Grupo Espírita Evangelho de Cristo

(Fonte: Adaptado de "Orientação ao Centro Espírita", FEB)

O QUE É?
• Núcleo de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, praticados dentro dos princípios espíritas;
• Escola de formação espiritual e moral, que trabalha à luz da Doutrina Espírita;
• Posto de atendimento fraternal para todos os que os buscam com o propósito de obter orientação, esclarecimento, ajuda ou consolação;
• Oficina de trabalho que proporciona aos seus freqüentadores oportu

Photos from Aglomerado Digital's post 25/07/2024
02/07/2024

Bom dia!...

15/06/2024
26/05/2024

Do livro - Coletânea do Além — Autores diversos

1
A criança é o futuro

No quadro de renovações imediatas do mundo, problemas angustiosos absorverão naturalmente os sociólogos mais atilados.

A civilização enferma requisita recursos salvadores, socorros providenciais, em face do transcendentalismo da atualidade. Organismo devastado por moléstias indefiníveis, a sociedade humana está compelida a examinar detidamente as questões mais dolorosas, tocando-lhes a complexidade e a extensão. Tão logo regresse à paisagem pacífica, reconhecerá a necessidade da reconstrução salutar.
Entretanto, a desilusão e o desânimo serão inevitáveis no círculo dos lutadores.

Por onde recomeçar:
As experiências amargas terão passado, rumo aos abismos do tempo, substituindo nas almas o anseio justo da concórdia geral, todavia, é razoável ponderar a preocupação torturante a se fazer sentir, em todos os planos do pensamento internacional.

As noções do direito, os ideais de justiça econômica, as garantias da paz, surgirão, à frente das criaturas, solicitando-lhes o concurso devido, para a total extinção das sombras da violência, mas, no exame das providências de ordem geral é imprescindível reconhecer que a reconstrução do planeta é iniciativa educacional.

É quase incrível, no entanto, que o problema seja, ainda, de orientação infantil, objetivando-se horizontes novos.

A criança é o futuro.
E, com exceção dos Espíritos missionários, os homens de agora serão as crianças de amanhã, no processo reencarnacionista.

O trabalho redentor da Nova Era há de começar na alma da infância, se não quiserdes divagar nos castelos teóricos da imaginação superexcitada. É lógico que a legislação será sempre a casa nobre dos princípios que asseguram os direitos do homem, entretanto, os governos não poderiam realizar integralmente a obra renovadora sem a colaboração daqueles que hajam sentido a verdade e o bem com Jesus Cristo.

A crise do mundo não estará solucionada com a simples extinção da guerra.
O quadro de serviço presente é campo de tarefas esmagadoras que assombram pela grandeza espiritual.

Pede-se a paz com a vitória do direito e ninguém contesta a legitimidade de semelhante solicitação. Mas é indispensável organizar o programa de amanhã. A sociologia abrirá as possibilidades que lhe são próprias, por restituir ao mundo o verdadeiro equilíbrio de sua evolução ascensional.

Não nos esqueçamos, porém, de que a psicologia do homem comum ainda se enquadra na esfera de análise devida à criança.

É por isto, talvez, que Jesus, por mais de uma vez, deixou escapar o sublime apelo: “Deixai vir a mim os pequeninos”. Não observamos aqui, tão somente, o símbolo da ternura. O Mestre não demonstrava atitude meramente acidental, junto à paisagem humana, aureolada de sorrisos infantis. Aludia, sim, à tarefa bem mais profunda no tempo e no espaço. Sabia Ele que durante séculos a grande questão das criaturas estaria moldada em necessidades educativas. E com muita propriedade o Cristo exclama — “deixai vir a mim” — e não simplesmente — “vinde a mim”. Sua exortação divina atinge a todos os que receberam a mordomia da responsabilidade espiritual nos quadros evolucionários da Terra, para que não impeçam à mente humana o acesso real às suas fontes de verdades sublimes.

Constituindo a infância a humanidade futura, reconhecemos ao seu lado a região de semeadura proveitosa. E, reconhecendo, nós outros, que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, não encontraremos outra senda de redenção, estranha aos fundamentos de sua doutrina de verdade e de amor.

Desse modo, a par do esforço sincero de quantos cooperam pelo ressurgimento da concórdia no mundo, voltemo-nos para as crianças de agora, cônscios de que muitos de nós seremos a infância do porvir. Organizemos o lar que forma o coração e o caráter, e a escola que iluminará o raciocínio.

