Evite Falar Durante a Sessão

Evite Falar Durante a Sessão

Canal sobre cinema, onde você vai encontrar resenhas sobre filmes novos e antigos, podcast semanais

Photos from Evite Falar Durante a Sessão's post 09/02/2020

Sobre o futuro vencedor de Melhor Filme no Oscar.

A sinopse já é conhecida por todo mundo: duas famílias (pais e dois filhos cada), uma muito abastada e outra muito pobre, têm suas vidas conectadas quando o filho do casal pobre, Kim Ki-woo, recebe a proposta de dar aulas de inglês para a filha do casal rico. Uma vez dentro da casa, o rapaz enxerga ali a oportunidade de fazer "dinheiro fácil" ao colocar toda sua família, um por um, trabalhando para os Park, "parasitando" assim o lar dos mais ricos e tomando-o para si.

E o longa já é genial desde o seu título. Afinal, a que "parasita" o nome se refere? À primeira vista, pensando na engenhosidade e artimanhas da família desafortunada, que se instala impiedosamente na mansão Park, sabotando e substituindo seus funcionários, pode-se achar que os parasitas são Kim Ki-woo e seus parentes, que passam a ganhar dinheiro "às custas" dos Park.

Porém, quando analisado o cenário da Coréia do Sul, onde apesar do gigante desenvolvimento tecnológico e educação excelente, existe forte desigualdade social e disparidade absurda entre pobres e ricos - o que o fantástico diretor B**g Joon-ho faz questão de exemplif**ar em vários momentos do filme, como quando uma tempestade acaba devastando o lar de várias pessoas e as obrigando a dormirem em abrigos, enquanto a mesma serve, ironicamente, para "limpar os céus" e deixar o dia seguinte agradável para os ricos -, e analisamos também que, enquanto família, pais e sujeitos totalmente dependentes de seus subordinados, os Park apenas "sobrevivem" usufruindo do trabalho braçal de outros, não é difícil concluir que eles, sim, é que são os parasitas nessa história.

Na verdade, após uma virada espetacular ainda na sua metade, o longa apresenta um "terceiro" signif**ado para o termo parasita, mas aí o texto se tornaria spoiler e essa não é minha intenção aqui. O fato é que, em termos técnicos, PARASITA não tem um defeito sequer. A montagem também é espetacular, bem como as escolhas de ângulos, principalmente quando comparamos as cenas que se passam nas duas casas onde a história de desenrola.

Na casa dos Kim, pobre, bagunçada e minúscula, as coisas são o mais claustrofóbicas possíveis. O corredor central é estreito, a sala de jantar e estar está cheia de entulhos por todos os lados, o wi-fi (o óxigênio da geração) é inexistente e obriga os Kim a procurar sinais abertos pelos cantos do teto e, num reflexo - aqui eu já falo de um olhar pessoal - de como a pobreza "aproxima" as pessoas, os seus residentes nunca estão sozinhos: a casa é tão pequena que sempre pode-se ouvir alguém resmungando de outro cômodo, passando pela porta para bisbilhotar, etc.

E as coisas são o total oposto na mansão Park, onde há espaço de sobra (põe sobra nisso), esconderijos, quartos privados e as pessoas mal se conhecem. O filho mais novo é um rebelde que usa as suas pirraças para se expressar, no local de quem não se sente visto ou compreendido pelos pais, enquanto os patriarcas, Senhor e Senhora Park, numa cena em que fazem s**o, parecem estranhos, sem jeito, como se os grandes espaços entre eles, seja nos corredores ou em suas agendas, os tivesse afastado por completo.

E o filme vai, à sua maneira, ainda mais além. Fala-se sobre o sonho (muitas vezes) impossível de acumular montanhas de dinheiro para concluir objetivos íntimos e desesperados; da bajulação cega aos Estados Unidos por parte dos ricos; do distanciamento entre pobre e rico mesmo quando eles estão tão próximos ("Você acha que eu me encaixo aqui?"); e também sobre a relação patrão x funcionário, onde por mais que nas aparências haja a sensação de amizade, quem detém o poder é quem assina os cheques no fim do dia. "Eu estou pagando pelo seu tempo", o Sr Park deixa claro para o Sr Kim durante a desconfortável festa de aniversário do caçula.

