A Luta do Luto

E ontem, quando estava no cemitério, esta música surgiu-me do nada.
Há músicas que nos salvam!

Spirit Lead Me - Hillsong United (Lyrics) 🎤.........Lyrics......................Spirit lead me where my trust is without bordersLet me walk upon the water...

7 AN0S

Fez ontem 7 anos que os perdi , 7 anos de saudade
17 de Junho irá ser sempre um dia difícil. Falo e lembro-me deles com frequência mas recordo as boas memórias. A data de falecimento remete-me para os momentos de aflição vividos naqueles dias. Primeiro o não saber o que tinha acontecido, o andar à procura deles (nós também ficámos encurralados pelo fogo), depois a confirmação de que o pior tinha mesmo acontecido e o não querer acreditar. Os dias de angústia e de tormento que se seguiram. Por muito que o meu luto esteja devidamente integrado esta data será sempre complicada.
Fui ao cemitério, fiquei ainda mais angustiada. O cemitério está completamente ao abandono, há falta de zelo, campas partidas, terreno abatido, ervas daninhas, bocados de vasos e estátuas espalhados…já vamos ao cemitério com o coração pesado, chegar lá e ver assim tudo tão desmazelado ainda fiquei mais triste. As campas dos meus avós também estavam danificadas. Eu e o meu marido fomos comprar cola para tentar arranjar minimamente. Limpámos, arrancámos as ervas e colámos o que conseguimos. No final acho que ficou com um aspeto mais cuidado.
Há pessoas que trabalham no cemitério, talvez não seja essa a sua função, mas deviam ter o mínimo de zelo. Há partes de campas partidas que já lá estão amontoadas há mais de 1 ano. Não faz qualquer sentido. Em vez de estarem ao telemóvel ou a olhar para o dia de ontem (como pude observar), podiam ir fazendo pequenas tarefas, retirar aqueles bocados de pedra dali era o mínimo.
Enfim, vim de lá chateada, para mim, cuidar das campas ou da gaveta onde estão as cinzas dos meus pais é cuidar deles. Fez-me mesmo muita confusão ver o cemitério naquele estado. Parecia que tinha havido ali uma batalha campal.
Ontem tomei a decisão de não ver notícias nenhumas relacionadas com a tragédia. Antigamente queria ver tudo, tive alguns ataques de ansiedade graças a isso. O estar constantemente a ver imagens da estrada, ouvir os relatos das pessoas, saber que nada foi feito para que não aconteça novamente, não me faz nada bem. Este ano decidi não ver nada, cada reportagem mudei de canal, cada notícia nas redes sociais passei à frente. Pelo menos nesse aspecto consegui estar mais tranquila.
Estas datas são sempre complicadas, eu quando penso neles, penso em vida não em morte, felizmente não vivo agarrada àquele ma***to dia mas no aniversário do falecimento é-me impossível não lembrar. Ficará para sempre marcado como o pior dia das nossas vidas!!

Há dias em que é impossível não ficar triste. E não faz mal. Ninguém tem de fingir nada para agradar aos outros. Se estamos tristes, estamos tristes. Ás vezes basta que nos acompanhem nessa tristeza.

JUNHO- MÊS QUE EU ADORO E ODEIO AO MESMO TEMPO

Junho é o mês dos Santos Populares, das festas de Lisboa e de S. Martinho do Porto (onde Santo António também é padroeiro), do começo das noites de Verão, dos Festivais de Música. Ironicamente era o mês preferido da minha mãe que adorava os arraiais, as noivas de Santo António e as marchas.
É tudo isto, mas é também o mês que carrega o peso da tragédia, foi no dia 17 de Junho que tudo aconteceu. Quando começo a ouvir que as temperaturas vão aumentar, que há perigo de incêndio, fico em stress. Ao longo destes 7 anos sempre que há um incêndio o meu coração pesa, vejo novamente aquela estrada horrível com carros queimados á minha frente. Os erros na prevenção e no socorro continuam a ser os mesmos. Há um perigo enorme da tragédia se repetir.
Dia 17 é impossível não reviver tudo o que aconteceu, nesse dia e nos subsequentes. Foram dias de uma enorme incerteza e de agonia. Claro que o aniversário da tragédia invoca sentimentos de tristeza e de raiva. É um daqueles dias para mim marcado como curva descendente nesta montanha russa que é o luto. Volta tudo à tona.
Junho é mesmo para mim um mês de amor e de ódio!

Em homenagem à minha mãe:

Ana Moura | Arraial triste

É de ficar com um nó na garganta, que homenagem tão linda!!
I think of you when i think about forever!!

Estava a ouvir a música, olhei para as horas eram 17:17, dizem que quando os números aparecem assim é porque alguém que amamos está a pensar em nós também.
Obrigada Pai ❤

P!NK - When I Get There (Lyric Video) P!NK's new album "TRUSTFALL" is available February 17th. Pre-order and pre-save now: https://pink.lnk.to/TRUSTFALLListen to "When I Get There" out now: https...