Estejamos igualmente atentos à verdade de que educar não se resume ap***s a providências de abrigo e alimentação do corpo perecível.

A Terra, em si mesma, é asilo de caridade em sua feição material. Governantes e sacerdotes diversos nunca esqueceram, de todo, a assistência à infância desvalida, mas são sempre raros os que sabem oferecer o abrigo do coração, no sentido de espiritualidade, renovação interior e trabalho construtivo.

Em nutrindo células orgânicas, não olvideis a alimentação espiritual imprescindível às criaturas.

No quadro imenso da transformação em que vossas atividades se localizam atualmente, a iniciativa de educação é de importância essencial no equilíbrio do mundo.

Cuidemos da criança, como quem acende claridades no futuro. Compareçamos, em companhia delas, à presença espiritual de Cristo e teremos renovado o sentido da existência terrestre, colaborando para que surjam as alegrias do mundo num dia melhor.

Emmanuel

21/04/2024

Crônicas de Além-Túmulo — Humberto de Campos

29

Tiradentes

1 Dos infelizes protagonistas da Inconfidência Mineira, † no dia 21 de abril de todos os anos, aqueles que podem excursionar pela Terra volvem às ruínas de Ouro Preto, † a fim de se reunirem entre as velhas paredes da casa humilde do sítio da Cachoeira, trazendo a sua homenagem de amor à personalidade do Tiradentes.

2 Nessas assembleias espirituais, que os encarnados poderiam considerar como reuniões de sombras, os preitos de amor são mais expressivos e mais sinceros, livres de todos os enganos da História e das hipocrisias convencionais.

3 Ainda agora, compareci a essa festividade de corações, integrando a caravana de alguns brasileiros desencarnados, que para lá se dirigiu, associando-se às comemorações do protomártir da emancipação do País.

4 Nunca tive muito contato com as coisas de Minas Gerais, mas a antiga Vila Rica [atualmente Ouro Preto], atualmente elevada à condição de Monumento Nacional, pelas suas relíquias prestigiosas, sempre me impressionou pela sua beleza sugestiva e legendária. Nas suas ruas tortuosas, percebe-se a mesma fisionomia do Brasil dos vice-reis. Uma coroa de lendas suaves paira sobre as suas ladeiras e sobre os seus edifícios seculares, embriagando o espírito do forasteiro com melodias longínquas e perfumes distantes. Na terra empedrada, ainda existem sinais de passos dos antigos conquistadores do ouro dos seus rios e das suas minas e, nas igrejas, ainda se ouvem soluços de escravos, misturados com gritos de sonhos mortos, do seu valoroso heroísmo. A velha Vila Rica, com a névoa fria dos seus horizontes, parece viver agora com as suas saudades de cada dia e com as suas recordações de cada noite.

5 Sem me alongar nos lances descritivos acerca dos seus tesouros do passado, objeto da observação de jornalistas e escritores de todos os tempos, devo dizer que, na noite de hoje, a casa antiga dos Inconfidentes tem estado cheia das sombras dos mortos. Aí fui encontrar, não segundo o corpo, mas segundo o Espírito, as personalidades de Domingos Vidal Barbosa, Freire de Andrada, Mariano Leal, Joaquim da Maia, Cláudio Manuel, Inácio Alvarenga, Doroteia de Seixas, Beatriz Francisca Brandão, Toledo Pisa, Luís de Vasconcelos e muitos outros nomes, que participaram dos acontecimentos relativos à malograda conspiração. Mas, de todas as figuras veneráveis ao alcance dos meus olhos, a que me sugeria as grandes afirmações da pátria era, sem dúvida, a do antigo alferes Joaquim José da Silva Xavier, † pela sua nobre e serena beleza. Do seu olhar claro e doce, irradiava-se toda uma onda de estranhas revelações, e não foi sem timidez que me acerquei da sua personalidade, provocando a sua palavra.

6 Falando-lhe a respeito do movimento de emancipação política, do qual havia sido o herói extraordinário, declinei minha qualidade de seu ex-compatriota, filho do Maranhão, que também combatera, no passado, contra o domínio dos estrangeiros.

