Livraria Croquis
Livraria Croquis, é uma livraria técnica, virada para as áreas da Arquitetura, Arte, Gastromia, D
Ratos de Livraria
Esta Espécie de Loucura
Esta espécie de loucura
Que é pouco chamar talento
E que brilha em mim, na escura
Confusão do pensamento,
Não me traz felicidade;
Porque, enfim, sempre haverá
Sol ou sombra na cidade.
Mas em mim não sei o que há
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
pintura de Drago Matošević
Jack Nicholson
Ulje
(Dimenzije VxŠ: 40x60 cm)
Ratos de Livraria
Bom dia / Good Morning / Buenos dias / Bonjour おはようございます / Buongiorno / goedemorgen /Guten Morgen / Günaydın /
bună dimineața / Selamat Pagi
(imagem de© Tommy Ingberg)
Ratos de Livraria
Mudam-se os tempos
Sucedeu há uns anos.
Vem-me hoje à memória a propósito do dia da mulher.
É, no entanto, uma associação de ideias algo estranha. Mas conto a história na mesma.
Depois de uma longa estada em Madrid, onde estivera destacado por uns meses, regressava a casa comodamente instalado num desses compartimentos de que, à época, estavam dotadas as carruagens de primeira classe daqueles comboios.
Eu viajava junto à janela, de costas para a paisagem que assim surgia como uma permanente e um tanto monótona surpresa e ele, de frente para mim, também à janela, cujo cenário ignorava completamente, imerso que se encontrava na leitura do jornal, dava-me a estranha e um pouco incómoda sensação de o conhecer.
Este "dejá vù" inicial foi adquirindo contornos de realidade até que eu já sabia perfeitamente identificar a sua origem. A probabilidade de não estar enganado era nula, pensava eu enquanto a certeza continuava a instalar-se em mim, de forma tão garantida que deve ter-se tornado quase palpável. Ele, pelo menos, sentiu algo e reagiu.
Com o seu ar fora de moda, soergueu ligeiramente o olhar e fitou-me arqueando muito ao de leve a sobrancelha direita, numa expressão que me embaraçou e intimidou um pouco.
Tinha um ar grave e respeitável, no seu fato antiquado e de bom corte que cobria um corpo rechonchudo. O chapéu de coco, completamente fora de propósito noutra criatura qualquer, acentuava-lhe o todo.
Senti que devia uma explicação.
- Desculpe, faz-me lembrar alguém.
O sobrolho arqueou-se mais, de forma quase imperceptível, mas sem dúvida voluntária.
Desabafei: - Estou capaz de jurar que é o João Ratão.
- E sou.
- Mas como? É impossível! Não morreu há tempos imemoriais, cozido e assado no caldeirão?
E ele, imperturbável: - Como vê, a resposta é negativa.
- Então a história não foi assim?
- Claro que não, meu caro. Interesses e compadrios. Os autores sempre foram uns vendidos.
A minha estupefacção devia ser bem visível pois agora era ele quem aparentava ter que justificar-se.
E continuou: - Está a ver, eram outros tempos, a Igreja não aceitava um casamento que não poderia consumar-se e render filhos e o autor cedeu, e decidiu dar-me um fim diferente do previsto.
- Oh! E a carochinha?
- Nem me diga nada, meu caro. Chorava e berrava que nem uma ovelha desmamada. Queria a todo o custo casar comigo e que eu a comesse. Por isso, fiz-lhe a vontade.
- Como assim?
- Ora! Comi-a. Que outra coisa poderia fazer para a calar?
- Comeu-a?!
- Sim, sim, no sentido possível e literal do termo.
- Que horror! Que história tremenda! E como deve ter sofrido.
- Nem deu por nada, acredite. Como deve calcular, foi numa única dentada. Trabalho rápido, limpo e eficaz que satisfez os propósitos de ambos.
Eu estava sem palavras. Meio estúpido, balbuciei: - E os cinco reis da caixinha?
- Quais cinco reis, qual carapuça! Nunca houve nada. Mais um truque do autor. Bem vê, naquela época, era suposto as mulheres pagarem para casar com os homens.
E, entre dentes, ainda murmurou: - Como ainda hoje, nós vendemo-nos e as putas são elas.
