Núcleo de pós-graduandos IH IFCS UFRJ
Página do Núcleo de Pós-Graduandos do Instituto de História (IH) e do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ.
Convidamos todas e todos pós-graduandas/os do cursos de pós do Instituto de História e do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ para o debate: “A pós-graduação na quarentena: produtivismo, saúde mental e ações solidárias” que ocorrerá terça-feira (dia 12), de forma virtual, às 15h!! Nos enviem uma mensagem aqui pelo facebook para solicitar o link 💫
Contra a normalização do ensino à distância! - Lutar e (R)existir
No dia 24 de abril, última sexta-feira, o corpo social da UFRJ foi surpreendido com a divulgação de um formulário visando aferir as condições de acesso a recursos remotos por parte dos discentes (ensino básico, graduação e pós-graduação), docentes e técnico-administrativos. Em meio à pandemia e crise geradas pela disseminação do COVID-19, na qual muitas e muitos de nós temos nossas vidas intensamente afetadas, com alta no desemprego, falta de acesso à saúde e recursos básicos, aumento do custo de vida e crescimento do sofrimento emocional e psicológico, a suspensão do semestre acadêmico na nossa universidade já estava ocorrendo de forma parcial e precária.
Muitos são os cursos e programas de pós-graduação que, a despeito das recomendações institucionais, seguem tocando as atividades como se o cenário fosse de normalidade. No caso da pós-graduação, ainda precisamos destacar os efeitos nefastos da portaria 34 da CAPES, cortando muitas bolsas em um contexto de quarentena no qual a já difícil busca por empregos se vê brutalmente piorada.
Nós sabemos que nesse quadro de incessante precarização, as condições para tocar as atividades acadêmicas de forma virtual são possíveis para poucos. Além dos desafios materiais e psicológicos já mencionados, o ensino à distância pressupõe não apenas o acesso à internet de qualidade e a equipamentos adequados, como adaptação de recursos didáticos e dos conteúdos.
As pesquisadoras e pesquisadores de mestrado e doutorado dependem de bibliotecas, arquivos, entrevistas, trabalho de campo, entre outros recursos, para a realização de seu trabalho. Além disso, a sobrecarga de tarefas domésticas, cuidados com filhos e idosos (que historicamente recai desproporcionalmente sobre as mulheres), também contribuem na suspensão de qualquer pretensão de normalidade nesse contexto.
Desta forma, acreditamos que o corpo social da UFRJ deve se posicionar de forma consciente e solidária com todas e todos que neste momento são perpassados pelos ataques e precarização das nossas vidas. A universidade deve nesse momento voltar seus esforços para a contribuição com a construção de uma vida digna, e não se submeter aos absurdos da lógica produtivista a qualquer custo.
Nós, pós-graduandos que compomos o Lutar e (R)existir, reforçamos nosso compromisso e solidariedade com o povo e manifestamos nossa disposição a resistir ao caminho de precarização que vislumbramos na implementação do ensino à distância como solução para os impasses da pandemia!
Pela saúde mental dos pós-graduandos em primeiro lugar!
Pelo direito à quarentena sem cobrança de produtivismo acadêmico!
Contra as MP’s de Bolsonaro que reduzem a jornada com redução de salários!
Pela imediata revogação do Portaria 34 da CAPES!
Que os capitalistas paguem pela pandemia!
Nós, do núcleo de pós-graduando do IH/IFCS ratif**amos esta importante nota do Centro Académico de Filosofia da UFRJ. Este momento exige do corpo discente em particular, e da comunidade acadêmica em geral, constante vigilância contra a utilização oportunista da crise pandêmica a fim de avançar medidas liberalizantes que visam precarizar o ensino público e expor a perigos desnecessários os já bastante precarizados profissionais da educação. Segue abaixo a nota na íntegra:
“🔴A gestão 2020 do CAFIL UFRJ, Centro Acadêmico de Filosofia da UFRJ, vem por meio desta nota atualizar o corpo discente e de servidores das últimas notícias acerca da política que vem sendo feita a respeito da Pandemia do Corona Virus (COVID-19).