— “Meu amigo — declarou com bondade —, antes de tudo, devo afirmar que não fui um herói e sim um Espírito em prova, servindo simultaneamente à causa da liberdade da minha terra. Quanto à Inconfidência de Minas, † não foi propriamente um movimento nativista, apesar de ter aí ficado como roteiro luminoso para a independência da pátria. 7 Hoje posso perceber que o nosso movimento era um projeto por demais elevado para as forças com que podia contar o Brasil daquela época, reconhecendo como o idealismo eliminou em nosso espírito todas as noções da realidade prática mas, estávamos embriagados pelas ideias generosas que nos chegavam da Europa, através da educação universitária. E, sobretudo, o exemplo dos Estados Americanos do Norte, que afirmaram os princípios imortais do direito do homem, muito antes do verbo inflamado de Mirabeau, † era uma luz incendiando a nossa imaginação. 8 O Congresso de Filadélfia, † que reconheceu todas as doutrinas democráticas, em 1776, afigurou-se-nos uma garantia da concretização dos nossos sonhos. Por intermédio de José Joaquim da Maia procuramos sondar o pensamento de Jefferson, † em Paris, a nosso respeito; mas, infelizmente, não percebíamos que a luta, como ainda hoje se verifica no mundo, era de princípios. 9 O fenômeno que se operava no terreno político e social era o desprezo do absolutismo e da tradição, para que o racionalismo dirigisse a vida dos homens. Fomos os títeres de alguns portugueses liberais, que, na colônia, desejavam adaptar-se ao novo período histórico do planeta, aproveitando-se dos nossos primeiros surtos de nacionalismo. Não possuíamos um índice forte de brasilidade que nos assegurasse a vitória, e a verdade só me foi intuitivamente revelada quando as autoridades do Rio mandaram prender-me na rua dos Latoeiros.”

10 — E nada tendes a dizer sobre a defecção de alguns dos vossos companheiros? — perguntei.

— “Hoje, de modo algum desejaria avivar minhas amargas lembranças… Aliás não foi ap***s Silvério quem nos denunciou perante o Visconde de Barbacena; muitos outros fizeram o mesmo, chegando um deles a se disfarçar como um fantasma, dentro das noites de Vila Rica, avisando quanto à resolução do governo da província antes que ela fosse tomada publicamente, com o fim de salvaguardar as posições sociais de amigos do Visconde que haviam simpatizado com a nossa causa. Graças a Deus, todavia, até hoje, sinto-me ditoso por ter subido sozinho os vinte degraus do patíbulo.”

11 — E sobre esses fatos dolorosos, não tendes alguma impressão nova a nos transmitir?

E os lábios do Herói da Inconfidência, como se receassem dizer toda a verdade, murmuraram estas frases soltas:

— “Sim… a Sala do Oratório e o vozerio dos companheiros desesperados com a sentença de morte… a Praça da Lampadosa, minha veneração pelo Crucifixo do Redentor e o remorso do carrasco… a procissão da Irmandade da Misericórdia, os cavaleiros, até o derradeiro impulso da corda fatal, arrastando-me para o abismo da morte…”

12 E concluiu:

— “Não tenho coisa alguma a acrescentar às descrições históricas, senão minha profunda repugnância pela hipocrisia das convenções sociais de todos os tempos.”

— É verdade, acrescentei, reza a História que, no instante da vossa morte, um religioso falou sobre o tema do Eclesiastes — “Não atraiçoes o teu rei, nem mesmo por pensamentos.”

13 E terminando a minha observação com uma pergunta, arrisquei:

— Quanto ao Brasil atual, qual a vossa opinião a respeito?

— “Ap***s a de que ainda não foi atingido o alvo dos nossos sonhos. A nação ainda não foi realizada para criar-se uma linha histórica, mantenedora da sua perfeita independência. Todavia, a vitalidade de um povo reside na organização da sua economia e a economia do Brasil está muito longe de ser realizada. A ausência de um interesse comum em favor do País, dá causa não mais à derrama dos impostos, mas ao derrame das ambições, onde todos querem mandar, sem saberem dirigir a si próprios.”

14 Antes que se fizesse silêncio entre nós, tornei ainda:

— Com relação aos ossos dos inconfidentes, vindos agora da África para o antigo teatro da luta, hoje transformado em Panteão Nacional, † são de fato autênticos esqueletos dos apóstolos da liberdade?