E de novo para mim: - De forma que saí de cena e tive que me afastar.
A minha perplexidade era tal que não encontrei nada para dizer de imediato e ele, aparentemente aliviado, regressou à leitura do seu jornal e assim continuou até sair, duas estações antes de mim. Nessa altura, muito circunspecto, levantou-se, tocou ligeiramente no chapéu, disse “boa tarde” e saiu.
Tentei acompanhá-lo com o olhar, mas de imediato o perdi de vista por entre a multidão.
Quase a chegar ao meu destino, a impaciência do regresso a casa, fez-me abrir a janela.
Lá estava ela à minha espera.
Acenei que nem um danado até que me viu e correspondeu.
Um breve estrépito percorreu-me todo o corpo, senti-me a carochinha à janela e receei tolamente acabar como ela.
Felizmente somos da mesma espécie, o que lhe permitiu comer-me longamente e conforme quis nessa mesma noite e com grande satisfação para ambos.
Por acaso era um dia 8 de Março.
Ilustração via: https://algarvepressdiario.wordpress.com/page/367/
Parabéns!
11 de Dezembro
Zodíaco: Sagitário - Personalidade dinâmica, aventureira e despreocupada faz das pessoas nascidas no dia 11 de Dezembro otimistas e cheias de energia. Por ser empreendedor e espontâneo, em qualquer situação difícil que passe na vida, sabe que tem o poder de triunfar sobre as adversidades. A sub influência do mês 12 indica que você é altamente intuitivo e que tem um espírito livre. Não gosta de se sentir preso e detesta restrições.
Horóscopo cigano: Machado - Usado para desbravar terreno e destruir obstáculos. Os nativos de machado estão sempre a enfrentar e ultrapassar obstáculos, a sua natureza impele-os a procurá-los.
Horóscopo egípcio: Hator - Deusa do amor e da adivinhação. A sua palavra de poder é: Eu vejo!
Horóscopo da árvore: Figueira, símbolo da Sensatez. Pessoas fortes, independentes, inteligentes e com sentido de humor. A sua cor é o violeta.
Carta de Tarot: 9 de Paus. Esta carta está associada com ansiedade e preocupação. As pessoas nascidas sob a sua influência devem procurar enfrentar os seus medos e desconstruí-los.
Uma pessoa nascida nesta data: 1890 - Carlos Gardel, cantor de tango argentino.
Uma efeméride: 1946 - É criada a UNICEF, organização das Nações Unidas detentora de um fundo de emergência para apoio à infância.
Uma frase: Alfred de Musset - "Os velhos doidos são mais doidos do que os novos."
Dia Internacional das Montanhas (UNESCO) e também: dia do Tango em Buenos Aires e dia do Engenheiro no Brasil. Na mitologia grega - Dia de Hermes, o Deus mensageiro, arauto dos deuses.
Na foto: - Manoel de Oliveira,
Livraria Croquis
TALLA Y ESCULTURA
HEGAR
2 volumes ( 328 páginas) + 2 DVD
Cartonados com sobrecapa a cores plastificada 228 x 310 mm
Preço: 190.80 €
Pedidos para [email protected]
A apresentação e a decoração em gastronomia e na
Alta Cozinha hoje em dia cumprem uma função tão
importante que não se podem separar.
Realizar um prato
Apresentar um buffet
Arranjar uma mesa
São pequenos detalhes que marcam a diferença e que as
pessoas não esquecem.
Não há dúvida que a decoração é uma arte
pessoal e um gosto próprio. A intenção desta obra é
dar ideias, detalhes e técnicas que lhe permitam realizar os
trabalhos em tempo recorde.
