Olga Rodrigues - Terapeuta

Por entre o caos da tempestade é difícil encontrar o norte. Mas quando amanhece e tudo se acalma, há um senso renovado de direção. Talvez ainda não saiba para onde ir, mas o horizonte já aparece e há algo de esperança na luz que amanhece.

Essa é a simbologia dessa Lua nova e dos próximos 28 dias, que acontece em Gêmeos e no nakshatra de Punarvasu, que pode ser traduzido como “brilhante como os raios de luz”. E que está profundamente conectado ao nakshatra anterior, Ardra, simbolizado por uma tormenta ou uma lágrima.

Porque esse não é qualquer raio de luz. É aquele que irrompe pela manhã depois de uma noite de tormenta que parecia que não ia acabar nunca. É a claridade que entra pelo olho finalmente limpo pelas lágrimas. É o recomeço, depois do caos.

Punarvasu faz o elo entre Gêmeos, esse signo dual e intelectual, com as águas emotivas de Câncer. E por isso faz todo sentido que seja regido por Aditi, a Grande Mãe, aquela que gera todos os seres e ama incondicionalmente cada um deles. É quando deixamos de querer encontrar uma resposta lógica para tudo, saímos da cabeça e agimos com o coração. O sopro criativo, que chega fruto de uma busca interna, mas que aparece quando quer.

Só que essa mudança pode ser inquietante, ainda mais tendo saído de Ardra e com Saturno Retrógrado rolando. Punarvasu é também representado por um arco, que quando usado com maestria, é o que leva a seta a chegar exatamente onde precisa. Mas a hesitação do arqueiro pode estragar tudo e é justamente nesse momento que nos encontramos. Precisando renovar e revisar nossas metas, objetivos, impulsos, em busca do novo, mas com poucas certezas de como vai ser esse caminho até ao alvo.

Notícias planetárias fresquinhas ✨️

Esse mês os planetas estão mudando de tom, há algo novo no ar...

Aceito propostas de tema para fazer um vídeo: em qual trânsito você gostaria de se aprofundar e entender melhor?

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Uma Lua Cheia de autoconhecimento e sabedoria inata: essa talvez seja a melhor descrição para a Lua de junho, no nakshatra de Mula, em Sagitário.

Para a astrologia védica, esse é o signo do conhecimento, em que a busca da Verdade sobre quem realmente somos começa. E o nakshatra Mula é justamente a parte desse caminho em que mergulhamos nas raízes mais profundas da nossa ignorância, como nossos medos, traumas e condicionamentos. É olhando para eles que podemos avançar.

Mula signif**a raiz e por isso tem uma conexão especial com o chakra raiz, o Muladhara Chakra. Isso faz dessa Lua Cheia um momento de enormes possibilidades, já que nos dá a oportunidade de transmutar aquilo que precisa ser depurado e de enraizar aquilo que precisa de força e potência.

Por isso, mais uma vez convidamos vocês para nossa Meditação de Lua Cheia, dia 20 de junho, às 19h30, no Veda Shala.

Iniciaremos com o conhecimento da Astrologia Védica por Olga Rodrigues, que compartilhará os segredos dos trânsitos atuais e como melhor os podemos aproveitar. E, em seguida, nossa professora de Yoga Diana Levi conduzirá mais uma potente meditação para nos guiar nesse caminho interno.

A meditação terá o valor de 30 reais e, claro, no final teremos nosso delicioso Chai para esquentar nossos corações.

Inscreva-se pelo link !

Profunda e magnética, essa é uma Lua Cheia quase paradoxal: quanto mais ela cresce e mais luz ela reflete, mais a sombra se mostra e quase nos engole. Ou pelo menos essa pode ser a sensação.

Em Escorpião há um tanto de mar profundo a ser desvendado e assusta um pouco não conseguir ver o fundo. Porque esse é o signo do que não pode ser visto, daquilo que se esconde e onde precisamos ir além dos limites para conseguir encontrar as raízes do que nos inquieta ou prende.