— “Nesse particular, respondeu Tiradentes com uma ponta de ironia, não devo manifestar os meus pensamentos. Os ossos encontrados tanto podem ser de Gonzaga, como podem pertencer, igualmente, ao mais miserável dos negros de Angola. O orgulho humano e as vaidades patrióticas têm também os seus limites… Aliás, o que se faz necessário é a compreensão dos sentimentos que nos moveram a personalidade, impelindo-nos para o sacrifício e para a morte…”

15 Mas, não pôde terminar. Arrebatado numa aluvião de abraços amigos e carinhosos, retirou-se o grande patriota que o Brasil hoje festeja glorificando o seu heroísmo e a sua doce humildade.

Aos meus ouvidos emocionados ecoavam as notas derradeiras da música evocativa e dos fragmentos de orações que rodeavam o monumento do Herói, afigurando-se-me que Vila Rica ressurgira, com os seus coches dourados e os seus fidalgos, num dos dias gloriosos do Triunfo Eucarístico mas, aos poucos, suas luzes se amorteceram no silêncio da noite, e a velha cidade dos conspiradores entrou a dormir, no tapete glorioso de suas recordações, o sono tranquilo dos seus sonhos mortos.

Humberto de Campos

(Irmão X)

21/04/2024

Do livro - Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho — Humberto de Campos

14
A Inconfidência Mineira

Depois da morte de D. José, † ascendia ao trono sua filha D. Maria I, † princesa piedosa, a cuja autoridade ficariam afetas as grandes responsabilidades do trono naquela época em que um sopro de vida nova modificava todas as disposições políticas e sociais do Velho Mundo.

No seu reinado, Portugal sente esvaírem-se-lhe as forças poderosas, encaminhando-se com rapidez, para a decadência e para a ruína. Não fossem as notáveis influências de um Martinho de Melo † ou de um duque de Lafões, † talvez fosse ainda mais desastroso o reinado de D. Maria, escravizada ao fanatismo do tempo e às opiniões dos seus confessores.

Por essa época, o Brasil sofria o máximo de vexames no que se referia ao problema da sua liberdade.

A capitania de Minas Gerais, que se criara e desenvolvera sob a carinhosa atenção dos paulistas, era então o maior centro de riquezas da colônia, com as suas minas inesgotáveis de ouro e diamantes. A sede de tesouros edificara Vila Rica nos cumes enevoados e frios das montanhas, localizando ali uma plêiade de poetas e escritores que sentiriam, de mais perto, as humilhações infligidas pela metrópole portuguesa à pátria que nascia. A verdade é que, em Minas, sentia-se mais que em toda parte o despotismo e a tirania. O clero, a magistratura e o fisco, junto dos ambiciosos que aí se reuniam, apossavam-se de todas as possibilidades econômicas, com a sua criminosa sede de fortuna. Os padres desejavam todo o ouro das minas para a edificação das suas igrejas suntuosas; os elementos da magistratura consideravam a necessidade de se enriquecerem antes de regressar a Portugal com as melhores aquisições, e os agentes do fisco executavam as determinações da corte de Lisboa, que contituía uma árvore farta e maravilhosa, onde todos os parasitas da nobreza iam sugar a seiva de pensões extraordinárias e fabulosas.

A esse tempo, são numerosos os estudantes brasileiros na Europa, os quais voltam ao país saturados dos princípios filosóficos de Rousseau e dos enciclopedistas. A independência da América do Norte e a constituição democrática de Filadélfia animam aqueles espíritos, isolados nas montanhas distantes. Por toda a parte da capitania mais rica da colônia, verificam-se quadros dolorosos da miséria do povo, esmagado pelos impostos de toda natureza. As coletividades de trabalhadores, conduzidas à ruína pelo fracasso das minerações, não conseguiriam suportar por mais tempo semelhantes vexames. Em Minas, porém, uma elite de brasileiros considera a gravidade da situação. Intelectuais distintos sentem-se possuídos da maioridade da pátria, que, ao seu ver, poderia já reter consigo as rédeas dos seus próprios destinos. Iniciam-se os primórdios da conspiração. Depois de algumas conversações em Vila Rica e das quais, entre muitos outros, participaram Inácio de Alvarenga, † Joaquim José da Silva Xavier, † Cláudio Manuel da Costa † e Tomás Gonzaga, † em que foram adotadas as primeiras providências, a infiltração das ideias libertárias começou a fazer-se através de todos os elementos da capitania, no que ela possuía de mais representativo. José Joaquim da Maia † é enviado à Europa para sondar o pensamento de Jéferson, † embaixador da América do Norte em Paris, e para angariar a simpatia dos brasileiros espalhados no Velho Mundo, pelo movimento libertador. Outros estudantes, apaixonados pela emancipação da colônia, são mandados pelos conspiradores a S. Paulo e a Pernambuco, que formavam os dois centros mais importantes do país, com o objetivo de conquistar a sua adesão ao movimento. Todavia, nem Joaquim da Maia conseguiu o auxílio de Jéferson, que ap***s chegou a se interessar moralmente pelo projeto, nem os seus companheiros conseguiram o compromisso formal das capitanias mencionadas, para se articular o movimento revolucionário. Pernambuco achava-se refazendo as suas economias, depois das lutas penosas de Recife e Olinda, e São Paulo encontrava-se desiludido depois da guerra dos emboabas, na qual, muitas vezes fora vítima da felonia e da traição. A conjuração de Minas, contudo, prossegue na propaganda sem esmorecimentos.

