética e política a todos e todas amigas psis! 💙🌸