O Brasil encontra-se em situação de extrema fragilidade para conter a expansão do vírus e diversos problemas do sistema de saúde publica, que está a beira de um colapso. No entanto, o governo de Bolsonaro/Mourão demonstra incapacidade em adotar medidas ef**azes no combate à pandemia. Além das verbas e recursos limitados, do sucateamento do SUS (situação intensif**ada pela EC 95 do teto de gastos), grande parte da classe trabalhadora está sofrendo com cortes salariais e demissões. Para os setores informais e autônomos, não trabalhar é sinônimo de não comer. Diante disso, sem o direito à quarentena garantido, continuarão se expondo ao risco de contágio em transportes coletivos lotados e no próprio ambiente de trabalho. A população de rua está altamente suscetível a quadros graves da doença. O sistema prisional sendo afetado pelo vírus, estará aberto a um caos completo e uma terrível situação dos encarcerados, visto a situação criminosa de higiene, saúde e superlotação nos presídios, além da falta de medicamentos e produtos destinados à prevenção. Terceirizados e técnicos-administrativos foram liberados tardiamente em relação aos setores docentes bem remunerados das universidades. Ou seja, as condições de prevenção e tratamento não são iguais e a pandemia afetará de maneira mais intensa a parte pobre e em condições precárias de trabalho, moradia ou estudo. Apesar da origem biológica da pandemia, f**a evidente como o caráter desigual do capitalismo afeta o desenvolvimento da pandemia na nossa sociedade.
Nos últimos dias foi veiculada uma denúncia de que 13 trabalhadores tercerizados, inclusive alguns no grupo de risco (idosos), estariam sendo obrigados a trabalhar no prédio do IFCS durante a situação de crise na qual vivemos, mesmo com a suspensão das aulas.
Segue a nota da denúncia:
"Fui informado nesta sexta feira 20/03/2020 que, mesmo em PANDEMIA MUNDIAL, 13 trabalhadores e trabalhadoras, são mantidos dentro do IFCS, trabalhando limpando o chão e na portaria. Lamentável que o instituto que tanto disserta sobre trabalhadores e trabalhadoras seja tão apático diante da opressão debaixo dos seus pés. Porque as trabalhadoras, na maioria senhoras, estão esfregando o chão no IFCS Onde está a DIRETORIA E O CORPO DOCENTE que não estão amparando essas pessoas Empresa terceirizada Reitoria Instituto Quem se responsabiliza pela vida dessas mulheres, pobres, pretas e faveladas que deixaram seus filhos em casa pra varrer o chão de um prédio vazio Desses seguranças, homens negros, como estão suas esposas e seus filhos Cadê os professores e professoras da UFRJ pra dar algum suporte nesse momento Tá na hora de coçar o bolso. Pedimos aos estudantes que COBREM, CONSTRAJAM, EXPLANEM ESSA SITUAÇÃO"
Graças a pressão de setores da universidade, incluíndo a ATTUFRJ(Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ), no dia 20/03, com 5 dias de atraso em relação à nota da Reitoria que dispensava técnicos e terceirizados do trabalho, a Diretoria do IFCS notificou publicamente que estes funcionários seriam liberados. Consideramos que este posicionamento se deu tardiamente, dada a gravidade da situação pandêmica.Reiteremos a necessidade de manter e ampliar a suspensão de TODOS os serviços não essenciais, incluindo terceirizados, tecnico-administrativos e também pessoas do grupo de risco. É imperativo que isso ocorra com nenhum corte salarial ou penalização. Para os que estão em funções essenciais na universidade, que seja fornecido todo o material de proteção ao vírus.
Além disso, vemos que as atividades e condições de estudo-ensino também estão indo no sentido da precarização. Enquanto a situação de crise vai se intensif**ando cada vez mais, veio a tona, ainda no dia 18/03/2020 que a prefeitura do Rio de Janeiro SUSPENDEU o Passe Livre Universitário por 15 dias (e que provavelmente se extenderá). Ação unilateral, tomada sem a consulta prévia aos estudantes, não apenas prejudica-nos, mas mostra que o governo não entende que o Passe Livre não é necessário apenas para o deslocamento dos estudantes para a UFRJ com o fim de estudo etc., mas que, também, serve para o acesso à cidade dos estudantes (trabalhar ou ir ao estágio, já que grande parte da classe trabalhadora ainda está trabalhando; fazer compras em super-mercados, comprar remédios em farmácias etc.) ou então para ajudar no combate contra o corona vírus, como, por exemplo, estudantes do Instituto de Química da UFRJ que vem produzindo Alcool em gel para o uso no hospital Universitário da UFRJ. Isto tudo serve apenas como um exemplo de como o Passe Livre é necessário, não apenas para os estudantes, mas para toda Sociedade, nesse momento de crise.
