Palavras Insurgentes
Palavras Insurgentes é um blog de jornalismo, editado por Elaine Tavares, desde a ilha de Meiembipe
O RÁDIO - Ontem do dia do rádio, dia de nostalgias. Sempre que eu penso rádio, penso em rádio AM. Ali a vida vibrava. Notícias, futebol, programas ao vivo com comunicadores capazes de levar uma tarde inteira nas costas, ou uma manhã. Programas com ouvintes falando ao telefone, mandando dedicatórias de amor. Coisa bonita demais. Quando eu era pequena ouvia, junto com meu pai, o programa do Collid Filho, na Rádio Tupi, ondas curtas, sempre com poemas e músicas românticas. O pai tinha discos dele também Era uma delícia. Na Rádio Fronteira do Sul, além dos programas do pai, também adorava o Show da Tarde. A gente ia lá na rádio e gravava a dedicatória, pedindo a música. João Paulo era quem comandava o enormes gravadores de fita de rolo. Era o máximo. Ouvia também o programa do Barros de Alencar, na Tupi. Ali rolava o correio do amor. Minha irmã mandava cartas pra lá e chegou a ter vários correspondentes por conta do rádio. Era uma espécie de tinder dos anos 70. O rádio é um mundo. Quando morei em Passo Fundo, ouvia todos os dias o rei do rádio, o José Gomes JG, na Rádio Uirapuru. O carro da TV estava sempre ligado nele e volta e meia a gente ia lá dar um abraço no JG, pedir uma música. Era muito bom. Invariavelmente ele colocava a música "As Andorinhas" do Trio Parada Dura, porque sabia que eu gostava e dedicava pra nós. E nessa hora, a gente abria as janelas da Fiatizinha da TV e cantava a plenos pulmões, eu, Gilmar Lima e Flavio Goncalves. Era uma festa. Até hoje quando ouço essa música me ponho a cantar, cheia de pura alegria. Lembranças tão boas... O rádio foi minha primeira casa, quando ainda era uma menina, ajudando o pai no Ranchinho do Nhô Zé. E é nessa casa que ainda sigo, hoje na Comunitária do Campeche. O rádio é bonito demais... e imorrível...
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Na foto, o amado JG, rei das tardes da Uirapuru.
O NATAL DE 2023 - A cidade de Belém, onde supostamente nasceu o menino Jesus, que celebramos no Natal, f**a na Palestina. Ele nasceu num tempo de conflito e ocupação de sua terra, acossada pelo Império Romano. Por isso mesmo seus pais tiveram de sair de Nazaré e ir para Belém, obrigados por um censo. Agora, enquanto escrevo, já são mais de doze mil crianças mortas na Palestina. Eu disse 12 mil, muito mais do que na guerra contra o Iraque que durou 14 anos. Meninos, meninas, bebês. Assassinados dentro das escolas, dentro de hospitais, em suas casas bombardeadas, soterrados por tratores. Mortes premeditadas. Vítimas de um governo genocida. Um novo Herodes, disposto a destruir todo um povo, justamente matando as crianças. Essa é uma hora de dor. Não há o que celebrar. Assim que neste natal não haverá palavras bonitas, nem riso, nem cerveja gelada. Só essa infinita perplexidade. Como pode o mundo f**ar omisso diante de tal crueldade? O único gesto possível é o de desejar profundo que, assim como há 2023 anos, nasçam outras crianças palestinas, que resistirão, a despeito das bombas e dos homens da guerra. A Palestina vencerá! Em casa não haverá festa. Só essa dor, insuperável. Viraremos o ano sob essa infâmia do governo de Israel.
Meu desejo para esse natal é que o menino Jesus chegue ao mundo aos milhares, gerado do ventre das mulheres palestinas. Essas inquebrantáveis mulheres que, apesar de todas as dores, continuam e continuarão chegando a Belém.
Abraço a todos que sentem o mesmo!