Embriagados pela concepção da liberdade política e, dentro dos seus triunfos literários, fora das realidades práticas da vida comum, os intelectuais mineiros não descansaram. Idealizaram a república, organizaram os seus símbolos, multiplicaram prosélitos das suas ideias de liberdade, mas, no momento psicológico da ação, os delatores a cuja frente se encontrava a personalidade de Silvério dos Reis, † português de Leiria, levaram todo o plano ao Visconde de Barbacena, † então governador de Minas Gerais. O governador age com prudência a fim de sufocar a rebelião nas suas origens, e expedindo informes para que o Vice Rei Luís de Vasconcelos † efetuasse a prisão do Tiradentes † no Rio de Janeiro, prende todos os elementos da conspiração em Vila Rica, depois de avisar aos seus amigos do peito, secretamente, simpatizantes da conjuração, quanto à expectativa de semelhantes providências, para que não fossem igualmente implicados.

Aberta a devassa e depois de terminado o vagaroso processo, são todos os chefes presos, condenados à morte.

Os historiadores falam do amargo pavor daqueles onze homens que se ajuntavam, andrajosos e desesperados, na sala do Oratório, para ouvirem a sentença da sua condenação, após três longos anos de separação, em que haviam ficado incomunicáveis nos diversos presídios do tempo. A leitura da peça condenatória pelo desembargador Francisco Alves da Rocha, levou quase duas horas. Depois de conhecerem os seus termos, os infelizes conjurados passaram às mais amargas e recíprocas recriminações. Os mais tristes quadros de fraqueza moral surgiram naqueles corações desiludidos e desamparados; mas, daí a algumas horas, a dura sentença era modificada. D. Maria I comutara as p***s de morte para o perpétuo degredo nas desoladas regiões africanas, com exceção do Tiradentes, que deveria morrer na forca, conservando-se o cadáver insepulto e esquartejado, para escarmento de quantos urdissem novas traições à coroa portuguesa.

O mártir da inconfidência, depois de ter examinado, amarguradamente, a defecção dos companheiros, reveste-se de supremo heroísmo. Seu coração sente uma alegria sincera pela expiação cruel a ele somente reservada, já que seus irmãos de ideal poderiam continuar na posse do sagrado tesouro da vida. As falanges de Ismael cercam-lhe a alma leal e forte, inundando-a de santificadas consolações.

Tiradentes entrega o Espírito a Deus, nos suplícios da forca, no dia 21 de Abril de 1792. Um arrepio de angustiosa ansiedade percorre a multidão, no instante em que o seu corpo balança, pendente das traves do campo da Lampadosa. †

Mas, nesse momento, Ismael recebia nos seus braços carinhosos e fraternais a alma edificada do mártir.

