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QUARTO PASSO

"Fizemos um profundo e destemido inventário moral de nós mesmos."

Estávamos conturbados, imersos em completo caos em nossas vidas.
Permeados por uma marcante culpa, excessiva cobrança, vergonha e ressentimento. Aprisionados e trancafiados à sete chaves ao nosso passado. O quarto passo surge como uma luz no fim do túnel, iluminando uma possibilidade de mudança nos rumos de nossas vidas e de libertarmo-nos dos destroços do que veio antes.

O quarto passo é uma auto-avaliação criteriosa e detalhistas de todas as minúcias de nossos passados. É sugerido que seja feita por escrito, o mais extensa possível, contendo todos os fragmentos inter-ligados de nossas vidas. É uma espécie de auto-biografia em que praticamos um dos quatro princípios básicos que edificam o alicerce de todos os demais: a HONESTIDADE.

Muitos consideram este passo como um dos mais difíceis e complexos. "Podemos temer que o contato com nossos sentimentos vá detonar uma insuportável reação em cadeia dd dor e pânico", diz o Livro Azul, pg. 34. A verdade é que a dor pode ser um fator que motiva a recuperação, relacionado ao aprendizado oriundo da mesma.

Temos de ser assertivos e imparciais. O passo quatro não é uma confissão do quão horríveis fomos. Antes, é uma relação dos acontecimentos e a interpretação pessoal que deles advém, colocando-os tanto em aspectos positivos como em negativos. Precisamos expor nossa responsabilidade pelos fatos, mas uma auto-cobrança exagerada só vai reforçar os sentimentos de culpa e vergonha, atingindo assim resultados opostos aos esperados, dado que o objetivo deste passo é a libertação de todos os empecilhos emocionais que comprometam uma mudança em nossos hábitos e modo de vida.

Realizar o quarto passo não significa atingir o patamar de perfeição. Antes, garante-nos a transparência de enxergarmo-nos como seres-humanos com todos os nossos defeitos, falhas, qualidades, virtudes e idiossincrasias.

Tendo completado por escrito nossa auto-avaliação, estamos prontos para o passo cinco, que é a admissão da mesma perante o Poder Superior, perante nós mesmos e perante outro ser-humano - preferencialmente nossa madrinha/padrinho.

Breves comentários acerca do Primeiro Passo de NA.

PRIMEIRO PASSO NA Breves comentários acerca do primeiro passo de Narcóticos Anônimos.

TERCEIRO PASSO

Este é um passo de fé e entrega, em suma. Após a rendição do passo um, e a aquisição na crença em um Poder Superior no passo dois, chega o momento de entregarmo-nos a Ele.

O direito a um Poder Superior é pessoal e irrestrito. Os únicos requisitos básicos para o mesmo é que seja amoroso, cuidadoso e maior do que nós. Por isso, no enunciado está transcrito: "da maneira como nós O compreendíamos".

É uma decisão a qual deve ser profunda, firme e verdadeira. É a decisão de entrega a um Poder Superior, talvez uma das maiores e mais importantes decisões de nossas vidas.

Trata-se de um despertar espiritual, o qual teve princípio no passo dois. Um despertar espiritual proporciona uma visão mais aprimorada da vida. É a transcendência a um estado de consciência superior, que torna a pessoa mais consciente e permite-lhe o processo da vida de maneira inédita e mais excitante. Envolve adquirir-se a consciência de que se é muito mais do que um corpo e uma mente, e que dentro de si existe um espírito, ou algo que está além do que se possa enxergar.

A entrega é muito mais que a simples crença. Exige esforço e contínuo empenho e envolvimento. Poderíamos comparar a entrega a uma viagem de avião: você entrega SUA VIDA aos cuidados do piloto; ou um salto de pára-quedas: você entrega sua vida aos cuidados ao instrutor, confiando que o mesmo tem perfeita capacidade para manejar a aparelhagem de forma adequada e eficiente. Tais ilustrações evidenciam o nível de ENTREGA que devemos praticar para com o Poder Superior de nossa compreensão. É a total e irrestrita entrega, de todo coração, mente e alma, em todas as áreas de nossas vidas.

Livramo-nos da teimosia, cujas características são: má vontade, mente fechada, egocentrismo e total rebeldia.

É necessária a DECISÃO da entrega, dado que fatídicamente falhamos em tentar controlar nossas vidas. Praticamos o passo um e nos rendemos, assim como rendíamo-nos ao uso anteriormente.

O passo três será um divisor de águas em nossas vidas. Abandonamos a incerteza, a insegurança e a falível auto-suficiência. Agora podemos confiar num poder superior de nossa compreensão.

