No Pé do Quilombo
Educação e Diversidade
(Rede de Compartilhamento)
“Los momentospolíticos producen movimientos teóricos” nos relembra a professora Catarine Walsh ao citar Franz Fanon. Esse momento parece emergir agora, numa sociedade/Estado tomado por forças colonialistas desprovidas de qualquer valor ético ou moral que respeite e qualifique os direitos humanos como um bem de Estado, condição necessário para manutenção e desenvolvimento deste. No pé do quilombo é
Em Brasilia 19 horas 😁😁😁
Signif**ado de Debate
1. Debate
Signif**ado de Debate Por Dicionário inFormal (SP) em 25-10-2009
Debate é uma discussão amigável entre duas ou mais pessoas que queiram apenas colocar suas idéias em questão ou discordar das demais, sempre tentando prevalecer a sua própria opinião ou sendo convencido pelas opiniões opostas.
Geralmente debates são longos, e raramente se chega a alguma conclusão, porém, é uma prática considerada saudável onde uma pessoa pode ver vários lados de uma mesma questão.
Debates ou discussões amigáveis podem ser a respeito de temas diversos, como futebol, política, etc. Eles não devem ser confundidos por brigas ou amontoações. Geralmente debatentes são concisos e tem em mente a troca de idéias sem que haja ofensas para ambos os lados.
Composto por:
- Moderador - Quem dita as regras, ou seja, apresenta o tema a ser discutido, escolhe os debatedores, estipula o tempo de cada um, interrompe-os quando necessário, f**a responsável pelo sucesso do debate, visto que, quando um debatedor está com dificuldades argumentativas cabe ao mesmo passar a vez para outro debatedor com melhores argumentos, escolhe o tema, avalia os argumentos, inicia e encerra a discussão.
Fonte: https://www.dicionarioinformal.com.br/debate/
dicionarioinformal.com.br Signif**ado de debate. O que é debate: Debate é uma discussão amigável entre duas ou mais pessoas que queiram apenas colocar suas idéias em questão ou discordar das demais, sempre tentando prevalecer a sua própria opinião ou sendo convencido pelas opiniões opostas.Geralmente debates são lo...
NOTA SOBRE O ANTIPROIBICIONISMO (MASCULINO)
Outro dia assisti, meio curiosa que estava se Davi, meu sobrinho de três anos poderia se identif**ar com o bebe de um filme infantil de classif**ação de 10 anos – Os incríveis 2. Quanto a isso não vi problemas, rir com as múltiplas facetas de um bebê que promete absorver as características humanas que apresentam seus familiares diante das injustiças sociais e potencializá-las a máxima potência. Quem nunca sentiu uma raiva dos demônios, diante da agressão de um dos seus?
O que me incomodou mesmo foi o discurso antiproibicionista levantado por um dos protagonistas do filme, o mocinho rico que queria a liberdade para todos os super heróis, pessoas mais humanos que ele. Do outro lado a mocinha feminista, super inteligente, líder em tecnologia, meio cansada com aquelas olheiras enorme, um copo de bebida sempre a mão e uma história de fundo, mal contada.
A vilã da história, aquela que passou pelo mesmo trauma que o irmão, mas não foi capaz de pensá-lo logicamente - é claro que os heróis são bons, irmã, são heróis! Sim, de fato são heróis, verdade irrefutável, e quando o vilão defende isso então...
Uma bruxa má bem contemporânea não se pode negar, livre e com possibilidades produzir e tramar– vejam o que o feminismo deu a ela...
Acredito que essa caricatura moderna da mulher já deve está em outras telas, carregadas de cores e de liberdades outras.
Sobre isso deveríamos conversar logo.
Certas notícias, quando são dadas, ainda que esperadas, nós pegam com uma surpresa que magoa ;( . Qual brasileiro que entende o valor de sua gente, não está triste agora?
Nós perguntamos que não poderimos ter feito mais, como, por exemplo, pegar o trem das 6 que passou em frente a rodoviária...
Ocorre que elegemos um presidente anti-humanista durante um governo ilegal (golpista), isso no Brasil tem validade?
Estamos diante da materialização da força de uma elite imaginaria, o Brasil mais uma vez elegeu um governo colonial. Mas, ora bolas, qual foi o Brasil que na história política não tinha um governo colonial? Ein? Blá, já conhecemos essas forças. O que o colono não conhece são as nossas novas armas, vamos apresentar?
Estamos mais forte agora do que sempre fomos, porque enquanto lutávamos contra tudo aquilo que nós agredia, enquanto afirmávamos as nossas identidades, enquanto dávamos gargalhadas de liberdade nas passeatas das cidades, mergulhamos em nós, nós olhamos no espelho, encontramos outros, nós conhecemos e conhecemos um pouco mais de nossa noção. Essa sim é a realidade que nós abraça agora, divina e absoluta realidade, somos nós, é o que somos agora.
