Rui Cunha - Autor
Advogado de profissão e escritor. Autor de "Vida Salgada, o mar como abismo
UMA HISTÓRIA MATIZADA
Com mais força que a realidade consente,
Talvez a névoa dos caminhos pedregosos
Apele ao pensamento e te ilumine a mente
Por caminhos doravante sinuosos.
Estava eu montado num cavalo branco,
Vestido com a armadura da minha dignidade,
Com palavras azuis e rosas naquele pranto
De perdura e longa castidade.
Triunfante, entrei pela porta do castelo,
Ajudai-me a apear em nobre jeito,
Do modo menos inclinado e singelo,
Pois sentirás o incêndio no meu peito.
Revejo-me num reflexo da realidade,
Apenas numa parte do tempo,
A tua presença é que me dá claridade,
Creio-te, paixão, no meu pensamento.
Apenas uma ínfima parte do espaço,
É pobre, é parco e singelo
Mas é o reflexo que determina um abraço
Contigo ao meu lado é um forte elo.
Um dia quero estar contigo sem falar,
Ouvindo o teu respirar em pulsões,
Quero viver-te com o meu olhar,
Quero sentir-te em erupções.
Efémera sensação de loucura,
O universo esvaiu-se aliviado,
Foram laivos de uma leve ternura
Que o tempo deixou coroado.
Rui Cunha
Tal como em anos anteriores, a CHIADO BOOKS publicou o Volume XV da Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea “Entre o Sonho e o Sonho”. É uma obra representativa da Poesia Portuguesa Contemporânea com cerca de mil poemas.
Tive a honra de ser convidado a participar tendo sido selecionado e incluso um poema da minha autoria no Tomo 2 daquela obra.
Abraço e boa leitura.
SAUDADE
Levantava-se à janela e vinha contemplar.
Jazia no seu olhar uma tristeza infinda
Libertando-se do fumo que ficava a flutuar.
Os olhos eram cavados sem poderem brilhar.
Era maduro, mas vivera distraído
Inexistente por tanto ignorar,
A ausência deixou de fazer sentido
A contingência o azedume veio instalar.
Os profetas falavam de esperança,
Ele duvidava de tal proeza,
Assediando-lhe a ideia de vingança.
Teus dias de glória e de beleza
Agora mesmo vais conquistar
E voltarás de novo à pátria Portuguesa.
in Antologia de Literatura Portuguesa, Fragmentos de Saudade.
Tal como em anos anteriores, a CHIADO BOOKS publicou o Volume XIV da Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea “Entre o Sono e o Sonho”. É uma obra representativa da Poesia Portuguesa Contemporânea com cerca de mil poemas.
Tive a honra de ser convidado a participar tendo sido selecionado e incluso um soneto da minha autoria no Tomo 2 daquela obra.
Para aqueles que se interessam por poesia convido à compra da obra, sendo que os volumes vendem-se em separado.
Grato e abraço a todos.
FAMÍLIA, AMIGOS E A TODOS OS SIMPÁTICOS CONHECIDOS, O MEU MUITO OBRIGADO POR TEREM VINDO AO PARQUE EDUARDO VII E PERCORREREM A ALAMEDA DO GRUPO ATLÂNTICO DA FEIRA DO LIVRO DE LISBOA.
FOI ANIMADOR VER TANTAS PESSOAS E TANTOS JOVENS A PASSEAR ENTRE LIVROS DURANTE TODOS ESTES DIAS.
GRATIDÃO E O MEU PEDIDO DE QUE REGRESSEM EM 2023 PARA UM NOVO REENCONTRO E A DIVULGAÇÃO DE MAIS UMA OBRA.
SEMPRE AO VOSSO DISPOR, OS MEUS CORDIAIS CUMPRIMENTOS.
ATÉ LÁ, BOAS LEITURAS!
Tenho a satisfação de convidar familiares, amigos e todos os interessados para participarem na sessão de autógrafos que darei na Feira do Livro, em Lisboa e referente à obra Vida Salgada. Horários em conformidade com o cartaz.
Tenho a satisfação de convidar familiares, amigos e todos os interessados para participarem na sessão de autógrafos que darei na Feira do Livro de Lisboa referente à obra Vida Salgada.
Grupo Atlântico. Astrolábio editora. À venda: Portugal e Brasil.
"Ainda não tinham depurado todas as advertências, os actos de consciencialização, as implicações e consequências que o Capitão lhes houvera transmitido. Todavia, era certo que, enquanto não houvesse sinais do paradeiro da jovem pr******ta, as autoridades canadianas não desistiriam de procurar eventuais implicados junto dos navios aportados no cais de St. John's. A ilha era pequena, a cidade era pequena, as autoridades sabiam que o que quer que se tivesse passado foi certamente com marinheiros e não com eventuais clientes nativos. Não. Haviam de ser marinheiros, isso era certo, assim falavam os indícios. A questão estava só em saber de que navio seriam, porque depois era fácil chegar aos responsáveis, bastava apenas investigar, pressionar e incomodar, que alguém haveria de falar. Os capitães abominavam este procedimento de estratégia, não gostavam que os homens se denunciassem e, muito menos, não gostavam de ficar privados de marinheiros no navio para fazer o trabalho diário de manutenção. Por todas estas razões, o assunto estava longe de estar encerrado e o Capitão havia de fazer alguma coisa ainda para evitar qualquer juízo de suspeita sobre os seus homens."
