Correio de Unhais

Correio de Unhais

Jornal regional/regional para servir as pessoas da região e a cultura em geral.

16/08/2024

QUADRO DE HONRA
COLMEIAS E CORTIÇOS
Márcio, rapaz simpático e cheio de vontade de viver, veio para Portugal oriundo de Goiás, Brasil. Conheceu Maria João e deram o nó. De seguida ou entretanto, montaram um negócio de pastelaria e padaria num local central da vila de Unhais. Estou a escrever como de costume, mas procuro não falhar. Se não for na muche é ao lado.
Logo no início teve alguns problemas na sua condição de estrangeiro, mas que felizmente foram ultrapassados. Começou devagar, alugou a antiga padaria e lá foi indo na sua caminhada de sucesso. A mão de obra foi sempre um problema pois o pessoal não parava por ali. Se calhar sendo não o foi, pois sempre soube dar a volta por cima e pessoal nunca lhe faltou. De repente lembrei-me daquela jovem da Erada, Sónia penso, que ali esteve muito tempo, apenas a morte a ceifou precocemente. Lembro outra que também trabalhou ali bastante e Sónia também, foi mãe há uns tempos. Lembro a Margarida que ficava ali muito bem, mas que, pelo que sei, está em recuperação de problemas de saúde. Enfim, um casal bem simpático, abraçaram o negócio e o “Pão de Unhais”. Fez imensas obras, atualizou a maquinaria e de tal forma, que qualquer dia entra a massa num lado e sai o pão do outro. (risos). Em vez de pegar no lucro e ir ao Brasil ver a família, abriu mais uma Colmeia Doce em Tortosendo. Não conformados com a dimensão do negócio, abriu outra Colmeia no Bairro de Sto. António, Covilhã. Num destes dias de primavera, procurei um multibanco no Centro Comercial da Estação, pois face aos lucros, os bancos encerram multibancos. Entro numa loja e perguntei a uma cara linda, onde havia multibanco. Logo me saltou à frente a Maria João, pois conheceu minha voz. Quatro Colmeias em pouco tempo! Na feira de São Tiago encontrei a quinta Colmeia. Aí, até ajudei o Márcio no negócio tal era a procura. (risos).
Normalmente tudo isto dá despesa mas para este casal, em vez de ir atrás do Sol, vai atrás do trabalho. Para eles, aplausos.
Lembro a vizinha Rosa Castanheira (rosa duas vezes) porque é de facto uma rosa, pois com uma vida passada cheia de problemas e que seus clientes conhecem, tem sido uma mulher de sucesso. Praticamente só, deu uma volta à sua vida, como somente uma Rosa assim o poderia fazer. Para ela uma grande vénia cheia de admiração.
Entretanto lembro o Fernando Diogo e a Helena, que também do nada e a muito custo conseguiram ter sucesso e isso, nestes três casos se deve a um fator que deveria ser exemplo não só nos pequenos, mas também nos grandes negócios. É uma coisa tão simples! Apenas simpatia, boa disposição, humildade e respeito por todos os seus colaboradores e os clientes que os visitam. Qualquer empresa, por pequena que seja, terá sucesso de certeza. E parabéns a todos e do coração pois tenho a certeza de que o que escrevo ainda é pouco para estes três casos. Bem hajam.
António Duarte (Tó Belmiro).

09/08/2024

Falta diálogo entre os homens de bom senso, sejam eles azuis ou amarelo.

Prezados Todos
A França (liberal e pioneira na criação de permissividades) está passando por uma fase de "muçulmanização" nos hábitos e na leis.
Um advogado francês chamado Gilbert Collard resolveu se manifestar:

- "Fui obrigado a tomar consciência da extrema dificuldade em definir o que é um infiel, para poder escolher entre Alá ou o Cristo; até porque o Islamismo é de longe a religião que progride mais depressa no nosso país. Participei de um estágio anual de atualização, necessária para renovação da minha habilitação de segurança nas prisões.
Nesse estágio houve uma apresentação por parte de quatro palestrantes, representando respectivamente as religiões Católica, Protestante, Judaica e Muçulmana, explicando os fundamentos das suas doutrinas respectivas.
Foi com um grande interesse que esperei a exposição do Imã.
A apresentação deste ultimo foi notável, acompanhada por uma projeção em vídeo.