E por isso mesmo, a Lua se debilita aqui, fazendo com que as emoções se tornem mais intensas, como se nos tomassem por inteiro.

E sim, pode ser que muitas vezes tenhamos passado os limites só para ver o que há do outro lado, mas a verdade é que se adentramos essas sombras é porque algo em nós nos diz que podemos sair dessa travessia. Que essas emoções que de repente nos incomodam e cutucam para avançar, não são mais do que um espelho do que estamos queremos deixar para trás ou transformar em algo novo, mais potente e real.

Não por acaso, é em Escorpião que está Anuradha, um nakshatra representado por uma flor de lótus ou uma centelha no meio da escuridão. Dois símbolos dessa capacidade de trazer do denso para sutil, das profundezas para a beleza, ainda que no momento isso pareça impossível.

É que no meio de tanta emoção, podemos sentir quase um bloqueio, como se uma pesada trama nos amarrasse.

Isso em grande parte é porque o fogoso Marte, regente de Escorpião, está ainda perto do explosivo Rahu ou Nodo Norte, pertinho do ponto onde aconteceu o último eclipse. Como uma ignição pronta para acontecer. O que, obviamente, traz uma intensidade a mais para a questão, como se as lições do eclipse passado ainda estivessem no ar e esperando algo de nós.

Mas essa pode ser uma energia extremamente criativa, se bem usada. Rahu pensa fora da caixa, nos permite ser diferentes, cruzar as fronteiras das nossas próprias limitações. E Marte dá a coragem de olhar nossa vulnerabilidade.

Como tem trânsitos que mexem com as nossas emoções!

Essa oposição Touro- Escorpião é talvez uma das mais fortes do zodiaco, porque mexe com os nossos padrões e sentimentos mais profundos, mas também com o nosso senso de segurança.

Na Astrologia Védica esse é justamente onde a Lua (mente, emoções) mais ganha estabilidade e contentamento em Touro e ao mesmo tempo onde mais volátil f**a.

E nós, aqui da Terra vamos navegando por entre as contradições 🫠

Essa semana tem uma Lua Cheia intensa e misteriosa, você já está sentindo a energia mudar?

A Lua Cheia de maio acontece em Escorpião, uma posição considerada complexa pela Astrologia Védica, já que aqui as emoções são como ondas fortes que tentamos navegar. Isso pode nos deixar mais sensíveis, mas também aflorar nossa intuição e olhar para o que precisa ser transformado.

Para além disso, acontece no nakshatra de Anuradha, simbolizado por uma luz no meio da escuridão, que nos dá força e esperança para continuar, ainda que seja difícil enxergar o caminho.

Para quem quer compreender mais sobre o momento e equilibrar essa energia, dia 24, às 19h, no Veda Shala, teremos nossa Meditação de Lua Cheia.

Nossa astróloga védica, Olga Rodrigues trará conhecimento sobre o poder transformador dessa Lua Cheia, bem como dos trânsitos atuais e logo em seguida, a nossa professora de Yoga, Diana Levi, conduzirá uma meditação para ajudar no equilíbrio dessa potente energia e no clarear das emoções.

A colaboração será de 20 reais, que serão destinados para a instituição como doação para o Rio Grande do Sul.

Vamos meditar? Se inscreva pelo link da bio!

No meio de uma catástrofe como a que o Brasil está passando, é muito difícil falar de dias auspiciosos como se não fosse nada. Mas talvez refletir sobre o poder desses dias nos permita compreender a vida e seu fluxo de uma outra forma.

Hoje e amanhã se dá uma data importante do calendário védico, Akshaya Tritiya, o único momento do ano em que Sol e Lua estão exaltados, na sua máxima luz e potência. Ou seja,o Sol representando o Atma, a alma, iluminando aquilo que de fato estamos fazendo aqui. E a Lua em Touro? emoções mais estáveis, discernimento aguçado.