Elaine Tavares
LANÇAMENTO DE LIVRO DIA 16 - Em parceria com a Letra Editorial, da querida Sandra Werle , a Revista Pobres & Nojentas lança no próximo dia 16, sábado, mais um impresso. Desta vez o debate é sobre a questão ambiental e como a mídia trata o tema, sempre desconectando da vida real. Um exemplo é o que acontece hoje em Maceió. Bairros inteiros desaparecendo num buraco, e não é a natureza agindo, é o homem. Assim, a nossa cidade de Florianópolis vivendo também seus dramas... O livro “Território e texto: jornalismo ambiental em Santa Catarina” tem textos de seis jornalistas useiros e vezeiros de narrar a cidade. É um belo trabalho organizado pela nossa querida Míriam Santini de Abreu, com reflexões que fogem do padrão "manual de geladeira" da mídia comercial. Repórteres como Edson Rosa, Imara Stallbaum, Rosane Talayer de Lima, Moacir Loth, a própria Míriam e eu, oferecem uma visão crítica sobre o tema. O lançamento será na Livraria Desterrados, do querido amigo Tasso Claudio Scherer. Apareça, para conversar e para levar o livro que está uma belezura. Um documento necessário para quem pensa a cidade.
Agenda aí: Dia 16 de dezembro, sábado, das 10h ao meio dia. Na Desterrados. Tiradentes, 204.
A CIDADE - Ontem pesava quilos de tristeza. Resolvi ir ao centro, lugar que me acende, ainda mais nos dias chuvosos. Gosto de pernear pelas ruas sentindo os pingos na sombrinha, os pés ensopados pelas poças. Passei no Elias para tomar um caldo de cana. É bom f**ar ali na esquina do mercado, vendo tanta gente passar, num vai e vem incessante. Sempre há um conhecido para um aceno, um sorriso, um beijo. Ontem, nenhum. Fiquei observando as pessoas. No geral, mesmo sentadas no bar aonde um músico tocava velhas canções, estão com a cara enterrada no celular. Coisa estranha. Tanta vida em volta. Depois, fui até o vão do mercado onde um grupo ensaiava para alguma apresentação de natal. Coisa mais linda. Violões, bandolim, flauta, gaita, violoncelo. Havia bastante gente por ali, afinal, chovia, mas poucos vivenciavam a música. As conversas altas se sobrepunham. Os que prestavam atenção filmavam ou fotografavam com o celular. Apenas um senhorzinho sentado no banco de cimento bem à frente, ouvia, embevecido. Sentei ao seu lado e fiz companhia naquele alumbramento. Estranhos tempos em que filmar parece mais interessante que fruir. Saí dali e fui ver a rua nova em frente às Americanas. Confesso que não gostei. As cores são bonitas, os desenhos, mas os bancos não são feitos para a gente f**ar à larga. São desconfortáveis e não tem encosto. São bancos para uma parada rápida. Não são para a gente f**ar fruindo a rua, os passantes. A cidade, tão linda, não é feita para se ver. Tudo é passagem, e rápida, para fazer girar o capital. Pelo menos na Vidal e na Tenente os bancos são para a gente f**ar, vendo a vida. Afff. Depois, fui até a Praça XV ver as decorações de natal. Mais uma decepção. Aquelas coisas de plástico lembrando a neve, que feio, quase grotesco. Mas, ainda assim, estava cheio de gente tirando fotos, é claro. Já iniciando o caminho de volta para o terminal lembrei-me de passar para ver o Zininho, pintado ali no prédio da Caixa. Uma lindeza. Uma boniteza só. O Zininho, a partitura, as casinhas, imagem da alegria. Desanuviei um pouco. Fiquei pensando sobre toda essa arte na cidade. Tão bonito. Mas, ao mesmo tempo, em outros espaços, a destruição segue impávida. O cimento avançando, os prédios, o asfalto, o transporte desintegrado. Passei pela feira da Alfândega, pelos hippies, pelo mercado na parte dos peixes, pelo Camelódromo e segui para o terminal pegar o Rio Tavares Direto. Uma fila monstra. No primeiro ônibus não deu de entrar. Esperei o próximo. Então me fui. Continuava triste. Tem dias que chove também dentro da gente.
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A foto é da Linete Braz Martins...