Para agravar ainda mais a situação, nessa mesma data (18/03/2020), o Ministério da Educação liberou, por meio de uma portaria publicada no Diário Oficial da União, a substituição das aulas presenciais pela modalidade à distância por 30 dias. Ao ver da gestão, isso é uma medida extremamente danosa ao corpo discente da Universidade, inclusive tendo sido criticada, também, pela Reitoria na Nota publicada no dia 22/03. Listamos os seguintes motivos para sermos contrários à medida EAD:
-A Quarentena não é uma medida que todos os estudantes da UFRJ podem se beneficiar, já que grande parte, durante essa "quarentena", terá que trabalhar, cuidar/ajudar parentes que apresentarem sintomas, entre outras tarefas. Essa medida beneficiaria apenas os estudantes que conseguem exercer o direito de estar em quarentena(não trabalharem, etc.), tendo um cunho completamente classista, a partir do momento que exclui os estudantes que não dispõem das condições básicas para que se possa aproveitar do EAD;
- As instituições de ensino privado vem, atualmente, apostando seus investimentos na Eduacação a Distância (EAD), até mesmo nos cursos presenciais para aumentar seus lucros. Entendemos que, se aceitarmos essa medida agora, ela poderá nos ser imposta novamente, mais à frente, justif**ada pelos interesses privatistas do governo;
-Nem todos os estudantes têm à sua disposição serviços de internet estáveis/recorrentes, ou mesmo computadores, em suas residências para que se possa, com êxito, se fazer matérias no modelo EAD.
Diante desta situação caótica, a gestão Cafil 2020, reforça a necessidade de um amplo diálogo entre a comunidade universitária (funcionários e estudantes) para garantir que as medidas que interfiram em nossas condições de ensino-estudo sejam feitas de maneira democrática e participativa; da paralisação de todos trabalhos considerados não essenciais; a revogação da EC95(conhecida como PEC da morte), que impede a expansão qualitativa e quantitativa do SUS e demais serviços públicos; compensações econômicas para os setores informais/autônomos; a criação de uma renda basica para garantir o direito de quarentena à todos; anistia do pagamento de contas, impostos e aluguéis; e também enfatizamos a necessidade de criação de redes de solidariedade e apoio mútuo entre trabalhadores e estudantes que ao mesmo tempo apontem para uma luta contra o governo Bolsonaro/Mourão.
⚫Gestão CAFIL 2020”
Debate Em Defesa das Ciências Humanas.
A APG-UFRJ, atuando por meio da formação de núcleos em cada um dos campi da universidade, tem fortalecido a mobilização das bases estudantis por meio de debates, grupos de estudo, reuniões, assembleias e atos. Acompanhe o calendário da APG-UFRJ para os próximos dias. Todos os estudantes da UFRJ e das demais universidades do Rio de Janeiro estão convidados a participar.
Polícia Militar reprime ato da Associação de Pós-Graduandos da UFRJ (APG-UFRJ) dentro do campus da Universidade.
Ontem, 29 de agosto, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro reprimiu um ato organizado pela APG-UFRJ, no próprio campus da instituição. Após assembleia para discussão sobre os cortes no orçamento da Educação e das bolsas do CNPq, os estudantes caminharam até a Av. Horácio Macedo, em frente à Faculdade de Letras, e fecharam um dos sentidos da via durante alguns minutos, entoando palavras de ordem e alertando a comunidade acadêmica sobre as ameaças à Universidade.
Os estudantes foram surpreendidos com a chegada de policiais militares ao local que agiram com a truculência que lhes é comum. Portando ostensivamente fuzil e armas curtas, os policiais sem qualquer identif**ação, chegaram a ameaçar os estudantes (graduandos e pós-graduandos) com armas não letais. Houve da parte dos estudantes a tentativa de negociar uma solução não violenta para o caso, propondo a continuidade do ato por cinco minutos, opção prontamente rejeitada pelos agentes. Nos momentos seguintes, ao menos cinco viaturas da PM e do Rio Mais Presente foram deslocadas até o local para por fim ao ato de cerca de 30 estudantes que reivindicavam pacif**amente o direito de continuar seus estudos dentro da Universidade.
