Quilombo Dandara

Informações para nos contatar, mapa e direções, formulário para nos contatar, horário de funcionamento, serviços, classificações, fotos, vídeos e anúncios de Quilombo Dandara, Organização comunitária, São Vicente.

Quilombo Dandara é a reunião de pessoas para enfrentamento coletivo do racismo, machismo, LGBTIQAP+fobia, capacitismo e todos os preconceitos que ainda nos atravessam cotidianamente.

25/05/2022

📢🚩 BAIXADA SANTISTA NA CAMPANHA PELA REVOGAÇÃO DA REFORMA TRABALHISTA
🗓️ 26 de maio (quinta-feira)
🕘19 horas
📌 Presencial: Sindicato dos Petroleiros (Avenida Conselheiro Nebias, 248 - Vila Mathias - Santos-SP)
🎦 Virtual: Canal do YouTube e Facebook da Campanha e canais parceiros
Palestrantes:
➡️ ANA LÚCIA MARCHIORI: Advogada e pesquisadora. Diretora de Formação do Sind. Adv. De São Paulo, membra do Grupo de Pesquisa Capital e Trabalho- USP; especialista em Advocacia Internacional e Direitos Humanos. Representante do Brasil na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Nomeada pela Presidenta Dilma Rousseff como membro do CASC- Comitê de Assessoramento da Sociedade Civil, fruto do Acordo de Cooperação Técnica Internacional, firmado entre Ministério da Justiça e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
➡️ JORGE LUIZ SOUTO MAIOR: Jurista e professor livre docente de Direito do Trabalho Brasileiro na USP. Desembargador no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. É coordenador do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (GPTC-USP), grupo de pesquisa integrado por estudantes de graduação e de pós-graduação que, por intermédio de reflexão crítica, estuda as relações sociais desenvolvidas no contexto do modelo capitalista de produção e suas implicações no mundo do trabalho.
🙋🏿‍♀️🙋🏽‍♂️🙋🏻‍♀️ SAIBA MAIS SOBRE O EVENTO E SOBRE A CAMPANHA !
A frente nacional pela revogação da Reforma Trabalhista articula entidades sindicais, de pesquisa, de carreiras das instituições públicas e da advocacia trabalhista de todo o país. Conheça nossas redes sociais!

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🗓️ 26 de maio (quinta-feira)
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📌 Presencial: Sindicato dos Petroleiros (Avenida Conselheiro Nebias, 248 - Vila Mathias - Santos-SP)

🎦 Virtual: Canal do YouTube e Facebook da Campanha e canais parceiros

Palestrantes:

➡️ ANA LÚCIA MARCHIORI: Advogada e pesquisadora. Diretora de Formação do Sind. Adv. De São Paulo, membra do Grupo de Pesquisa Capital e Trabalho- USP; especialista em Advocacia Internacional e Direitos Humanos. Representante do Brasil na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Nomeada pela Presidenta Dilma Rousseff como membro do CASC- Comitê de Assessoramento da Sociedade Civil, fruto do Acordo de Cooperação Técnica Internacional, firmado entre Ministério da Justiça e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

➡️ JORGE LUIZ SOUTO MAIOR: Jurista e professor livre docente de Direito do Trabalho Brasileiro na USP. Desembargador no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. É coordenador do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (GPTC-USP), grupo de pesquisa integrado por estudantes de graduação e de pós-graduação que, por intermédio de reflexão crítica, estuda as relações sociais desenvolvidas no contexto do modelo capitalista de produção e suas implicações no mundo do trabalho.

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Photos from Quilombo Dandara's post 28/12/2021

Exposição GRIOT: A maré berrou
Contemplado com a lei de fomento a cultura ALDIR BLANC GUARUJÁ

PRORROGADO JANEIRO 2022
até às 17 horas

Local: R. Messías Borges, 380
Santa Cruz dos Navegantes
Guarujá-SP, 11425-110

GRIOT : A MARÉ GRITOU

Nessa exposição buscamos celebrar a vida de corpos retintos que vivem e se relacionam com o mar, utilizando a oralidade como instrumento de luta e (re)existência.

O Mar Atlântico como resultado da travessia de ensinamentos diaspóricos. Difundidos em escrivências encontradas na modernidade.

Na desembocadura do curso da história pelos rios da oralidade, resistência e guerrilha.