Mas na Índia, a tradição é investir em ouro e bens materiais, porque se acredita que virão em dobro. Mas eu te pergunto: tem certeza que é só dinheiro mesmo que você quer que venha em dobro? Será que a gente não recebeu a mensagem errada sobre o que é essa tal de prosperidade?

Basta olhar a Natureza: ela é tão generosa quanto abundante. Na verdade, quanto mais frutos uma árvore doa para pessoas e animais, mais ela gera. Nunca foi sobre ouro, sobre acumular bens, mas sobre se conectar com o fluxo generoso da Vida…e sim, isso passa por ter o suficiente para viver bem (o que é uma realidade para poucos) mas também sobre ter a confiança segura de uma árvore que sabe que não é se doando que vai perder nada.

Curiosamente, essa semana se iniciou o ciclo lunar em Bharani, um nakshatra simbolizado por uma yoni (v***a) e associado a Yama, o deus da morte, mas também da restrição - afinal, Yamas são as condutas éticas básica como não causar dano, não mentir… E o que tem a ver esse órgão de prazer e nascimento com a morte e códigos éticos?

Bharani é um lugar onde há que soltar para que o novo venha, onde algo é parido, ainda que não sem dor. É a mistura de tudo isso que nos faz humanos: nascer, viver, morrer, sentir prazer e dor…não é à toa que os franceses chamam ao orgasmo “la petite mort”. É a vulnerabilidade grandiosa que está presente em todas essas mudanças, o poder da metamorfose.

E faz dos próximos 28 dias um ciclo de transformação,reestruturação e renovação, que talvez seja o que estamos precisando depois do impacto dos últimos eclipses.

Num Eclipse, de repente, chega a Noite, em pleno dia. Sua escuridão, seu silêncio, seu mistério. E por mais explicações que escutemos, esse será sempre um evento que assombra e espanta quem vê. Porque é um cruzar de mundos, um reverter das regras naturais.

Até porque o Sol, enorme e poderoso, se vê escondido pela Lua, bem menor. O que tem um signif**ado profundo, se pensarmos na relação da Lua com a mente e suas emoções. Porque nos identif**amos tanto com elas que,muitas vezes, acabamos por perder de vista o que é maior.

Isso é mais forte nesse eclipse de hoje em Peixes, o signo do absoluto, da entrega. Um oceano, belo, mas que nos provoca imensas emoções. Porque talvez aqui esteja o maior desafio: aprender que para além das ondas, existe um mar.

Muitas vezes focamos tanto nas flutuações da nossa vida, que não conseguimos enxergar que somos muito mais do que elas. Seja o corpo que muda, aquilo com que trabalhamos, a forma como nos vemos, ou os inúmeros papeis que temos: mãe, filha, irmã, namorada, esposa, amiga…

E veja bem, não tem nada de errado em gostar, se identif**ar e viver plenamente cada um desses papeis. O problema é que nos identif**amos tanto que sofremos demais sempre que são postos em causa. A culpa de não ser uma boa mãe, a vergonha de não ser a mulher poderosa e idealizada, o erro que se cometeu no trabalho…a lista é imensa e não acaba.

Porque tal como no oceano, as ondas vão e vêm. Mas há algo que sustenta tudo isso e que não muda. E o pulo do gato aqui é aprender a confiar nesse mar, estejam as ondas fortes ou suaves. Se entregar ao que vem, ainda que não se veja no horizonte o que é.

E em um momento intenso como o de hoje (e que se estende pelos próximos dias) é justamente aí que o bicho pega: porque a terra firme está f**ando cada vez mais longe e há algo que se deixa para trás.

Até porque esse Eclipse acontece também em Revati, o último nakshatra. Representado por um pastor de ovelhas, aquele que guia e cuida. Um lugar onde termina uma jornada e se volta à simplicidade, em que se descobre a prosperidade. Não aquela que vem do dinheiro, mas da generosidade da Vida. Só que para encontrá-la, há também que se deixar levar…

Tem tormentas que não tem como evitar, precisamos passar por elas... mas dá para fazer isso de forma mais leve e sem perder o rumo!