— “Irmão querido, — exclama ele, — resgatas hoje os delitos cruéis levados a efeito por ti, quando te ocupavas do nefando mister de inquisidor, nos tempos passados… Resgataste o pretérito obscuro e doloroso, com as lágrimas do teu sacrifício em favor da pátria do Evangelho de Jesus. Passarás a ser um símbolo para a posteridade, com o teu heroísmo resignado nos sofrimentos purificadores… Novo gênio que surges, espargirás novas bênçãos sobre a terra do Cruzeiro, em todos os séculos do seu futuro… Regozija-te no Senhor pelo desfecho dos teus sonhos de liberdade, porque cada um será justiçado de acordo com as suas obras e se o Brasil se aproxima da sua maioridade como nação, ao influxo do amor divino, será o próprio Portugal quem virá trazer até ele, todos os elementos da sua emancipação política, sem o êxito incerto das revoluções feitas à custa do sangue fraterno, para multiplicar os órfãos e as viúvas na face sombria da Terra…”

Um sulco luminoso desenhou-se nos Espaços, à passagem das gloriosas entidades que vieram acompanhar o Espírito iluminado do mártir que não chegou a contemplar o hediondo espetáculo do esquartejamento.

Daí a alguns dias, a piedosa rainha portuguesa enlouquecia, ferida de morte na sua consciência pelos remorsos pungentes que a dilaceravam e, consoante as profecias de Ismael, daí a alguns anos era o próprio Portugal que vinha trazer, com D. João VI, † a independência do Brasil, sem o êxito incerto das revoluções fratricidas, cujos resultados invariáveis são sempre a multiplicação dos sofrimentos das criaturas, dilaceradas pelas provações e pelas dores, entre as pesadas sombras da vida terrestre.

Humberto de Campos

(Irmão X)

22/03/2024

Do livro - A Memoria é o Tempo - por Hermínio C. Miranda. (12) - O erro e a dor -
O que se observa, portanto, em seres encarnados ou desencarnados, éo mesmo esquema básico com o qual já atinou a psicanálise, ou seja:
1. O erro, a culpa e, consequentemente, o arrependimento ou remorso.
2. Supressão, repressão ou fuga. 3. O bloqueio. 4. Formação do núcleo traumático. 5. Sensação de angústia ou inquietação. 6. Neurose, somatização. 7. Catarse, racionalização, responsabilização.
Na primeira etapa o crime (o erro, a fraude consigo mesmo ou com outrem) é cometido, desencadeando, consciente ou inconscientemente, um conflito ou processo de arrependimento ou remorso. Daí a necessidade de repressão, supressão ou fuga, da mesma forma que antes de curar qualquer doença desejamos o analgésico que nos livre da dor. Para muitos, a doença pode até continuar com o seu processo destrutivo, desde que não sintam dor. Certos bloqueios psicológicos são, pois, os analgésicos da consciência (aqui no seu sentido moral). Em espíritos desencarnados esses bloqueios como que se concretizam e se revelam à mente do indivíduo como obstáculos de existência 'física: muros, blocos enormes de rocha, túneis, poços, abismos, volumes de água etc. Atrás desses bloqueios permanecem os núcleos traumáticos, sempre a incomodar surdamente, com suas 'mensagens' ao consciente, por meio de sonhos, visões, estados de angústia, inquietação. É o pedido moral, seu desejo de autopacíficação. Essas mensagens se convertem em neuroses e suscitam, em paralelo, sintomas orgânicos ou incômodos de natureza psicossomática, para os quais não é encontrada nenhuma etiologia no âmbito do corpo físico. Não há radiografia, exame de laboratório ou pesquisa instrumental que explique e justifique aqueles sintomas. Aliás, tais sintomas são muitas vezes móveis: hoje na cabeça, amanhã no ventre, daqui a pouco nos braços ou na região cardíaca. Para se chegar às raizes desses males, com vistas à purificação (catarse), é preciso investigas as origens, as causas, os porquês. O paciente sabe quais são, mas justamente porque teme as consequências ou se recusa a assumir a responsabilidade pelas suas falhas e bloqueios. É, pois, uma pessoa em conflito consigo mesma. De um lado quer libertar-se do que o incomoda, e do outro faz tudo para não abrir as comportas, porque vai também incomodar-se com o reconhecimento de suas imperfeições. A tentativa inicial de supresão é portanto, um esforço consciente não ap***s paras enquecer o problema que o aflige, mas, se possível, explodi-lo, faze-lo sumir, desintegrar-se, desapa recer, como por artes mágicas. O tumor não se cura a não ser depois de lancetado ou drenado ou, em linguagem moderna, assumido: - Sim, tenho um tumor e está doendo. Rasgá-lo e drená-lo vai doer tanto ou mais. Não há, porém, alternativa, porque não posso ignorar que tenho um tumor dolorido. Posso tomar analgésicos, botar gelo em cima dele, adormecer para tentar esquecê-lo, mas ele continua ali. Quanto mais tentar bloqueá-lo mais vai crescer e doer, e se insistir em conté-lo de qualquer maneira, um dia ele próprio virá a furo, numa alienação maior, que vai infectar outros órgãos já predispostos. Vamos, portanto, enfrentar a realidade, botar a carga às costas e seguir viagem. Muitas vezes a carga é um pesado s**o de areia fina e seca que vai escorrendo por um fio pelo caminho a fora. Ao cabo de algum tempo de marcha descobriremos, agradavelmente surpresos, que só nos resta às costas a embalagem vazia, que, então sim, poderemos jogar fora.
Não vejo, pois, nada de fundamentalmente errado com o esquema terapêutico da doutrina de Freud; pelo contrário, ela oferece encaixes muito precisos e seguros para os conceitos básicos da realidade espiritual. Se até aqui não se fez a desejada junção, não é porque a matriz espiritual seja deformada e nem mesmo a matriz freudiana; é que esta última tem excrescências que estão impedindo a conjugação das duas na elaboração de um dos mais valiosos instrumentos de penetração na intimidade dos problemas da memória do ser humano e consequentemente libertação de muitas aflições perfeitamente evitáveis.
O que as leis cósmicas do equilíbrio universal exigem de nós não é o sofrimento a qualquer preço, por mais graves que sejam as nossas faltas, nem a imposição de penalidades, segundo a natureza do erro ou crime cometido, e, sim, que aprendamos a lição da fraternidade e que se incorpore para sempre às estruturas éticas do ser, que é bom ser bom; que não dói o órgão saudável; que não pode existir escuridão onde há luz plena. Será tão dificil assim compreender isso? Alcançado esse ponto da jornada evolutiva, o que hoje chamamos psicanálise e psiquiatria não serão tratamentos de males já instalados, mas procedimento usual preventivo para inibir, no nascedouro, a germinação do mal e, portanto, da dor.
Não é sem razão que o Cristo identifica o erro com a dor: "Vai e não peques mais, para que não te suceda coisa pior". Se o erro cria, automaticamente, a matriz do reajuste, porque insistir em amontoar matrizes de dor?