O que já conquistamos, é nosso, o que a gente ainda vai transformar, vai ser na ginga, naquela mania de melhorar, de viver, de sonhar, de conquistar, que é nossa, tá na nossa risada. É a vida, o prazer da vida, que sempre motivou o nosso povo a lutar, e olha a gente no centro dessa história!
Fim do quê, fim de nada, vira a página, a verdade é nossa, ela é humana, feita por gente que ama. A gente agora suspira, contempla a alegria dos “vencedores”, não briguem, não digam nada, só observem, chorem, eu sei que alguns vão chorar, eu choraria em silêncio. Mas eles fazem parte dessa terra, que ainda precisa ser educada, nossa missão...
Vamos catalogar os erros de leituras, as ilusões de mudança que o ‘vitorioso’ carrega, agora. Hoje é legitima a injuria, ato humano do singular, próprio do governo que “venceu”.
E eles vão falar, vão desabar, apenas observem, para quem gosta de antropologia e memória, ler o tempo presente no amargo da frustração e do silêncio, fornece um sabor peculiar a maturidade futura, como uma analise que se condensa no fato do envelhecer, do tempo que passa e deixa suas marcas.
Mas pra chegar lá é preciso continuar gingando, vamos gingando, muita rasteira já brilhou no ar dessa dança.
Não vamos esquecer que essa casa grande, enorme, gigantesca, é nossa!
As paragens – parte III
Lá mesmo, no seio da minha terra, o sucesso da má política permanecia. A venda de votos hipinotizavam meus primos com maestria.
Os mesmo perdidos de todo ano ocupavam os tronos. Meu Deus, pensei em sair daquela terra correndo, depois lembrei: para onde mais eu iria?
De mais a mais, as velhas irmazinhas carregavam no peito a incomoda esperança de cair sobre mim, uma desgraça na terra: de deixar de ser lesbica, a de me torna evangelica e me casar com um varão, quem sabe parir uma minininha... riririri
Meu Deus que agonia!!!!!!!!!! Que raiva!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mas fazer o que? Essa é Torrinhas: uma terra cheia de preconceitos e de agonias. Minha terra! Torrinhas.
Estou preocupada com Torrinhas, tem uma galera com uns pensamentos estranhos por lá. Tem homem preto e pobre engrossando a veia pra dizer que vota em Bolsonaro. Vei, eu ouvi isso de verdade. Tem vereador preto e semi-analfabeto politico indo atrás de conversa de coronel, ta f**ando barrigudo... a galera já tem morada. Epá, escurrega lá vai um, ele vota em Bolsonaro também.
Que agonia, que tristeza. O outro engrossa a veia do pescoço pra me dizer que esmola é política e olha pra minha cara de quem tem razão, como é macho, e ainda “é de fora...”, ele vota em Bolsonaro também.
Os outros era um senhor meio vesgo, e um cabo eleitoral de algum coronel, esqueci de gravar o nome da figura.
Não sei porque razão os dois acharam que essa coisa de: “como diz o ditado, quem quiser que vote em Bolsonaro”, era dizer que votar no cara é exercer democracia , gente, era ironia, é uma ironia.
Pelo amor de Deus, o Brasil não é palco de filme de terror baixa onda, não. Gente! Se respeitem! O cara é um louco, e a loucura dele é homicida e anti-social, não existe construir Estado que sobreviva as tantas aniquilações propostas por esse homem.
Enfim, ambos os homens, estavam convencidos que havia esperança de melhoria com Bolsonaro e caminharam lentamente para o abismo do dezessete na rua do dia 07 de outubro de 2018, eu graças a Deus, nem se quer consegui justif**ar o meu voto.
Mas uma coisa me reconfortava, de nenhuma mulher ouvir a loucura de dizer que votaria no Bozo, as que diziam, diziam em tom de zombaria. Fiquei feliz, elas estão pelo menos livre dessa culpa, caso o desastre humano vencesse as eleições.
É serio, estou preocupada com Torrinhas, com as crianças, com os jovens, com as mães, com os idosos, estou preocupada, estou preocupada. As coias não estão boas, muitos estão carregados de falsas alegrias, alguns sorriem com vergonha de chorar. Muitos camuflados. Existem aqueles que não aguentam o peso da coisa e se jogam a inercia, já outros constroem realidades paralelas, a maioria deles usam para isso o álcool, mas existe também o fumo, e a religião.
Perdi a conta da quantidade de programação que os jovens organizaram para o dia das crianças, todos pensado música e coleografia, eles riem muito juntos, rsrsrs.
Eu não fui a nenhuma das festas, gostaria de ter ido, mas me irritaria muito se uma irmazinha insinuasse, no pulpito ou do meu lado, que tinha que entrar pra religião deles.