Ratos de Livraria
Bom dia / Good Morning / Buenos dias / Bonjour おはようございます / Buongiorno / goedemorgen /Guten Morgen / Günaydın /
bună dimineața / Selamat Pagi
(imagem © Mark Keller)
Ratos de Livraria
Bom dia / Good Morning / Buenos dias / Bonjour おはようございます / Buongiorno / goedemorgen /Guten Morgen / Günaydın /
bună dimineața / Selamat Pagi
(imagem © Alla Vereshchagina)
Ratos de Livraria
Bom dia / Good Morning / Buenos dias / Bonjour おはようございます / Buongiorno / goedemorgen /Guten Morgen / Günaydın /
bună dimineața / Selamat Pagi
(imagem © Marie McCormick)
Ratos de Livraria
Bom dia / Good Morning / Buenos dias / Bonjour おはようございます / Buongiorno / goedemorgen /Guten Morgen / Günaydın /
bună dimineața / Selamat Pagi
(imagem © Anton Kuzmenkov)
Ratos de Livraria
Bom dia / Good Morning / Buenos dias / Bonjour おはようございます / Buongiorno / goedemorgen /Guten Morgen / Günaydın /
bună dimineața / Selamat Pagi
(imagem © Roman Zaslonov)
TALLA Y ESCULTURA
HEGAR
2 volumes ( 328 páginas) + 2 DVD
Cartonados com sobrecapa a cores plastificada 228 x 310 mm
Preço: 190.80 €
Pedidos para [email protected]
A apresentação e a decoração em gastronomia e na
Alta Cozinha hoje em dia cumprem uma função tão
importante que não se podem separar.
Realizar um prato
Apresentar um buffet
Arranjar uma mesa
São pequenos detalhes que marcam a diferença e que as
pessoas não esquecem.
Não há dúvida que a decoração é uma arte
pessoal e um gosto próprio. A intenção desta obra é
dar ideias, detalhes e técnicas que lhe permitam realizar os
trabalhos em tempo recorde.
MUEBLE DE JARDÍN Y TERRAZA
Creación
David Fernandez García
Dirección Editorial
Hugo Quiroga Capovilla
Ediciones Daly
Papel Couché brillo 150 gr. fabricado para esta obra.
Cubierta en cartoné plastificado.
Incluí: CD
Idioma: Espanhol/Inglês
Tamaño: 30x23,5 cm.
320 páginas em 4 volumes
Preço:160.00 €
Portugal e Espanha - portes incluídos
Outros Países: Pablo Portes
Pedidos/Orders
[email protected]
Los más elegantes y originales modelos de mobiliario de diseño europeo en una colección pensada especialmente para arquitectos, carpinteros, herreros y profesionales de la decoración. Cientos y cientos de muebles auxiliares, butacas, sillones, tumbonas, cercas, hamacas, pérgolas para parques y exteriores en general. Piezas ornamentales de gran distinción y exquisitez en materiales como teka, cedro, roble, iroko, hierro, rattán y aluminio, entre otros.
Wolfgang Tillmans: Neue Welt
Softcover, 22,7 x 30 cm, 216 pages,
Multilingual Edition: English, French, German
€ 32,99 + Portes (Shipping )
Editora: Taschen
Distrib.: Croquis ([email protected]
A vida pelo olhar de Wolfgang Tillmans
Neste projecto a objectiva de Tillmans é apontada ao mundo
Este livro é objecto de uma nova exposição fotográfica - "Wolfgang Tillmans. Neue Welt / Wolfgang Tillmans. New World" patente na de 1 de Setembro a 4 de Novembro de 2012.
Wolfgang Tillmans pode bem ser o fotografo mais cool do planeta. Apesar de sobejamente imitado, jamais o conseguem ultrapassar, ele é o grande mestre da fotografia do zeitgeist, do foto-jornalismo tornado arte, um homem altamente requisitado, que se move com a mesma facilidade nas sessões para as grandes revistas e na fotografia de moda, ou, nas retrospectivas das grandes galerias. Ele cria entidades, tem representado a imagem de marca do que vai dar a seguir. Da Ray Gun à i-D, tem vindo a deixar a sua icónica marca, por onde passa. “Vou ser o vosso espelho”, sussurra ele, enquanto os miúdos da Generation X se vão vendo retratados a cada passo.
Com esta colectânea de fotografias, o seu quarto livro e o mais recente para a Taschen, Tillmans reinventa-se e apresenta um trabalho voltado para o exterior, demarcando-se dos anteriores, mais introspectivos. Desde Londres e Nottingham à Tierra del Fuego, da Tasmania, à Arábia Saudita, até a Papua New Guinea. Wolfgang Tillmans descreve esta nova fase como uma experiencia centrada no conceito “do que a camara pode fazer por ele, e no que ele pode fazer pela camara”. O resultado é uma visão poderosa e assaz singular, sobre a vida actual em diversas partes do globo, e a partir de vários ângulos.