21/03/2024

Verniz social



“… A benevolência para com os semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que lhe são a manifestação. Entretanto, não é preciso fiar-se sempre nas aparências; a educação e o hábito do mundo podem dar o verniz dessas qualidades…” (ESE – Capítulo 9, item 6.)



Nem sempre conseguimos mascarar por muito tempo nossas verdadeiras intenções e planos matreiros. Não dá para enganar as pessoas por tempo indeterminado. Após vestirmos as roupagens da afabilidade e doçura para encobrir rudeza e desrespeito, vem a realidade dura e cruel que desnuda aqueles lo­bos que vestiram a “pele de ovelha”.

Realmente, é no lar que descortinamos quem somos. É no lar que escorre o verniz da bonança e da caridade que passamos sobre a face e que nos revela tal como somos aos nossos familiares.

Trazemos gestos meigos e voz doce para desempenhar tarefas na vida pública, no contato com chefes de serviço e amigos, com com­panheiros de ideal e recém-conhecidos, mas também trazemos “pedras nas mãos” ou punhos cerrados no trato com aqueles com quem desfrutamos familiaridade.

Por querer aparentar alguém que não somos, ou impres­sionar criaturas a fim de conquistá-las por interesses imediatistas, é que incorporamos personagens de ficção no palco da vida. Ou seja, é como se cumpríssemos um “script” numa representação teatral. Nada mais do que isso.

Em várias ocasiões, integramos em nós mesmos não só a sociedade visivelmente “externa”, com suas construções, praças, casas e cidades, mas também a sociedade em seu contexto “invisível”, que, na realidade, se compõe de regras e ordens sociais, bem como dos modelos de instituições criadas arbitrariamente. Captamos, através de nossos sentidos espirituais, todos os tipos de energia oriunda da população. Através de nossos radares sensíveis e intuitivos, passamos a representar de forma inconsciente e auto­mática um procedimento dissimulado sob a ação dessas forças poderosas.