Terminadas as intervenções, chegou-se ao tempo de perguntas e respostas, e quando chegou a minha vez, perguntei:

- “Agradeço que me corrija se eu estiver enganado, mas creio ter compreendido que a maioria dos Imãs e autoridades religiosas decretaram o “Jihad” (guerra santa), contra os infiéis do mundo inteiro, e que matando um infiel (o que é uma obrigação imposta a todos os muçulmanos), estes teriam assegurado o seu lugar no Paraíso. Neste caso poderá dar-me a definição do que é um infiel?”

Sem objetar à minha interpelação e sem a menor hesitação, o Imã respondeu:
- *_"Infiel é todo não muçulmano”_*.

Eu respondi:
- “Então permita-me assegurar se compreendi bem; os adoradores de Alá devem obedecer às ordens de matar qualquer pessoa não pertencente à vossa religião, a fim de ganhar o seu lugar no Paraíso, não é verdade?

A sua cara, que até então tinha tido uma expressão cheia de segurança e autoridade, transformou-se subitamente na de um menino, apanhado em flagrante com a mão dentro do açucareiro!!!

- _*"É exato"*_, respondeu ele num murmúrio.

Eu retorqui:
- “Então, eu confesso ter bastante dificuldade em imaginar o Papa dizendo para os católicos que massacrem todos os vossos correligionários, ou o Pastor Stanley dizendo o mesmo para garantir a todos os protestantes um lugar no Paraíso.”

O Imã ficou sem voz !

Continuei:
- “Tenho igualmente dificuldades em me considerar vosso amigo, pois que o senhor mesmo e os vossos confrades incitam os vossos fiéis a cortarem-me a garganta!”

Além disso, me aflige uma outra questão:
- “O senhor escolheria seguir Alá que vos ordena matar-me a fim de obter o Paraíso, ou o Cristo que me incita a amar-vos a fim de que eu aceda também ao Paraíso, porque Ele quer que eu esteja na vossa companhia?”

Nessa hora, dava para ouvir uma mosca voar, enquanto que o Imã continuava silencioso.

Será inútil afirmar que os organizadores e promotores do Seminário de Formação não apreciaram particularmente esta maneira de tratar o Ministro do culto Islâmico e de expor algumas verdades a propósito dos dogmas desta religião.

No decurso dos próximos trinta anos, haverá suficientes eleitores muçulmanos no nosso país para instalar um governo de sua escolha, com a aplicação da “Sharia” como lei.

Parece-me que todos os cidadãos deste país e do mundo deveriam poder tomar conhecimento destas linhas, mas como o sistema de justiça e das “mídias” liberais combinados com a moda doentia do "politicamente correto", não permitirão de forma nenhuma que este texto seja publicado de forma intensiva.

É por isto que eu vos peço para enviar a todos os seus contatos via Internet.
Obrigado,

Gilbert Collard, cristão, cidadão francês e advogado

02/08/2024

Zeca Afonso foi abandonado em vida, é bom que não o esqueçamos

| Antena 1 - RTP

Zeca Afonso foi abandonado em vida, é bom que não o esqueçamos
As comemorações dos 50 anos do 25 de Abril celebram os heróis e a voz e talento de Zeca Afonso. Mas convém não esquecer que a maior de todas as vozes da liberdade foi abandonado à sua sorte.

1.
O nome de Zeca Afonso voltou à superfície dos dias.

O país celebra-o como se nada se tivesse passado, como se tivesse sido ao longo da vida uma estátua ou uma abstração que nos motivava à luta pela liberdade.

Dentro de uns dias, Zeca regressará às ruas por bons motivos…

… passaram 50 anos pelo 25 de Abril.

Meio século de democracia e de liberdade, um caminho difícil, mas que tem valido a pena.

2.
No parlamento há 50 deputados que não sairão à rua. E mais de um milhão de portugueses decidiram colocar a cruz num partido que não defende a liberdade e a democracia.

Mas ainda assim, quatro em cada cinco portugueses que votaram não o fizeram no Chega, uma larguíssima maioria absoluta.

3.
Zeca Afonso voltará a tocar nas televisões, nas rádios, um pouco por todo o lado.

Ouviremos Grândola e aquele premonitório som de passos militares, um som gravado uns anos antes da madrugada de 25 de Abril.

