Prof. Basílio - Historiando

VIVA DARCY RIBEIRO!
VIVA A UTOPIA BRASILEIRA!

O está com uma bela exposição sobre a trajetória política, intelectual de um dos maiores pensadores e educadores do Brasil: Darcy Ribeiro. Apaixonado pelos povos indígenas e pelo povo brasileiro, sempre lutou por uma educação pública de qualidade, com alimentação e formação aos pobres no Brasil. Sempre apontou o dedo nas elites toscas e ressentidas desse território, que normalizam milhões de crianças com fome e acham que o “problema do Brasil” é seu povo. Pra Darcy, é no - e pelo - povo brasileiro que estão as respostas para a criação de uma nova civilização nos trópicos.

Dever político e intelectual de todos nós é ler, estudar e seguir os desafios, ainda longe de se realizarem, deixados por Darcy, rumo a utopia-Brasil.

Dos carinhos dos alunos, que enchem o coração de alegria. 🥰

Com essa foto, desejo uma EXCELENTE FUVEST a todas e todos vocês!

Meus comentários pra sobre o ENEM deste domingo.

E você, o que achou do 1º dia de prova?

O QUE VOCÊ ACHA QUE FALTOU NESSA LOUSA?
Que eventos você citaria como fundamentais para a Nova República? 🤓🧐🤔

História do tempo presente é um desafio teórico e metodológico. No presente, história e memória se entrelaçam especialmente. Além disso, sem distanciamento histórico e diante de tantas fontes, é ainda mais difícil fazer recortes e periodizações.
Mas podemos correr riscos e propor leituras, afinal, a história, enquanto ciência não quer ser eterna nem absoluta. Os historia
Muito provavelmente os historiadores do futuro irão descartar tudo isso aqui e estabelecer a narrativa a partir de outros pontos. Enquanto isso, vamos vivendo o presente e analisando atentamente o passado.

SOBREVIVENDO NO INFERNO

Mais uma vez tive o prazer imenso de bater um papo sobre esta obra urgente e fundamental dos Racionaus MC’s, um interpretação profunda e crua da realidade brasileira. Não só leitura obrigatória da UNICAMP, mas um projeto político para salvar vidas do genocídio negro nas quebradas. Um projeto que começou há alguns anos com o grande Márcio Pantoja.

Um prazer estar junto da professora .blima e nessa atividade!

Panorama histórico do Salário mínimo em valores atualizados.

Interessante perceber: em períodos democráticos (1950-1964 e 1995-2016) há um crescimento substancial do salário mínimo; esse processo é interrompido por golpes (1964 e 2016), quando começam políticas de conter ou reduzir o valor do salário mínimo.


Em uma palavra: conflitos distributivos entre Capital e trabalho; quanto da riqueza produzida f**a com quem produziu ou quem é proprietário.
Pode falar de comunismo, corrupção, fechar igreja, kit gay e etc mas difícil contestar esses dados.

Sempre defenderei a democracia e sua consecutiva valorização do salário mínimo.

Dissecando Enem

Mais uma vez, junto com o Parada, camarada de caminhada, levando informação, orientação e ferramentas para o desenvolvimento da autonomia rumo a construção de sonhos.

Em meio a tanta idolatria, gravei essa reflexão. Igreja sem Partido! Urgente questionarmos o uso do púlpito e da igreja para QUALQUER propagandismo eleitoral.

Não caia na falsa narrativa da “Cruzada Religiosa”. Enquanto dizem defender famílias, famílias são destruídas pela fome e violência ‘

Você discorda do vídeo? Discuta de forma civilizada!

Um abraço

https://youtu.be/ay0_4iBlfkA

Evangélicos: entre o Cristo e os falsos Messias Uma breve reflexão, com amor e preocupação.Se você discorda, esse é um espaço para conversamos de forma respeitosa e civilizada :)

Falta pouco pra gente sair dessa bad trip escrota…, né marquinho?

Chegou hoje essa camiseta do , os caras que salvam dia sim dia não a tragédia que temos vivido.