Perceber os trânsitos através da Astrologia Védica é meu mapa de navegação para isso. Talvez o Yoga seja minha bússola (não me deixa perder a direção) e o Ayurveda...meu barco? Não sei, me perdi aqui na analogia, mas acho que você entende.

O importante é seguir viagem!

Escolher aquilo que nos nutre. Parece fácil quando dito assim, mas será que na prática conseguimos? Priorizar o que nos enche de vida, que nos move, que nos inspira e não o que sabidamente nos desgasta, mas que por apego, hábito ou mesmo vício não conseguimos deixar.

Essa é talvez a grande lição dessa Lua Cheia em Câncer e no nakshatra de Pushya. E que auspicioso que essa seja a primeira do ano, nesse lugar de muita água, fluidez e emoção que é Câncer, regido pela própria Lua.

E numa parte tão signif**ativa desse signo: Pushya, um nakshatra que pode ser tanto representado por uma flor de lótus, como por um círculo ou pelas tetas de uma vaca. O que tem tudo isso a ver?

Precisamos lembrar que a Astrologia Védica fala por símbolos.

O leite divino, tão adorado na cultura védica, não é o alimento em si. Mas a fonte infinita de vida e sabedoria que vem do (auto)conhecimento.

A flor de lótus, a capacidade de transformar aquilo que vem da lama e criar beleza a partir disso.

O círculo, como mais um símbolo do infinito, completo em si mesmo, sem princípio nem fim. Não é assim que nos sentimos quando escolhemos o que nos nutre?

Mas o círculo também limita e esse é um tema forte aqui. Pushya é um lugar de amor incondicional, mas também de tradições e disciplina. Como um colo de mãe que aconchega, mas também contém e ensina.

Então uma grande pergunta aqui é: quanto você está conseguindo definir seus próprios limites e como entender quais são pode trazer mais nutrição e força? O que você está permitindo demais, ao ponto de deixar esvair a sua energia vital?

E mais do que isso, como você está conseguindo se comunicar sobre isso em suas relações?

Porque temos ao mesmo tempo Marte e Mercúrio em uma conjunção próxima demais em Sagitário. Que por um lado pode trazer impulsividade na forma como nos expressamos (e com Vênus ali perto afetando principalmente as relações) mas por outro trazendo uma oportunidade de ter mais clareza e firmeza na nossa comunicação. O que pode ajudar muito quem está precisando equilibrar a relação.

Você não precisa entender o que acontece para sentir a energia catalisadora de uma tormenta que se levanta do nada e tudo agita. Ou o que é aquele aperto no peito, tão forte que só as lágrimas aliviam.

A tormenta e a lágrima são os símbolos de Ardra, onde acontece a Lua cheia de hoje. E a verdade é que eu não precisaria dizer mais para você entender do que se trata.

Talvez essa seja a grande beleza e potência da Astrologia Védica: mais do que elaborados conceitos, ela fala por símbolos, que por si só despertam em nós a consciência do que está acontecendo no céu e dentro de nós.

Ardra é também regido por Rudra, uma forma destrutiva de Shiva, e por mais que essa não pareça uma energia fácil de manejar, é a tormenta que limpa o céu e nutre a terra com sua chuva. Assim como as lágrimas limpam a nossa visão, antes turva pelas emoções.

Então, sim, há algo que se agita internamente, um turbilhão facilmente aceso pela época do ano, ou até uma certa melancolia inexplicável.

E isso pode ser um pouco mais intenso nesses próximos dias, em que Marte e Mercúrio se cruzam em gandanta (nó kármico), entre Escorpião e Sagitário- nosso impulso para ação se debate com o nosso lado racional e isso nem sempre é fácil.

Aquele típico: “Será que estou fazendo certo mesmo?” ou um remoer das ações passadas, como se desse para voltar atrás e fazer diferente.