Zeca foi um génio.

Mas convém que não nos esqueçamos que morreu abandonado por quase todos.

Uma Esclerose Lateral Amiotrófica imobilizou-o a uma cama e condenou-o ao sofrimento.

Poucos ficaram com ele até ao fim.

Zélia, a sua companheira, acompanhou-o sem quebras, sem reticências, sem qualquer hesitação.

Outros amigos foram aparecendo, outros desaparecendo.

E o Estado português deixou-o à sua sorte.

Sem uma ajuda, sem uma compensação, sem nada.

Zeca Afonso que dera a sua voz e a sua presença a todos os que lha pediram, e fê-lo tantas vezes sem nada cobrar, morreu sem dinheiro para todos os medicamentos que precisava.

Mas Zeca não era uma estátua.

Era um ser humano que o país a quem tanto deu não soube respeitar.

Como aliás não respeitou Salgueiro Maia.

Os dois, Zeca e Maia, são bem o exemplo dos nossos paradoxos.

O exemplo da nossa coragem e talento, mas também da nossa inveja e mesquinhez.

09/07/2024

QUADRO DE HONRA

VIRGÍLIO ROQUE.

Em diversas ocasiões em que o nosso jornal esteve em linha com o Canadá, Manuel Alexandre referiu - se ao Quadro de Honra, como uma excelente rubrica e que deveria continuar. Senti que estava assim a dar bom contributo ao nosso jornal. Não é fácil referenciar pessoas por um lado, pois para além de poder incorrer em erros de informação sobre o alvo pretendido, corro também o risco da crítica como já tem acontecido. Mas conta a boa intenção.

Na realidade há pessoas que se destacam pelas melhores razões e em minha opinião, devem ser lembradas e até homenageadas.

Dei conta do meu vizinho Virgílio Roque começar cedo na arte da construção civil. Passo a passo lá foi indo sempre bem embalado e com muito sucesso. Reparei desde que o conheci, que participa em atos religiosos na paróquia com uma assiduidade normal para um cristão. Lembro aquela imagem do Menino Jesus na janela da sua casa em alturas de Natal. Penso que por aí mais valores o tornaram mais sensível. Uma figura simpática que transborda confiança, fraternidade e outras qualidades. Eram uma série de irmãos e alguns partiram cedo e não imagino a dor do meu vizinho e família. Sempre que lhe ligo, seja por que motivo for, do outro lado está sempre uma voz simpática. Assisti a algumas reuniões, no conselho paroquial e na assembleia de freguesia e sempre se pautou por intervenções de bom senso e preocupações construtivas. O seu lema foi sempre ajudar. Criou imensos postos de trabalho nas suas empresas e de momento tem obras em muitos locais em especial na Beira e Algarve. Espreitei na página Web da sua empresa Covialvi e fiquei estupefacto com o volume de obras por esse país fora! Estamos perante um caso de sucesso a nível nacional que, mas como um passarinho, poucos se apercebem do volume de negócios no momento. Mais o admiro ainda. Eu, no lugar dele, parava já e ia atrás do sol, pois a vida são dois dias. Na pandemia, muitos "amigos" dele me perguntaram, se se aguentou no negócio. Respondi que o Virgílio é um pessoa séria e organizada, para não se preocuparem.

O que me levou a pegar nesta figura e nesta altura da vida foi o facto de este senhor ser a base do festival de Verão Covialvi, à semelhança do ano passado. Estou a lembrar-me de António Lopes que também deu a tudo e todos. Mas nas alturas menos boas o pessoal, os seus devedores, fazem de conta. É sempre assim. Quero muito particularmente agradecer ao meu vizinho Virgílio mais esta sua dádiva à terra que o viu nascer. Tenho ido ao Centro Sto. Aleixo animar os menos jovens e lá encontro a sua mãe, sempre com um sorriso cativante, apesar de sua vida ter sido muito dura. Já seu pai embora menos vezes, lá o encontrei algumas vezes entre a sua casa e os belos castanheiros no Paraíso.

Pois tem assim a quem sair e com muito gosto aqui estou a escrever estas linhas, como forma de agradecimento por tudo o que tem feito por Unhais e pelo país.