UFSC 63 ANOS - Quando o Irineu Manoel de Souza assumiu a reitoria em julho de 2022, sabia que não seria fácil. A universidade vinha de dois anos de pandemia, quando praticamente houve uma viragem, uma mudança na temperatura da realidade. No campus a vida tinha murchado. Os estudantes voltavam lentamente ao presencial. Outros nem voltaram, desistiram. Os prédios estavam degradados por tanto tempo em abandono, e o ambiente do campus estava feio, o mato alto, faltavam as flores, a imagem era de um mundo em ruínas. Afinal, além da Covid também foram quatro longos anos de estrangulamento por parte do governo de Jair Bolsonaro. Era um caos.
Agora, ao final de 2023, depois de um ano e meio de gestão, muitas coisas ainda estão por fazer. O dinheiro vem pingadinho e o governo Lula ainda anuncia cortes. O campus segue feio, com mato alto, porque os contratos com as empresas acabaram e tudo é muito demorado no serviço público. A maioria dos trabalhadores dos jardins, que era TAE, se aposentou e não há quem cuide das flores. A estrutura da UFSC que foi deteriorada tampouco pode ser rearranjada sem recursos federais. Um exemplo é a Biblioteca Central que com qualquer chuva, alaga.
A UFSC que chega aos 63 anos é uma universidade vazia de gente. Não existe mais a co**ha acústica com shows ao meio dia, não há pessoas sentadas nos bancos, embaixo das árvores, e só se vê mesmo gente na fila do RU, que segue longa, longa, longa, porque os restaurantes mais baratos que existiam no entorno fecharam. A estudantada que a gente encontra do ponto de ônibus vive com a cabeça enterrada no celular, faltam risadas e a vida parece assomar, por algumas horas, apenas às quartas-feiras, quando tem a feirinha. O centro de convivência que era para ser um espaço de encontro se desfaz à vista do boi-tatá do Laércio Luz.
Sinto certa tristeza de andar por aí, bem como me surpreende ver que tudo o que o nosso reitor faz pela UFSC sequer aparece nas tais das redes sociais da universidade. Seguramente há falta de gente. Os trabalhadores andam sobrecarregados e muitos apostaram no trabalho remoto. Ainda assim, para saber sobre a Ufsc só no Instagram do Irineu, que sempre foi célere nas redes. Mas, é estranho. Que passa com a comunicação? Está escondendo o reitor?
É fato que a universidade mudou. Os tempos são de redes, conexões internéticas, solidões. Não gosto desse tempo. Preferia os tempos de vida mesma, real, no chão da existência, como quando as assembleias dos trabalhadores eram no RU e saia gente pelo ladrão, todo mundo querendo lutar pela universidade pública. Agora, tudo é virtual, as lutas são intestinas, não há abraços, nem beijos e poucas são as batalhas contra o capital.
É o mês e aniversário da UFSC. Que tenha um feliz cumpleaños e que em 2024 algo possa mudar.
CAMPO DE PEIXE - A partir das 11h, mais um programa Campo de Peixe discutindo a política nacional, a vida cultural da cidade e as lutas comunitárias. Liga o som aí... São 17 anos no ar, irradiando desde o Campeche...
www.radiocampeche.com.br
COM SAMUEL, PELOS ANDES - Seu nome: Samuel. O encontramos meio escondido debaixo de um enorme caminhão que carregava papel. Estava quase marrom, a cor que cobria tudo na perdida cidade de Susques, na puna argentina. Com um pano sujo, tocava aqui e ali no coração da máquina buscando achar o problema que o prendia naquele lugar. Estava atrasado e mal-humorado. Susques é chamada de portal dos Andes, cidade fronteiriça onde está o posto da alfandega e todos os caminhões que cruzam a linha entre a Argentina e o Chile têm que, obrigatoriamente, parar ali.
Com Samuel, pelos Andes Na foto, Samuel, o caminhão vermelho e nós três, na parada em Paso de Jama. Seu nome: Samuel. O encontramos meio escondido debaixo de um eno...
A DEPENDÊNCIA NO FUTEBOL - No campo da política já é bastante comum fazer a discussão sobre os dramas de ser um país dependente e subdesenvolvido, situação reservada obviamente para a periferia do sistema capitalista. Os chamados países centrais são os que ditam normas, regras, modas, produzem ciência, conhecimento. Os da periferia consomem o que é produzido no centro, transformam-se em cópias mal feitas, mal arranjadas, mal definidas. lEIA MAIS
A dependência no futebol No campo da política já é bastante comum fazer a discussão sobre os dramas de ser um país dependente e subdesenvolvido, situação reservada o...