Fato, não dá! Mas dá para observar essa agitação momentânea e o que insiste em mexer, assim como deixar que venha ao de cima o que tiver que vir.

E quem sabe conseguir enxergar novas formas de fazer daqui para a frente.

Até porque há um novo ano que começa daqui a pouco e por mais que seja uma data criada, ele começa com dois trânsitos astrológicos importantes: Mercúrio e Júpiter saem do movimento retrógrado, abrindo caminho para novos projetos e idéias.

Começámos 2023 com Mercúrio Retrógrado em Sagitário e assim vamos terminar o ano também. Será que deixamos escapar alguma mensagem ou estamos com a lição aprendida?

Mercúrio é o mensageiro, rege o nosso intelecto, a nossa comunicação e sempre que “anda para trás” nada mais é do que um convite para refletirmos e repensarmos a forma como nós estamos expressando (e escutando!).

Mas o que torna esse trânsito especialmente intenso é que Mercúrio retorna para Escorpião, passando por Mula, um nakshatra simbolizado por raízes e Gandanta, um ponto sensível, traduzido como “nó kármico”.

Pode ser um mergulho profundo naquilo que são as raízes kármicas da nossa forma de perceber e comunicar com os outros.

Lembra que eu falei que ele é o mensageiro? Às vezes, a coisa está tão confusa que entendemos tudo errado - a comunicação f**a turva, manchada pelas projeções e expectativas que não nos deixam enxergar realmente o outro.

E isso numa época em que nos juntamos com familia ou amigos, (ou mesmo em que precisamos lembrar da distância que temos hoje com algumas dessas pessoas), pode ser desafiador.

Até porque tem também Marte passando por Gandanta e por Mula na mesma época, trazendo um pouco de Fogo para essa comunicação. E dia 25, Vênus entra em Escorpião também, ou seja, as relações são o tema do momento.

Há uma sensibilidade, uma vontade quase inexplicável de mexer nas águas mais profundas das emoções, para chegar na raiz das questões e dessa forma, quem sabe, acalmar o coração.

E aí entra o Solstício, trazendo a energia do Sol para esses dias, e nos dando força para iluminar o que estava escondido, guardado, debaixo do tapete.

Porque Mula, embora regido por Alakshmi (o lado negativo de Lakshmi) ou Kali (aquela que destrói), não tem a ver com procurar as raízes e nelas se acomodar. Muito pelo contrário, Mula traz esse resgate daquilo que somos na nossa essência, abraçando luz e sombra.

Ontem essa criança fez 38 anos e se eu pudesse eu falaria para ela:

Faça você o que fizer, nunca deixe de mostrar a lingua para a caretice de quem vê a vida quadrada!

Talvez sua mania de querer fazer tudo diferente do normal, essa sede de viajar, conhecer e experimentar novas formas de ser, viver e amar não seja entendido por muita gente.

Talvez algumas pessoas te digam que você complica tudo e que pensa demais, que mais valia aceitar as coisas como sempre foram.

Você vai até se sentir julgada e tentar se adequar a todo o custo, copiando aquilo que você acha que os outros vão achar normal, mesmo que isso pareça estranho demais.

Mas sabe o quê?

Mais vale uma língua de fora e um sorriso nos olhos do que abaixar a cabeça sem emoção para quem só te quer calada.

Mãos escuras de terra, joelhos no chão, uma gota de suor, silêncio. Algumas sementes delicadas pedem essa dedicação, para chegar na profundidade que precisam para que um dia possam brotar e até florescer.

Assim são as dessa última Lua Nova do ano. E assim podemos estar nos sentindo: sem força para escavar mais, talvez até com medo do que vamos encontrar. Mas com a certeza que o precisamos fazer.

Porque essa é uma Lua nova intensa, com força para nos transformar mas com uma fragilidade que não conseguimos ignorar.