Em jeito de despedida é já agora, há por aí uns terrenos nas Moutas que, salvo erro. estão a concurso para urbanização. Estamos de novo com falta de habitação e seria bom se o meu amigo pudesse dar um jeito.



Este apontamento foi elaborado sem seu conhecimento e espero que não me bata pois juro, que só quero o seu bem.



António S Duarte

07/07/2024

De acordo. A natureza assim se torna mais bela, mas deveriam ter pastor.

Photos from Correio de Unhais's post 07/07/2024

Uma imagem que vale por mil.

27/06/2024
16/06/2024

50° Aniversário da Revolução dos Cravos em Espanha.
Por Ana Andaluz Caballero.
Há datas que convém lembrar, há acontecimentos que se devem sempre festejar, porque significam alegria, liberdade, união, reconhecimento e gratidão, às pessoas que os protagonizaram e que sofreram grandes problemas, para trazer à pátria as condições das que agora desfrutam os cidadãos. Porque custou muito alcançá-las e pode ser fácil perdê-las, mais ainda nos tempos que vivemos. As novas gerações devem saber isto tudo, porque nasceram em democracia e nunca experimentaram, felizmente, o que é viver numa ditadura.
Passaram já mais de dez anos desde que o nosso amigo António Duarte visitou a Escuela Oficial de Idiomas (EOI) de Valladolid pela primeira vez, para festejar Abril com alunos e professores de português. Naquela ocasião veio acompanhado de José António Pinho, que falou na sua experiência em defesa da democracia e da liberdade, da magnífica voz de Paulo Madeira e de Acácio Marujo à guitarra portuguesa.

António Duarte, para além de ser um excelente músico, como militar viveu desde o mesmo cerne a Revolução dos Cravos, que derrubou a ditadura e trouxe a democracia a Portugal, e além disso fez parte daquele grupo de cantores que difundiu os valores de abril pelo país. Era o Grupo de Ação Cultural-Vozes na Luta. Por este motivo, a sua presença é sempre requerida em palcos nesta altura e este abril, em que se cumpriram 50 anos da Revolução dos Cravos, a sua agenda estava cheia, como se vê no fim deste artigo.

Por este motivo, os “hermanos” espanhóis esperámos até o dia três de maio para que alunos e professoras recebessem António na EOI-Valladolid, onde foi convidado para dar uma palestra que ele preparou a fundo. Explicou a situação do país antes da revolução, com as guerras coloniais a investirem até o 50 % do PIB em 1973, a repressão, o descontentamento do povo e dos militares, nomeadamente dos chamados Capitães de Abril, que desencadearam a revolução. Com grande emoção descreveu os momentos da revolução, que viveu em Lisboa, no quartel das transmissões, a incerteza do que se estava a passar, a alegria quando finalmente souberam que tudo estava a correr bem, assim como o que aconteceu depois, no PREC. No entanto, ia amenizando o discurso com canções próprias de revolução, como a Gaivota, Grândola, Traz outro amigo também, entre outras. O evento findou com um brinde com vinho do Porto e os votos de um novo encontro para o ano.

Na noite do dia seguinte a festa continuou já em modo musical no bar Trocadero no centro de Valladolid, como já se tornou tradição, sendo que o 50º Aniversário da Revolução dos Cravos foi pelos amigos espanhóis festejado como sendo também espanhol. Tanto foi assim que quiseram unir-se dois cantores da cidade. Um deles, Jaime Lafuente, musicou e cantou lindamente o poema Letra para um hino, de Manuel Alegre. Para além das próprias da revolução, António costuma cantar músicas populares da Beira Baixa e do Alentejo, algumas das quais o público já conhece e acompanha com entusiasmo. O fado também tem o seu lugar no serão e nunca nos esquecemos de homenagear o nosso saudoso amigo José Juvenal, que cantou a duo no Trocadero com António em várias ocasiões.