Para além das fotografias apresentadas ao longo das 216 páginas do livro, podemos encontrar inclusive uma interessante conversa entre o autor e Beatrix Ruf, Diretora da Kunsthalle, em Zurique
Sobre o fotógrafo:
Wolfgang Tillmans nasceu em Remscheid, Alemanha em 1968 e estudou no Bournemouth & Poole College of Art and Design. É apontado como um dos artistas mais influentes da sua geração. O seu trabalho ultrapassa o domínio da fotografia no momento imediato, ou, da captura da personalidade do sujeito, para examinar ao pormenor toda a dinâmica da representação fotográfica. Ignora sistematicamente a separação entre os diversos ambientes que servirão a apresentação das fotografias. Expor numa galeria não é diferente de ter as fotos publicadas noutros suportes. As suas instalações que envolvem a superfície das galerias do chão até aos tectos, tanto são capazes de apresentar imagens de subculturas, de movimentos políticos, retratos, paisagens, ou, naturezas mortas, imagens abstractas, variando de escala, da dimensão do postal à da extensão total de uma parede da galeria. O seu trabalho tem sido exposto no Museum of Modern Art, de Nova Iorque em 1996 e na Tate Britain, em Londres, numa maior retrospectiva em 2003. Ganhou o Turner Prize em 2000.
New Exhibition Stands
Author: A***n Mostaedi
Pages: 180 full color pages
Format: 240mm x 300mm / hard cover w/slip case
Preço: 47.70 € + Portes
Editora; Structure/Links
Distribuidor: Croquis
Pedidos: [email protected]
As várias expressões de que se reveste a arquitectura temporária integram a necessidade de inovar e provocar para prender a atenção. O design dos stands aqui apresentados procura funcionar nesse desafio tridimensional do marketing, atingindo em simultâneo essas três frentes que o definem: o público alvo, a localização e o produto a expor. Cada projeto implementa a sua singularidade e atmosfera particular na participação em eventos em que terá de se impor em meio a um frémito de tendências, modas e mudanças permanentes. Complementado por plantas, pormenores, detalhes de construção e fotografias, este é um livro de referência para os profissionais do setor.
Ratos de Livraria
“Nascer é receber de presente o mundo inteiro”
Jostein Gaarder
(via:© Robert Jahns)
Ratos de Livraria
Primavera
A Primavera vem dançando
com os seus dedos de mistério e turquesa
Vem vestida de meio dia e vem valsando
entre os braços dum vento sem firmeza
Nu como a água o teu corpo quieto e ausente
Só este inquieto esvoaçar do teu sorriso
Loiro o rosto o olhar não sei se mente
se de tão negro e parado é um aviso
do destino que me fixa finalmente
Ai, a Primavera vai passando
com os seus dedos de mistério e de turquesa
Segue Primavera vai cantando
Que será do nosso amor nesta praia de incerteza
[Urbano Tavares Rodrigues, "Horas de Vidro"]
(imagem de © Saharoza)
Ratos de Livraria
URBANO TAVARES RODRIGUES (06.12.1923-09.08.2013) - A NOSSA HOMENAGEM
(via: Culturgest
Ratos de Livraria
Bom dia / Good Morning / Buenos dias / Bonjour おはようございます / Buongiorno / goedemorgen /Guten Morgen / Günaydın /
bună dimineața / Selamat Pagi
(imagem © Krug)
Ratos de Livraria
Bom dia / Good Morning / Buenos dias / Bonjour おはようございます / Buongiorno / goedemorgen /Guten Morgen / Günaydın /
bună dimineața / Selamat Pagi
(imagem © Claude Théberge)
Ratos de Livraria
A Secreta Viagem
No barco sem ninguém, anónimo e vazio,
ficámos nós os dois, parados, de mão dada...
Como podem só dois governar um navio?
Melhor é desistir e não fazermos nada!
Sem um gesto sequer, de súbito esculpidos,
tornamo-nos reais, e de madeira, à proa...
Que figuras de lenda! Olhos vagos, perdidos...