Isso me irritaria muito, porque esse povo não consegue ver que a nossa presença refere-se apenas ao respeito, a consideração, e o cuidado, e não fraqueza e necessidade de ser o que não se é. É INSUPORTÁVEL ESSA FALTA DE RESPEITO.
É muito triste para mim, todas as vezes que visito a minha mãe, e percebo que ela ainda deseja que eu seja alguém diferente do que eu sou. Mas ela é a minha mãe, ou pelo menos como mãe ela me criou.
Meu Deus, essa estupidez que cultivou a cristandade europeia, é mesmo uma barbarie eterna. Será que um dia, minha mãe vai entender isso? Faço votos.
Enfim, se eu tiver algum recado de professora, mulher, tia, filha, neta, prima, amiga, vizinha, macumbeira, curandeira, sobrinha, para dá ao povo de Torrinhas, meu recado é esse, vota em Balsonaro não galera, vamos instituir outro governo.
Olha, vamos parar de ter medo de coronel, de prefeito, de patrão, de senhorzinho e vamos nós plantar, a política é nossa, quem faz a política somos nós, sem nós não existe essa terra, e essa não é uma realidade vazia, ela é real.
Somos não que pegamos na inchada, que plantamos o grão no campo. No agro negocio, somos nos que morremos esmagados pela soja nos tuneis de armazenamento e produção e também somos nós que substituimos a mão-de-obra morta. As estradas somos nós que calçamos e limpamos, assim como as pratilheiras dos supermecados que recompomos, do chão que limpamos, os volantes que dirigem nas estradas, dos prédios que construímos e etc, etc e tal. Estou dizendo isso porque não podemos nos esquecer dos torrinheses que saíram de Torrinhas e estão aí pelo Brasil espalhado, servindo a tudo quanto é função de preto nesse mundão de Deus. Então, Torrinhas; não vende mais voto não, Torrinhas; não vai atrás de papo de coronel não, Torrinhas; não vota em homicida não Torrinhas.
Porque essa terra é nossa, nós pertence por direito, é nossa! Vamos cuidar bem dela.
As paragens - parte II
Existe algumas formas de aprendizagem e ensino pouco conhecidas no Brasil. As pedagogias negras, que a depender do território pode ser chamado de gingas pedagógicas, pedagogingas, pedagógias quilombolas.
Na casa do boneco aprendi um pouco mais sobre as pedagogingas, durante cinco dias valores coletivos se renovaram e aqueles que a memória mergulhada na normatividade esqueceu, relembrei.
Dentre as coisas boas da experiência, vivi dias de centralidade na realidade e religiosidade negra.
É reconfortavel todas as vezes que temos provas de que a harmonia dos saberes pode existir e se completar mesmo diante da diversidade dos sujeitos.
Menin@s de faculdade, religios@s, artistas e artesãos comemoravam o Ibeji. Não se tratava de alimentar o ódio pelo "branco" como muitos acreditam q deve se dá a dinâmica negra ou indígena, mas como a consciência coletiva podem contribuir para o bem estar do indivíduo e melhorar a realidade negra e indígena, sem deixar de denunciar as ações racistas do "branco".
Da flor que deu uma flor branca ao tempo à muda da árvore que agora está plantada em minha comunidade, tudo foi troca e descoberta.
Não é esse o sentido da circularidade? As trocas, o respeito, o reconhecimento e a valoração do outro?
Conta-me uma forma mais bonita de aprender e ensinar, se não com os "pés no chão".
Espero que a No pé do quilombo e sua pedagogia quilombola, tenha contribuído para o fortalecimento do espaço e dos que lá estavam. De nossa parte estamos grat@s pelos dias compartilhados. Dani Jeje, Jorge Rasta, em nome da casa do boneco, obrigada!
Panafricanismo é uma droga medicinal, eu falo de culanderismo. Da força que nós dá a natureza que cultivamos, dá importância de cultivar a propria terra.
No fim de cada jornada, aquele que não tem um solo e se ver obrigado a repousar em terra alheia, nas descansa em si mesmo, mas na necessidade e na obrigação do acolhido.
Nenhum resultado mágico, foi capaz de apagar em mim a saudade de casa, a saudade de mim, de Daniela.
Seria muito feminista dizer q pq sou apenas uma mulher e por isso muitos me atravessam? O fato é que sou apenas uma mulher e muitos me atravessam.
Sei de minha mãe e da necessidade da mãe de ver a filha sobreviver, tudo mais além disso tem me tocado sem cuidado.
Falando francamente, me sinto rompida. Não que minha existência tenha se quebrado em vários pedaços, esse pequeno diamante que carrego no peito é tão forte quanto raro, estou rompida pelo ventos e tempestades de palavras e doutrinas que bebi amargurada pela vida.