No meu caso, tive o grande prazer de apresentar o evento, e cantar alguns fados e junto com António, alguma canção música de Custódio Castelo e letra de Juvenal, do CD dele, “Porque o amor existe”. Para acabarmos, cantámos todos juntos, “Canto a la libertad” de José Antonio Labordeta e Grândola, de José Afonso. Foi uma noite magnífica na que houve muitas pessoas que tiveram de ficar na rua, tal foi a enchente.
Só me resta agradecer a simpatia e disponibilidade de António, para trazer a Valladolid a celebração do 50° Aniversário da Revolução dos Cravos.
Quero que saibam que cada vez somos mais os espanhóis que admiramos o povo português. Por esta e outras razões, viva o 25 de Abril, viva Portugal!!

A seguir, a lista de eventos em que participou António Duarte nos meses de Abril e Maio de 2024.

Rádio Cova da Beira, sobre Abril 74.
Rádio Forum, Abril 74.
Museu de arte sacra.
Mutualista, Beira Baixa Tv, vida musical.
Jantar dos Vítores, animação c/Vera Silva.
Fados Tortosendo.
Santa Casa Castelo Branco.
Cantar Abril, Mutualista Covilhanense.
Serões à Lareira, Refugio c/Vera Silva.
Praça Município Covilhã, para a Palestina.
Cantar Abril, Praça do Município, coletivo.
Abril, Unhais da Serra c/Vera Silva.
Boidobra, cantar Abril, c/Vera Silva.
Meimoa, Vera e Marcia Bernardo.
Caria, Abril C/Vera Silva.
Teixoso, com José A. Pinho e Vera.
Espanha, palestra sobre Abril 74 e concerto em Valhadolid.
Santo Aleixo Unhais c/ Manuela Craveiro.
Orjais, Mutualista Covilhanense.
Serões à Lareira, Refugio c/Vera Silva sobre Abril 74.
Peraboa, coletivo da Campos Melo.
Sporting da Covilhã c/Vera Silva.
Tortosendo, livro de Américo Ângelo.
Casegas, 90 anos da Casa do Povo.
Castelo Branco, Santa Casa segunda vez.
Refugio, privado.

20/05/2024

Homenagem a uma senhora de verdade. Vamos em festa, conviver, cantar e lembrar esta senhora, que durante uma vida se dedicou às canções, fado, etnografia, etc. Dia 7 de Junho, 21 horas, Paul. Tráz outro amigo também.

08/05/2024

DEPOIS DO 25A...

Muito há para dizer sobre o que se passou a seguir ao 25A. Reavivar a memória dos que não sabem o que foi viver o 25 de Abril é importante, pois a liberdade é a coisa mais preciosa que o ser humano pode ter, ou melhor, todos os animais do mundo.

Estive fechado naquela escola militar de transmissões, até ao dia um de maio, para podermos assegurar as transmissões em segurança. Nesse dia saímos do quartel para fazermos rondas de segurança a Lisboa. Na Praça do Chile o povo caíu-nos em cima tal era a alegria. A cobertura de lona do velho jeep cedeu. Um homem deu-me o seu filho de meses para o meu colo para o beijar. A emoção era mais que evidente, num povo que estava amordaçado.

Muito haveria para contar sobre os momentos que vivi já para não falar das cantorias de abril, que fiz por essas estradas fora, numa euforia própria de quem viveu abril. Agora temos que, nesta data, fazermos um desenho daquilo que se passou em cinquenta anos.

Aconteceram coisas negativas e positivas. Independentemente de tudo podemos dizer e parafraseando a imprensa espanhola recente, Portugal é o único país do mundo, onde os militares deitaram o governo abaixo e ao fim do dia foram para casa e entregaram o governo aos civis e à democracia. Foi de facto assim.

Alguns momentos menos bons se passaram durante o PREC, Período Revolucionário em Curso, mas que eu encaro com alguma normalidade. Os diversos partidos do espaço político, lutaram para conseguirem tomar conta do poder, numa frágil democracia então a nascer.