E um dos meus momentos favoritos é quando os Kim discorrem sobre a ingenuidade - ou "bondade" - dos Park, e conclui-se que é fácil ser bondoso quando se tem dinheiro. "Ela não é rica e é boa. Ela é boa porque é rica. Se eu tivesse todo esse dinheiro, seria legal também. Mais legal!".

Isso tudo sem falar do detalhe do cheiro, que é uma peça chave para o clímax do filme. O desconforto, tristeza e ódio nos olhos do pobre que se sente pisado e diminuído constantemente, resulta num verdadeiro banho de sangue de tirar o fôlego.

Por fim, deixo aqui a reflexão do Sr Kim para seu filho, num dos momentos mais dramáticos do filme. Aliás, é de Kang-ho Song, que interpreta Kim Ki-taek, a melhor atuação.

"Sabe que tipo de plano nunca dá errado? Não ter planos. Plano nenhum. Sabe porquê? A vida não pode ser planejada. Olhe ao redor, você acha que essa gente planejou dormir num estádio com você? Mas aqui estamos nós, dormindo no chão juntos. Então, não há necessidade de planos. Não dá pra dar errado, assim. Não importa o que aconteça em seguida. Mesmo que esse país seja destruído ou vendido, ninguém liga. Entende?"

PARASITA é, e nada mais, o filme DO ANO. Toda nossa torcida para o filme hoje à noite.

por João Gabriel

17/01/2020

ESTAMOS DE VOLTA!

O segundo episódio do nosso Podcast já está no ar, e dessa vez nós tivemos a participação do nosso primeiro convidado, Davi Marcelgo do blog O Aranhazete.

Confira no Spotify: spoti.fi/2TB8NM7
e no SoundCloud: bit.ly/362Zvv1

Sobre o EP:

"Os indicados ao Oscar finalmente foram anunciados e rolou muita decepção entre a comunidade cinéfila. Nesse episódio, recebemos nosso primeiro convidado para debater sobre esses indicados e sobre nossas (poucas) esperanças para esse final e award season."

OUÇA, COMENTE e COMPARTILHE! Esperamos o feedback de vocês!

Acessem o blog do Davi:
oaranhazete.blogspot.com

16/01/2020

Jojo Rabbit e o Nazismo no imaginário infantil - como a inocência se sobrepõe ao medo.
(por Isaque Junior)

"Você não é um nazista, Jojo. Você é um garotinho de dez anos que gosta de se vestir num uniforme engraçado e quer participar de um clube"

Jojo é um menino de 10 anos que passa seus dias tendo conversas com seu amigo imaginário, Adolf Hi**er, enquanto se prepara para a guerra com seus outros amiguinhos. Ele é fanático pela ideologia nazista e sonha em seguir os passos do fuhrer. Após não se dar bem no campo de treinamento nazista, Jojo passa seus dias em casa, isolado, quando descobre que suas paredes afugentam uma menina judia. Como entregá-la resultaria na prisão de sua mãe, Jojo tenta achar uma maneira de lidar com a inimiga em seu próprio lar.

É óbvio, de antemão, que Jojo Rabbit não é um filme convencional sobre a Segunda Guerra e o Holocausto. Ele é uma sátira onde o protagonista é uma criança aspirante a nazista cujo melhor amigo imaginário é um Hi**er aloprado e infantil. Por ter uma premissa tão ousada em cima de um tema tão delicado, o filme pode soar ofensivo e deixar algumas pessoas com um pé atrás. Porém, na execução, Jojo Rabbit trás um olhar bem inteligente sobre como as crianças são influenciáveis, mas, acima de tudo, como a inocência é algo universal entre elas, independente do contexto onde estão inseridas, e ainda nos mostra como essa inocência pode signif**ar a salvação em tempos de desesperança.

A figura do Hi**er sendo ridicularizada ao extremo pelo próprio Taika é incrível, pois além de zombar uma figura tão maldita, ainda é uma representação interessante sobre como uma criança alemã naquela época o perceberia em seu imaginário imaturo. Mas o melhor de Jojo Rabbit é o nazismo sendo tratado como algo tão sem sentido e esdrúxulo, sem deixar de expor o quão nefasto foram os resultados dessa ideologia. Construir uma sátira sobre o holocausto sem ridicularizar o contexto como um todo, mirando apenas nos seus responsáveis, afim de se criar uma obra anti-ódio e antifascista que exalte ainda a pureza de seus personagens e traga um sopro de esperança no final não é uma tarefa fácil, e a execução aqui pode não ter sido perfeita, mas Taika conseguiu entregar uma obra original, divertida, e ácida.