Quando a Lua está em Escorpião, ela se debilita, já que, conectada à nossa mente, não consegue fugir da profundidade emocional desse signo e passa a se identif**ar com todas as emoções que chegam.

Escorpião representa o que está abaixo da terra - o que não pode ser visto, mas pode ser sentido. O ciclo de morte e renascimento. A mudança que espera sob o solo, esperando acontecer. E esse solo pode ser profundo e nos obrigar a mexer com questões que achávamos que tínhamos ultrapassado. Isso inquieta a mente, que gosta de lugares mais estáveis e luminosos.

Mas quando conseguimos lidar com o potencial que existe no vazio, com a intensidade das emoções, descobrimos quantas sementes estão esperando brotar e não sabíamos.

Só que pode ser que isso pareça quase impossível no momento. Afinal, a Lua está no nakshatra de Jyeshta, associado aos deus Indra. Um guerreiro que passou por todo tipo de histórias loucas porque a única coisa que seguia era seu próprio desejo e impulso… até que descobriu que a maior conquista era a da sua própria mente- os Karmendriyas, nada mais são do que os órgãos dos sentidos (olhos, nariz, boca, ouvidos, pele).

Ou seja, é uma história sobre o discernimento e a lucidez de percepção que se conquista quando se pára de buscar fora o que sempre esteve dentro. É sobre ação consciente.

Mas é também sobre um crescimento positivo, guiado por Vênus que finalmente chegou em Libra e nos ajuda a fazer boas escolhas. Que trazem satisfação, beleza, harmonia, mesmo que isso implique deixar para trás algumas coisas e abraçar o novo e desconhecido.

É sobre a semente que dorme no solo escuro e ao mesmo tempo pulsa de vida, esperando o momento

Mas como faz para acalmar esse fogo?

🌱 Na semana antes de menstruar, bem na fase Pitta do ciclo, é hora de deixar a alimentação simples, sem excesso de tempero, comidas oleosas, picantes, excesso de cafeína ou açúcar. Se estiver calor e a digestão estiver boa, alimentos refrescantes como saladas e frutas são ideais.

🌱 Ervas amargas e frescas são outra forma boa de esfriar esse excesso de calor: chá de hibisco, boldo, capim-limão, hortelã, camomila.

🌱 E para quem f**a de cabeça quente, descansar os sentidos é fundamental. Contato com a natureza, evitar discussões e estresses, ouvir uma música gostosa, diminuir tempo de tela... um bálsamo!

🌱 Exercício também é ótimo para colocar a cabeça no lugar mas na TPM e durante o ciclo precisa ser um pouco mais suave. Em horários frescos, na sombra, e sem passar por calor excessivo. E claro, nada de aumentar esforço e entrar em competições desnecessárias. Isso só agrava Pitta e piora todos os desconfortos.

E aí? Conhece alguém assim?

Se você se identificou, mesmo que em partes, vem que eu te conto como equilibrar esse tipo de TPM com Ayurveda.

Isso tudo serve para o mês inteiro, mas se puder fazer naquela semana crítica antes de menstruar você vai ver a diferença.

🌱 Em primeiro lugar: mulher, se acalme! Se dê tempo para descansar e crie uma rotina com horários semelhantes a cada dia para acordar, dormir, se alimentar. Isso vai dar uma segurança para a sua mente e ajudar o corpo a entrar melhor em cada momento

🌱 Alimentos quentinhos, cremosos e nutritivos como grãos integrais, frutas e vegetais cozidos, caldos, gorduras boas como ghee e abacate reconfortam demais.

🌱 Tenha sempre um chazinho de especiarias como canela, gengibre e cardamomo à mão, para esquentar seu Agni e ajudar na digestão.

🌱 E para movimentar a energia pelo corpo e nutrir de fora para dentro, uma massagem com óleo de gergelim morninho ajuda e muito. Se não der para fazer no corpo todo, capriche no abdómen e baixo ventre, com movimentos redondos.