AUSENTES MAS SEMPRE PRESENTES

Honrar quem partiu reforça a importância de manter viva a memória daqueles que já faleceram. Honrar quem partiu envolve lembrar das suas contribuições, do impacto que tiveram na vida dos que ficaram e celebrar o legado que deixaram.
É uma forma de manter o vínculo emocional e espiritual com os entes queridos que já não estão fisicamente presentes, perpetuando as suas lembranças com respeito e carinho.
É para mim complicado pensar que as pessoas que faleceram possam ser esquecidas. Nunca mais se falar nelas, nunca mais ouvir o seu nome, na minha forma de viver o luto está fora de questão. Nunca deixarei de os recordar, seja em datas importantes ou em determinados lugares, eles serão sempre lembrados.
Em minha casa fala-se neles com frequência e cada cantinho guarda uma memória, seja uma fotografia ou um objecto. Estão e estarão sempre presentes.
É o que funciona para mim, provavelmente para outras pessoas poderá até parecer estranho porque todos vivemos o luto de forma diferente, eu preciso de os sentir perto. Ausentes mas sempre presentes!

SINAIS DE QUE O LUTO ESTÁ INTEGRADO
O processo de integração do luto varia de pessoa para pessoa mas alguns sinais gerais podem indicar que o enlutado está a conseguir lidar melhor com a perda, integrando o luto na sua vida:

REDUÇÃO DA INTENSIDADE DA DOR: A dor emocional intensa começa a diminuir e a pessoa começa a sentir-se mais equilibrada.

CAPACIDADE DE RELEMBRAR SEM SOFRIMENTO EXTREMO: A pessoa consegue lembrar do ente querido sem sentir uma dor insuportável podendo até recordar com carinho e saudade.

RETORNO AO QUOTIDIANO: Retoma das atividades diárias e responsabilidades com mais facilidade e menos esforço emocional.

INTERESSE POR NOVAS ACTIVIDADES: A pessoa começa a envolver-se em novas atividades ou a retomar hobbies antigos com interesse e prazer.

SENTIMENTOS DE ESPERANÇA E ALEGRIA: Sentimentos positivos e de esperança começam a ressurgir e a pessoa encontra momentos de alegria no dia-a-dia.

ESTABELECIMENTO DE NOVAS RELAÇÕES: A pessoa começa a formar novas relações interpessoais mantendo-se aberta a novas conexões sociais.

RESOLUÇÃO DO SENTIMENTO DE CULPA: O sentimento de culpa ou arrependimento pela perda começa a ser resolvido e a pessoa sente-se mais em paz consigo mesma.

ACEITAÇÃO DA REALIDADE DA PERDA: Há uma aceitação da realidade da perda, entendendo que o ente querido não voltará, mas que é possível seguir em frente.

PLANEAMENTO PARA O FUTURO: A pessoa começa a fazer planos para o futuro, demonstrando uma perspetiva de vida que vai além da perda.

INTEGRAÇÃO DA PERDA NA HISTÓRIA PESSOAL: A perda é integrada como parte da história pessoal, mas não define toda a identidade da pessoa.

Estes sinais não significam o fim da saudade ou da tristeza, mas indicam que a pessoa está a aprender a viver com a perda de maneira saudável e construtiva.
É importante lembrar que o processo de luto é individual e não segue uma linha recta, podendo haver altos e baixos ao longo do caminho.

Dia 17 de Maio na Universidade Sénior de Massamá
Espaço de partilha, foi um momento de aprendizagem para todos.
Muito Obrigada ❤

FÁTIMA, LUTO, ESPIRITUALIDADE E RELIGIÃO

O luto pode ter uma dimensão espiritual e religiosa para muitas pessoas. Muitas vezes a espiritualidade e a religião oferecem conforto, esperança e um significado durante o processo de luto. Cada pessoa vivencia o luto de maneira única, a espiritualidade e a religião podem por isso desempenhar um papel importante nesse processo para alguns indivíduos. Isso pode-se traduzir em rituais religiosos como a ida à missa, o rezar o terço, ou mesmo nas crenças da vida após a morte e a esperança num reencontro com os entes queridos que partiram.
O mês de Maio é o mês de Fátima, a comemoração das aparições. Em Fátima, o luto pode assumir uma dimensão especial devido à conexão espiritual e religiosa com o local. Muitos visitantes podem buscar co***lo e conforto espiritual ao lidar com a perda de entes queridos, aproveitando a atmosfera de devoção e esperança que permeia o local. A presença de peregrinos, rituais religiosos e a sensação de estar num lugar sagrado podem contribuir para a experiência de luto de uma maneira que ressoa com a fé de cada um.
Nunca fui a Fátima nesta altura, mas costumo ir uma vez por ano ao Santuário. Nunca fui devota mas a minha mãe e a minha avó eram, por isso faço questão de lhes prestar homenagem. Numa das visitas aconteceu um episódio curioso, uma das milhentas barraquinhas de recordações existentes no recinto tinha um quadro com o meu nome (que é sempre muito difícil de encontrar) e com a primeira oração que a minha avó me ensinou. Foi logo a primeira barraquinha que vi e lá estava o quadro. Coincidência ou talvez não!! O quadro claro que veio comigo. Todos os anos trago sempre uma lembrança, normalmente pulseiras que uso diariamente. É uma forma de sentir a minha avó e a minha mãe mais perto.