As palavras do Ulysses Guimarães não podiam ser mais atuais: ódio e nojo à ditadura

EXPOSIÇÃO AMAZÔNIA - SEBASTIÃO SALGADO
(até domingo, dia 31/07).

Estou atrasado com essa postagem. Até fui pra Amazônia nesse meio tempo (em breve, fotos e relatos intensos). Mas precisava compartilhar com vocês essa exposição forte, impactante e urgente: Amazônia. Mais uma vez, o renomato fotógrafo Sebastião Salgado nos compartilha seus olhares através das lentes, dessa vez sobre a Amazônia esta imensidadão de território, de rios da terra e do ar, da resistência indígena e ribeirinhas, dos desconhecidos e dos constantes massacres exploratórios. Falar da Amazônia é falar sobre nossa sobrevivência na terra - ameaçada pelo capitalismo predatório (que destrói a vida na terra para acumular capital e colonizar a Lua?).
Na exposição você sente a imensidão e pequenez. Indico fortemente.

O DISSECANDO ENEM é o projeto que eu e o prof. Pedro Parada temos desenvolvido ao longo dos últimos anos. E surgiu de uma percepção: muitos estudantes começam a estudar para o ENEM, mas não sabem ao certo como se preparar para essa prova e acabam se frustrando ao longo do processo.

Como o próprio nome diz, o DISSECANDO se propõe a Dissecar a prova e oferecer ferramentas para a tão falada (mas tão mal desenvolvida) autonomia do estudante.

DISSECANDO é sobre sonhos e possibilidades por meio do ENEM.

Agradecemos aqueles que nos ouviram e esperamos que os frutos floresçam!

Compartilhar com vocês uma alegria imensa: voltar ao

É bom demais acreditar e se realizar no que você faz. Nesse espaço eu me encontrei há uns anos; hoje retorno e reencontro a alegria da sala de aula.

Se a História do Brasil é de violência, mas também de resistência, jovens num cursinho popular em pleno sábado se ligam a essa longa história de Resistência, para ocupar um lugar que lhes pertence: a Universidade Pública de qualidade.

Post de aniversário. Nada a ver com educação, mas tudo a ver. Um dia bastante feliz.

Trabalhar no dia do aniversário tem suas surpresas boas, especialmente, se você trabalhar numa escola.

Como disse em algumas salas, a escolha em ser professor é dura. Educação no Brasil é o atestado da precariedade. Mas alguns momentos enchem o coração de alegria. Pra além de qualquer conhecimento, a gente vai compartilhando vivências e construindo afetos. Pela capacidade de se afetar as pessoas se transformam.

A glicose irá subir com tanto chocolate! A flor também foi presente. A gente entra na brincadeira e se diverte.

Um muito obrigado a todos e todas vocês :)

ASSISTAM o filme MEDIDA PROVISÓRIA (Direção: Lázaro Ramos)

Alguns breves motivos para assistir (impressões e não uma análise):

1) O cinema brasileiro resiste bravamente e é importante valorizá-lo.

2) Esteticamente o filme é muito bom: o roteiro, a fotografia e a interepretação deslumbrante de Taís Araújo e Seu Jorge.

3) Nunca vi nenhum filme com tantas atrizes e atores pretos- isso sem falar no protagonismo (literal e simbólico) dessa minoria-maioria.

3.1) A trilha sonora é um espetáculo: Elza Soares é aclamada e exaltada como a entidade que é.

4) O ritmo do filme é intenso: nada daquela tradicional calmaria e silêncio. O filme não para por nenhum segundo. É voraz. Te devora.

5) Contém doses cavalares de ironia, provocação, deboche. Mas não aquele riso "há há, pra ver branquinho aplaudir" (Capítulo 4, Versículo 3, Racionais). É uma inversão que, se por um lado é cômica, evidencia a tragédia da realidade nossa de todos os dias.

