Conversas Nuas e Cruas
Um espaço em que as conversas são como as cerejas, onde a voz das palavras se solta rompendo silê
NAS MÃOS DA MINHA MÃE
Nas mãos da minha mãe, frágeis, cansadas, aprendi
O certo e o errado em cada palmada suave,
De quem quase pede desculpa por poder magoar,
Que tudo na vida se conta pelos dedos, não apenas a tabuada,
Aprendi quão confortável pode ser um abraço,
O carinho de alguém que nos ama mais do que a si própria,
E que existem remédios que não se vendem na farmácia.
Nas mãos da minha mãe existem marcas, calos,
rugas de tantas histórias, de tantos sacrifícios e lutas,
A sabedoria da vida que os livros não ensinam,
Há uma força escondida,
uma vontade férrea que não se v***a,
De quem tem um motivo para lutar, para vencer.
Nas mãos da minha mãe escondem-se gritos mudos, lágrimas,
que as mãos enxugaram à pressa
só para não a ver chorar.
Existe um jeito que é só dela de se entregar sem reservas,
Existe um rio de amor que não se esgota, que não seca,
uma justiça que não é cega, que tudo perdoa
mesmo quando nos portamos mal,
Nas mãos da minha mãe, frágeis, cansadas,
há sempre um porto seguro,
uma canção que nos embala,
a bonança que se segue à tempestade,
Há um toque que é sempre suave,
que nos conforta, que não machuca,
Existe um amor que não engana,
de quem ama de verdade.
autor: Miguel Angelo Teixeira
Já está em fase de pré-venda livro do meu marido, das edições Declamador,
"Toco-te (Sentes-me?)", um livro de prosa poética que fala, vive e sobrevive de sentimentos e da maneira como nos relacionamos. Este sou eu, a minha alma despida nas palavras que vos escrevo e muito de vós, em tudo que me fizeram sentir com o vosso apoio incondicional.
Preço de 10,00 + portes de envio em período de pré-venda.
Eu já li e recomendo.
Quase quase a sair o segundo livro de prosa poética do meu marido: Toco-te (Sentes-me?).
" As palavras têm/tiveram um papel crucial nessa envolvência, nessa espécie de cumplicidade que sem querer nos leva a sorrir aparentemente sem motivo algum, apenas e só, porque perto ou longe existe alguém que se identif**a connosco, que se preocupa, que sente exatamente o que sentimos, que nos compreende. Toda a pessoa que escreve tem (mesmo que não o assuma) essa pretensão, o sonho de tocar quem o vier a ler, mesmo que seja só uma pessoa. Aí, tudo o que escreveu passou a fazer sentido, a palavra cumpriu a sua missão de chegar mais além do que a folha em que foi escrita, ou do telemóvel ou computador em que foi digitada. “Toco-te, Sentes-me?” é a minha declaração de amor, do EU que escreve àquele ou àqueles que tenho o privilégio de tocar com as minhas letras."
Não escolhi ser poeta. Nem sei se o sou, na verdade. Gosto de escrever e as palavras funcionam em mim como uma espécie de prova de vida, foram elas que me escolheram, que me procuram quando mais lhes convém indiferentes à minha própria necessidade de escrever. Depois de Esses Difíceis Amores, este Toco-te (Sentes-me?) é um sonho novo e diferente, adaptado às novas realidades que me cercam, a um novo EU, onde me dispo de quaisquer medos e me assumo naquilo que sou, no que fiz, em tudo que fui e posso ainda ser.
Obrigado a todos os meus amigos e conhecidos que têm demonstrado interesse no livro do meu marido. A primeira edição está quase esgotada. Reserve já o seu.
(contactar o autor da página por mensagem privada ou através do mail: [email protected])
Já está disponível para pré-venda o livro de poesia: "ESSES DIFÍCEIS AMORES", da autoria de Miguel Angelo Teixeira, meu marido e companheiro. Mais do que um livro, a prova de que todos os sonhos são possíveis desde que acreditemos
PRÉ-VENDA
P.V.P. - 9,50 Euros
(Envio para todos os destinos mediante o pagamento dos portes de envio).
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Edição, 10/2021
109 Pág. de Poesia
Edições "O Declamador"
HÁ POESIA
Há poesia quem diria
no frio duro do mármore,
nos corações despedaçados,
em quem se diz insensível;
Há poesia, quem diria
no mar, na terra, no sol
e da lua chovem estrelas
que dissipam mil problemas;
Há poesia, quem diria
até na palma da minha mão
onde vejo amor e dor,
tantos dias em vão
sem um sopro de alegria.
E como pode alguém viver
sem poesia no coração?
Há poesia quem diria,
só quem mente diz que não,
e a vida é tão bonita,
com olhos de viver senti-la
e com coração de amar recebê-la.