SITE: https://artesvisuaissul4.wixsite.com/my-site/home
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07/07/2021

Aderimos a Nota de Repúdio de iniciativa do Partido dos Trabalhadores de São Vicente.
O povo negro merece o direito de bem viver em paz.

NOTA DE REPÚDIO

O Partido dos Trabalhadores de São Vicente/SP, através do Coletivo de Mulheres, vem a público manifestar seu repúdio e indignação à agressão física e calúnia sofridas por Maria do Socorro no dia 03/07 (sábado), no interior de uma loja no Jardim Rio Branco, Área Continental do município, quando foi acusada pelos comerciantes de furto, além de ter sido filmada enquanto era agredida covardemente. Maria do Socorro, mulher, negra, periférica, mesmo alegando sua inocência, continuou sendo insultada, agredida e constrangida. Saindo do estabelecimento e após ter sido atendida no pronto socorro mais próximo, registrou B.O na delegacia do bairro.

Nós, portanto, repudiamos veementemente tais agressões e acusações caluniosas e nos solidarizamos à companheira, pois a justiça é uma das nossas bandeiras de luta com os trabalhadores e trabalhadoras.

Não há justificativa para atos de violência deliberados contra uma cidadã, seja ela de qualquer classe social. Não é correto criminalizar alguém por conta de sua condição financeira. Somos contrários à toda forma de violência, perseguição e opressão e acompanharemos os desdobramentos do ocorrido por meio dos órgãos responsáveis no município de São Vicente, com o objetivo de contribuir para que seja feita justiça à Maria do Socorro.

Veja a matéria:
https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2021/07/06/mulher-relata-agressao-dentro-de-loja-apos-ser-acusada-injustamente-de-furto-pensei-que-sairia-morta.ghtml
Foto: Luciana Moledas/G1

24/06/2021

parabéns pela iniciativa! Importante demais essa conversa entre vereadores comprometidos com a luta social e quem está de fato no front e na luta pelo , pessoas que vivem a realidade da luta por moradia há anos organizada em nossa cidade sem uma política habitacional que dê conta da demanda.

24/06/2021

ESTUPRADORES NÃO PASSARÃO!

Nós do Quilombo Dandara manifestamos nosso repúdio e indignação pela decisão do juiz militar Ronaldo Roth, da 1ª Auditoria Militar da Justiça Militar de São Paulo, que entendeu que a vítima de estupro praticou s**o consensual e absolveu o policial militar de crime de estupro praticado em viatura da corporação contra jovem de 19 anos, em 2019, no município de Praia Grande, na Baixada Santista.

É estranha tal afirmação, considerando que a vítima disse que não houve consentimento e que o acusado de estupro encontrava-se armado (como é óbvio, ainda mais por estar em serviço quando praticou o ato criminoso). Afirmamos que não se trata de s**o consensual, mas de s**o realizado por meio de ameaça e coação, portanto.

Segundo o juiz militar Ronaldo Roth "a vítima poderia sim resistir à prática do fato libidinoso, mas não o fez". Ainda consta da decisão que a vítima não provou que ofereceu resistência.

Não é desumano que a vítima tenha que provar que foi estuprada? Como resistir a dois homens armados? A vítima não é a culpada e não deveria ser a ela atribuída a obrigação de produzir tal prova. A vítima somente aceitou entrar na viatura por compreender que estaria mais segura sendo levada por dois policiais ao Terminal do Tude Bastos do que estaria num ponto de ônibus.

Ocorre que os profissionais da Instituição que deveriam protegê-la não só a estupraram como também violentaram a cada uma de nós mulheres, homens, cidadãs e cidadãos. O aceite de tal sentença e a dúvida lançada sobre as costas de mulheres não pode ser normalizada.

Não, a vítima não é culpada! Culpada é essa política que está sempre preparada para matar, violentar, acabar com os corpos negros e seguir impune.

(continua nos comentário)

23/06/2021

No dia 22 de junho de 2021 fomos pegos de surpresa por essa notícia vinculada ao sítio da G1 (https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/06/22/justica-militar-absolve-pms-pelo-crime-de-estupro-em-viatura-no-litoral-de-sp-e-diz-que-vitima-nao-reagiu-ao-s**o.ghtml).
Que Justiça é essa?