BOLACHAS - Do Rio Grande guardo saudades atávicas. Memórias que se encravam na alma e que galopam nas noites frias dos invernos e nos abafados verões. O rio Uruguai, os balseiros, a gurizada banhando agarrada às boias de pneu de caminhão, as tormentas, o minuano, o túmulo da Maria do Carmo, o caminho para o Passo, o estádio do Internacional, o túmulo do Getúlio, a terra vermelha, o trigo, as ovelhas, as taipas dos arrozais. Memórias que pastoreiam meu cérebro sempre que a noite vem.
Bolachas Do Rio Grande guardo saudades atávicas. Memórias que se encravam na alma e que galopam nas noites frias dos invernos e nos abafados verões. ...
PORQUE PRECISAMOS DE ALEGRIA - Fazer o almoço aqui em casa é sempre uma festa. E há que fazer comida todos os dias por conta do pai. A festa acontece porque quem cozinha gosta do que está fazendo. É o caso do meu sobrinho, Renato. Está sempre a inventar coisinhas boas e suas misturas tem o sabor dos deuses, mesmo quando é um simples guizado. Porque ele gosta de temperos, os quais mistura em poções quase mágicas.
Porque precisamos da alegria Fazer o almoço aqui em casa é sempre uma festa. E há que fazer comida todos os dias por conta do pai. A festa acontece porque quem cozinha g...
A LUTA DIÁRIA NO TRANSPORTE COLETIVO - Quem me conhece sabe, eu amo essa minha Meiempibe. Mas, por outro lado, eu odeio o transporte coletivo desintegrado. Não é possível que uma administração pública possa impor tanto estresse aos trabalhadores. No meu caso, o transporte é a fonte número um do meu desespero. Nada o supera. Nada. Todos os dias o mesmo infindável drama de perder quase três horas da vida só no retorno do trabalho. E pasmem. Da UFSC até a minha casa são 16 quilômetros. Apenas dezesseis parcos quilômetros.
A luta diária no transporte coletivo Na foto, eu, com cara de monstra... Quem me conhece sabe, eu amo essa minha Meiempibe. Mas, por outro lado, eu odeio o transporte coletivo d...
A COMUNICAÇÃO É ESTRATÉGICA - Parte da fala que fiz com os colegas Pádua e Cristiane Cavalcanti, no TV Roda de Conversa, da Paraíba. Uma discussão sobre as perspectivas da comunicação nesse novo governo Lula. Como tenho apontado desde sempre: sem uma proposta de comunicação de massa não chegamos a lugar nenhum.
A comunicação é estratégica Parte da fala que fiz com os colegas Pádua e Cristiane Cavalcanti, no TV Roda de Conversa, da Paraíba. Uma discussão sobre as perspectivas d...
ALZHEIMER, UMA FASE A MAIS - O pai foi diagnosticado com Alzheimer há sete anos e está comigo desde aí. Muito provavelmente já passamos por todas as fases: esquecimento, alucinações, violência, impaciência, perda da capacidade de cuidar de sua higiene pessoal, insônia crônica e tudo mais. É tanta coisa que nem sei. Um turbilhão, uma montanha russa para ele e para todos nós que formamos sua família. Um aprendizado constante, pois a doença é assim. Quando entendemos uma das fases, vem outra. E tudo precisa ser recomeçado. Uma batalha.
Alzheimer, uma fase a mais O pai foi diagnosticado com Alzheimer há sete anos e está comigo desde aí. Muito provavelmente já passamos por todas as fases: esquecimento,...
MEMÓRIAS - O ano é provavelmente 1972 ou 73 e aqui estão o Claudemir, Zé Newton (meu mano) e Elton, três amigos inseparáveis naqueles dias. E a foto me traz um mundo. Foi tirada na parte de trás da casa na rua dos Andradas, em São Borja, onde o pai colocava o fusca, entrando pelo terreno da casa do pai do Claudemir. Nosso velho fusquinha amarelo com o qual empreendíamos a deliciosa viagem à Uruguaiana todos os verões.
Memórias O ano é provavelmente 1972 ou 73 e aqui estão o Claudemir, Zé Newton (meu mano) e Elton, três amigos inseparáveis naqueles dias. E a foto me...