Cabe destacar que a via não foi completamente fechada em momento algum, bem como os estudantes já haviam liberado as faixas de maior fluxo no momento da chegada dos policiais. A opção tomada pelos agentes não foi de reorganizar o trânsito nas vias que não foram ocupadas, mas sim de cercear o direito constitucionalmente garantido à manifestação dos estudantes por meio de ameaças à integridade física, numa clara expressão do autoritarismo do braço armado do Estado.
É inconcebível que a PM possua carta branca para reprimir atividades pacíf**as dentro da UFRJ, como a descrita. O cerceamento a liberdade de expressão e o debate crítico só foram subtraídos assim no tempo da ditadura militar. Se hoje eles proíbem os alunos de fazerem uma manifestação, amanhã podem invadir CA's, o DCE e as entidades representativas dos professores e técnicos.
Demonstramos total repúdio às ações da PMRJ no campus e viemos a público cobrar da Reitoria e da Procuradoria explicações sobre as ações de policiais sem identif**ação dentro da UFRJ.
*Polícia Militar reprime ato da Associação de Pós-Graduandos da UFRJ (APG-UFRJ) dentro do campus da Universidade.*
Ontem, 29 de agosto, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro reprimiu um ato organizado pela APG-UFRJ, no próprio campus da instituição. Após assembleia para discussão sobre os cortes no orçamento da Educação e das bolsas do CNPq, os estudantes caminharam até a Av. Horácio Macedo, em frente à Faculdade de Letras, e fecharam um dos sentidos da via durante alguns minutos, entoando palavras de ordem e alertando a comunidade acadêmica sobre as ameaças à Universidade.
Os estudantes foram surpreendidos com a chegada de policiais militares ao local que agiram com a truculência que lhes é comum. Portando ostensivamente fuzil e armas curtas, os policiais sem qualquer identif**ação, chegaram a ameaçar os estudantes (graduandos e pós-graduandos) com armas não letais. Houve da parte dos estudantes a tentativa de negociar uma solução não violenta para o caso, propondo a continuidade do ato por cinco minutos, opção prontamente rejeitada pelos agentes. Nos momentos seguintes, ao menos cinco viaturas da PM e do Rio Mais Presente foram deslocadas até o local para por fim ao ato de cerca de 30 estudantes que reivindicavam pacif**amente o direito de continuar seus estudos dentro da Universidade.
Cabe destacar que a via não foi completamente fechada em momento algum, bem como os estudantes já haviam liberado as faixas de maior fluxo no momento da chegada dos policiais. A opção tomada pelos agentes não foi de reorganizar o trânsito nas vias que não foram ocupadas, mas sim de cercear o direito constitucionalmente garantido à manifestação dos estudantes por meio de ameaças à integridade física, numa clara expressão do autoritarismo do braço armado do Estado.
É inconcebível que a PM possua carta branca para reprimir atividades pacíf**as dentro da UFRJ, como a descrita. O cerceamento a liberdade de expressão e o debate crítico só foram subtraídos assim no tempo da ditadura militar. Se hoje eles proíbem os alunos de fazerem uma manifestação, amanhã podem invadir CA's, o DCE e as entidades representativas dos professores e técnicos.
Demonstramos total repúdio às ações da PMRJ no campus e viemos a público cobrar da Reitoria e da Procuradoria explicações sobre as ações de policiais sem identif**ação dentro da UFRJ.
Contra a gestão empresarial da UFRJ: nota do núcleo IH/IFCS da APG-UFRJ
Nós, pós-graduandos dos cursos de Ciências Humanas do Instituto de História e Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, temos acompanhado com muita preocupação o aprofundamento do modelo empresarial de gestão proposto para a nossa universidade. Tal acepção pretende reduzir o foco da universidade pública à inovação e ao empreendedorismo, colocando a instituição a serviço dos desejos das iniciativas privadas. Esta concepção contribui para o esvaziamento (ainda maior!) da autonomia universitária como um todo — ou seja, nos âmbitos financeiro, administrativo e didático-científico. Neste cenário, o Future-se surge apenas para consolidar um processo já em marcha.