Photos from Quilombo Dandara's post 14/05/2021

Massacre de Jacarezinho, mais um retrato da falsa abolição

TEXTO: Helena Pontes dos Santos*
FOTOGRAFIA: Maykon Santos

Quinta-feira, dia 06 de maio, cedo começaram as mensagens e as notícias tristes vindas do Rio de Janeiro, de Jacarezinho. Quem milita no movimento negro não tem um momento de paz. Todo dia é uma notícia de violência, pública ou privada, sofrida por amigos, familiares, desconhecidos, de perto, de longe, que alguém indicou ou entrou em contato pelas redes sociais.

Todas essas violências nós, negras e negros, sentimos. “Tudo que nóis tem é nóis”1, em bom pretuguês, não é só refrão de música. É parte de ensinamentos, saberes, filosofia africana que permitiu aos nossos ancestrais e a nós seguirmos vivos apesar de todas as políticas institucionais de assédio, descaso e abandono da população negra e seus territórios. O que acontece com um afeta a todas as pessoas que vivem a negritude.

O racismo em todas as suas variáveis não atinge a uma pessoa, mas a toda uma comunidade sobrevivendo e resistindo em diáspora. As mortes que acontecem com os nossos não comove a sociedade e nós estamos ali enlutadas todes, todas e todos. Vivemos a sangrar vendo a festividade de uma classe média branca diante do “corpo estendido no chão”, com a vida a correr normalmente. Nosso sentimento é invisível, invisibilizado e nossas vozes que reclamam acolhimento recebidas como ataques em diversos agrupamentos e setores sociais.

Reagem mais as suas consciências incapazes de romper com o pacto narcísico da branquitude2, por sentirem profundamente a morte dos seus espelhos e não demonstrarem o mesmo pelos nossos, do que a nossos “ataques”3? Provavelmente. Os oprimidos não raramente se desculpam ao vislumbrar a falta de condições de rupturas que ainda vivem seus aliados, mas certos da possibilidade de avanços. Saber de tudo isso não consola ou fere menos.

A primeira coisa que vem à mente é “de novo num mês de maio”4. Mais mães transformadas em mortas-vivas, tendo que lidar com a dor da perda de um filho que poderia ser evitada, como poderiam ser boa parte das mortes por covid-19. Famílias inteiras que não terão acesso a tratamentos psicológicos, que não terão a sua disposição microfones abertos para falarem de suas dores e que ficarão anos e anos – se tiverem força – lutando por Justiça. Nesse percurso serão, ainda, como seus filhos, criminalizadas5. Além disso, mães negras que passaram o mês de maio sem a troca de acalantos com seus filhos.

Tudo é muito tocante e não é questão de apelação ao emocional se mostrar humanidade de corpos, viveres e saberes negros. Esse chamado é racional, como é racional o saber e os alertas que a militância negra traz há anos sobre esse assunto.

É importante, antes de avançar, trazer algumas informações sobre o que houve, ainda que muitas já tenham sido, ao longo desses dias, vinculadas na imprensa, a fim de fazer um apanhado do que sabemos. Até agora, segundo os dados oficiais são 28 mortos. No processo no 0158323-03.2020.8.19.0001, que tramita perante a 19ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, por ordem do excelentíssimo doutor Juiz de Direito Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo foram expedidas ordens de prisão contra os 21 réus. Foram essas ordens que deram origem a Operação Exceptis.

No que se refere ao cumprimento das ordens de prisão, já verificamos o desastre da ação: somente três pessoas foram presas, como determinou a Justiça. Três pessoas contra as quais havia ordem de prisão foram mortas e não levadas às barras da lei (Richard Gabriel da Silva Ferreira, conhecido como “Kako”; Isaac Pinheiro de Oliveira, conhecido como “Pee da Vasco”; Rômulo Oliveira Lúcio, conhecido como “Romulozinho”)6.

Desde o início, no entanto, a narrativa oficial repete o senso comum construído habilmente nas últimas décadas por programas policiais de fim de tarde de que “bandido bom é bandido morto” e não se esquivam do trabalho de rapidamente transformar o desejo das consciências alvas de classe média em verdades de papel.

Observa-se então a construção da narrativa que tranquiliza a sociedade “que importa” sobre as mortes (narrativa essa expressa no pronunciamento do Vice-Presidente da República sobre a segunda maior chacina do Rio de Janeiro): da lista de mortos apresentada pela Polícia Civil, 1 era inspetor de polícia civil, 25 tinham ficha criminal (mas não foram apresentadas as fichas criminais, demonstrativos de a quais crimes estavam relacionados ou quais suspeitas recaiam sobre cada um), e contra 2 dos assassinados, não há provas7.