Maquilagens impecáveis, jóias reluzentes, perfumes caros, roupas da moda e óculos charmosos fazem parte do nosso arsenal de guerra para ludibriar e corromper, para avançar sinais e para comprar consciências. Não nos referimos aqui à alegria de estar bem-trajado e asseado, mas à maquiavélica intenção dos “túmulos caiados”.

Por não nos conhecermos em profundidade é que temos medo de nos mostrar como realmente somos.

Num fenômeno psicológico interessante, denominado “introjeção”, que é um mecanismo de defesa por meio do qual atribuímos a nós as qualidades dos outros, fazemos o papel do artista famoso, dos modelos de beleza, das personagens políticas e religiosas, das figuras em destaque, dos parentes importantes e in­divíduos de sucesso, e por muito tempo alimentamos a ilusão de que somos eles, vivenciando tudo isso num processo inconsciente.

Desse modo, nós nos portamos, vestimos, gesticulamos, escrevemos e damos nossa opinião como se fôssemos eles realmente, representando, porém, uma farsa psicológica.

Ter duas ou mais faces resulta gradativamente em uma psicose da vida mental, porque, de tanto representar, um dia perdemos a consciência de quem somos e do que queremos na vida.

Quanto mais notarmos os estímulos externos, influências culturais, físicas, espirituais e sociais em nós mesmos, nossas possibilidades de relacionamento com outras pessoas serão cada vez mais autênticas e sinceras. A comunicação efetiva de criatura para criatura acontecerá se não levarmos em consideração s**o, idade e nível socioeconômico. Ela se efetivará ainda mais seguramente sempre que abandonarmos por completo toda e qualquer obediência neurótica aos modelos aprendidos e preestabelecidos.

Abandonemos o “verniz social” que nos impusemos no transcorrer da vida. Sejamos, pois, autênticos. Descubramos nos­sas reais potencialidades interiores, que herdamos da Divina Paternidade. Desenvolvendo-as, agiremos com maior naturali­dade e, conseqüentemente, estaremos em paz conosco e com o mundo.



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Pelo espírito Hammeed

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Grupo de devotos de Nossa Senhora

Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia de Ouro Preto Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia de Ouro Preto
Rua Santa Efigênia, N* 396 Alto Da Cruz
Ouro Prêto, 35400000

Fundada em 1717 Mesa Administrativa 2019 a 2020 Juiz Presidente : Cassimiro Teixeira

Igreja Nação do Reino Igreja Nação do Reino
Rua Maciel 100, Alto Da Cruz Ouro Preto
Ouro Prêto

igreja evangélica

Casa de Oração em Ouro Preto Casa de Oração em Ouro Preto
Rua José De Araújo Dias, 185, Bairro São Cristovão
Ouro Prêto, 35400-000

Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Romanos10.9

Paróquia Santa Efigênia Paróquia Santa Efigênia
396 Rua Santa Efigênia
Ouro Prêto, 35400-000

Pároco: Pe José Carlos dos Santos Colaborador: Diác. Pedro Barbosa www.paroquiasantaefigeniaop.com

Igre Recomeçar com Deus Igre Recomeçar com Deus
9 Rua Professor Francisco Pignataro
Ouro Prêto, 35400-000

Igreja Pentecostal de Ouro Preto-Morro Santana Igreja Pentecostal de Ouro Preto-Morro Santana
Rua Xv De Agosto ,1388
Ouro Prêto, 35400-000

QUERIDOS IRMÃOS EM CRISTO JESUS NESTA SEXTA-FEIRA PASSADA DIA 28/03/2014 ENCERRAMOS A CAMPANHA COM O TEMA HÁ PODER NO SANGUE DE JESUS 1:JOÃO 1:7.

Igreja de Deus Evangelica Pentecostal de Nova Vida Igreja de Deus Evangelica Pentecostal de Nova Vida
Rua Principal N/321 Bairro Mottas
Ouro Prêto, 35413-000

Presidente da Convençao Pr: Geraldo Candido

Irmandade de Nossa Senhora da Piedade de Ouro Preto - MG Irmandade de Nossa Senhora da Piedade de Ouro Preto - MG
Ouro Prêto, 35400000

Está pagina foi criada com objetivo exclusivo de divulgar as atividades e eventos da Irmandade de N

Lagoinha Ouro Preto Lagoinha Ouro Preto
Bauxita
Ouro Prêto, 35400-000

Igreja Batista da Lagoinha em Ouro Preto