O vinte e cinco de novembro de setenta e cinco trouxe a Portugal alguma estabilidade, mas cavou fossas entre diversas linhas políticas que ainda hoje se mantêm. O sistema capitalista europeu, apesar de apetitoso por muitos, mantém muita pobreza em Portugal, pois há ainda muitas injustiças sociais e quem paga as favas são sempre os mais pobres. É claro que Portugal evoluiu muito com a Europa, mas a vida ficou mais cara com o euro. Poderíamos estar na Europa, mas manter o escudo também não seria economicamente bom. Perante o euro ficaríamos mal, não poderíamos competir com os restantes países. Se não fosse a UE os investimentos astronómicos que aqui se fizeram em múltiplas obras de vulto, não seriam possíveis. Poderíamos estar melhor? Talvez, mas o esforço teria de ser de todos a começar pelos políticos, no respeito pelos dinheiros públicos. O mercado paralelo, ou seja, a corrupção e a fuga aos impostos é quase outro tanto PIB. Mas o mal não é só por aqui. De qualquer modo o nosso país é exemplo de segurança e bem-estar em todo o mundo. Tenho vivido intensamente os cravos de abril pois estive lá, no meio da revolução e esse momento da história recente deste Portugal, tem marcado pontos em todo o mundo.

Neste passado dia vinte e cinco de abril de vinte e quatro, o povo veio para a rua, em Lisboa os Restauradores e Rossio encheram-se de milhares de pessoas de todos os partidos políticos, da esquerda à direita todos querem abril. Apesar dos defeitos que temos, a nossa democracia e a forma como a conquistamos é exemplo no mundo. Portugal é um país de boa gente, que apesar de haver algumas pessoas que tentam resistir ao estado novo, resulta apenas de santa ignorância e de má formação académica. Quem não gosta da liberdade? Quem não gosta de falar e ser ouvido com respeito, pelo seu pensamento.? O 25A é alegria, liberdade, amor, respeito, reconciliação e não mexam noutras datas do PREC como alguns experts querem fazer. O 25A é único e abarca todos os defeitos e qualidades do PREC. Em Unhais e falando com alguém da família Garrett, disse-lhes que não tinham necessidade de fugirem para o Brasil, pois os irmãos Garrett não fizeram mal a ninguém! A resposta foi, que alguém das respetivas empresas da família, os tinha aconselhado mal. Esses infiltrados sim, foram os culpados das fugas e se calhar para seu próprio interesse e proveito. Da fama não se livram!

Com o tempo tudo voltou ao normal, apesar de muitos prejuízos que ainda hoje se sentem no seio dessas empresas. Lembro a doação à banca do complexo hidroelétrico, para se pagarem as dívidas. Pela minha parte e passados estes anos, peço desculpa à família Garrett por erros que não deviam ter acontecido. Nunca é tarde para sermos humildes. Viva abril, viva a Primavera.

António Duarte (Tó Belmiro).

01/05/2024

Fernando Braga, pai e filho dois amigos…

Há 40 anos que partiu Fernando Braga. Fizeram-se no dia
cinco de abril de 2024. Um homem impar, diferente e que eu muito gostaria
que esta gente mais nova o tivesse conhecido. Quando faleceu era
presidente da Junta de Unhais, na saída de José Manuel Roque
Valentim o então presidente, para o norte do país e que entretanto falecera recentemente. Daí a rua com
seu nome na estrada para a serra, que o executivo de então muito
bem o homenageou. Há outras pessoas que mereceriam nomes
nas ruas? Há e muitas! Na altura a ASE propôs ao executivo de
José Guerreiro esta homenagem, que foi aceite. Por minha parte
mais uma vez, obrigado.
Grande amigo da serra, da natureza e do
seu amigo, teve pouco tempo para dar de si pois aos trinta e sete
anos partiu. Um descuido fatal pois nunca acreditou estar doente.
Tenho a certeza de que se ele fosse ainda vivo, Unhais estaria
diferente, para melhor! Teríamos a ASE em pleno e teríamos alguns
trilhos à espera de viajantes e amigos da natureza. Naquele final do
mês de março na altura Páscoa, ainda fez comigo e José Carlos
Diamantino uma caminhada entre o Covão da Ametade e as
Penhas da Saúde, onde a ASE tinha um acantonamento nacional
na Pousada da Juventude. Passados uns dias partiu. Por proposta
da mesma associação, a corte da ASE no vale do Zêzere tem o seu
nome.
Seu pai José Brito Braga partiu há trinta e três anos num estupido
acidente em Ponte de Sor. Era das pessoas mais cultas e educadas
que havia em Unhais da Serra. Amigo da natureza, das artes e
letras, este homem marcou a diferença com a sua simpatia, os seus
poemas, o trabalho sindical e associativo. Pai e filho um destino
muito idêntico, de duas pessoas muito iguais em tudo e que nos fazem muita falta.
Até um dia.
Eu!

