Constelação Familiar 1- O que é Constelação Familiar? Nosso interesse é a constelação segundo Hellinger. Como é feita a representação? Claudio Roberto dos Santos
. Este modelo "terapêutico" já foi chamado de psicoterapia sistêmica pelo fato de contemplar a dimensão sistêmica (relação de causa e efeito para além do indivíduo). Porém, de acordo com percepções recentes (talvez de uns 10 anos pra cá) de seu criador, trata-se não mais de terapia, mas, apenas, de filosofia aplicada que produz efeito terapêutico. Tal diferenciação, não perceptível a quem se desenvolveu pouco dentro constelação, é um dos pontos decisivos na ruptura de outros consteladores em relação a Hellinger. Tentamos levar em conta as mais recentes percepções de Hellinger e sua postura em relação e este trabalho. Tal escolha gera uma grande diferença no modo de fazer o trabalho. O recurso da representação familiar já era experimentado por psicoterapeutas como Ruth McClendon, Les Kadis e Thea Schönfelder. Porém, Hellinger foi muito além, até o ponto de criar uma metodologia revolucionária e singular, que transcendeu a vários limites, inaugurando uma perspectiva que rompe com o paradigma da psicoterapia daquela época e de hoje.
É bem apropriado considerar que trata-se de uma das mais surpreendentes revoluções no campo da psicoterapia chegando, realmente, a transcender para além desta área. Isto porque a descoberta de certos padrões sistêmicos, as três ordens sistêmicas - pertencimento, hierarquia e compensação - ampliou as possibilidades terapêuticas tornando possível operar para além do indivíduo em um plano transgeracional sistêmico. Isto é possivel graças ao forte caráter de filosofia aplicada. Filosofia com base nos padrões sistêmicos descobertos por Hellinger. Tal metodologia possibilita trazer à tona soluções para algumas situações antes insolúveis.
2- Como é feita? Uma parte do conjunto de recursos possíveis é a representação da situação a ser resolvida, preservando quanto possível, a privacidade das pessoas envolvidas. Na prática, são tomadas do grupo pessoas que representam cada elemento da situação em questão. O desenvolvimento do movimento indica os passos seguintes de maneira gradativa, até o ponto em que o campo indica ou potencializa uma solução. Porém tal solução depende da mudança de postura da pessoa. O que surge é a sugestão de nova postura que conduz a solução.
3- Quais os objetivos? Palavras-chave:
adequação, alívio, paz, alegria e soluções. Não há qualquer objetivo ou intenção. O que se percebe é a possibilidade de se observar os efeitos de cada postura que o ajudado pode experimentar. Estes efeitos se referem à reconexão da pessoa ao fluxo de vida - o que é ao mesmo tempo grandioso e simples. Esta reconexão (ou retomada da conexão que sempre existiu) é possibilitada pela adequação da postura (da pessoa) em relação aos pais e em relação aos antepassados - em função das ordens sistêmicas do amor - que são os padrões descobertos por Hellinger. Tal adequação facilita uma série de desenredamentos, ou seja, liberações de partes do próprio destino da pessoa em relação aos destinos de seus antepassados. Em outras palavras, é possível alcançar, através deste método de ajuda, um profundo efeito terapêutico. Porém, isso só será possível a pessoas realmente decididas a resolver algo. Pois a decisão firme facilita à pessoa alcançar a abertura necessária para mudança de postura; nas palavras de Hellinger:
"Penetrar as Ordens do Amor é sabedoria. Segui-las com amor é humildade".
4- Quais resultados podemos alcançar? Cada processo é absolutamente pessoal e depende da abertura e decisão de cada pessoa. De maneira geral observamos ganhos do tipo: centramento, saúde, paz, alegria, alívio, equilíbrio e soluções. Tudo isso percebemos em pessoas que assumem mudanças de postura (pessoas que aderem a postura que surgiu em seu movimento de constelação), e é em função destas mudanças que se pode tomar os ganhos. Dito de outra forma: ganha muito na constelação a pessoa que conseguir escolher ficar bem, mesmo tendo que abrir mão de um sistema de crenças que garante que ela tem razão. Ou seja: " entre ter razão ou ficar bem, prefiro ficar bem". Então não é o que os outros fazem ou fizeram "contra mim" que vai determinar minhas decisões de felicidade. Sou o responsável pelo que eu decidir dar a mim mesmo. Os resultados e efeitos em minha vida são de minha responsabilidade, portanto depende de coragem. Ser feliz ou infeliz não é culpa ou responsabilidade do outro. Esta postura de coragem me torna melhor habilitado a ser feliz. A poetisa Clarice Lispector nos socorre a este respeito:
"Ser feliz é uma responsabilidade muito grande. Pouca gente tem coragem."
5- Como participar? São duas modalidades: sessão individual e trabalho em grupo, esta última oferece melhores possibilidades. No workshop - trabalho em grupo - é possível dois tipos de participações: como Participante ou para Constelar. Ambas as possibilidades são ricas. É necessário agendar com antecedência.