"Vida Salgada, o mar como abismo de uma vida". Edições Astrolábio, 2022.
Livraria ATLÂNTICO:https://www.livrariaatlantico.com/nao-ficcao/vida-salgada-o-mar-como-abismo-de-uma-vida
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"Vida Salgada". Já à venda. Portugal e Brasil.
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Vida Salgada - Edições Astrolábio - À venda - Portugal e Brasil.
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"Vida Salgada, o mar como abismo de uma vida."
Duas notas que vos deixo.
Escrever ficcionando nunca foi o sentido da minha vontade. Apreender a realidade e amadurece-la, salientando as suas vertentes relevantes, reputo de interessante. O mister a que fiz chamamento foi exatamente esse. Demorei sete anos para apreender e documentar esta narrativa.
"Vida Salgada" tem como personagem principal José Maria Portugal que foi a existência de um homem que teve uma vida, verdadeira, como muitos outros, e que aqui é descrito na sua realidade. Todavia, ele é também o somatório de excertos de outras vidas, que são tão verdadeiras quanto a sua, mas que pertencem a outros homens. Ele é o vetor principal da narrativa, a sua linha de acção; outrossim, corroborado por algumas historias cuja dimensão possa causar no leitor profundo desassossego.
Os factos assim descritos emergem, principalmente, dos relatos de três pessoas que se cruzaram na minha vida por razões diversas: um contramestre, um segundo de máquinas e dois pescadores. Deles percebi o conhecimento de parte substancial da história. Infelizmente, ditou o destino o falecimento do contramestre durante o perpassar da minha escrita, os outros, suponho estejam ainda vivos.
As demais figuras desta epopeia tiveram existência concomitante em torno da vida de José. Algumas ainda permanecem vivas, ainda que tomadas pelas consequências da doença e da avançada idade.
As descrições marítimas e o deambular intenso da vida noturna dos pescadores em St. John's foi trabalho sofrido. As fontes principais foram verbais, provindas de pescadores amadurecidos onde constatei uma exacerbação nostálgica sobre episódios de um passado longínquo que deixaram marcas profundas nas suas vidas. Entre esses episódios, contam-se grandes amores e a existência de filhos fora do casamento; porém, existiram outras histórias, negras e grotescas, que só poderiam ter acontecidos por terras frias onde, a mentalidade, era substancialmente evoluída para a época. Esta empolgação psicoemocional conduziu, por vezes, à necessidade de relatarem os factos com pormenores abundantes e fantasiosos, deixando-me sem reduto confirmante. Foi necessário, sempre com a devida prudência, refrear esses excessos, integrar lacunas e socorrer-me da interpretação extensiva como método lógico da concludência. Seja como for, uma coisa resultou certa, o que quer que esses pescadores tenham passado foram vivências cujo recorte humano esteve muito para além da vida que levavam no país da sua origem. Incríveis, fantásticas, inacreditáveis, foram histórias inexoráveis que tiveram lugar na existência desses homens, duros e marcados pelo sal.
A polícia e os Tribunais da ilha são excessivamente redutores no que respeita à recolha de dados e elementos cuja informação não deveria ser confidencial; porém, consagram essa reserva, que me impediu de alcançar informação importante em matéria criminal, nomeadamente no desaparecimento de uma pr******ta.
Foi, pois, com o vento destes dados que enfunei as velas e governei este lugre a bom porto.
O resto das descrições assentaram em várias fontes, sendo que uma delas, a vida que tive fora das horas de repouso, permitiu-me granjear um acumulado de factos abundantes e ricos em todas as vertentes. Sem ser demasiadamente preciso, digamos que consegui, mais do que ver um assunto, diria mesmo, estar dentro dele de tal forma que o fiz meu.
Algumas das relações conjugais e extraconjugais foram amplamente discutidas no foro judiciário, muitas delas de porta aberta e, por esse motivo, não se tratando de factos públicos, foram factos de acesso público, constatados e testemunhados por aqueles que quiseram estar presentes na sala de audiências. Também nesta vertente consegui uma visão abrangente e minimamente fidedigna da realidade aqui abordada.
Finalmente, a Suíça. Poderia ter feito navegar a pena por outros países europeus, contudo, exatamente pelo respeito à realidade dos factos, optei pela Suíça em função do conhecimento exaustivo da realidade laboral e familiar dos agregados emigrantes lusófonos. A realidade suíça mereceu-me uma abordagem mordaz e pertinente, na medida em que não se pode criar um véu níveo daquilo que não é imaculado. O embuste helvético só não é detectado por aqueles que não o querem ver ou, distraídos, nunca perderam tempo a estudar a realidade.
Sumariamente, esta é a história de um homem que viveu mais que a sua vida, viveu sempre a sua essência, torpe, ostensiva, brutal, porventura animal… Pouco importa. Viveu-a de forma verdadeira, de tal forma verdadeira que morreu sem qualquer verdade falsa.