Pela primeira vez na história um raríssimo pinguím amarelo é fotografado Em uma ilha no Atlântico Sul, o fotógrafo da vida selvagem Yves Adams encontrou o animal incomum: um pinguim amarelo.
25 de Abril, sempre!
Era o ultimo beijo;
- como poderia eu saber.
As janelas estavam fechadas,
a noite gelada.
A lareira queimava uma réstia de borralho
do castanheiro velho;
- oh, infeliz ironia.
Era o ultimo beijo;
- como poderia eu saber.
Como poderia eu saber
o sabor amargo que escondia,
para além do travo silvestre
da sua língua de seda fervente,
do sabor adocicado dos seus lábios
humedecidos,
dos seus tremores delicados,
do brilho perpetuo dos seus olhos
de menina.
Como poderia eu saber,
que para além do seu brilho sereno,
se escondia um rosto triste,
de solidão
e que era o ultimo beijo;
- como poderia eu saber.
Como poderia eu ver,
para além das pálpebras
não choradas,
das maçãs rosadas e felizes
no rosto macio,
pala além da delicadeza deslumbrante
das suas mãos de afago,
do seu abraço demorado
da noite longa de veludo.
Era o ultimo beijo;
- como poderia eu saber.
Que sobre os seus ombros
pairavam mil lamentos,
e noites vazias
e choro em silêncio
e sonhos descrentes
de asas cansadas.
Era o ultimo beijo;
- como poderia eu saber.
Se todo o seu corpo bailava,
livremente,
num rodopio feliz,
na maciez da sua língua
na minha.
Mas era o ultimo beijo;
- como poderia eu saber?
Simples... Fácil de entender o porquê do afastamento 🙏 pelo ensinamento
Sempre!
DUAS VIDAS
Seremos sempre dois
duas vidas separadas
dois destinos sem sentido
dois sentidos, sonhos ilegítimos.
Um mais um igual a dois
e como pode um par viver tão só,
dois caminhos sem união
paralelos sem um toque
dia e noite, lua e sol
nossas vidas tão distantes
e tu em mim sempre presente.
O MEU LUGAR
Para onde vai o tempo?
Onde se escondem as horas
e os minutos que passam?
Para onde vão as recordações
as palavras e as ilusões?
Onde param os momentos
felizes da minha infância?
Onde está esse tempo
em que te tinha aqui, pai?
Onde param os sonhos
e tudo mais que existe
e se perde pelo caminho?
No passado? Onde f**a?
Onde f**a esse lugar
esse canto na memória
que ninguém consegue ver?
Onde f**a p'ra lá ir eu?
pois é a ele que pertenço,
é nele o meu lugar.
JUNTO À ÁGUA
Sentada junto à água
recebe o vento na cara,
não tira ainda a camisola.
Sentada junto à água
chamam-lhe louca, alienada,
tem corpo de sereia
e mente de criança,
faz desenhos na areia.
Sentada junto à água
conta as ondas do mar,
ri de tudo e de nada, não fala
escuta e não ouve nada,
só a voz do mar.
Sentada junto à água
na areia molhada da praia
a brisa osculando-lhe a pele,
ela espera inconformada
por alguém que não vai voltar...
à praia, onde ela espera,
sentada junto à água.
CREPÚSCULO
A vida no seu apogeu
o vento e o nascimento
a força que ateia a fé
e me cobre de alento,
Maviosas cores d'aurora boreal
pintam etéreas telas
jardins de quem os quis,
quisera eu
amar-te e ser feliz.
DIA DA MULHER
No Dia da Mulher assinalo a efeméride ao homenagear A Mulher anónima. A mulher, desde Eva, a mulher mãe, esposa, filha, companheira, cúmplice, trabalhadora tantas vezes desvalorizada e mal paga de um tempo em que não se falava ainda de lei da paridade. A mulher inspiração, modelo para grandes pintores, musa de tantos poetas ou escritores. Orson Welles, num dos seus melhores momentos afirmou que se não fossem as mulheres, "o homem ainda estaria agachado em uma caverna comendo carne crua.", acrescentando que "nós só construímos a civilização com o fim de impressionar as nossas namoradas". Tipo esperto, não tivesse sido casado três vezes. A Mulher, vítima de preconceitos, não navegou nas caravelas durante as descobertas, não combateu nas grandes guerras mas cada conquista sua exigiu-lhe - pelo seu papel secundário e subalterno, visto por muitos com desconfiança, como um ser inferior e frágil - o dobro do esforço, do suor em relação ao Homem. Conquistaram o direito ao voto e até a conduzir, contribuindo assim directamente para um aumento dos acidentes rodoviários e eleição de políticos corruptos. Uma lutadora - nenhum de nós trocaria com elas o milagre da gravidez, já que não temos a capacidade da paciência nem da dor - uma guerreira não obstante a sua sensibilidade, a sua capacidade intuitiva, não merecendo as atrocidades físicas e psicológicas de "homens" que continuam a vê-las como objectos, propriedades suas descontando nelas todas as suas frustrações. O seu lugar extravasou os limites da cozinha, entre tachos e panelas, das vassouras. Para elas, hoje e todos os dias a minha singela homenagem.