O que se pode verificar em consulta junto ao sítio do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro é que o processo teve origem em denúncia realizada pelo promotor Salvador Bemerguy, na qual são arrolados 21 réus acusados dos crimes de Associação para a Produção e Tráfico e Condutas Afins (Art. 35 – Lei 11.343/06) C/C Aumento de Pena Por Tráfico Ilícito de Dr**as (Art. 40 – Lei 11.343/2006).

Apesar disso, os crimes de aliciamento de crianças e adolescentes, roubo de cargas, assaltos a pedestres, homicídios e sequestros de trens da SuperVia foram arrolados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro como justificativa da ação durante a coletiva à imprensa realizadas no dia 06 de maio8.

À CNN, em nota9, a Polícia Civil informou no dia 08 de maio que outro inquérito sigiloso investigava a cooptação de jovens para o tráfico no Jacarezinho, sendo dessa investigação fornecida diversas informações de inteligência. Também foram recebidas informações por meio do canal Disque-Denúncia. A prisão dos denunciados foi decretada no último dia 28 e a operação foi realizada oito dias depois.

Várias análises sobre o caso foram feitas. Todas elas relevantes e importantes no sentido de romper os silêncios e performativos, que na perspectiva derridiana, pela citacionalidade e iterabilidade, têm o objetivo de naturalizar discursos opressores, que no caso brasileiro, mantenham as estruturas de poder, bem como naturalizam o autoritarismo sempre presente em nossa sociedade, mas que agora se volta e atinge, novamente, parte da classe média crítica.

Poucas foram as análises que li – e a maioria delas foi oriunda de pensadores, intelectuais orgânicos e militantes (não menos produtores de saberes, negrite-se) do Movimento Negro Brasileiro – que apontaram para a falta de novidade desse tipo de ação ilegal, no que se refere a atuação estatal em territórios racializados. Também trouxeram outras motivações, tais como a falta de ineditismo entre ações policiais que fortalecem a entrada das milícias em lugares antes dominados pelo narcotráfico dirigido pelo Comando Vermelho, como é o caso de Jacarezinho.

Corroboram com esses apontamentos os dados mantidos pelos pesquisadores do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF) que apontam, entre os anos de 2007 e março de 2021, nas 290 incursões da polícia no território conhecido como Jacarezinho, o saldo de 186 mortos o que corresponde a 6,4 mortes a cada dez entradas do aparato de policiamento estatal10. Isso significa que é, dos locais acompanhados pelo citado grupo, o com maior taxa de mortes.

Segundo os dados apurados pelo Instituto de Segurança Pública nos anos de 2018 tivemos 1.534 vítimas de intervenção policial, enquanto em 2019 esse número subiu para 1.814 e em 2020 tem queda para 1.245 vítimas. Apesar da queda isso significa uma média que ultrapassa três mortes por dia.11 Está ligada a queda da quantidade de vítimas de ações policiais a liminar concedida pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, em 5 de junho de 2020, que limitou, enquanto durar a epidemia de Covid-19, as operações policiais em favelas do Rio a casos “absolutamente excepcionais” o que, conforme se capta de todo o narrado, não era o caso da Operação Exceptis.

Também é em Jacarezinho, segundo os acadêmicos do GENI/UFF, a maioria das operações que contam com alta taxa de letalidade (três ou mais mortes): das 100 ações ali realizadas pela polícia, 21 tiveram alta taxa de letalidade, ou seja, uma taxa de 7,2 operações é com alta letalidade; Santa Cruz e Costa Barros, que ocupam as segunda e terceira colocações no mesmo ranking, tem taxas, 6,6 e 5,2, respectivamente.

Estamos aqui falando, não por coincidência, da favela mais negra do Rio de Janeiro, onde mais de 37 mil pessoas vivem, com um dos mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs) do Rio de Janeiro-RJ. O bairro Jacarezinho ocupa a quarta das piores colocações entre 160 bairros da cidade maravilhosa. Segundo dados do censo de 2010, o valor do rendimento mensal das pessoas de 10 anos ou mais era em média de R$ 411,25.12

Jacarezinho é um território marcado pela história de resistência do povo negro, como boa parte das favelas. Conforme se retira de história registrada em samba13, guardado e passado adiante via oral, a região era um Quilombo. Essa região era conhecida como Preto Forro e abrigava em suas grutas pessoas negras que fugiam da escravização em fazendas na Serra do Matheus, na boca do Mato.