O romance ”Vida Salgada” encontra-se à venda desde dia 28 de Fevereiro de 2022. Uma vez que os livreiros não compram todos os livros e porque pode esgotar, caso não o encontrem, basta que o encomendem em qualquer livraria e chegará ao consumidor em breves dois a três dias. Em todo o caso, há várias livrarias que o têm em stock. Pode igualmente ser comprado on line: https://www.livrariaatlantico.com/nao-ficcao/vida-salgada-o-mar-como-abismo-de-uma-vida
Livraria Atlântico Livraria Atlântico
À venda em todas as livrarias. Portugal e Brasil.
O trabalho das mulheres nas latadas vem descrito em Vida Salgada, o mar como abismo de uma vida.
Absolutamente majestoso.
(...) Desceram os dois, de mãos enlaçadas. Elisa sentou-se na cama enquanto José bebia o último trago de conhaque e desapertava a camisa. Naquele instante os olhos deles cruzaram-se, Elisa viu reconhecimento e um sorriso em José iluminou o seu rosto. Aproximaram-se despidos do mundo, desnudados de qualquer quimera ou representação do futuro. Elisa fechou os olhos, a única coisa que sabia era que o seu coração estava a acelerar e que de tão próximos que estavam, respiravam o mesmo ar. Sentiu os seu lábios juntos dos dele, um beijo aconteceu, cálido mas profundo e ela sentiu-se mergulhar num abismo de sensações. Elisa sentia-se uma adolescente apaixonada, vivendo o único momento onde foi feliz, o dia em que o conheceu e algum tempo depois lhe deu o primeiro beijo, tão vasto quanto avassalador. Sentia-se a mulher, a fêmea com o cio, o esquisso de um animal ávido de s**o, que se rendeu a ele e à tortura da imperfeição da carne para se entregar na plenitude.
Fizeram amor como animais, entregaram-se um ao outro e ficaram cobertos por um sentimento languido de bem estar. (...).
in Vida Salgada, o mar como abismo de uma vida.
Lugre Argus em plena pesca na Terra Nova.
Mesas de seca de bacalhau.
Dóris saindo do navio mãe para pescar à linha. Vida Salgada.
Pescador do Argus no dóri.
Vida Salgada. Já nas bancas.
À venda. Portugal e Brasil.
Lugre Argus. Dóris a acostar para descarga do bacalhau pescado à linha. Vida salgada, o mar como abismo de uma vida.
A roda do leme do lugre Argus, na Terra Nova e Lavrador "St. John`s". Época de inverno. Vida salgada, o mar como abismo de uma vida.
O lugre Argus antes de se iniciarem os trabalhos de renovação e que serviu de base à narrativa histórica "Vida salgada, o mar como abismo de uma vida".
"Para José era diferente, aliás, bem diferente. O garoto tinha vindo para o mar há cerca de um ano como verde, estava a fazer a segunda campanha, a porta dos vinte anos ainda não se tinha aberto e, subitamente, via-se a ser tratado como um homem maduro em cenários nunca vistos. Sentia que não tinha o controlo das pessoas nem das coisas e muito menos da vida. Constatava que as coisas lhe aconteciam, mas era pelo determinismo dos outros. Esta nova vaga de integração social e intimista obrigava-o a ler os valores humanos ao seu redor, as formas como as pessoas se movem em torno de aspectos essenciais da vida, o relativismo dos valores que, em tudo, eram bem diferentes daqueles em que foi educado e sempre viveu." Vida Salgada, o mar como abismo de uma vida.
"Tinha consciência do pacto moral que existia, dessa obrigação ética e, por isso mesmo, deveria ser de um homem só; mas a sua essência carecia de devaneio, de fantasia, de desvario, de romance e do prazer da carne. Estava consciente desses dois universos, mas também dividida entre o imperativo ético e a reminiscência de um desejo luxuriante."
Vida Salgada, o mar como abismo de uma vida.
“Geolocalização a 40º, 07`, 36.83” Norte e 14º, 08`, 38.37” Oeste. O navio deslizava adornado por entre águas azuis profundas e a espuma da crista da onda irreverente. A sua proa enfrentava destemida a vaga encrespada, subia lentamente e descia subitamente o vácuo da ondulação. O costado da proa expelia forte e energicamente a água do prelúdio da próxima vaga, e uma torrente projetava-se sobre todo o convés, deslizando ávida para encontrar o primeiro abaulamento e descer pela amurada até ao seu berço azul marinho. Os movimentos repetiam-se, cíclicos e cadenciados. Os homens mergulhavam a garganta nas poucas cervejas que haviam comprado em St. John’s, mescladas com o resto da cachaça caseira que ainda restava.”
In, Vida salgada, o mar como abismo de uma vida.
"Um homem que nasce junto ao mar e que com ele combate lealmente, nunca mais o esquece. É uma cruz que carrega até ao caixão… ".
Anónimo
Em breve nas bancas: Vida Salgada, o mar como abismo de uma vida. Portugal e Brasil.
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