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Você provavelmente já deve ter ouvido alguém dizer “Ah, fulano tem tendência para engordar, ciclano tem tendência para emagrecer”. Mas será que a origem do excesso ou não de peso das pessoas pode realmente estar dentro dos organismos delas? De acordo com cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, sim, já que eles descobriram como o DNA pode influenciar e controlar o peso de alguém.

Segundo o estudo dos pesquisadores, que foi publicado na revista científica Nature, a composição genética de cada indivíduo pré-determina se ele será uma pessoa magra ou gorda, pelo menos com relação a tendência. Na pesquisa, foram encontradas 97 diferentes regiões do genoma que podem ser associadas a um Índice de Massa Corporal (IMC) elevado.

Dessa maneira, não há um gene específico por trás disso, mas sim um coquetel de DNA próprio para cada um, como explicou uma das responsáveis pela pesquisa, a Dr. Elizabeth Speliotes.

“O grande número de genes faz com que seja improvável que uma solução para combater a obesidade vá funcionar para todas as pessoas”, completou a autora.

Os pesquisadores alertam que isso não significa que cada pessoa esteja fadada a ser gorda ou magra mas sim que cada uma precisa entender o funcionamento e tendências do seu próprio corpo para escolher as melhores estratégias para ficar em forma e com saúde.

Dietas como a dos pontos, das proteínas e da sopa, por exemplo, nem sempre são a melhor opção para quem está querendo emagrecer. A genética pode ser a melhor resposta e solução para essas pessoas. Cada indivíduo é único e suas características são determinadas pelo seu DNA, incluindo como o seu organismo vai metabolizar os alimentos. Nem sempre a restrição de calorias será suficiente para reduzir o peso ou a gordura corporal. A dieta, que é ótima para uma pessoa, geralmente não servirá para outra.

Para entender melhor este processo é preciso compreender a influência dos genes em nosso metabolismo. “Os genes são sequências de DNA, que contém informação codificada para produção de proteínas, as grandes responsáveis pelo funcionamento do corpo. São elas que determinam a digestão de alimentos e como eles serão utilizados: se para armazenamento de gordura ou para produção de energia e taxa de metabolismo basal. Isso quer dizer que os genes influenciam o funcionamento do corpo como um todo.

Para quem está acima do peso exames de nutrigenética ajudam a identificar se o excesso é decorrente de maior ingestão de alimentos ou de menor gasto energético – ou de ambos. “Eles podem, ainda, mostrar se a pessoa tem metabolismo lento para carboidratos ou para gorduras e auxiliar o profissional a definir qual é a melhor abordagem nutricional para perda ou manutenção do peso. É importante destacar que pesquisadores estimam que cerca de 600 marcadores genéticos estejam envolvidos na determinação da obesidade multifatorial.

O importante, no entanto, é entender que a genética não é destino e que esses te**es são preditivos, ou seja, nos ajudam a prever alguns processos.

A perda do excesso de peso, bem como sua manutenção, se tornam mais fáceis, porque a dieta é baseada nas reais necessidades de cada pessoa. A terapêutica é direcionada pelas necessidades do DNA. Com o metabolismo funcionando de maneira mais adequada, ele, consequentemente, tende para um equilíbrio metabólico, onde, além do peso ideal, o paciente também consegue atingir um saldo positivo de saúde.