Jojo Rabbit cumpre com sua premissa, respeita os limites do humor que propõe entregar e se torna, ainda, um filme original dentre tantos outros dessa mesma temática que são lançados quase todos os anos, com uma mensagem linda e pertinente.

O longa conta com uma performance incrível e surpreendente do pequeno Roman Griffin (Jojo), que se mostrou ser um verdadeiro talento em ascenção, e Scarlett Johansson (interpretando a mãe de Jojo) traz um charme que faz toda a diferença pro longa, com uma performance super divertida que a rendeu uma indicação ao Oscar esse ano.

15/01/2020

(por Tiago Magalhães)

Amadurecer nunca foi uma tarefa fácil. Os desafios, as batalhas, as confusões mentais, mudanças de humor e personalidade estão presentes na vida de qualquer jovem e são decisões cruciais desse período que acabam por definir nossa vida adulta. E é disso que se trata Adoráveis Mulheres, acompanhando a vida de quatro irmãs crescendo durante o século XIX.

A temática da juventude e amadurecimento não é nova para Greta Gerwig, e é um tema que a diretora e roteirista mostra cada vez mais maturidade e talento no momento de abordar. A diferença crucial no tratamento dado a essa questão aqui em Adoráveis Mulheres, contudo, é o envelhecimento conjunto dessas quatro irmãs, que dividem o tempo de tela com diferentes dramas e questões pessoais, além de personalidades diametralmente opostas, mas sempre unidas pelo amor fraterno.

O laço de carinho e ternura que essas irmãs demonstram entre si é definitivamente um dos pontos mais bem trabalhados do longa, permeados pelas dificuldades financeiras a que são submetidas, o filme sabe trazer uma certa leveza necessária à história, variando o foco entre os sonhos e desejos de cada uma das quatro irmãs e às adversidades vividas por elas e por toda a família.

Outro dos inúmeros acertos na abordagem da história foi a não-linearidade da narrativa, trazendo contraposições entre passado e presente onde f**a visível o crescimento das protagonistas, os sonhos deixados para trás, as decepções amorosas e profissionais e inclusive a repetição de cenas e acontecimentos com desfechos distintos.

As performances de Saorise Ronan e Florence Pugh, que aqui interpretam respectivamente a protagonista Jo March e sua irmã mais nova Amy, são o destaque absoluto do filme, seguidas pela simples porém muito bem acertada atuação de Timothee Chalamet como o jovem Laurie. O carisma dessas três personagens conquista o espectador e nos conecta muito mais facilmente à história deles, contudo, o mesmo não acontece aqui no drama vivido por Meg March, interpretada por Emma Watson, totalmente apagada pelo resto do elenco, e com situações menos aprofundadas pelo roteiro, sua história acaba passando mais despercebida.

Já a filha caçula, Beth March, interpretada por Eliza Scanlen, responsável por uma das maiores viradas da história, conquista com seu carisma e talento mesmo com muito menos tempo de tela que suas irmãs. Em uma das cenas mais ternas e bonitas do filme, temos uma sequência de Beth e Jo na praia, conversando sobre as desilusões profissionais de Jo e a efemeridade da vida, onde o roteiro de Greta brilha também ao ser elevado pela sua direção extremamente inspirada.

De forma geral, Adoráveis Mulheres é a adaptação que nunca tivemos e sempre precisamos do romance de Louisa May Alcott, já eternizado em diversas mídias por várias vezes e em diferentes épocas, o filme de 2019 não se prende exclusivamente a todos os vícios da época que a obra foi escrita e consegue colocar seu tempero próprio e moderno mais adequado ao século XXI. A falta de um maior aprofundamento nos dramas financeiros de Meg e nas dificuldades da vida de toda a família talvez seja um dos únicos defeitos desse filme, o que ainda não diminui sua beleza e grandiosidade.

13/01/2020

(por Isaque Junior)

Em “O Escândalo", acompanhamos a história por trás das diversas denúncias de assédio sexual que derrubaram o antigo CEO da Fox News, Roger Ailes. O longa é protagonizado por Charlize Theron e Nicole Kidman, que interpretam papéis das apresentadoras reais por trás do escândalo (Megyn Kelly e Gretchen Carlson, respectivamente), contando ainda com a presença de Margot Robbie no papel fictício de uma mulher que aspira crescer dentro da empresa.