16/12/2023

Grato ao nosso jornal pela publicação que anexo.
Grato à Ana Andaluz Caballero pela reportagem.

No passado dia três de Novembro teve lugar em Sória (Espanha) um concerto do mítico Paco Ibáñez, na sua tournée “Nos queda la palabra”. Pode ser que as novas gerações não o conheçam, é normal pois o cantor espanhol, que nos próximos dias irá cumprir 89 anos, começou o seu percurso musical já nos anos cinquenta do passado século na França, onde a sua família vivia no exílio por causa da sua oposição ao regime do ditador Franco e onde ainda muito novo descobriu Edith Piaf, Jacques Brel ou Georges Brassens, de quem canta alguns poemas traduzidos para o espanhol. Tem dedicado praticamente toda a sua carreira a musicar poemas dos melhores poetas espanhóis e sul-americanos, abrangendo desde o século XIII até os dias de hoje e em todas as línguas oficiais do estado espanhol: castelhano, catalão, galego e basco. Como tantos cantores daquela altura, foi vítima da censura por serem consideradas as suas canções como revolucionárias, o que acontecia em ambos os lados da fronteira com os respetivos regimes fascistas.
Chegados a este ponto os leitores perguntar-se-ão por que se fala deste cantor no Correio de Unhais. A razão é que um unhaense foi convidado para cantar no dito concerto. Sim, caros amigos: António Duarte ou Tó Belmiro, como também é conhecido, teve a grande honra de abrir o concerto de Paco Ibáñez.
O evento estava inserido dentro da programação da XVII Semana da Memória Histórica e Direitos Humanos de Recuerdo e Dignidade e António Duarte tem colaborado em exumações, homenagens e outros eventos musicais organizados pela dita associação, dedicada a honrar a memória das vítimas do franquismo. Dá-se a circunstância de que Paco conheceu na França José Mário Branco, Francisco Fanhais e é grande admirador de José Afonso, sendo ambos da mesma geração. Quando Paco Ibáñez soube da participação do Tó Duarte na Revolução dos Cravos e do seu percurso musical, quis que abrisse o concerto, onde cantou canções de abril no Palácio da Audiência de Sória, numa sala cheia, entusiasmada e onde recolheu grandes aplausos do público antes de aparecer no palco o grande Paco Ibáñez, com quem milhares de espanhóis de várias gerações aprenderam a amar a poesia, e que continua com aquela força a cantar, acompanhado em várias ocasiões pelo público, as míticas La poesía es un arma cargada de futuro, Palabras para Julia, Me queda la palabra, La mala reputación, Andaluces de Jaén, El lobito bueno, Lo que puede el dinero ou A galopar, com que acaba as suas atuações.
A seguir houve um jantar dos membros de Recuerdo e Dignidade com os músicos e o próprio Paco Ibáñez e o serão findou, com todos a cantar músicas espanholas e portuguesas acompanhados pela viola do Tó Duarte, sendo a última a Grândola. O próprio Paco confessou depois que o mais emocionante daqueles dias foi termos cantado Grândola todos juntos naquele restaurante soriano.
Ana Andaluz Caballero.
Valladolid Espanha

19/11/2023

Na primeira parte do concerto de Paco Ibáñez em 3 de Nov. Sória Espanha.

03/08/2023

PARTISTE

Vi neste período, após diagnóstico da enfermidad, um hombre de coragem. Brincavas, saltavas, cantavas, etc. Dizias que era assim, que não adiantavas lamentar-te. O pouco que te conheci foi de um ser corajoso, sem medo, conformado com as regras da natureza. Deixaste assim ensinamentos de força para os que cá ficam. "No passa nada," dizias e brincando com o espanholês. Com meio século de vida é duro. Que Deus te guarde e te receba no lugar certo. Até QQ dia amigo e lá beberemos um vermut.
Amigo por siempre.

Photos from Correio de Unhais's post 29/07/2023

ASIATICA OU VELUTINA.

