Ase Egbe Efon Ode Bilori

A família Oloroke Terra Preta, na pessoa do Babalorisa Michel de Odé, saúda a grande matriarca da nação Efon no Brasil.
Que Ogun Anaweji e Sango abençoem muito a vida de nossa Agba com longevidade e paz.

Onde esta a nossa fé?
Nos dias atuais, onde as pessoas estão sempre tão ocupadas nos grandes centros, o tempo é algo precioso e cada vez mais escasso.
Vejo todos os sacerdotes e sacerdotisas que conheço estão sofrendo com a falta de dedicação e presença dos adeptos em seus terreiros.
A vida moderna esta tornando cada dia mais difícil se dedicar. Precisamos entender isso. E se adaptar. O candomblé é, historicamente, uma religião de resistência. Iremos resistir a esse esvaziamento físico dos terreiros. Acharemos, juntos, uma alternativa.
Mas o que me preocupa de fato é a crescente e aparente falta de fé que tenho visto. Hoje as pessoas contestam a vontade dos Deuses. Contestam sua presença. Contestam suas evidentes manipulações.
Não é só uma questão de amor virtual. É falta de fé mesmo.
Em que momento deixamos de colocar a cabeça no chão para os Deuses pq a pessoa em transe é nosso filho ou mais novo?
Em que momento deixamos de priorizar estar com nossos Deuses?
Em que momento deixamos de colocar água em nossa quartinha, de entender o quanto isso é importante para nós?
Em que momento deixamos de dar Osse em nosso iba Orisa e Iba ORI (sim! Ori)? Em que momento começamos a dizer que ”Santo esta na cabeça”? Se os assentos não são necessários, pq foram criados?
Em que momento deixamos de priorizar a ida as festividades dos Patronos do nosso Ase? Ou das festividades do nosso próprio Orisa?
Em que momento deixamos de entender que todo Orisa é importante.... que o candomblé é a junção de nossa essência e os Orisas nos fortalecem nessa vida caótica que vivemos?
Em que momento deixamos de tirar o sapato e comer Olugbaje sentados no chão? Em que momento deixamos de fazer questão de abraçar Obaluaye – o dono da saúde.... SAUDE!
Em que momento perdemos a fé?

Babalorisa Michel de Ode.
Oloroke Terra Preta - Ase Egbe Efon Ode Bilori