Com uma interessante premissa acerca de um tema que foi trazido ainda mais à tona graças ao movimento , e ainda contando com um elenco tão poderoso, “Bombshell” era bem promissor, mas a sua execução deixou quase tudo a desejar. O mais recente longa de Jay Roach é o tipo de filme que se escora completamente no elenco. Ter o prazer de ver Charlize, Nicole e Margot Robbie é a única coisa capaz de captar um pouco a atenção do espectador. E caso você esteja se perguntando se elas ao menos deram boas performances, a resposta é um desapontado não.

Com exceção da Margot Robbie, que estava boa, acho salvo dizer que essa foi uma das performances mais desmotivadas e básicas nas carreiras de Theron e de Kidman. Jamais por culpa delas, mas sim graças a um roteiro atrapalhado que não se importa em valorizar nenhuma de suas personagens.

A relação entre as três é quase inexistente, e talvez a proposta realmente seja explorar a experiência de cada uma, individualmente, mediante todo aquele escândalo; mas isso fez com essas personagens f**assem vazias. Talvez a única que tenha sido minimamente beneficiada seja a interpretada pela Margot, mas enquanto as personagens reais, das mulheres que literalmente viveram aquilo, o espectador não é deixado com muito além de meras imitações que parecem ter saído de uma simulação barata. Realmente não há muito o que as atrizes poderiam ter feito, e elas ainda conseguem prender a nossa atenção até o fim, mas apenas por serem quem são.

“O Escândalo” tem alguns momentos divertidos e consegue plantar aquela sementinha que deixa o espectador curioso para ver como as coisas vão se desenrolar, mas é difícil esperar a tal resolução porque nesse meio tempo somos obrigados a testemunhar o assassinato de uma premissa excelente por uma execução medíocre em todos os aspectos possíveis, tendo como cúmplice uma direção e montagens horríveis. O tom de documentário que Roach quis trazer em alguns momentos não acrescentou em nada na narrativa, também.

Em suma, por mais clichê que isso possa parecer, “O Escândalo” é, no fim das contas, um filme sobre assédio sexual com três protagonistas femininas que foi escrito por homem e dirigido por outro homem, ambos com currículos medianos. O que mais precisa ser dito?

11/01/2020

ESTREIA DO NOSSO PODCAST!

CONFIRA AGORA: spoti.fi/36K6R7Z
E no SoundCloud: bit.ly/2TfPBnk

06/01/2020

A masculinidade como força motriz da curiosidade.
(por Tiago Tatagiba)

O aventureiro Sir Lionel Frost (Hugh Jackman) sai em uma empreitada para encontrar o elo evolutivo perdido entre os ancentrais em comum dos primatas, conhecido como pé grande, com o objetivo de vencer uma aposta para se tornar respeitado em meio a outros aventureiros londrinos.

O ‘Link Perdido’ é um longa de animação em stop motion que logo de cara já impressiona pela qualidade técnica com uma animação extremamente fluida e detalhista, com um cuidado ímpar na forma de dar vida aos personagens e objetos. Aqui, até as menores coisas se movimentam em cena, mesmo estando fora do plano principal, revelando um zelo especial durante a produção do filme.

O trio de protagonistas, composto aqui por Zoë Saldaña, Hugh Jackman e Zach Galifianakis tem um ótimo entrosamento e entrega uma comédia com um exímio timing. O roteiro tem um humor ácido embutido de críticas sociais e traz analogias a respeito do imperialismo que para um público infantil podem passar despercebidas, mas sua linguagem é bem acessível e torna toda a mensagem clara e bem construída.

O ritmo da narrativa acaba pecando em diversos momentos, não sabendo a quais momentos dar um maior enfoque e quais poderiam ter menos destaque. Com isso, toda a resolução da história f**a bem acelerada quando comparada ao desenvolvimento da aventura durante o filme. Além disso, algumas cenas se estendem desnecessariamente com intuito de gerar maior tensão ou suspense mas acabam não funcionando.

De qualquer maneira, Chris Butler traz aqui uma animação sólida, com uma bela mensagem e que é capaz de gerar empatia para todos os protagonistas. Há um debate interessante inclusive sobre a masculinidade tóxica da sociedade e como esta é responsável também por mover a curiosidade dos homens, pela simples sensação de posse ou pertencimento, reflexões não muito comuns em filmes infantis do gênero, e um tema muito bem vindo em longas com esse público-alvo.