Está espécie de vespa está a crescer em força. Ontem na extração do mel elas a comerem as abelhas... só visto! Ontem coloquei iscos conforme fotos e descrevo abaixo, caíram muitas e também Crabro como mo na foto.. Era bom que todos colaborássemos nesta luta, pois já morreram pessoas alérgicas e o eco sistema está em desequilíbrio. O mal não acontece só aos outros.

06/06/2023

O santuário da vila das flores….

Meu pai nasceu na vila das flores em 1906. Ao Tortosendo sua terra, assim se referia e fazia-o com orgulho. Volvidos alguns anos também andei por ali a trabalhar por via da minha profissão.
Tinha eu por ai uns sete anos e com minha irmã passámos umas férias na então Colónia Infantil da Montanha. Eram as freiras, aquelas que tinham um chapéu que parecia uma borboleta, que tomavam conta de nós. Minha tia Salete pertencia a essa ordem e lá esteve algumas vezes a tomar conta das crianças. Mas passei muito mal ao comermos papas de carolo, porque não tinham açúcar. E durante anos fiquei a odiar tal alimento. Hoje adoro. Aquele carolo branco que me dispensou o meu amigo António Bonifácio, foi de comer e gritar por mais!
Havia grupos de diversos locais do país mas lembro bem o grupo do Alentejo com as suas canções alentejanas que eu nunca ouvira pois estava pintado de fresco e o grupo de crianças do Tortosendo. À noite ao serão os grupos davam o seu melhor com canções da sua terra. O Tortosendo cantava então: - Viva Tortosendo a vila das flores, viva Tortosendo terra dos amores, viva Tortosendo gente boa e sã, viva Tortosendo a seguir à Covilhã. Ficou-me cá este refrão mas o resto já não me lembro.
Na vila tenho amigos para além de ser a terra de meu pai, que nasceu nas traseiras do largo da feira e que por isso me emociona quando vou à vila. Tenho amigos da Campos Melo, da tropa, das cantorias, etc. Sem esquecer o saudoso padre Soares, pois quando se fala nesta terra, lembro esse grande homem do bem geral.
Muitas vezes, com a Nela, o Juvenal, o Paulo Madeira e outros cantores, ali passámos bons momentos ora no seminário, ora nos clubes da terra. Em muitos anos Abril nos chamava para as comemorações alusivas à conquista da liberdade. Neste ano vinte e três, estive nos Pinhos Mansos no 25A e cantei também para os franceses de Saint Génis Laval, numa homenagem especial à geminação das duas terras. Quis o destino que a Quinta das Laranjeiras me recebesse por um período de tempo, que face ao ambiente natural e suas gentes, a rotulei de Santuário das Laranjeiras. Os santuários são o que são, mas os locais onde a bondade impera, onde a solidariedade toma conta dos mais necessitados, dos mais desprotegidos, serão sempre lugares santos, para mim claro. Sei das minhas falhas como ser humano ou pelo menos reconheço algumas, mas sinto-me sempre bem quando ajudo os que precisam e recebo quando necessito, a custo zero. O nosso subconsciente reage às coisas boas e más mas nos santuários, aquela sensação de santidade, tem a ver com o orar e atuar de uma forma coletiva. Neste caso não me refiro às orações mas sim à sua prática. Orar sim mas praticar melhor ainda.
Tenho ali grandes amigos como já referi e grandes recordações. Recordo também momentos interessantes que passei no colégio, quando minha filha por ali andava. Participei o melhor que pude como pai e fui reconhecido por isso apesar do mesmo estar agora entregue a si próprio, ao abandono. A vila das flores ou até vila Vermelha, pela luta que muitos travaram pela liberdade e sofreram nas prisões é uma terra firme, de gente trabalhadora, solidária e lutadora. Desta feita resolvi trazê-la a este jornal como forma de agradecimento às gentes do Santuário das Laranjeiras e da vila das flores. Obrigado.
António (Tó Belmiro)

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Na primeira parte do concerto de Paco Ibáñez em 3 de Nov. Sória Espanha.
Parabéns.
Dia 18 de Junho, 21.30 para o jornal Correio de Unhais, gala do Fado. Na Banda Filarmónica.
Mais uma canção para o jornal.
Ff o nosso amigo José Manuel Ésse para o nosso jornal.
Mês de aniversário mais um. 31 anos a navegarmos em prol da nossa comunidade espalhada pelo mundo. Um trabalho voluntári...

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