RESUMO DA ÓPERA GOLPISTA - Nunca uma ação terrorista foi tão anunciada como a que aconteceu neste domingo em Brasília. Desde há semanas as redes bolsonaristas mostravam a organização da marcha até a capital federal com o intuito de tomar o Congresso, o STF e o Planalto. Vídeos, material de propaganda, lives, tudo circulando sem qualquer pejo. Os acampamentos em frente aos quartéis serviram como incubadoras de todo o furdunço. Foi uma grande ingenuidade pensar que ali estavam apenas os velhos e as tias do uatizapi. Quem acompanha as redes sabe que desde o resultado das eleições, a extrema-direita está organizando esse povo e preparando a estrada do golpe. Não é um movimento espontâneo. Tudo muito bem articulado e financiado.
Resumo da ópera golpista no Brasil STF destruído - Foto: Agência Brasil Nunca uma ação terrorista foi tão anunciada como a que aconteceu neste domingo em Brasília. Desde há se...
EU, O PAI E A CEIFADORA - Há muito tempo vi um vídeo sobre a morte. Ela se enamora da vida. E é um sofrimento, porque se ela toca na vida, a vida se esvai. Ainda assim, a morte segue a vida
Eu, o pai e a ceifadora Há muito tempo vi um vídeo sobre a morte. Ela se enamora da vida. E é um sofrimento, porque se ela toca na vida, a vida se esvai. Ainda assi...
ROGÉRIO VIVE - Pouco tempo antes de encantar o Rogério Ferrari esteve conosco. Como sempre acontecia quando vinha à Florianópolis veio passar um tempo no nosso alpendre, e, entre um pito e uma gelada, íamos falando sobre a fotografia, o jornalismo, os povos indígenas, a política nacional, as guerras, Julian Assange, e tantas coisas mais. Ele falava macio e pensava devagar, por vezes com o olhar perdido em alguma lembrança ou em algum futuro ainda não escrito na luz, mas que já vivia nele.
Rogério Vive Pouco tempo antes de encantar o Rogério Ferrari esteve conosco. Como sempre acontecia quando vinha à Florianópolis veio passar um tempo no n...
A VOZ DAS COMUNIDADES - Muitos dos que vieram para a Audiência Pública sobre a Moradia neste dia 08 de novembro, na Assembleia Legislativa, já fizeram esse caminho infinitas vezes. Como muito bem lembrou o padre Vilson Groh essa é uma luta que já passa dos 40 anos aqui na capital. E só essa informação já mostra o tamanho da irresponsabilidade dos governos municipais que se sucedem e não mudam as políticas. Desde o começo dos anos 1980, quando a cidade viveu um grande processo de chegada de migrantes, até hoje, quase nada mudou.
A voz das comunidades na Audiência Pública da Moradia O relato é longo, mas necessário, porque é preciso que as vozes se expressem Muitos dos que vieram para a Audiência Pública sobre a Moradia ...
O MEU QUERIDO - O pai já passou por muitas fases do Alzheimer. Agora, próximo de completar 91 anos, está sem andar. Dar alguns passinhos logo que levanta da cama de manhã já é bem difícil. Ele f**a cansado e desaba. O jeito então é partir para a cadeira de rodas. Nela a gente pode circular pelo jardim, tomar sol, ir até o portão ver o movimento da rua, circular.
O meu querido O pai já passou por muitas fases do Alzheimer. Agora, próximo de completar 91 anos, está sem andar. Dar alguns passinhos logo que levanta da...
AS LIÇÕES DAS ELEIÇÕES - Observei que o inominado cresceu nas pesquisas depois das denúncias sobre ter assediado meninas. Não me surpreendi. Vivemos em Floripa uma situação parecida. O candidato a prefeito, filmado com a bunda de fora, transando com uma secretária dentro da prefeitura, também aumentou o número de votos depois da denúncia. Venceu em primeiro turno.
As lições das eleições Observei que o inominado cresceu nas pesquisas depois das denúncias sobre ter assediado meninas. Não me surpreendi. Vivemos em Floripa uma s...