Por entre nossas mãos, o verde mar se escoa...
Aparentes senhores de um barco abandonado,
nós olhamos, sem ver, a longínqua miragem...
Aonde iremos ter? — Com frutos e pecado,
se justifica, enflora, a secreta viagem!
Agora sei que és tu quem me fora indicada.
O resto passa, passa... alheio aos meus sentidos.
— Desfeitos num rochedo ou salvos na enseada,
a eternidade é nossa, em madeira esculpidos!
David Mourão-Ferreira, in "A Secreta Viagem"
Imagem de © Alexander Jansson
Ratos de Livraria
A Minha Casa
A minha casa, Amigos, ó que recordação
Desses tempos dourados que já não voltam mais
Quando eu, altivo arauto dos reinos da ilusão
Fazia e desfazia castelos irreais
A minha casa, Amigos, só tem comparação
Aos chilreantes ninhos dos gárrulos pardais
Quando ando por longe trago-a no coração
Enquanto ela me espera soltando tristes ais
A minha velha casa, sinto-a às vezes falar-me
Como mãe carinhosa tentando consolar-me
Dos muitos desenganos que sofri
Beiral antigo da perdida infância
Acenando-me ainda da distância
De entre as cinzas dos sonhos que perdi!
Narciso A. Pires in "Para Além do Adeus"
Ratos de Livraria
"A liberdade não consiste em fazer tudo o que se quer, quando isso agride os outros. Mesmo que aquilo que agride os outros seja, para nós, perfeitamente aceitável. Só os ignorantes é que acham que a liberdade é fácil de gerir."
Miguel Sousa Tavares
Tema - LiberdadeFonte: Expresso / 20090228
Ratos de Livraria
Ecce Homo
Desbaratamos deuses, procurando
Um que nos satisfaça ou justifique.
Desbaratamos esperança, imaginando
Uma causa maior que nos explique.
Pensando nos secamos e perdemos
Esta força selvagem e secreta,
Esta semente agreste que trazemos
E gera heróis e homens e poetas.
Pois deuses somos nós. Deuses do fogo
Malhando-nos a carne, até que em brasa
Nossos sexos furiosos se confundam,
Nossos corpos pensantes se entrelacem
E sangue, raiva, desespero ou asa,
Os filhos que tivermos forem nossos.
Ary dos Santos, in 'Liturgia do Sangue'
pintura de Juarez Machado - pinacoteca
Ratos de Livraria
Balada para um Homem na Multidão
Este homem que entre a multidão
enternece por vezes destacar
é sempre o mesmo aqui ou no japão
a diferença é ele ignorar.
Muitos mortos foram necessários
para formar seus dentes um cabelo
vai movido por pés involuntários
e endoidece ser eu a percebê-lo.
Sentam-no à mesa de um café
num andaime ou sob um pinheiro
tanto faz desde que se esqueça
que é homem à espera que cresça
a árvore que dá dinheiro.
Alimentam-no do ar proibido
de um sonho que não é dele
não tem mais que esse frasco de vidro
para fechar a estrela do norte.
E só o seu corpo abolido
lhe pertence na hora da morte.
Natália Correia, in "O Vinho e a Lira"
(imagem de © Caras Ionut)
Ratos de Livraria
Amigo
Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill/Francesca Buchko
(via:andante)
Ratos de Livraria
Procissão
Tocam os sinos da torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Mesmo na frente, marchando a compasso,
De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço,
Logo o trombone faz popó, popó.
Olha os bombeiros, tão bem alinhados!
Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombro brilhantes machados,
E os capacetes rebrilham ao sol.
Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Olha os irmãos da nossa confraria!
Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia
Tantos bigodes e tais sobrancelhas!
Ai, que bonitos que vão os anjinhos!
Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos.
E o mais pequeno perdeu uma asa!
Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.
Pelas janelas, as mães e as filhas,
As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos, por trás das mantilhas,
Parecem anjos que vieram do Céu!
Com o calor, o Prior aflito.
E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor!
Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Já passou a procissão.
de António Lopes Ribeiro
foto de Luís Simões
Ratos de Livraria
Bom dia / Good Morning / Buenos dias / Bonjour おはようございます / Buongiorno / goedemorgen /Guten Morgen / Günaydın /
bună dimineața / Selamat Pagi
(imagem © Eduard Stelmakh)
Ratos de Livraria
Vida Sempre
Entre a vida e a morte há apenas
o simples fenómeno
de uma subtil transformação. A morte
não é morte da vida.
A morte não é inação, inutilidade.
A morte é apenas a face obscura,
mínima, em gestação
de uma viagem que não cessa de ser. Aventura
prolongada
desde o porão do tempo. Projectando-se
nas naves inconcebíveis do futuro.
A morte não é morte da vida: apenas
novas formas de vida. Nova
utilidade. Outro papel a desempenhar
no palco velocíssimo do mundo. Novo ser-se (comércio
do pó) e não se pertencer.
Nova claridade, respiração, naufrágio
na maquina incomparável do universo.
Casimiro de Brito, in "Solidão Imperfeita"
Ratos de Livraria
Já não estás ao meu lado.
Se ao menos os sentidos não me gritassem a tua ausência que se faz presente em tudo.
Ana Monteiro
(imagem de Caras Lonut)
Ratos de Livraria
Bom dia / Good Morning / Buenos dias / Bonjour おはようございます / Buongiorno / goedemorgen /Guten Morgen / Günaydın /
bună dimineața / Selamat Pagi
(imagem © Maurice Heesen)
Ratos de Livraria
(via:JapanDream)
Ratos de Livraria
Quando morto estiver meu corpo, evitem os inúteis disfarces, os disfarces com que os vivos procuram apagar no morto o grande castigo da morte.
Não quero caixão de verniz nem ramalhetes distintos, superfinos candelabros e nem as discretas decorações.
Quero a morte com mau gosto!
Dêem-me coroas de pano, flores de roxo pano, angustiosas flores de pano, enormes coroas maciças como salva-vidas, com fitas negras pendentes.
E descubram bem a minha cara.
Que vejam bem os amigos a incerteza, o pavor, o pasmo. E cada um leve bem nítida a idéia da própria morte.
Descubram bem minhas mãos!
Meus amigos, olhem as mãos!
Onde andaram, o que fizeram, em que sexos demoraram seus dedos sabidos?
Meus amigos, olhem as mãos que mentiram a vossas mãos!
Foram esboçados nelas todos os gestos malditos: até os furtos fracassados e os interrompidos assassinatos. Mãos que fugiram da suprema purificação dos possíveis suicídios.
Descubram e exibam todo meu corpo, as partes excomungadas, as partes sujas sem perdão.
Eu quero a morte nua e crua, terrífica e habitual.
Quero ser um tal defunto, um morto tão acabado, tão aflitivo e pungente, que possam ver, os meus amigos, que morre-se do mesmo jeito como se vão os penetras escorraçados, as prostitutas recusadas, os amantes despedidos, que saem enxotados mas voltariam sem brio a qualquer gesto de chamada.
Meus amigos, tenham pena – senão do morto – aos menos dos dois sapatos do morto. Olhem bem para eles. E para os vossos também!
Pedro Nava
(imagem de © Jarek Kubicki)
Ratos de Livraria
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bună dimineața / Selamat Pagi
(imagem© Daryna Kossar)
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Já que os filhos não ouvem os pais :) na volta a melhor ideia seria escrever um livro para eles ;)
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Novo espaço de excelência dedicado à leitura em pleno centro de Braga. Venha já conhecer-nos...Aguardamos por si...
Braga, 4715-275
Quem Somos: Uma livraria Cristã que nasceu com intuito de contribuir para a expansão do Reino de Deus através da Bíblia, livros, vestuários e acessórios. Estamos em Braga e dis...
Avenida Central, 118/120
Braga, 4710-229
2ª a sábado, 9:00 às 19:30 horas www.centesima.com
Rua Drive Francisco Duarte, 319
Braga, 4715-017
Livraria generalista Papelaria Artigos de escritório
Rua Dos Chãos, 121
Braga, 4710-230
Livraria Alfarrabista fundada em 1983. Dedica-se a livros antigos e raros
Rua De São Marcos
Braga, 4700-328
Somos viciados em livros e queremos difundir o nosso vício!