É território no qual Tia Dorinha e outras mulheres negras seguem resistindo ao epistemicídio e racismo religioso a que estão expostas por falta de respeito ao que não é referenciado e segue desconhecido e ignorado pelo Ocidente: a filosofia negra presente entre os Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana.

Esse episódio sangrento da história brasileira é demonstração de racismo institucional que impede o debate do ab**to e seu acesso a mulheres negras, mas promove controle dessa população através da promoção do genocídio da juventude negra.

Estamos, aliás, diante de mais um dos esqueletos que foram mantidos no armário e que não se debateu, combateu e se livrou no processo de redemocratização. Por quê? Uma hipótese é porque não agredia mais os filhos da classe média. Nunca, no entanto, deixou de enlutar mães negras, periféricas, trabalhadoras precarizadas, no período pós-Constituição Cidadã.

Milícias são grupos de extermínio, é esquadrão da morte14 avançando sobre o Estado. A novidade é que com isso não são só os da base da pirâmide social os alvos. Isso assusta a quem acha que o Estado Democrático de Direito começou a ruir só agora ou acreditou que algum dia ele existiu por não ver para além de sua bolha. O que é o discurso dos que estão com medo do fechamento do regime que não a ausência de crítica e autocrítica sobre a falta de solidariedade com os milhares que vivem essa realidade diariamente?

Não tem como separar os ataques constantes que sofre esse território e a falsa abolição de 13 de maio, também encruzilhados ao mito da democracia (racial, mas não só essa).

O Brasil segue vivendo o mito da democracia. Diz-se mito pois não há como se falar em democracia em país no qual, encerrado o regime ditatorial empresarial-militar, seguem acontecendo impunemente torturas de jovens negros diariamente, bem como seguem vigendo as leis precarizantes das relações de trabalho arrancadas por meio de intervenções nos sindicatos, morte de sindicalistas e alta repressão policial ou mesmo a Lei de Segurança Nacional.

Só haverá democracia quando a sociedade brasileira for uma sociedade igualitária (RIOS e RATTS, 2016), já gritava a plenos pulmões a militância negra brasileira em luta pela redemocratização do país no final da década de 70 do século passado.

Não há como se falar em democracia como algo abstrato, materializando a cidadania e os direitos sociais parcialmente e/ou para poucos do povo. Democracia pressupõe igualdade e respeito às diferenças, assegurada a diversidade e bem viver coletivo, pela garantia do patamar mínimo civilizatório presente na Constituição (GOMES, 2011).

Deslegitimar a Constituição de 1988, suas políticas e garantias, é questão de honra para certos setores da elite, pois a Constituição Cidadã (com todas as suas limitações) foi derrota imposta pela classe trabalhadora e movimentos sociais aos empresários que conduziram o golpe empresarial-militar de 1964: o texto aprovado não lhes garantiu a “liberdade” necessária para seguirem a pilhagem das riquezas nacionais e superexploração e controle da força de trabalho como conquistaram pela força antes.

É necessário, para seguir o projeto interrompido pela redemocratização – fruto da campanha por Diretas Já e das grandes mobilizações da classe trabalhadora – destruir a Constituição e lhe esvaziar as políticas públicas e as instituições que a defendem. Ocorre que esse processo vem sendo realizado há anos, não é novo.

É necessário solidariedade e unidade na ação. Treze de maio é dia de denunciar a maior falácia da história brasileira, a abolição da escravização da população negra, a que condenou a maioria da população do Brasil a pobreza extrema por gerações por falta de uma política de memória, verdade e justiça a nós, descendentes dos vitimados pela escravização (da qual também foram beneficiadas famílias de classe média urbana).