Pelo fascismo social que nos rodeia e nos condiciona a debilidade e a marginalidade, fascismo nosso de cada dia - os médicos precisam de doentes, a polícia do marginal.
Comecei um trabalho não sei quando e nem porque - tô perdidinha rsrs.
Trabalho de resignif**ação socio-cultural pq alguém nos falou da ancestralidade q chegou em Brasília e guiava os quilombos a liberdade.
Mas havia a necessidade de caminhar por outras terras. Eu fui. E com o tempo e muito cansada resolvi voltar pra casa, voltei sozinha, com os pés no chão e nas mãos uma muda de copaiba que ganhei de presente na terra onde Exu me ajudou a afogar alguns nois.
Trouxe com ela a esperança de vê-la crescer e q um dia seu óleo apagar as marcas de tiririca q ganhei na estrada.
Eu fui tudo nas terras q não eram minhas, da demente a rainha, eu queria ser alguém q vivia entre eles.
Ainda ontem irmãos me convidaram a mudar de comunidade, a esquecer a minha carne e minhas necessidades, tão minhas q somente eu as conheço, para viver a "minhanaovida" seria deslumbrante, luzes e rasteges, mas de mim, mesmo, ele gritava alegre - eu não sei de nada. Eu ria, depois chorei sozinha.
Outro irmão, o macho varão, resolveu q eu estaria melhor na sua boiada, uma leiteira, a vaca. Disse que eu não fiz nada de "real" e pererê e boca torta, depois se entortou todo, o hetero, o ereto boiadeiro, e foi embora. E aqueles q queriam me resposta "contra a parede" me perguntavam: quem é vc Daniela? Um macho te acusa de revolta!
Seguiria eu nessa boiada? Não, eu não sou vaca, e se de mim ninguém sabe de nada, eu só posso concluir q estou sozinha.
Sozinha construi um pensamento, chamei de epstemologia, julguei q esta seria capaz de fazer florescer outra teorias. Mas é isso, fiz tudo sozinha, desconhecida e sozinha. Eu falo do "outro" e do espelho, do sistema mundo e de um Estado Novo.
E do que eu falo eu não aprendi em nenhum terreiro de candomblé, em nenhuma igreja evangélica, faculdade, universidades e/ou outros espaços de vaidades. Eu aprendi em Torrinhas, e por onde eu passei, dividi um pouco do que tinha.
E horroroso, para mim é horroroso ver meu trabalho sendo atravessado, desrespeitado. Tem os meninos que querem ser maiores do q são; as mães q educam a própria ganância; alunos q se perdem pq descobrem q podem ensinar; homens q prostituem as mulheres e suas ideologias, mulheres q de tão carentes se deixam enganar (eu fui uma destas).
E eu me pergunto por que continuar. E me convenço q continuo pq ainda estou perdida.
Eu preciso sobreviver, e antes q o leão q guarda as fronteiras me devore com a fome da p**a que goza para se vingar do cliente e depois parte com a vida paga, vou f**ar aqui por minha terra, recomeçar da terra de ninguém de onde partir.
Se alguém comeu um fruto bom, destes q distribui no caminho e quiser provar mais da esperança do Estado Novo q tem seu sabor, tô por aqui, com os frutos, e precisando de muita ajuda, pra mudar um monte de coisas por Torrinhas. Sejam bem vindos a Torrinhas.
As paragens - parte I
Existe a minha terra - Torrinhas, e existe as várias terras q tb são minhas. Um dia a minha certeza me confirmou isso. Tá confirmado.
Toda irritação q carrego qd essa certeza é questionada, mora no respeito q tenho pelo ventre de minha mãe, q me ensinou: a sua terra é Torrinhas.
Nas vidas q carrego, muitas vezes, e ainda hj, esse pertencimento foi barganhado por outros (Exu, isso me deixa irritada).
Por conta disso, muitas relações e frutos bons foram abandonados no caminho.
Eu luto contra minha vaidade e vaidosos me rondam. Eu luto contra as vaidades.
Não quero mais despedaçar frutos bons e preciso de boas sementes pra levar pra minha terra, abençoada e carente terra, por tantas vezes atravessada (Exu, eu sigo irritada).
Preciso me concentrar na liberdade,
preciso de muitas liberdades,
por isso pisarei em várias terras (quem tem irmãos, tem muitas terras),
mas só carregarei o nome das terras q respeitam mainha,
preciso da união das muitas terras, pelo bem de Torrinhas.
É como diz o ditado:
Quem quiser que vote em Balsonaro🤐🤐🤐
Próximas paradas da No pé do Quilombo:
Torrinhas
Caxute
Pedagogingas
Nos vemos lá?
