Bogum de Saúde
Página de utilidade pública que tem o objetivo de difundir o conhecimento acerca do processo de sa
Mais de uma década depois, a matéria continua atualíssima, com o agravante da desmobilização do governo para a implementação da pauta.
Saúde da população negra Seminários, debates e audiências públicas marcam em todo o país o Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra. Uma das preocupações deste ano é ...
Candomblé e Saúde
Além de serem espaços de preservação dos saberes e tradições africanas, os terreiros de Candomblé apresentam-se como importantes espaços de sociabilidade. Historicamente, os Terreiros assumem múltiplas funções, pois constituem um dos poucos equipamentos sociais dentro dos territórios vulneráveis onde estão inseridos. Essas funções concentram-se basicamente nas áreas da assistência social e da saúde.
As práticas de autopromoção e cuidados em saúde no Brasil são influenciadas pela visão de mundo dos povos africanos que formam a matriz cultural deste país. Embora o entendimento sobre o processo de morbimortalidade tenha uma explicação sob o prisma religioso, a atenção às doenças, a busca pela cura não se restringe a ele. “A cosmovisão africanista permite aos adeptos ampliar o seu entendimento sobre o processo saúde-doença e ter na religião um sistema paralelo e/ou complementar de cuidado e atenção sem rejeitar os conhecimentos e avanços científicos e tecnológicos da biomedicina”(SILVA, 2015, p. 39).
O racismo religioso arraigado na sociedade brasileira é a causa da invisibilização da religião do Candomblé e determina o não acesso desse segmento, majoritariamente negro e feminino, às poucas políticas públicas existentes. Do mesmo modo, diminui a capacidade desses espaços na promoção da saúde e a oferta de serviços no âmbito das demais políticas públicas para o entorno, favorecendo a perpetuação dos processos de exclusão, segregação e violação dos direitos humanos.
PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DOS POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS DE MATRIZ AFRICANA 2013-2015, SEPPIR, 2013.
Silva, MA. Candomblé e SUS: diálogos sobre biossegurança nos terreiros. Rio de Janeiro, 2015. 135 f. [Mestrado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas] – Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas.