LPC Psicologia - psicóloga clínica junguiana

LPC Psicologia - psicóloga clínica junguiana

Lilian Garcia de Paula Cintra - CRP 06/77515 - é psicóloga mestre em psicologia clínica junguiana Lilian Garcia - CRP 06/77515

Clínica psicológica - Psicóloga Junguinana mestre pela PUC SP e especialista em abordagem junguiana.

Photos from LPC Psicologia - psicóloga clínica junguiana's post 15/07/2024

Novo espaço homeoffice. Meu mais novo lugarzinho de atendimento online e estudo ❤️💻📖❤️

03/07/2024

Tempo da flor de maio florescer por aqui, quase sempre em julho. Até a natureza atrasa, rsrs. Precisamos respeitar nosso tempo e acolher quem somos... aí está essa florzinha que vem todo ano me lembrar disso!

07/06/2024

Problemas respiratórios e a psique - pensando a expressão física da doença como sintoma de algo desarmônico em nossa vida, visto que um corpo não adoece à parte de sua consciência, nem vice-versa,  proponho pensarmos no possível signif**ado da dificuldade respiratória.

Segundo Dethlefsen e Dahlke em "A doença como caminho", a respiração está diretamente ligada ao tema relação e vínculo. Respirar nos faz ligado ao todo, todos respiramos o mesmo ar. Além disso,
precisamos do externo pra nos manter vivos, não nos bastamos.

Assim, podemos entender que a dificuldade de respirar tem a ver com dificuldade de contato com o outro, ou mesmo, com vinculos complicados. Outro ponto é que, assim como o bebê se torna independente ao dar o 1° suspiro fora do ventre materno, problemas respiratórios podem ter a ver com dificuldade de se lançar ao novo.

Medo do novo, duvida, dificuldade de fazer ou manter vinculos ou na relacao com alguem importante pode gerar a sensação de falta de ar.

Aceitação, contato, entrega, coragem são aspectos que precisam ser repensados por pessoas quando percebem esses sintomas.

Por: Lilian Garcia de paula Cintra- CRP 06/77515 -

27/05/2024

Conceito junguiano de sombra:

O arquétipo da sombra abarca tudo que consideramos inferior e inaceitável em nossa personalidade, aspectos que são reprimidos da consciência, além daquilo que não damos importância e não desenvolvemos em nós mesmos. Assim, ela contém tanto questões desagradáveis quanto potenciais de nossa personalidade não abarcados pela nossa consciência.

Como todo arquétipo, então, carrega em si aspectos contraditórios. Aquelas qualidades desconhecidas podem nos auxiliar a ampliar nossa consciência e  nossa energia criativa. Pode aparecer em sonhos e mitos como escuridão, monstros, animais rastejantes, figuras humanas muito diferentes do sonhador, lugares sombrios.

Quando trazido à consciência, o material da sombra perde muito da sua natureza negativa, deixa de provocar medo, já que não é mais desconhecido abrindo a porta para o autoconhecimento e nos apontando nossa verdadeira essência.

Perceber a sombra implica em questionar a maneira como cada um se enxerga, seus hábitos, crenças, valores, o que gera medo e insegurança. Traz conflito na personalidade vigente, já que é necessário abarcar dois opostos, mas leva ao crescimento, faz parte do caminho de individuação da pessoa.

Também podemos perceber essa mesma questão na cultura, ou seja, a integração de aspectos da sombra cultural também permite a possibilidade de se questionar a forma como se vive e, por diversos momentos, essa integração se fez amplamente necessária como ao entender aspectos sombrios que levaram ao Holocausto, por exemplo. A obra Aspectos do Drama Contemporâneo ([1946] 2007), volume X/2 da obra de Jung, traz um olhar sobre esse momento histórico.

Integrar aspectos da sombra permite à pessoa uma maior consciência de si mesma, um contato com sua verdadeira essência e mais energia e autonomia em sua vida.

Por: Lilian Garcia de Paula Cintra- CRP 06/77515 -

Photos from LPC Psicologia - psicóloga clínica junguiana's post 29/04/2024

Influência materna/ paterna segundo Whitmont em "O Retorno da Deusa", 1981, ed. Summus:

" Podemos dizer, em geral, que a mãe natural representa o arquétipo da vida em toda sua amplitude. Portanto, inconscientemente, mãe é o mesmo que deusa. Quanto mais a mãe tiver tido uma atitude provedora e acolhedora, mais a deusa será vista em suas qualidades propiciadoras da vida.

As figuras parentais do início da nossa infância são, em maior ou menor grau, uma representação ou uma distorção dos grandes arquétipos universais. Portanto, também nossa apreensão básica do arquétipo do deus-pai pode variar do severo poder julgador ou do esteio moral de um Jeová até a anarquia ou a confirmação da vida de um Dionísio, dependendo do tratamento que recebemos de nossos pais" (p. 163)

Por: Lilian Garcia de Paula Cintra - CRP 06/77515 -

15/04/2024

Mulheres Persefones segundo o livro A Deusa Interior de Jennifer e Roger Woolger (2005), ed. Cultrix:

"Como mulher medial, a maior dificuldade de Persefone é que, via de regra, ela tem uma estrutura frágil de ego - ao contrário de Atena, Artemis e Hera [...]. A mulher-Persefone é,  portanto, facilmente suscetível a ser sobrepujada quando conteúdos vindos 'do lado de la', isto é,  da sua mente inconsciente (e que seriam tradicionalmente denominados 'espiritos'), a avassalam." (P. 182)

"Infelizmente,  a maioria das mulheres- Persefone crescem com pouca ou nenhuma perspectiva de suas caóticas experiências interiores e consideram-nas mais uma maldição que um dom[...]
Para muitas persefones modernas, a realidade nua e crua da vida é que ela tem que agir e viver em 2 mundos igualmente inospitos: o mundo frio e imprevisível do inconsciente e o incompassivo e alienante mundo real. Por correspondência,  a estrutura de sua personalidade também é dúplice: uma máscara exterior inocente e bem adaptada; e uma outra vida rica e intensa, da qual poucos chegam a saber, cujo signif**ado será pra ela um perpétuo tormento enquanto não se decidir a enfrentá-la".(p. 187/188)

"A Persefone madura que retornou de sua jornada vive de algum modo além do mundo comum, ainda que permaneça em contato intimo com ele [...]. Em sua forma completa, ela reúne em si o início e o fim do ciclo da vida, o nascimento e a morte. De maneira que, mesmo quando anciã, ainda preserva a própria juventude; e, como uma jovem iniciada, traz consigo  a jubilosa sabedoria dos anos." (P. 206)

Lilian Garcia de Paula Cintra- CRP 06/77515 -



*imagem em https://fantasia.fandom.com

Photos from LPC Psicologia - psicóloga clínica junguiana's post 03/04/2024

Em 2004 finalizei meu TCC sobre o tema da violência domestica, tendo como foco da pesquisa entender como apareciam as queixas relacionadas a esse tema na clinica-escola da Universidade Mackenzie,  onde cursei psicologia.

Na época, dos 40 casos pesquisados, 6 trouxeram a queixa de algum tipo de violência conjugal, sendo que 4 se referiam ao relacionamento atual. Desses 6 casos, somente 1 mulher trouxe a violência como queixa principal. Em todos os outros casos, a violência apareceu como queixa secundária ou parte da história (nesses casos, a paciente não percebeu a violência como problema).

A principal forma de violência descrita foi a psicológica, seguida pela física. Bom, estamos em 2024, exatos 20 anos passados dessa pesquisa, será que o perfil mudou?

Hoje se ouve falar mais sobre violência intrafamiliar, a mídia abriu espaço pra essa discussão, comportamentos ditos normais antes, hoje se sabe que não são aceitáveis. Mas, na prática, será que difere tanto assim de 20 anos pra cá?

Na minha prática clínica posso assegurar que o tema da violência continua bastante presente e nem sempre consciente, ou seja, muitas vezes a pessoa demora a perceber que o relacionamento é abusivo ou que determinado comportamento caracteriza um tipo de violência.

Acredito ser um tema muito presente e de necessária reflexão. Por: Lilian Garcia de Paula Cintra - CRP 06/77515 -

Photos from LPC Psicologia - psicóloga clínica junguiana's post 14/03/2024

Sanford, em seu livro "Destino, Amor e Êxtase", ed. Paulus, 1999, nos apresenta algumas deusas gregas menos conhecidas, menos estudadas, provavelmente por trazer uma compreensão mais ampla da vida, menos relacionada ao desenvolvimento psíquico individual. 

"Essas divindades personif**am realidades arquetipicas que prevalecem mais na vida propriamente dita do que nos seres humanos e na sua estrutura psíquica.  Precisamos compreender que os arquétipos são padrões vivos de vida e energia que existem não apenas na psicologia das pessoas, como também em toda natureza e na realidade espiritual. Por conseguinte, quando contemplamos essas divindades menos conhecidas,  também estamos olhando a maneira pela qual a vida, a natureza e o espírito operam" (p. 15)

De leitura fácil, mas profunda, o livro nos permite mergulhar e ampliar a compreensão da mitologia grega relacionando com nossa vida.

Fundamental pra todos aqueles que queiram se aprofundar no estudo da mitologia. Por: Lilian Garcia de Paula Cintra - CRP 06/77515 -

26/02/2024

Uma das coisas mais difíceis quando se está em um processo psicoterapêutico é conciliar mudanças necessárias com as expectativas familiares.

É comum achar que as pessoas que amam aquele que está buscando melhorar, quer tudo que envolve sua melhora e vai f**ar feliz com sua mudança OU que se não f**ar feliz, signif**a necessariamente que é um familar tóxico, de quem precisa se afastar.

Bom, não é tão óbvio assim. As pessoas resistem a mudança, mesmo as boas. Alem disso, essa mudança incide, também, naquelas características consideradas boas, muitas vezes. Aí vem o problema. Ninguém gosta muito de ter limite imposto ou de ver alguém sempre muito, aparentemente alegre, expressando seus reais sentimentos.

São mudanças necessárias,  mas nem sempre serão bem recebidas. Todos precisamos de tempo pra nos adaptar a qualquer mudanca. Não é diferente nesse caso. Por isso a necessidade de trabalhar a resiliência do paciente com relação aos entes queridos.

Resiliência, força e coragem. Mudar não tem a ver só com seus próprios medos e desejos, mas afeta todos ao redor. Entender e acolher essas dificuldades é essencial para um bom desenvolvimento do processo de autoconhecimento. 

Por: Lilian Garcia de Paula Cintra - CRP 06/77515 -

Photos from LPC Psicologia - psicóloga clínica junguiana's post 07/02/2024

Mamãe e o sentimento da vida, 2008, ed. Agir - nessa obra, Irvin Yalon traz alguns casos clínicos fictícios - misturados com fatos reais - onde aborda questões como luto, contratransferencia, relações tóxicas, desejos e afetos, sempre de forma cativante.

Como em todos os outros livros de Yalon, conseguimos sentir sua vivência como analista. Porém, o autor considera esse livro o mais autobiográfico dentre todos.

Aqui deixo um pequeno trecho: " Bem, certamente compreendo que você queira reduzir  a tensão em sua vida e não aumentá-la com novas pressões de tempo e dinheiro.  Isso faz sentido. Mas, sabe, há uma coisa na sua decisão que me intriga.
-Sim, e é?
-Bem, fui muito explícito sobre o tempo necessário e os honorários antes de começarmos nossas sessões.  Não houve nenhuma surpresa nisso, certo?
Halston acenou com a cabeça.
-Não  posso discordar.  O senhor está inteiramente certo, doutor.
- Logo parece lógico supor que há algo além da pressão  de tempo e dinheiro. Será alguma coisa ligada a você e a mim? (...)  Poderia haver mais alguma razão? Conheci muitos pacientes... isso acontece com todo terapeuta... que se esquivaram da terapia por razões que não eram lá muito racionais. Se isso se aplica a você, será que se disporia a verbalizar alguma dessas razões?" (P. 197)

Dica pro feriado. Por: Lilian Garcia de Paula Cintra- CRP 06/77515 -

31/01/2024

A maior parte das decisões são mesmo difíceis de serem tomadas. Grande parte das vezes não conseguimos saber qual é o melhor caminho, nem sempre ele existe, inclusive. As escolhas implicam em renúncia. Daí vem a dificuldade da decisão.

Decidir por um trabalho novo mesmo estando bem no atual; terminar um relacionamento mesmo ainda gostando da pessoa; manter um tratamento que é agressivo; optar por qualidade de vida em detrimento de ascensão profissional; são alguns exemplos de decisões dificeis que precisamos tomar.

Muitas vezes é necessário só decidir e seguir em frente, não temos como saber o que teria sido se optassemos pelo  oposto. Às vezes precisamos decidir e enxergar aquela fase como uma passagem dolorida, mas necessária.  Seja como for, são essas decisões da vida adulta que requerem força, determinação e resiliência.

Não é fácil, mas não fazer o que tem que ser feito tem um preço maior, normalmente. Deixar a vida decidir por você nem sempre é um bom caminho; a chance pode passar. Escolhas são requisitos da vida adulta.

Por: Lilian Garcia de Paula Cintra  - CRP 96/77515 -

22/01/2024

Psicossomática da pressão baixa - a pressão sanguínea se relaciona, segundo Dethlefsen e Dahlke ( 2007) com a potência da relação de um indivíduo com o meio. Dessa forma, uma pessoa com a pressão excessivamente baixa tende a não enfrentar seus obstáculos. Se for um obstáculo muito grande, ela pode até desmaiar, deixando de enfrentar o que se apresenta.

São pessoas que tendem a ter dificuldade em se posicionar, em demonstrar assertividade (a agressividade bem colocada). Por conta dessa dificuldade em expressar o que sentem, desejam e pensam, acabam tendo problemas em diversos setores da vida, em especial, na vida profissional onde se espera essas características.

Se conhecer faz toda diferença, é dessa forma que podemos valorizar pontos positivos e atualizar potenciais. 

Referência bibliográf**a: Dethlefsen, T. e Dahlke, R. A Doença como Caminho.  Ed. Cultrix, 2007.

Por: Lilian Garcia de Paula Cintra  - CRP 06/77515 -

Photos from LPC Psicologia - psicóloga clínica junguiana's post 06/01/2024

- temática presente em várias obras que assisti nesse final de ano.  Mas decidi comentar sobre essas 2: "O mundo depois de nós" e "Carol e o fim do mundo".

O 1° aborda o tema a partir do ponto de vista de cidadãos comuns que não tem a menor ideia do que está ocorrendo, o que aconteceria com qualquer um de nós caso o mundo como conhecemos  estivesse em risco. A surpresa, a negação, o medo, a tentativa de viver alguma normalidade na nova realidade...

Na história de Carol a proximidade do fim do mundo é um fato conhecido por todos , com data certa pra acontecer. Ele mostra como cada um experimenta a sensacao de ter seu mundo acabando.

Na verdade, o fim do mundo acontece diversas vezes nas nossas vidas, cada vez que vivemos um acontecimento muito importante: início da adolescência,  1° emprego, casamento, nascimento de filho... tudo aquilo que faz com que nosso mundo anterior acabe pra nascer um novo.

As vezes, o mundo tem mesmo que acabar. Então, que 2024 seja mesmo novo! 🥂

Por: Lilian Garcia de Paula Cintra-

24/12/2023

Final de ano é normalmente um período sensível. Gostando da época, ou não, as pessoas tendem a refletir sobre os últimos feitos, os desejos não realizados, os problemas não resolvidos. Difícil é perceber tudo que foi construído durante o ano. Pode parecer estranho, mas tendemos a perceber as faltas com mais facilidade que as conquistas.

Vamos, então, fazer um exercício diferente? O que foi feito esse ano? Quais conquistas foram alcançadas? Nossa própria retrospectiva anual é importante. Elaborar metas, rever planos... mas vamos tentar fazer isso de forma mais leve, com menos cobrança. Podemos tentar?

Que esse Natal seja vivido em paz por todos e que 2024 traga novas oportunidades e seja leve!

Lilian Garcia de Paula Cintra - CRP 06/77515 -

12/12/2023

Amadurecer permite perceber que as muitas características que em determinado momento da vida incomodavam, agora é o que torna cada um único.

Permite entender que se alguém suprime alguma característica que não gosta em sua personalidade, perde junto o oposto dela, o lado positivo dessa característica, já que cada qualidade tem seu defeito oposto e vice-versa.

Permite, então perceber que o outro, que é bem diferente de vc, também tem suas questões pra resolver. Entender que não existe uma forma de ser que seja boa e uma ruim, que ser como se é sempre traz vantagens e desvantagens, esse é um dos passos fundamentais pra se entender, se aceitar e amar tudo que representa ser você mesmo.

Conhecer-se traz a possibilidade de dar menos ênfase aos chamados defeitos e valorizar as qualidades.

Lilian Garcia de Paula Cintra - CRP 06/77515 -

Photos from LPC Psicologia - psicóloga clínica junguiana's post 20/11/2023

O livro Mitos de Criação da Von Franz (Ed. Paulus, 2003) traz o olhar da autora para os mitos que, segundo ela, são os mais importantes, já que se referem aos padrões básicos da existência, ao signif**ado da vida. Daí vem a raiz da criatividade humana, do que há de mais coletivo em sua individualidade.

Um trecho pra nos fazer pensar: " Jung narra um sonho que ele mesmo teve quando queria escrever Tipos Psicológicos. Ao longo de muitos e muitos anos ele vieram acumulando o material para o livro e aquilo já tinha firmado muitas pilhas[...]. Como é que ele conseguiria reunir todo aquele material e escrever sobre o que tinha a dizer a respeito dele? Vocês sabem que esse é um dos passos mais difíceis do trabalho criativo.  Ele queria escrever de forma racional para tentar convencer os racionalistas do que tinha a dizer. Tentou e não deu muito certo. Teve então o seguinte sonho: ele viu, num porto, um navio imenso carregado de mercadorias que agora teriam que ser descarregadas. Preso ao navio por uma corda estava um elegante cavalo branco, absolutamente incapaz de puxar o navio. Nesse momento, surge da multidão, um imenso gigante ruivo que empurrou todos para o lado, tomou um machado e matou o cavalo, pegou a corda e, com ela, trouxe o navio até o porto. Depois disso,Jung acordava as 3h da manha, todos os dias, e simplesmente escrevia tudo que sentia ser preciso registrar, num só impulso, mobilizado por um enorme afeto de entusiasmo.  O cavalo branco estava relacionado ao seu plano de escrever um tratado formal e refinado,  o que não era adequado para dar conta da torrente de material que era necessário despejar na consciência.  Isso demonstra como os gigantes não são apenas forças titanicas destrutivas, podem ser muito construtivas" (p. 246).

Trabalho muito interessante para todos que estudam ou querem entender melhor a capacidade criativa.

Lilian Garcia de Paula Cintra - CRP 06/77515 -

30/10/2023

Trecho do livro Memórias, Sonhos e Reflexões (24ª impressao) de Jung, compilado por Aniela Jaffe. Uma das minhas leituras preferidas.

"Muitas vezes me perguntaram qual era meu método psicoterapêutico ou analitico; não posso oferecer uma resposta univoca. Cada caso exige uma terapia diferente. Quando um médico me diz que 'obedece' estritamente a este ou aquele método,  duvido de seus resultados. [....] A psicoterapia e as análises são tão diversas quanto os indivíduos.  Trato cada doente tão individualmente quanto possível,  pois a solução do problema é sempre pessoal.
Naturalmente, é necessário que um médico tenha o conhecimento dos assim chamados 'métodos'. Mas deve evitar o engajamento fixo de um caminho determinado,  rotineiro. Deve-se utilizar com muita prudência das hipóteses teóricas. Talvez elas sejam válidas hoje e amanhã surgirão outras. [...]
O fato decisivo é que enquanto ser humano,  encontro-me diante de um outro ser humano.  A análise é um diálogo que tem necessidade de dois interlocutores." (P.120 e 121)

Lilian Garcia de Paula Cintra - CRP 06/77515 -

Photos from LPC Psicologia - psicóloga clínica junguiana's post 16/10/2023

Livro "Janelas da Mente" de Ana Beatriz B. silva e Eduardo M. Guimarães narra histórias fictícias sobre diversos transtornos. Fácil de ler, um tanto exagerado, suas historias são caricaturas desses transtornos.

Trago um trecho do capítulo Mentes Jogadoras:
"Acho que o problema é mais sério do que vc está querendo ver, Paulinho. Andei lendo estatísticas sobre viciados em jogo. A maioria acha que tem mais sorte que os meros mortais.
Não é possível, Otávio. A Vera não pode ser viciada.
A gente sempre quer acreditar no melhor, Oaylimho. Te entendo. Mas há outro dado estatístico perigoso. A maior parte das pessoas que ganha uma grande quantia acha que pode ganhar de novo. Aí f**a tentando, tentando...
Mas a Vera... putz! O que eu faço?
Por isso que te disse: cuidado pra não devolver tudo pra banca. E é exatamente isso que acontece com a maioria. Se eu fosse você, buscava ajuda médica, psicológica..." (p. 122 ).

Recomendo como leitura de fds. Alguém já leu? Por: Lilian Garcia de Paula Cintra- CRP 06/77515

21/09/2023

Borderline e bipolaridade - semelhanças e diferenças

O transtorno borderline e a bipolaridade (principalmente quando tem episódios psicoticos) tem muita similaridade, por isso é importante entender algumas questoes na hora de diferenciar os quadros.

Segundo o DSM-V, como diagnóstico diferencial entre os 2, cita: " No transtorno borderline, o humor e o comportamento mudam rapidamente em resposta a estressores, especialmente os interpessoais, enquanto no transtorno bipolar o humor é mais sustentado e menos reativo e as pessoas costumam ter alterações signif**ativas de energia e atividade".

Tanto pessoas border como bipolar tem mudança de humor, mas o border muda pra melhor/ pior em minutos, no mesmo dia sem aviso. Já o bipolar tende a ter seu ciclo mais marcado, até pode variar no mesmo dia, mas tende a começar pior e ir melhorando. Seus ciclos mania/ depressão, na maior parte dos casos,  duram de semanas a meses.

Outra questão muito importante é que o borderline tem muito medo de abandono. As relações são intensas e o sentimento em relação às pessoas mudam de amor pra ódio e voltam ao amor muito rapidamente e de acordo com a leitura que fizer do comportamento do outro: estar com ele ou o abandonar. Assim, tendem a ter relações mais instáveis na vida.

Como tratamento farmacológico os 2 transtornos se beneficiam de estabilizadores de humor e antipsicoticos de 2a geração. Mas o mais importante é o acompanhamento psicológico constante pois é através da relação segura estabelecida que o paciente consegue aceitar e entender seus limites e desafios.

Por: Lilian Garcia de Paula Cintra- CRP 06/77515 -

Photos from LPC Psicologia - psicóloga clínica junguiana's post 11/09/2023

- A relação entre a psicologia junguiana, nosso processo de individuação, e o processo alquímico é complexa e requer aprofundamento em seus estudos. Acredito que o livro de Etienne Perrot: O caminho da transformação da Ed. Paulus, 1998, possa ser um bom guia a quem se interessar em compreender melhor essa relação.

Um trecho presente no final do livro: "Há efetivamente períodos nos quais a destruição do mundo anterior é tão total que todo vestígio de caminho desaparece, e em que aquilo que a pessoa acreditava compreender e viver para a obra reaparece na memória como caricatura [...]. Ela se sente excluída e condenada.  Que fazer então, senão sujeitar-se e esperar que a cólera passe? Já seria muito bom se a pessoa se sentisse bastante segura de sua causa para levantar a voz como Jó, protestar sua justiça e argumentar contra Deus.

É verdade que, outras vezes, o simples fato de abandonar-se ao fogo pode atenuar o suplício e fazer sentir a identidade radical do fogo da cólera e do fogo do amor, do inferno e do céu, essas duas faces da divindade [...]. A narrativa sugere um gesto espontâneo, uma adesão amorosa ao suplício que leva à paz." (P. 424/425)

Lilian Garcia de Paula Cintra - CRP 06/77515 -

29/08/2023

morrer "Jung atesta que uma exploração psicológica permitiu logo descobrir numa pessoa de mais de 40 anos o tema da morte predominando sobre todos os outros. Indiscutivelmente é um fator de muita angústia numa civilização como a nossa, que quer conhecer só a vida e o mundo exterior.

Notemos aí uma constatação curiosa de Jung: nas pessoas cuja vida se aproxima do fim, a morte se anuncia, em sonhos, sob aspectos simples, eu diria, anódinos,  não como uma catástrofe, mas como uma viagem, como uma mudança de residência." (O caminho da transformação de Etienne Perrot, Ed. Paulus, 1998. Pág, 36)

Lilian Garcia de Paula Cintra - CRP 06/77515 -

17/08/2023

A culpa é um sentimento tão comum que costumamos não dar importância, mas pode ser bastante incapacitante, nos colocando em um lugar de impotência e paralisação. É diferente de sentir responsabilidade por algo: isso nos impulsiona a agir. A culpa, não.

Para lidar com a culpa tendemos a deslocá-la pra lugares diferentes de onde ela realmente foi originada e onde poderíamos fazer algo a respeito o que leva a comportamentos de autossabotagem ou sentimentos de inadequação,  por exemplo.

A pessoa que sente culpa acredita que não poderia errar, que deveria dar conta de tudo, quase como um super humano. Podemos perceber na base um complexo de superioridade que a coloca acima das pessoas que erram. Para não correr o risco de errar, paralisa.

O erro é a base do aprendizado humano e estamos aprendendo desde nosso nascimento até o último momento em que respirarmos. Entender e aceitar esse fato nos liberta da culpa, nos coloca no lugar da imperfeição e, portanto, de sermos humanos.

Ao entendermos nossas fragilidades e dificuldades e aceitarmos nossos desafios na vida é que a culpa se transforma em responsabilidade e nos impulsiona a agir de fato.

Nossa ação em determinado momento foi o melhor que pudemos fazer. Podemos ser melhores em ações futuras, mas só se aceitarmos que mesmo no futuro iremos falhar em algo. 

Por: Lilian Garcia de Paula Cintra- CRP 06/77515 -

10/08/2023

Narcisista ou psicopata?

Entender a diferença entre esses transtornos não é fácil. O psicopata é atualmente conhecido como a pessoa com transtorno de personalidade antissocial (TPAS) e sua principal característica é a incapacidade ou a total falta de vontade de entender a necessidade e o direito das outras pessoas.

Suas relações são baseadas em suas próprias necessidades podendo, para atingir seus objetivos, agir de forma violenta, ilegal, enganosa sem nenhum remorso. Os psicopatas não precisam emocionalmente de relacionamento.

Já os narcisistas precisam absurdamente de relacionamentos que supram sua necessidade de admiração e atenção. Eles tendem a ser menos agressivos e enganosos. Precisam do outro para sentir que tem valor, desvalorizando quem está próximo.

É nessa relação de abuso e falta de empatia que os 2 transtornos se aproximam, mas se diferenciam principalmente pelo objetivo de suas manipulações com as pessoas: o narcisista busca sempre manter sua autoestima elevada, já o psicopata busca ganhos práticos, principalmente materiais. Ele não precisa da aprovação ou adulação de ninguém.

Na prática, o mais importante pra quem se relaciona de alguma forma com uma pessoa abusiva e destrutiva é perceber os sinais para se proteger.

Por: Lilian Garcia de Paula Cintra- CRP 06/77515 -

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