😘😘😘
Vanessa Da Mata - Gente Feliz (Sinceridade) [Videoclipe] ft. BaianaSystem
https://youtu.be/BP9fSTefQu4
"Gente feliz não se incomoda com os outros
Cada um tem sua maneira de existir
Se cuide para não f**ar amargurado
Não seja o tipo que reclama e f**a sentado
Há problemas sim, sem beijo na boca...
Sem solução mágica, vamos trabalhar!!!!"
Vídeo Oficial de "Gente Feliz (Sinceridade)" de Vanessa da Mata com participação de Baiana System. Ouça a faixa via streaming: https://SMB.lnk.to/GenteFeliz ...
Gonzaguinha - Explode Coração, Simples Saudade, Sangrando, Amanhã ou Depois, Achados e Perdidos
POR UM ESTADO NOVO
Eu não sei de fato, tudo. O que é tudo, o que foi tudo, como se deu tudo. Eu sei dos meus saberes e sei que neles cabe, sensações, intuições, revelações.
As coisas se revelam, não pq são grandes novidades, mas pq são meras repetições de tendências, toques, vicio que acumulamos coletivamente em nossa trajetória individual. Eis a chave do mistério, ela é a chave de um museu, e o museu se chama: o circo das coisas novas. É fantástica a viagem nesse circo.
Sabe os circenses? São artistas maravilhosos, oxalá, um dia aprenda a arte do circo. Acho que chegaria a plenitude da existência artista, em cima de um picadeiro, vestida de palhaça, despertando sorrisos e reflexões de uma plateia mista, miscigenada, criola, diversa, sei lá, qualquer coisa que represente uma plateia humana, feitas de mulheres, homens, velhos, adultos e crianças, sujeitos de vários mundos, sujeitos de uma comunidade.
Eu sou de comunidade de quilombo, sou quilombola. Eis algumas certezas que mantenho sobre mim e logo falo o pq vos falos sobre elas:
1. A minha mãe me pariu no dia 06 de janeiro de 1982 às 8:40 da manhã;
2. Eu nasci numa quarta-feira, mas meu dia preferido da semana é o sábado;
3. Sou lé***ca, uma sujeita homossexual que se relaciona com pessoas do mesmo s**o;
4. Eu me relaciono com mulheres não pq experimentei o s**o prematuramente na infância e de maneira repugnante, com meninos, mas pq as mulheres são as sujeitas que eu amo e desejo para o s**o e para a vida;
5. Eu desejo o controle toda vez que participo de atividades com múltiplos sujeitos;
6. Eu não sou uma sujeita controladora, mas controlo as situações com o fim de reducar sujeitos;
7. Eu nunca tenho o controle total das situações.
Eu não sei de fato, tudo. Mas sei de um Estado de coisas que eu posso mudar, com o poder da palavra, com o poder da didática, com o poder do respeito e do cuidado. Eu sei que estou num Estado onde é permissível que o sujeito se autodefina, mas sei que estou num Estado em que o sujeito que defini as próprias identidades é obrigado a carregar os jugos destinados a aquelas identidades.
E eu me autodefino quilombola; filha de dona Valdelice e seu Agnelo; negra; mulher; lé***ca; doutoranda, feminista, liberal, de esquerda, maconheira, inteligente, estudiosa, honesta, fêmea, professora, artista, atrevida, ar**ha, cobra, águia, arpia, serei e gorila, sim, eu sou Daniela do Rosário. Eu me defino assim.
Como não acabar me perdendo depois de beber essa mistura servida pela minha avó. Lembra a minha avó? A morte? Ela dizia que seu eu bebesse essa mistura, contendo todas essas identidades, mesmo que me perdesse um dia, eu sobreviveria. Bem... eu bebi... foi minha avó que mandou, e eu bebi.
E eis-me aqui, não morta, não perdida, não acompanhada do mal, eis-me aqui.
***
Quando eu nasci, em 1982, o Brasil experimentava uma coisa chamada ditadura, eram os últimos anos, aquele processo estava perto de rachar. Como uma criança que acabara de nascer, não sou uma fonte oral ou de qualquer ordem, em relação aquele momento histórico, mas imagino que devem ter sidos anos tensos, os anos de 1982 a 1984, para aqueles que participavam da politica e dos protestos ativamente, creio que sim.
Já no meu mundo, onde os sujeitos são sempre marginais e estão sempre a margem de tudo, havia um estado de “paz armada”, poucos sabiam falar o que estava em jogo; quem jogava o jogo da ditatura; se de fato algo havia mudado. Mas sabiam que havia uma enorme possibilidade de tudo piorar mais ainda. Logo cedo descobrir que para nós sempre existe um modo de piorar mais ainda.