Justiça por André Frias, Bruno Brasil, Caio Da Silva Figueiredo, Carlos Ivan Avelino Da Costa Junior, Cleyton Da Silva Freitas De Lima, Diogo Barbosa Gomes, Evandro Da Silva Santos, Francisco Fábio Dias Araújo Chaves, Guilherme De Aquino Simões, Isaac Pinheiro De Oliveira, John Jefferson Mendes Rufino Da Silva, Jonas Do Carmo Santos, Jonathan Araújo Da Silva, Luiz Augusto Oliveira De Farias, Márcio Da Silva Bezerra, Marlon Santana De Araújo, Matheus Gomes Dos Santos, Maurício Ferreira Da Silva, Natan Oliveira De Almeida, Omar Pereira Da Silva, Pablo Araújo De Mello, Pedro Donato De Sant’ana, Ray Barreiros De Araújo, Richard Gabriel Da Silva Ferreira, Rodrigo Paula De Barros, Rômulo Oliveira Lúcio, Toni Da Conceição, Wagner Luiz Magalhães Fagundes e todas as vítimas dessa guerra contra a população negra trabalhadora, independente de cor ou profissão, de lado em que foi lançada.

Treze de maio de luta, reflexão e busca por Democracia, Justiça e Igualdade!

13/05/2021

Ato contra o Genocídio do Povo Negro e denunciando a Falsa Abolição de 13 de maio!

13/05/2021

É hoje! 🏴✊🏿
Se não nos deixam viver em casa, vamos protestar nas ruas! contra as chacinas e o genocídio! O povo negro quer viver!

😷 Use máscara, álcool-gel e mantenha-se em distanciamento, em locais abertos e ventilados.

Photos from Quilombo Dandara's post 02/03/2021

Nota de Repúdio
Nós, do Quilombo Dandara, e entidades abaixo arroladas, viemos a público demonstrar nossa indignação e revolta com a tentativa vil e violenta de criminalização do Movimento Independente Mães de Maio que vem acontecendo há longo tempo, e que na sexta-feira (26/02/2021) se repetiu quanto a defesa do ex-PM Victor Cristilder Silva Santos e do guarda civil municipal Sérgio Manhanhã, para conseguirem suas absolvições nesta. No julgamento realizado pelo juri novo chamado, foi exibido vídeo de teor calunioso às Mães de Maio.
(...)
A declaração falaciosa foi gravada em audiência de instrução na 3ª Vara Criminal de Cubatão, em que a promotora Ana Maria aparece respondendo a perguntas feitas pelo advogado de três policiais militares, Cristian David Almeida de Castro, José Roberto de Andrade e Rudney Queiroz de Almeida, acusados de sequestrar um homem e armar contra ele uma falsa acusação de porte ilegal de arma.
No vídeo podemos ouvir Ana Maria dizer: “algumas dessas pessoas faleceram nos Crimes de Maio e os direitos [de gerenciar biqueiras] são transmitidos aos familiares, que por vezes gerenciam ou até mesmo arrendam os pontos de tráfico de drogas”. Segundo ela essa é a motivação para que as Mães de Maio venham denunciar “policiais que efetivamente combatiam o tráfico de drogas”.
Como uma promotora tem esse tipo de informação e não investiga para ter provas do que alega? Suas palavras atentam inclusive contra o trabalho realizado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e merece apuração urgente. A sociedade merece escurecimento dessas informações que não estão nítidas.
(...)
Toda nossa solidariedade ao movimento independente Mães de Maio, todo nosso amparo nessa caminhada e defesa para que cessem os ataques e essas mães possam seguir bradando por justiça e gritando “nossos mortos têm voz”!
Força Mãe Zilda!
Força Mães de Maio!

12/02/2021

O nascimento de Arlindo Veiga dos Santos se comemora hoje, sabiam?

Conhecem sua contribuição para nossa caminhada atualmente ser menos árdua?

Nascido em 1902, além de acadêmico, foi o primeiro Presidente da Frente Negra Brasileira.

Photos from Quilombo Dandara's post 12/02/2021

E hoje comemora-se o aniversário do autor de um dos maiores hinos da música popular brasileira, dos mais belos samba enredos da História dos Carnavais!

Sim, hoje é aniversário de Martinho da Vila!

Nascido em 1938, Martinho da Vila é um dos maiores compositores e cantores da música popular brasileira.

Recebeu o título honorário de Embaixador Cultural de Angola.

Aliás o ponto do samba enredo Kizomba, a festa da raça" era palavra kizomba -do idioma kimbundo, de Angola - que significa uma confraternização da raça negra.

Dentre tantos de seus feitos, Martinho da Vila também escreveu o livro "Kizombas, Andanças e Festanças".

Felicidades e vida longa a

11/02/2021

Nossos mais profundos sentimentos de pesar e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Luiz Inácio Silva Rocha, militante do movimento negro e dos direitos humanos.

O Brasil perde um de seus maiores lutadores sociais.