6) O filme, carregado de afrofuturismo, nos mostra um "futuro distópico" no qual um governo ra***ta, neofascista e conservador (pleonasmos) propõe uma "reparação histórica", expulsando os pretos ("melaninados") do Brasil em direção a países da África. O filme trata de resistência ao racismo, genocídio e toda uma gama de violências físicas e simbólicas. Os afrobrasilerios resistem em "afrobunkers", quilombos contemporâneos (Emicida, sempre um velho sábio), pois, mesmo concebendo uma ancestralidade africana, sentem-se brasileiros e desejam permanecer aqui (essa articulação entre raça - categoria social - e nação, f**a um pouco incerta no filme. Quero ver novamente para ver se compreendo melhor).

7) O filme fala de violêcia e resistência. O filme fala de um futuro e de um passado, mas principalmente de um presente. Dia 13/05/22, em aula, falei aos alunos, (ao som de Djonga e Racionais), sobre a abolição incompleta e o racismo estrutural. É sobre isso o filme, mas sobre muito mais. Quando Capitu, a personagem de Taís Araújo, diz que a "mulher negra é a mula de carga da sociedade", difícil não conter as lágrimas e não olhar para a nossa história individual, nossos antepassados, nossas avós, bisavós, etc.

Assistam. Pra ontem.

Despedidas são momentos tristes, mas que reforçam a certeza de que vivemos dias intensos.
Essas fotos sintetizam um pouco do que foi essa experiência.

Aulas, dinâmicas, julgamentos, conversas duras, risadas, sonhos, indignações, esperanças. Dia após dia, tive a honra de construir isso com os alunos do Colégio Cristo Rei. A vocês, meus caros e minhas caras, uma gratidão enorme e um abraço apertado. Se ensinei alguma coisa, podem ter certeza de que aprendi muito mais!
Como diz o Sabotagem, "respeito é pra quem tem!". Que a sementinha de consciência, indignação e responsabilidade pela liberdade e pelo espaço público frutifique e fortaleça!
Espero vê-los na formatura! Tem um lugar guardado no meu coração!

Aos colegas, um abraço especial pelo constante apoio e carinho: tornaram a jornada mais amena e agradável.

Abraço novos desafios e trilho novos caminhos, mas, como já disse Paulinho da Viola, "quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado".

Agradeço novamente a todos! :)

OBRIGADO E ATÉ LOGO!

INDICAÇÃO - EXPOSIÇÃO "ADRIANA VAREJÃO NA PINACOTECA"

Até agosto, a Pinacoteca de São Paulo está com uma exposição temporária chamada "Adriana Varejão: Suturas, fissuras, ruínas".
INDICO FORTEMENTE! A artista, referência brasileira nas artes plásticas, traz nas suas obras de forma visceral as fissuras e rasgos que nos formam e nos constituem.
O Darcy Ribeiro disse que o Brasil (empresa agroexportadora) é uma máquina de moer gente. Varejão mostra as vísseras da construção do Brasil. As fissuras e entranhas. O processo brutalmente violento para a construção disso que chamamos de Brasil.
Obras, desde a década de 1980, que vão refletir sobre a dinâmica racial da violência, exploração e construção desta empresa-Brasil.
Por trás dos monumentos, só carne humana destroçada e sangrada. Ontem e hoje.

A exposição por si só é incrível. Mas a experiência de adentrar a Pinacoteca por si só já valeria a visita: os herdeiros do massacre, andando saltitantes pelas galerias contemplando a "arte", discutindo sobre formas e materiais enquanto as ruínas se amontoam. Eu me lembrei do Mário Pedrosa e das reflexões sobre o que seria uma arte revolucionária sem ser panfletária: Verejão, ao meu ver propõe isso, mas, ao mesmo tempo, sua crítica visceral é transformada em uma mercadoria ultra-mega fetichizada e valorizada. Mas esse é um outro debate.

Ingressos disponíveis no site da pinacoteca. R$20,00 inteira. R$10,00 meia.

Você já foi? O que achou? Compartilha aqui em baixo.

DISSECANDO O ENEM

Desde 2017, eu e o professor temos desenvolvido o Dissecando ENEM, uma palestra e oficina que tenta desmistif**ar a prova do ENEM e oferecer ferramentas aos alunos na organização de seus estudos. O Dissecando não é sobre o ENEM, mas sobre sonhos. Na educação muito se fala de autonomia, mas como desenvolver autonomia sem uma conversa honesta e clara sobre os desafios do futuro?
Dissecando o ENEM é isso: uma conversa sobre como se preparar para conquistar sonhos.
Saúde mental, projeto de vida, plano de estudos. Isso tudo e mais um pouquinho!