Os anos que se seguiram pós-ditadura, eram confusos pra mim, haviam os rebeldes sem causa, a falta de leite que levava minha mãe, eu e meus irmão para fila do posto para pegar a mistura em pó do substituto alimentar distribuído pelo governo, e a mistura química em pó de soro caseiro, para tomar nos casos de diarreia ou cólera. Havia muitos casos de diarreia e cólera naquela época. Mas houve momentos piores para outras gerações como a de meus pais. Quando meu irmão casula foi se vacinar da BCG, alguém me explicou que no seu braço f**aria uma Marca, uma marquinha, como a que eu tinha no mesmo braço, consequência da vacina que nos livraria do sarampo e de outras doenças mortais.
Na escola eu aprendia que no Brasil não havia sarampo antes da chegada dos portugueses na terra dos índios. Terra de vera cruz, foi o primeiro nome dessa terra, dizia a professora. E eu não entendia pq se era o primeiro nome daquela terra, “terra de vera cruz”, pq foram os portugueses que deram? Mas isso era história de outro tempo, e agora eu me divertia assistindo o desenho animado de Jackson Fiver, à tarde, quando voltava da escola, comendo cavaco que mainha fazia na merenda pq não estava trabalhando.
A data do meu nascimento é tão magica quanto à magia da germinação e do parto perfeito que praticou a minha mãe quando me deu a luz. Já a minha dificuldade de comemorá-la, isso eu devo ao mundo, e as perguntas sem respostas.
Mas acho que já não caibo num mundo sem respostas, quero ouvir vozes que respondem, e está do lado de pessoas que resolvem. Tenhamos uma boa doze de positivismo histórico nesse momento, afinal estamos no tempo presente. Cabe! Deve-se existir! Fatos e fontes oficiais e confiáveis, que traduzam as verdades, deste momento social e histórico.
Fico curiosa deverás, enquanto historiadora e pesquisadora, no que seria viver um Estado de ditadura, mas me ocorre de imediato que ainda existe a esperança de um dia visitar a China ou Cuba, aprendo por lá, nesses regimes diferentes e inevitavelmente indutores e induzidos a opressão. No fundo meu desejo desperta uma curiosidade mais nobre, ao mesmo tempo que instiga, não só a historiadora e pesquisadora, mas também a professora e mulher negra.
O desejo de ver nascer um novo Estado, que experimente a justiça como base de uma estrutura que tenha como corpo diretor: a educação, a pesquisa e o desenvolvimento nacional. Que componha sua política interna a partir dos sujeitos que sustentam o Estado, a partir de seus muitos representantes. Um Estado de fronteiras abertas as boas trocas que podem ser feitas no transito entre os diferentes mundos.
Por esse Estado desafiaria a legislação brasileira, me lançaria a candidata a presidência da republica, mesmo sem ter “experiência politica”, nome desse ideal. Faria isso se não fossem tão profundas as dores que o jugo desta autodefinição atrairia; faria isso, se não fosse maior o medo de acabar como uma palhaça sozinha, me apresentando num picadeiro vazio, para uma prateia ausente.
E mesmo de se rir, tanta pretensão. Considerando toda conjuntura que envolveria a proposta. Da primeira vez que falei isso para um “preto”, ele riu, e depois riu mais um pouco... eu rir de tristeza. É verdade, certas verdades doem.
Tenho cá comigo uma leve impressão de que é preciso mais que experiência politica para reger uma nação, mas que títulos acadêmicos para reger uma nação, mais que status para reger uma nação. Digo isso baseada na nossa história política, na história política do nosso país. Todos os governos prometem melhorias para a educação, saúde, trabalho e etc. São promessas de homens estudados, experientes, confiáveis... e o único que conseguiria de fato, tal êxito, morreu no ar e se perdeu no mar.
Acredito que para se reger uma nação, é preciso se conhecer o país, e governar para ele. Para a sua gente, que é tão diversa e chora por mais que pão, por mais que água, por mais que circo.
Eu juro! Tenho um plano de governo, tenho propostas para a reforma constitucional, projetos educacionais que envolvem o mapeamento cultural de todo o território e experimentações, projetos de sustentabilidade que envolve o estimulo ao desenvolvimento de competências socioeconômica de indivíduos de diferentes classes sociais. Eu prometeria um novo Estado.
***
Está pagina, No pé do quilombo, faz parte de uma tese aberta que comecei desenvolver fora da academia e que agora se entrelaça com a tese que desenvolvo no centro de pesquisa Étnicos e Africanos da Universidade Federal da Bahia, como era de intenção desde o inicio no projeto. As discursões que fogem a regra normativa da escrita acadêmica, envolve parte das questões estruturantes da socioeducação brasileira.
Com o encerramento do primeiro semestre do curso de doutorado pretendo transcender as discussões teóricas para campos aplicados dentro e fora da acadêmica e onde for cabível, dentro do território nacional, discuti os conteúdos que os textos dessa página suscitam. Preciso acreditar na possibilidade de um Estado novo, onde o estudo aplicado de didáticas educacionais que prezem pelo respeito, dignidade, solidariedade e amparo sejam praticas possíveis, signos cotidianos, diluídos num fazer consciente, multi-racional e identitário.