PARAR O TEMPO
E f**ava aqui, até à hora de partir, como se o presente fosse um lugar fugaz, um ponto de passagem entre dois lugares distintos.
DIA DE JACKPOT
A CRIAR EXCÊNTRICOS DE UM DIA PARA O OUTRO
Num misto de ansiedade e precaução fui conferir os números uma outra vez. Era a quinta. É difícil concentrarmos-nos e sermos objectivos com o coração acelerado e o estômago ainda mal refeito do jantar a querer sair-nos pela boca. Não havia dúvidas, mesmo sem precisar de fazer a prova dos nove. Voltei-me para a Maria e fiz-lhe a mesma pergunta de retórica - pela sexta vez: 153 milhões? Pela sexta vez não me respondeu, ocupada que estava com a mania de converter sempre os euros em escudos.
- Deixa lá a p... dos escudos e dá-me um bocadinho de atenção. Não vês que acabei de ganhar... - olhar número três, aquele que vem antes do alerta vermelho. Emendei:
- Acabámos de ganhar o euromilhões!, posto isto, agarrei-a como não a agarrava desde o período de namoro e tentei dar-lhe um daqueles beijos à hollywood que antes não me deixavam sem fôlego e agora terminariam comigo agarrado à garrafa de oxigénio, se ela não se esquivasse. Maldita PDI. Peguei numa caneta e num papel já ela estava agarrada ao telefone.
- Não é preciso ligar ao 112. Estou bem - disse num arfar pouco convicto - Só preciso do car... da caneta. Da CANETA!
- Mas está na tua mão, ó homem de Deus!
Comecei a escrevinhar à pressa numa letra quase ilegível: Viagem à volta do mundo, assinatura da sport tv, viagem pela Ásia... excluir a Coreia do Norte, tirar a carta de condução, comprar instrutor, comprar examinador, comprar qualquer coisa para ela no chinês,trocar a de 40 por duas de 20... - olhar número 3, tipo cartão amarelo alaranjado quase a roçar a expulsão. Risco a última linha à pressa antes de ela passar da dúvida à certeza. Faço de conta que me enganei, enquanto me vem à cabeça o raio do Salazar. e da caneta azul. Continuo: Roupa nova, casa nova, trocar a de 40 por duas de 20..., ops! Enganei-me! Fod... mais a censura. Valha-nos a imaginação, que essa nem o poder instituído consegue amordaçar. Toca o telemóvel. É um amigo que não me falava desde a última vez que o Sporting foi campeão e de cujo nome nem recordo a combinar um café. Um sorriso deu lugar à desconfiança logo que ele me enviou cumprimentos à esposa, aos filhos e perguntou se o cão estava melhor. Melhor de quê se ele nunca esteve doente e tem mais saúde que todos nós cá em casa. Mais dois telefonemas antes de eu desligar o telemóvel, dois amigos do tipo conhecidos ou nem por isso a convidarem-me para jantar e outro a pedir-me dinheiro para a doença da sogra que eu sabia que já lhe morrera no na Páscoa do ano passado. Olhei de soslaio para a Maria, ainda ao telefone a desbobinar as novidades. Estou f..., já me estão a ligar das finanças e o cobrador de fraque não tira o ma***to dedo da campainha da porta. Rasgo a lista mesmo antes de acordar, sem reparar que tinha escrito no boletim premiado. Suspiro entre o alívio e a desilusão. Pego num guardanapo que tenho na mesinha de cabeceira e escrevo: "Não jogar no euromilhões e trocar a loira por um camelo", à confiança.
PORQUE NÃO EU?
Pode o amor rimar com dor
e o seu nome ao som de uma carícia?
Pode a vida perder o seu sabor
e o seu nome inspirar luxuria?
Foge ao meu contacto com cuidada destreza,
calo-lhe versos que não escrevo
digo-lhe palavras que não quero, invento;
perco o orgulho e nem lamento
de seus caprichos fazer-me humilde servo.
Com laivos de fingida indiferença
a todos diz que não, com esse jeito
muito próprio de quem não quer querendo,
promete mais do que o coração, negando
sempre o tesouro mais querido, mais precioso.
Porque não eu?, em vez d'outro ser eu e apenas eu
à frente de um beijo teu,
porque não eu?, nessa aventura - quase louca
de ter a minha na tua boca?