SÃO BORJA NA MEMÓRIA - Quando eu estudava no colégio das freiras a caminhada para chegar até lá era grande. Morando quase no final da Rua dos Andradas, eu ia serpenteando pelas ruas, passando pelos lugares mais bonitos da cidade. Era longe, mas para a guriazinha daqueles dias, o trajeto era uma aventura.
São Borja na memória Pracinha da Lago a Quando eu estudava no colégio das freiras a caminhada para chegar até lá era grande. Morando quase no final da Rua dos A...
DOIS TOQUES SOBRE A ELEIÇÃO - Antes da eleição eu estava sentada lá no Elias, comendo um pastel. Sentou ao meu lado um homem e logo puxou conversa perguntando em quem eu iria votar. Não era um homem sem cultura formal, era um brasileiro médio, pequeno empresário e bem articulado. Respondi que não sabia ainda, para dar corda.
Dois toques sobre a eleição Foto: A Grande Família - seriado de televisão Antes da eleição eu estava sentada lá no Elias, comendo um pastel. Sentou ao meu lado um homem...
A TECNOLOGIA E O TELETRABALHO -Como já bem pontuou o filósofo Álvaro Vieira Pinto a tecnologia sempre vem para ajudar o ser humano na sua relação com o trabalho. Desde o começo dos tempos quando o humano inventa é para ter mais qualidade de vida. Assim, a descoberta do fogo, da roda, do alfabeto, as máquinas e por aí. Daí que o debate sobre o tele trabalho na UFSC deve levar isso em consideração. A internet, os novos instrumentos de trabalho e tudo mais chegaram para melhorar a nossa vida. Isso, em tese.
A tecnologia e o tele trabalho Trabalhadores querem outras regras para o tele trabalho - Foto: Rubens Lopes Como já bem pontuou o filósofo Álvaro Vieira Pinto a tecnologia...
PERDEMOS O BONDE DA HISTÓRIA - Quando no começo dos anos 2000 surgiu o Fórum Social Mundial em contraponto ao Fórum de Davos já nas primeiras edições uma coisa ficou bem clara: estavam em disputa ali duas concepções de luta. Uma, que apontava a possibilidade da convivência pacíf**a com o sistema capitalista (o capitalismo humanizado) e outra que negava veementemente isso, mostrando que é impossível um mundo melhor dentro do capitalismo.
Perdemos o bonde da história Quando no começo dos anos 2000 surgiu o Fórum Social Mundial em contraponto ao Fórum de Davos já nas primeiras edições uma coisa ficou bem c...
UMA AR**HA - Na minha casa mora uma ar**ha. E já vai pra mais de dois anos. Ela f**a num canto da parede, dentro de uma espécie de casulo. É bonita, grande e com uma cor delicada.
A ar**ha Na minha casa mora uma ar**ha. E já vai pra mais de dois anos. Ela f**a num canto da parede, dentro de uma espécie de casulo. É bonita, gran...
O PAI E A ALEGRIA - É certo que a gente não é de ferro. Por isso, vez em quando me dá uma tristeza infinita por perceber que a doença de Alzheimer está levando o pai, lentamente. Não é bolinho a gente ver a pessoa que a gente ama ir se apagando
O pai e a alegria É certo que a gente não é de ferro. Por isso, vez em quando me dá uma tristeza infinita por perceber que a doença de Alzheimer está levando ...
A GINA E O TELEFONE - Eu ainda tenho telefone fixo. Insisto nisso. Ele toca bastante. São chamadas da Tim, da Vivo ou de empresas de cobrança procurando pessoas que jamais vi. Mas o seu toque é sempre um alerta pra mim. E aviva minhas lembranças mais doces. Poucos são os amigos que ligam para o meu fixo.
A Gina e o telefone Eu ainda tenho telefone fixo. Insisto nisso. Ele toca bastante. São chamadas da Tim, da Vivo ou de empresas de cobrança procurando pessoas q...
O COMUNISTA - Trocar o pai de manhã é uma longa novela. Há todo um ritual para ele levantar da cama e depois para a limpeza corporal. Tudo feito com muita calma e muito conversê. É uma maneira de distraí-lo e ir fazendo o que precisa ser feito.
aís do Bozo, o desemprego cresceu.
https://eteia.blogspot.com/2022/08/o-comunista.html