04/01/2020

Última Enquete Globo de Ouro!

Pra finalizar, entre as indicadas na categoria de Atriz/drama, quem vence nesse domingo (05/01)?

❤️ Scarlett Johansson, "Marriage Story"
😂 Saoirse Ronan, "Little Women"
😲 Cynthia Erivo, "Harriet"
😢 Charlize Theron, "Bombshell"
😡 Renée Zellweger, "Judy"

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04/01/2020

Enquete Globo de Ouro #005

Entre os indicados na categoria de Direção, quem vence nesse domingo (05/01)?

❤️ B**g Joon-ho por "Parasite"
😂 Todd Phillips por "Joker"
😲 Martin Scorsese por "The Irishman"
😢 Quentin Tarantino por "Once Upon a Time... In Hollywood"
😡 Sam Mendes por "1917"

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04/01/2020

Enquete Globo de Ouro #004
A gente nem esconde nossos favoritos de cada enquete, né 🤣

Entre as indicadas na categoria de Atriz Coadjuvante, quem vence nesse domingo (05/01)?

❤️ Jennifer Lopez, "Hustlers"
😂 Laura Dern, "Marriage Story"
😲 Annette Bening, "The Report"
😢 Margot Robbie, "Bombshell"
😡 Kathy Bates, "Richard Jewell"

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04/01/2020

Enquete Globo de Ouro #003

Entre os indicados na categoria de Ator/drama, quem vence nesse domingo (05/01)?

❤️ Adam Driver, "Marriage Story"
😂 Christian Bale, "Ford V Ferrari"
😲 Joaquin Phoenix, "Joker"
😢 Antonio Banderas, "Dolor y Gloria"
😡 Jonathan Pryce, "Two Popes"

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03/01/2020

Ainda sobre o Globo de Ouro, agora entre os filmes de Comédia/Musical!

Qual desses você acha que leva o Globo de Ouro, que acontece nesse domingo (05/01)?

❤️ Entre Facas e Segredos, de Rian Johnson
😂 Meu Nome é Dolemite, de Craig Brewer
😲 Jojo Rabbit, de Taika Waititi
😢 Rocketman, de Dexter Fletcher
😡 Era Uma Vez... em Hollywood, de Quentin Tarantino

Vote, comente e compartilhe essa enquete! Amanhã fazemos com algumas categorias de atuação. 🥰

03/01/2020

O mistério debochado de Rian Johnson e uma enfermeira com refluxo.
(por Tiago Tatagiba)

Após a morte misteriosa do patriarca da família Thrombey, um romancista interpretado por Christopher Plummer, o detetive Benoit Blanc (Daniel Craig) é contratado para investigar as circunstâncias do seu suposto suicídio, questionando os membros mercenários e aproveitadores da família do autor.

À primeira vista, Entre Facas e Segredos parece aquela história que já vimos tantas e tantas vezes com o passar dos anos, desde os grandes mistérios de Agatha Christie até o famoso “quem matou Odete Roitman?” de Gilberto Braga. Os contos de mistério no formato “whodunnit” são extremamente conhecidos do grande público e existem aos montes, com inúmeros desfechos e métodos mirabolantes e, por isso mesmo, o desafio de contar uma história desse tipo sem parecer clichê e repetitivo é enorme.

Logo de cara, porém, já f**a claro para os espectadores que esse não é o mistério de assassinato comum que estamos acostumados, e sim um filme que sabe subverter as expectativas o tempo todo, além de brincar e usar os diferentes clichês do gênero com maestria e muito humor.

A própria estrutura da narrativa é muito inovadora para o tipo de história que está contando, com grandes revelações feitas antes mesmo da primeira metade do filme, mudando as perguntas que surgem em nossas cabeças e também o rumo do desfecho, que assim como todo o longa, consegue ser ainda mais surpreendente, com reviravoltas que certamente deixariam as novelas da Televisa com inveja (mas digo isso no bom sentido).

O humor, também, é definitivamente a melhor escolha para contar essa história, e com um elenco com nomes de muito peso como Christopher Plummer, Jamie Lee Curtis, Daniel Craig, Toni Collette, Michael Shannon e Chris Evans, toda a veia cômica do roteiro é elevada por grandes atuações, que dão também a carga dramática e tom certo sempre que necessário.