O atual governo, havendo se declarado abertamente como inimigo da universidade pública, opera constantemente com cortes orçamentários que ameaçam parar as atividades acadêmicas já no próximo mês. Paralelamente a isso, tem incentivado, desde o início do ano, a expansão da participação dos grandes conglomerados privados no setor da educação superior, acenando com permissões para que empresas ofereçam cursos de pós-graduação ou com outras ações, como as que podemos encontrar no documento do Future-se. Não bastasse isso, há que se destacar que este governo elege prioritariamente as Ciências Humanas como seu alvo dileto. Enquanto o arrocho econômico atinge a todas as áreas da universidade pública, é preciso reconhecer que as Humanidades sofrem também com sistemáticos ataques ideológicos que visam descaracterizar e difamar suas atividades, bem como deslegitimar a relevância e a cientificidade de suas pesquisas — justif**ando assim o descompromisso do Estado com o financiamento dos trabalhos realizados nessa área.
Neste cenário, por um lado, o governo corta recursos públicos das instituições públicas com uma mão e fomenta a participação dos setores privados com a outra. Por outro, no âmbito da própria UFRJ, o empreendedorismo e a inovação tornam-se valores naturalizados e presentes de maneira acrítica no discurso da atual gestão. Sendo assim, como f**am as Ciências Humanas? A sombria perspectiva de que a estas restará financiamento somente mediante à celebração de parcerias com empresas privadas — a fim de desenvolver projetos que contemplem a chamada Inovação Social — não representa um futuro distante. Neste sentido, tal horizonte não é fruto apenas do Future-se, pois está presente também na própria proposta de gestão apresentada nos Conselhos da UFRJ pela nova Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa.
Future-se ou não Future-se, a Parceria Público-Privada e a Inovação Social conformam o que se pretende como horizonte para as disciplinas ligadas às Humanidades: a morte do pensamento crítico, visto que as pesquisas realizadas neste campo são, em sua essência, inteiramente incompatíveis com as premissas daquelas iniciativas. Estas áreas do conhecimento exercem justamente a crítica contumaz à função ideológica do discurso oficial. Em outras palavras, é razão de existir das Humanidades evidenciar quais forças se escondem por trás de discursos pretensamente transparentes, técnicos ou sem vieses políticos ou ideológicos, revelando que, pelo contrário, essas ações são revestidas de motivações e interesses diversos.
Por isso, nós, pós-graduandos dos cursos de Ciências Humanas sabemos muito bem que categorias pretensamente neutras como “empreendedorismo” e “inovação” estão enraizadas em condições sócio-históricas específ**as, e que, por isso, atendem a interesses que estão longe de serem neutros. Sabemos que são categorias neoliberais utilizadas para mistif**ar o processo de privatização da universidade pública que se encontra em curso. Diante disso, o Núcleo de Pós-Graduandos do IH/IFCS vem a público deixar claro que haverá resistência contra esse projeto e convida os demais pós-graduandos da área de Humanas a fortalecer essa resistência! MOBILIZAR PARA BARRAR O FUTURE-SE E QUALQUER TENTATIVA DE IMPOR MODELOS EMPRESARIAIS PARA AS UNIVERSIDADES! POR UMA UNIVERSIDADE VERDADEIRAMENTE AUTÔNOMA E POPULAR!
Contra os cortes e o desmonte da universidade pública: mobilizar e organizar a resistência!
Diante dos crescentes ataques dirigidos contra as universidades públicas, nós, pós-graduandos do Instituto de História e do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, constituímos o Núcleo IH/IFCS da Associação de Pós-Graduandos (APG) para somar e contribuir com a mobilização estudantil na UFRJ. É evidente que as Ciências Humanas encontram-se no centro dos ataques não só pela via material, mas também ideológica. Só há apenas uma saída para combater tal avanço, bem como o neoliberalismo e o empreendedorismo dentro das universidades: construir a organização, mobilização e luta! Por isso convidamos todos os pós-graduandos do IH/IFCS a construírem de forma horizontal e autogestionada os meios necessários para a defesa de um projeto de universidade verdadeiramente gratuita, popular e de qualidade!