Agradeço ao e ao grande pela acolhida, mas especialmente aos alunos que se permitiram viver essa experiência. É por vocês que nós fazemos isso! Um sonho que constrói novos sonhos!

DEBATE: Ideias Políticas

Essa semana, depois de uma longa preparação, os alunos vivenciaram a experiência de um debate político. Eles foram divididos em 4 grupos de acordo com ideias políticas do século XIX: liberais, socialistas, nacionalistas e anarquistas. Os grupos puderam pesquisar, se aprofundando nas perspectivas teóricas de cada ideia.
Um conjunto de perguntas norteava o debate: quais as causas da desigualdade? Devemos combatê-la e como? Quem deve votar? Quais as causas da criminalidade? Educação deve ser pública?

Problemas do cotidiano contemporâneo, que continuam mobilizando ideias gestadas há quase 2 séculos.

Cada grupo poderia perguntar, comentar ou discordar dos demais.
Muito legal ver a capacidade de argumentação, contextualização e articulação dos alunos. Muitos “não gostaram” do seu tema, mas abraçaram a atividade e puderam compreender melhor ideias que discordavam: eis o papel da educação.

Para além das ideias, por si só importantes, o ato de se colocar em público e argumentar é central para o desenvolvimento.

Assim vamos construindo o futuro.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão -
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Exercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

Operário em Construção. Vinicius de Moraes, 1959.

PARADOXO DA TOLERÂNCIA

Ser tolerante com a intolerância?
Liberdade de expressão para quem defende extermínio de grupos?
Liberdade idílica em abstrato X experiência histórica concreta?

Enquanto tem gente defendendo legalização de “partido naz1sta” na frente de deputados, o Estado continua exterminando pretos e pobres.

Só pra lembrar: nazismo não está nada longe. “Imunidade de rebanho” (GENOCIDIO). “Só uma gripezinha”(EUGÊNIA). “Vamos fuzil4r a oposição “(EXTERMÍNIO)

E o óbvio acontece novamente: um ultra liberalismo se aproximando do naz1fasc1smo. Eis aí a verdadeira “ferradura”.

A alegria do professor olhando pra energia éolica e pro mar… sem aluno, sem prova, diário, reunião, correção, burocracia 😂😅

Descansem que logo a realidade volta! 👀
(Pra quem tá nas 2as fases, força! Tá acabando!)

2022 promete! 😎

FELIZ ANO NOVO, meus caros alunos, alunas, alunes e companheiros!

Que 2022, com todo mundo vacinado a gente vença de vez a pªndemi1a! E aproveitar e vencer também o fasc1smo e o negacionism0.

🔺QUAIS OS SEUS DESEJOS PRO ANO NOVO?

Eu desejo que seja tempo de esperança, do verbo esperançar.
“É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo” (Paulo Freire)

Feliz 2022!

Dia de luto, luta e celebração.

Uma importante referência teórica deixou esse mundo-cão, mas nos deixa reflexões e provocações - base de qualquer educação crítica e potencialmente transformadora.

bell hooks se apropriou da reflexão de Paulo Freire e deu corpo, poesia e potência. E criticou.

Uma educação do incômodo, mas também do cuidado, acolhimento e seriedade no manejo teórico. Não é voluntarismo, mas ação-reflexão-ação. Uma educação que abraça e dialoga com a contradição e não “cancela” toscamente.

Postei essa foto, porque me mudou e marcou e transformou a leitura: uma educação que ensine a transgredir, a tudo, até mesmo a frágil e virtual autoridade do professor. Não uma transgressão tosca do aluno-consumidor que nega, mas uma transgressão crítica, mesmo que ingênua, que reconhece , mas supera. Uma educação que transgrida e questione os pressupostos do poder.

bell hooks está viva em sua obra e na transgressão diária que é educar.