Se você achou útil e quer saber mais, curte e compartilha, mas deixa aqui também suas dúvidas para a gente continuar compartilhando esses saberes tão fundamentais para o dia-a-dia.

Desejo e devoção soam como uma contradição para você?

Como se um fosse profano, primal, mundano e o outro sagrado, elevado?

Há quem viva só num extremo, fazendo tudo o que o corpo e a mente mandam, assim como há quem procure fugir totalmente disso, com medo de se perder. Mas onde f**a o equilíbrio?

Mais importante, onde f**a Santosha, contentamento? Não aquela satisfação de ter apenas prazer, mas a que vem com um sentimento de gratidão, em que realmente se consegue aproveitar o momento presente.Talvez esse seja o grande tema da Lua Cheia de hoje.

Uma Lua que acontece em Touro, no nakshatra de Rohini, uma deusa de rosto vermelho, dona de grande beleza e símbolo de fertilidade. Sim, um lugar de prazeres e conforto, do qual se conta a história que o deus Chandra (da Lua) se perdia nele a cada mês, f**ando tão absorto nos encantos de Rohini que esquecia de fazer sua viagem pelo zodíaco. E que, como castigo, passou a minguar, desaparecer e crescer a cada fase.

Que nada mais é do que nos acontece quando nos deixamos levar somente pelo prazer. Passamos a viver uma montanha russa de emoções entre prazer e sofrimento.

Mas essa não é uma história moralista, sobre renunciar a tudo para viver uma vida austera. Mas sim uma representação de nossos dilemas internos e das questões emocionais que podemos estar passando no momento.

Porque embora Rohini traga toda essa beleza, Vênus continua com Ketu e debilitada em Virgem, trazendo uma dificuldade de aproveitar o momento. Sabe quando está tudo bem mas de repente bate uma culpa, uma insatisfação e a gente começa a ver defeito em tudo?É por aí… especialmente no que toca a relações.

Até porque Sol e Marte combusto estão lá do outro lado, olhando para a Lua a partir de Escorpião, trazendo intensidade emocional para questão.

É aí que entra o Yoga nosso de cada dia: quando colocamos em prática conceitos como Santosha e tentamos descobrir a satisfação e o contentamento nas pequenas coisas, em vez de querer algo tão perfeito que simplesmente, estragamos o momento presente.

Primeiro passo: entender como nossa TPM e nosso ciclo menstrual em geral reflete nosso mês e que Doshas desequilibraram mais ao longo dele.

Segundo passo: aprender a lidar com cada um dos desequilíbrios. Mas isso deixo para próxima semana e conto em detalhe como acalmar cada um deles.

Mas tem coisas que servem para todas as pessoas, quando se aproxima o momento do ciclo menstrual:

🌱Fazer uma alimentação mais leve, com mais alimentos cozinhados do que crus e evitando açúcar, farinha branca, bebidas alcoólicas e processados. Eu sei que é difícil mas prometo que melhora muito a TPM!

🌱 Aprender a descansar, sempre que possível (talvez essa seja até mais difícil)

🌱 Movimentar o corpo mas entendendo que essa é a fase do ciclo que temos menos energia disponível, então, sem sobrecarga.

🌱Auto massagem com óleo de gergelim: essa é dica de ouro ✨️

E por enquanto é tudo, já guarda aí na memória aquele Dosha que você identificou mais o desequilíbrio que depois te conto mais sobre.

Esse é para quem quer entrar em 2024 com a bússola afinada e o mapa de navegação em mãos!

Um workshop teórico mas também com a intenção de sentir na prática a astrologia védica. Mas como fazer isso? Acessando a energia dos planetas através de recursos reais como mantras e aromas.

E importantíssimo, trablhando com seu próprio mapa, que você recebe antes, bem como um relatório personalizado.

Então, se estiver afim de passar um sábado de imersão nesse conhecimento tão profundo, me manda mensagem e se inscreve.

Ah e as primeiras 5 pessoas ganham desconto. Vamo?