Luiz Inácio Silva Rocha, presente, hoje e sempre!

Photos from Quilombo Dandara's post 11/02/2021

Você já leu "Eu, Tituba: Bruxa Negra de Salem"?

Essa ficção histórica é da autora Maryse Condé, que aniversaria hoje!

Nascida em 1934, em Guadalupe, Pointe-à-Pitre, Maryse Condé foi professora em diversas universidades do mundo.

Escreve sobre a situação das negras e dos negros, principalmente no departamento ultramarino francês em que nasceu, no Caribe, em Nuestra Améfrica Ladina.

11/02/2021

Em 11 de fevereiro de 1990 foi libertado Nelson Mandela, depois de 27 anos de prisão.

A campanha "Free Mandela" que mobilizou multidões no mundo foi de grande importância para as mudanças acontecidas naquele país.

Só a luta transforma!

10/02/2021

Outra publicação para irmos conhecendo mais sobre pessoas que contribuíram para o Movimento Negro e grandes personalidades.

Em 1910 nascia Maria José Camargo Aragão em São Luís do Maranhão (MA).

Maria Aragão foi professora, médica e militante comunista.

Contribuía para a imprensa comunista via jornal "Tribuna do Povo", lutando bravamente pelo socialismo e um mundo melhor e igualitário.

Photos from Quilombo Dandara's post 09/02/2021

Em 09 de fevereiro de 1944 nascia Alice Walker, importante referência literária estadunidense.
Ativista feminista, poetisa e escritora, tem dentre suas obras mais famosas o romance "A Cor Púrpura".

Feliz aniversário, Alice Walker!

Você conhece essa autora e sua obra? Tem algum trecho de um de seus livros ou poemas que te tocam? Divide com a gente...

Photos from Quilombo Dandara's post 08/02/2021

“Saúde Mental no atroz do racismo: o reality show BBB enquanto promotor do
sofrimento psíquico da população negra”
A Saúde Mental da População Negra deve ser compreendida no ponto fulcral dos
determinantes sociais, dentre outros, situações de risco e vulnerabilidade que impactam de
maneira maléfica nas suas condições de vida e saúde.
Importante considerar o racismo como elevado grau de promoção ao sofrimento e as
dimensões cotidianas que são afetadas na vida da pessoa negra. A partir de narrativas,
posicionamentos, símbolos, gestos, crenças, assim, como blocos alicerçados nos diferentes
espaços da sociedade, historicamente, constituída nos estigmas, preconceitos e discriminações
que a população negra de todas as camadas sociais, vivencia.
O conhecimento com fundamentações afrocentradas, tem se colocado como um dos
principais recursos para se alcançar a identidade e a visibilidade negra de maneira crítica.
Assim, produzindo transformações potentes, através do envolvimento e protagonismo do
povo negro com trocas de saberes e experiências, sendo meios de multiplicar e ampliar as
estratégias para o enfrentamento e desconstrução dos diversos mecanismos que o racismo
utiliza para sistematizar a segregação étnico-racial.
Por outro lado, a dimensão sociopolítica-cultural-educacional do racismo é
disseminada de informações sutis com capacidade em camuflar a sua existência sem ser
reconhecido como agravante na saúde integral da população negra. Conjugado a isto, estão o
capitalismo e o machismo no mesmo percurso, adoecendo e empobrecendo tudo o que a
negritude tem de transformador, calcificando e endurecendo as relações sociais num campo
desigual com disparidade de exclusão e invalidação, desta.
Nessa perspectiva, o reality show BBB autentica a compreensão do sofrimento
psíquico como doença contínua e sem fim. Trazendo destaques as tortura, violência, abuso,
exploração, assédio, negligência, exclusão e apontamentos que ferem a saúde mental,
construindo estigmas e preconceitos, fortalecendo o aumento das vulnerabilidades, colocando
a população negra às margens da sociedade.
O Quilombo Dandara – Coletivo de formação permanente antirracista do município de
Santos/SP, repudia o reality show BBB por ser um mecanismo da relação de poder que toma a
mesma proporção de opressão, discriminação e exploração de corpos, para reproduzir e
repetir modelos que justificam a sua lógica de dominação com a mesma eficácia dos
holocaustos que se enraizaram como notáveis propostas de civilidades, relações, processos e
estruturas sociais.
Texto: Aurélia Rios
Arte: Petyta Reis

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