Embarcamos na nova etapa utópica, incertos sobre o futuro e suas coisas, mas mantendo a fé, a justiça e a comunidade no coração.
Lutemos pelo direito ao Estado novo.
https://youtu.be/FPKDfvoEJO8
Gonzaguinha - Explode Coração, Simples Saudade, Sangrando, Amanhã ou Depois, Achados e Perdidos, Pequena Memória para um Tempo sem Memória. Série Grandes Nom...
Da solidão de "hoje"
(Parte II)
Como poderia partir do nada ao tudo sozinha? Minha maldita companheira ( a solidão), ja nao quer mais me acompanhar. Meu pedido:
- fique.
Ela diz:
- preciso ir.
Se ela for, com quem seguirei?
Inda Oirasor. 2018
A solidão de "hoje".
"Hoje" alguém veio me cumprimentar. Tenho quase a impressão que me convidaria pra almoçar. Eu apenas pensei, nada se confirma.
Houve apenas monossílabos trocados entre velhas conhecidas que já não se conhecem. Eu estava com fome. Lembrei da antiga fome que senti num tempo recente, mas passado. Dos apelos que fiz a pessoa, com o fim de amenizar a fome, eu pedia a ela, emprego... lembrei do silêncio dela.
Eu almocei sozinha, eu e uma mulher que encontrei na entrada do restaurante. Nos almoçamos sozinha. Eu e ela estávamos só, naquela refeição.
Inda Oirasor. 2018
DECOLONIALIDADE
Substantivo masculino.
Conceito falacioso criado por “brancos” para continuar justif**ando as aberrações racistas e preconceituosas que sempre cometeram.
Etimologia (origem da palavra decolonialidade). Do latim: colonio/sacana branco.ii.
Sinônimos de decolonial
Decolonialidade é sinônimo de: “branco” dissimulado/ alguém que não quer se esforçar em ver o “outro”/ alguém para quem o outro é um instrumento para: conseguir, entender ou manter um status ou conhecimento.
Definição de decolonial
Classe gramatical: substantivo masculino
Separação silábica: de-co-lo-ni-al
Plural: decolonias
Feminino: Abre o olho maloqueiro/maloqueira, quando a gente avança, os “brancos” encontram um novo termo para continuar a ser quem são com respaldo teórico, e o que é pior, ainda ganha fama e dinheiro em torno da questão.
Como agir diante do termo: Dê de voadora / não perca tempo discutindo branquitude / valorize as teorias negras / seja um descolonizado: esse é um estado em ascensão.
No Pé do Quilombo
Dia desses fui assisti uma sessão do projeto "dialogo com presidenciáveis", promovido pela pro-reitoria da UFBA (Universidade Federal da Bahia), mas precisamente no dia de do que constava na nossa lista dos pre-candidatos a presidência. Segue impressões:
- (Replay)
- Demorou... 😡
Lula está preso, enquanto preso não pode ser eleito. Mas os eleitores de Lula votam, não votam?
😉🤓
Lula, “seria o candidato mais bem preparado para assumir a presidência do país, nesse momento de golpe”, mas antes mesmo de sua prisão ter sido decidida, já estava decidido quem não seria @ s@u vice-presidente(a).
1 - Vivemos em um golpe!!!!!
Já sabemos...
2 – O Estado atual é misógino!!!!
Já sabemos...
3 - negr@ sofrem mais!!!!
j-á s-a-b-e-m-o-s...
Tinha por volta de oito anos de idade quando comecei a prestar a “atenção na conversa de adulto”, um dos assuntos que mais me interessava era sobre política, era uma conversa que estava em todo lugar, cada um dizia uma coisa, e tinha o bom e o mal, tinha também aquele que morreu, mas se não morresse salvaria a nação... eu vi na televisão, eu vi na televisão,
- painho, eu vi na televisão!!!
Haviam umas propostas que meu pai achava loucas, ria toda vez que aparecia, e dizia, coitado, ele é maluco, nunca vai conseguir isso, eram ideias como as do finado Eneas, lembram do Eneas?
-e olhe que ele nunca foi presidente...
Haviam também as ideais convincentes como as de Fernando Collor de Mellor, que ganhou as eleições 1990. Um período ainda marcado pelas rupturas sociais e econômicas que provocava o fim da ditadura, período contemporâneo ao tempo presente.
Mas vejam bem, sempre havia proposta, esse era o bom da discussão, e painho concordava com um, e seu Zé tinha simpatia por aquele outro, mas no fim todos concordavam que: até quem tinha aquilo roxo, roubava. Eu lembro do Chico Anísio e os Marajás...