É nos momentos mais sombrios que precisamos de mais luz guiando o caminho. Até aqui nada de novo, né?

Mas é essa simplicidade que faz com que a Lua Nova de hoje coincida com o Diwali, o festival das Luzes.

Porque acontece quando o Sol e a Lua estão mais perto das suas posições mais vulneráveis: o Sol debilitado e a Lua na fase mais escura e perto também do seu lugar de debilitação.

O que cria um momento mais introspetivo mas também com uma certa agitação, uma angústia no peito sem explicação.

Uma das histórias do Diwali é que as velas foram acesas para guiar Rama de volta para casa, depois de destruir o demônio Ravana que tinha sequestrado Sita, sua mulher. E aqui a história é antiga mas a simbologia atual: quando Sita voltou e engravidou, o povo saiu falando mal dela, acusando-a de ter f**ado com Ravana. E Rama, ouvindo mais os outros que a própria Sita, expulsa-a do reino e condena-a ao exílio.

Rama como Rei, é também uma encarnação do Sol e o que acontece com ele é típico de Sol debilitado: queremos tanto agradar a todo mundo que deixamos de seguir nossa própria intuição (a mente, já que Sita é a encarnação da Lua) e esquecemos até os valores fundamentais que sempre guiaram nossa vida. E aqui os outros podem muito bem ser nossas próprias vozes internas, que insistem em nos boicotar a todo o instante.

Isso se torna mais complexo agora porque temos um Marte combusto, trazendo uma certa irritabilidade para a questão e uma Vênus debilitada com Ketu, encontrando defeito em tudo e se perdendo em detalhes.

Até porque há uma sensação interna de que algo está para acontecer, mas só não sabemos o quê (eita, ansiedade).

Isso porque essa Lua nova acontece em Vishakha, um nakshatra intenso e dual, representado por um arco, uma passagem ou uma roda de oleiro, simbolizando todo o potencial existente no vazio, naquela porta ainda fechada, naquele material pronto para ser trabalhado… mas que requer um passo em frente e dá aquele friozinho na barriga de enfrentar o desconhecido.

Então, é hora de acender as velas que vão guiar nosso caminho, sejam elas reais ou simbólicas. Porque é difícil seguir caminhando quando não se vê a saída e tudo ainda é mero potencial.

Não dá para pausar a vida, isso já sabemos. Mas nesse jeito aí de f**ar toda a hora em quase esgotamento também não dá para continuar.

Não é à toa que em inglês se diz Burnout ou seja, totalmente queimado, sem combustível, sem mato para queimar...

Então, pensa comigo, se é Vata que está ateando esse fogo, é dele que precisamos cuidar primeiro:

🌱 Para equilibrar a qualidade seco, é preciso ter sempre em nosso prato gorduras boas como ghee, abacate, azeite e castanhas.

E por fora, haja massagem para renovar nosso corpitcho

🌱 E para equilibrar a irregularidade de Vata? Agora vem a parte que muita gente não gosta: rotina! Especialmente uma que favoreça o descanso real, sem celular ou Tv, especialmente na hora Kapha (das 18h às 22h). Que aliás, é a hora ideal de ir para a cama (desculpa dar essa notícia ruim)

🌱 E pode parecer contraditório, mas a gente precisa criar estresses bons na vida para lidar.

Estresse bom? Que é isso?? Exercício físico, atividades que nos exijam foco intenso e total atenção. Que liberam hormonios do estresse mas de forma momentânea, ensinando nosso corpo a modular essa volta ao estado equilibrado.

De preferência de manhã, momento em que precisamos dessa ativação. Ou seja? Dar um basta na preguiça e se movimentar logo cedo.

🌱 E claro, foco na respiração, seja por pranayamas seja por outros exercícios

Sobretudo, é uma questão de entender nossos próprios ciclos e quando é hora de parar. Talvez não dê para parar de nadar, mas pelo menos vamos tentar não nadar contra a corrente para ver se melhora?