Uma enorme surpresa positiva é também a presença e atuação de Ana de Armas (Blade Runner 2049), interpretando a enfermeira de Harlan Thrombey, que não consegue mentir sem vomitar. Em meio a um elenco de gigantes, a atriz aguenta o peso de ser protagonista e não se intimida por seus colegas de elenco, mostrando que pode vir a se firmar como um dos grandes nomes em ascensão em Hollywood.

Todo o trabalho magistral de Rian Johnson culmina certamente em um dos melhores filmes de 2019, uma comédia madura e inteligente ao mesmo tempo que é um mistério intrigante e envolvente, explorando toda a genialidade do seu elenco e a agilidade do seu roteiro.

03/01/2020

Nós da Evite Falar queremos saber!

Qual filme você acha que leva o prêmio máximo no Globo de Ouro, que acontece nesse domingo (05/01)?

❤️ História de um Casamento, de Noah Baumbach
😂 O Irlandês, de Martin Scorsese
😲 Coringa, de Todd Phillips
😢 1917, de Sam Mendes
😡 Dois Papas, de Fernando Meirelles

Vote, comente e compartilhe essa enquete! 🥰

02/01/2020

A espiral da loucura no novo pesadelo náutico de Robert Eggers.
(por Isaque Junior)

"Traz má sorte matar uma gaivota."

A trama de "O Farol" é simples, de antemão: dois homens perdem gradualmente a sanidade após longo período responsáveis pela manutenção de um farol no meio do oceano, que os deixa completamente isolados do resto do mundo.

O que faz de "O Farol" tão excepcional é a maneira como ele explora todos os temas que o rodeiam, sendo sempre implícito o suficiente para abrir espaço para diversas interpretações e teorias. Há também a ótica do Eggers para com o misticismo, a fantasia e o surreal, que eleva a experiência para além do assustador, desafiando o expectador a se sentir até maravilhado com os absurdos que nos são mostrados.

Mas, o que deixa o longa ainda mais tenso e desconfortante - no melhor sentido da palavra - é como o que consideramos realidade e loucura se entrelaçam numa espiral onde é impossível dissociá-las.

A relação entre os dois, interpretados magistralmente por Robert Pattinson (Cosmópolis, Mapa Para as Estrelas) e Willen Dafoe (Anticristo, Projeto Flórida) é ao mesmo tempo paternal, passional, de companheirismo e rivalidade, e nesse quesito o filme oferece uma análise acerca da masculinidade, da mesma maneira que o diretor trabalhou com as relações familiares no seu primeiro longa, "A Bruxa".

"O Farol" é de uma pegada bem teatral, que parece ter sido adaptado de alguma peça ou conto do Lovecraft. Os diálogos são muito bem construídos desde o princípio para que a tensão entre duas personalidades tão diferentes seja estabelecida o quanto antes. Todo o trabalho com o som deixa a experiência ainda mais claustrofóbica e a decisão do Eggers de filmar em 35mm, preto e branco, com uma estética ortocromática para dar uma vibe de "filme antigo" foi genial, pois casou perfeitamente com a proposta do filme.

Com uma premissa interessante e uma execução competente, Eggers mostrou estar em completo controle de sua obra desde o princípio, provando mais uma vez ser um dos novos cineastas de maior destaque da atualidade. "O Farol" é um pesadelo náutico, repleto de mitologia em cada detalhe, mas que explora com êxito a essência conturbada de seus personagens tão complexos, se consagrando como uma obra absurda, desafiadora e original. Sem dúvidas, um dos maiores do ano.

30/12/2019

[Sobre nosso conteúdo]

Além de reviews com nota, enquetes, debates e outras sessões que vamos começar a postar agora em janeiro, nós da Evite Falar também estamos preparando um espaço de podcast voltado para conversas descontraídas sobre cinema, focando primeiro nessa award season 2019-20, sobre os filmes e premiações marcantes da década que está acabando, e com temas que forem surgindo ao longo do ano.

A pergunta é: você tem interesse em participar de algum dos nossos episódios? Caso sim, você não precisa ser expert em cinema. A cada episódio - que provavelmente será semanal - nós queremos trazer de 1 a 2 convidados para o debate, e basta que a pessoa esteja por dentro do assunto em pauta (que será decidido com antecedência, é claro), para participar, no horário marcado, com o equipamento mínimo necessário e etc.

Interessou? Para se inscrever é só falar com a gente no inbox do nosso instagram () ou twitter ().

Aguardamos vocês!

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