E o pedreiro do meu pai... (meu era pedreiro/ tenho pra mim que ele queria ser engenheiro/ meu pai tem uma letra bonita...) meu pai ria manso, ele até votaria em um Lula da vida, mas esse negócio de que a televisão f**a falando que ele é comunista.
Putiz, meu pai não ia perder o pouco do que construiu, literalmente com as próprias mãos, ou seja, a casa e o puxadinho que ele alugava, para alimentar as ideias comunistas de alguém, que achava, que ele tinha que dividir a casa dele com que não fez nada... oxe!
Anos depois ele se sentiu livre o suficiente para votar em Lula. E em outro momento discutimos porque minha candidata a presidência da republica era Maria Helena do PSOL.
Pois é, esse meu sonho de ver um Estado regido sobre bases feministas de esquerda é antigo, acho que é essa necessidade que o Estado brasileiro tem de ter finalmente uma mãe, alguém que o cuide, eduque e guarde. O Brasil tem tido padrastos exploradores.
Nunca fui fiel a um partido, sabe-se lá quando o Brasil vai precisar de um PSOL, PT, PCdoB e por que não dizer, DEM, dá vida. De onde venho, somos fieis a nossa sobrevivência e até o menor conhece a lei.
Não, não é verdade essa história de que qualquer um de nós pode ser presidentes do Brasil não, não, não é... Pois se hoje não se cobra uma quantidade mínima de farinha, cobra-se “experiência política” daquele que será candidato a representante da nação, qual sujeito oriundo de grupos de minoria, no Brasil, goza nesse momento, da “experiência política” necessária para se candidatar ao cargo? Quantos?
- Exemplos... alguém tem exemplos? Algum exemplos?
- ninguém... 😡😡😡
Essas questões ninguém leva como dado quantitativo da situação dos sujeitos de minoria no Brasil, para dentro de suas palestras. Tô falando daqueles sujeitos que ingressam na graduação a partir dos 30 anos, hoje quantidade signif**ativa na UFBA, por exemplo; daqueles que ao encontrarem uma oportunidade disparam em direção a uma vida melhor; dos que carregam a força daqueles que precisaram abrir a porta para violência, todos os dias, em troca de mais um dia de esperança.
- Falar do menino que fuma é fácil... difícil é desarticular as milícias do Rio de Janeiro.
- O que vocês fariam com relação às problemáticas levantadas acima, candidatos???
- Mas por favor, é para responder a pergunta, né para falar que: “existe uma carência de representantes sérios de grupos de minorias nas esferas de governo”, não, não vem com essa resposta não! Disso nós já sabemos! Os porque também. Como se pretende mudar isso, essa é a pergunta.
Como se pretende mudar o Brasil? Que pacote de medidas é esse que está de posse da esquerda brasileira e que nunca é apresentado de uma maneira objetiva, estruturada; elementos que pertencentes a um dito projeto; que de alguma forma está vinculado à figura de um prisioneiro político; e a representantes de esquerda com longas carreiras políticas e pouco contato humano com o povo que, de fato, sustenta o país.
Porque Lula continua na cadeia? Pergunta-se a esquerda que apoia o Lula, toda a esquerda brasileira, uma parte da direita que agora também já apoia o Lula, e a maior parte da população brasileira. Essa grande massa, massa suficiente para mudar qualquer governo e Estado, está olhando para o céu e perguntando as estrelas, porque Lula ainda está preso?
Se esse exercito não é capaz de desmontar a prisão federal em que se encontra Lula e um supremo tribunal dirigido por Sergio Moro
- Moro acha que é filho do diabo, só veste preto... ele acha que é...
Se esse exercito não tá derrotando um projeto de lúcifer, então precisamos admitir que talvez a melhor opção para o Brasil, seja mesmo o Balsonaro, quem sabe o pastor não faz esse exorcismo na nação?
- Enfim...
-Lula recebeu uma proposta, esses dias, de ser solto caso desista de se candidatar a presidência, foi isso? Tomara que ele tenha gravado, tem tempo que os golpistas já se sentem tão à vontade no governo que nem se preocupam em produzir provas contra eles próprios... que frenesis esse momento politico brasileiro, aí mainha se eu pudesse ser candidata a presidência esse ano! Aí Jesus!
Mas eu não posso não. Dias desses fiz uma pesquisa e descobrir que eu, cidadã brasileira, não posso não 🤐🤐🤐!
- Mas cá pra nós, qual partido apoiaria uma fugitiva da
caixinha, ein?
- Deixa ela sonhar, ka-ka-ka (amiga... 😘😘)
Deus salve a nação!!! Grita o rei/o dono do mundo, quando o mundo que construiu, desmorona abaixo de seus pés, historicamente é assim, na história da Europa que aprendi na escola, era assim...