Não trata-se de uma escolha racional. É muito mais algo feito de coração. E a entrega não significa ausentar-se das responsabilidades ou blindar-se das adversidades da vida. As condições e circunstâncias podem continuar as mesmas ou até piorarem; todavia, o que ocorre é uma alteração na percepção dos fatos, uma mudança na perspectiva através da qual se compreende o mundo.

Tendo iniciado com êxito a entrega, que na verdade não é um marco ou evento específico, mas sim um processo, estamos prontos para a auto-avaliação do passo quatro.

SEGUNDO PASSO

Insanidade é cometer os mesmos erros aguardando resultados diferentes. Isto é, achar que usar mais uma vez "não vai dar nada", que é a "despedida", entre outras negações e justificações.

Diante a aceitação da ingovernabilidade sobre nossas vidas e a admissão da impotência realizadas no passo um, transparece um vazio espiritual. É preciso aceitar a ideia de um Poder Superior amoroso, cuidadoso e maior do que nós o qual venha a preenchê-lo, substituindo a prepotência, a autossuficiência e amenizar o estado anterior de total egocentrismo.

O Poder Superior pode ser qualquer ente, qualquer coisa, qualquer instituição, ideal, etc., conquanto atinja os três pré-requisitos básicos citados acima (amoroso, cuidadoso e maior do que nós). Isso favorece uma igualdade sem igual no contato íntimo com Deus, já não mais restringido por dogmas ou cerimônias culturalmente construídas. Cada um é livre para escolher seu próprio Poder Superior e sua própria espiritualidade.

O resultado do uso sempre será, sem exceções, aniquilação mental e física. A dor e o sofrimento, a angústia e o vazio impulsionarão a busca e o derradeiro encontro com o Poder Superior.

Pergunte-se: acreditei que poderia controlar meu uso? Alguma vez me machuquei fisicamente ou machuquei alguém na adicção?

F**a claro que estávamos em insanidade - cometendo os mesmos erros esperando resultados diferentes, sempre negociando com nossas mentes em detrimento do comportamento adictivo.

A doença da adicção engloba mais que o simples uso da substância de preferência. Conforme o famoso jargão: "a droga é só a cereja do bolo". Isto quer dizer que há toda uma estrutura comportamental envolvida, a qual culmina no uso ulterior. Manipulação, negociação, justificação, negação, desonestidade e dissimulação compõem tal estrutura. E manifesta-se em compulsão e obsessão em várias áreas da vida: s**o, compras, entretenimento, jogos, entre outras.

Com a aquisição da crença em um Poder Superior , estamos prontos para o terceiro passo, que é a ENTREGA ao mesmo.

PRIMEIRO PASSO

"Admitimos que éramos impotentes perante a adicção, que nossas vidas tinham se tornado incontroláveis"

Esse é o primeiro passo, um passo essencialmente de rendição. O adicto passa a aceitar que é portador da doença da adicção. Mediante reflexão, adquire a percepção de todos os danos inter-pessoais e biopsicológicos do uso de entorpecentes. Sente remorso, culpa, todavia não há como voltar atrás. É preciso admissão da impotência e da ingovernabilidade ou ausência do controle do uso. Ganha a perspectiva de um novo modo de vida, de sobriedade e espiritualidade (sem restrições impostas por dogmas). Abre um caminho de lucidez e satisfação. Como diz a literatura, a vida não será um mar de rosas, mas qualquer vida é melhor que a adicção ativa. O pior dia limpo é mil vezes superior ao melhor dia no uso.

É preciso evitar em definitivo pessoas, lugares e hábitos que sejam gatilhos ao uso. E é sempre bom lembrar que a doença é progressiva (pode estacionar, mas nunca é retrógrada), incurável (possui tratamento, mas não cura, como a esclerose e o HIV) e fatal (porque pode levar aos famosos 4 Cs - calçada, clínica, cadeia e caixão).

A doença também possui três aspectos: físico (compulsão, que o desejo desenfreado de continuar o uso após a primeira dose), mental (obsessão, que é quando o uso se torna o cento de todos os pensamentos e ações) e espiritual (exacerbado egocentrismo e sensação de vazio crônico).

Tendo se realizado por completo a rendição, se está pronto para o segundo passo, o qual trata da passagem à crença em um Poder Superior, um passo de fé e esperança.

https://youtu.be/W2u7PPick0s Breves comentários acerca do terceiro passo de NA.

Terceiro Passo NA Breves comentários acerca do terceiro passo de Narcóticos Anônimos. "Decidimos entregar nossa vontade e nossas vidas aos cuidados de Deus, da maneira como nó...