Drª Rita Soares
Cédula Profissional: 2604N
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Licenciatura em Ciências da Nutrição - Instituto Superior de Saúde Egas Moniz
Pós-Graduação em Comunicação Clínica - Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
Doutoranda em Metabolismo - Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
No programa Consultório do Porto Canal, abordou-se o papel da nutrição no sistema imunitário.
Mais sobre o apetite, obesidade e o cerébro
Appetite, Obesity, and the Brain Scientists studying obesity have identified a number of brain chemicals that regulate appetite and play a role in weight gain. To find out more, watch this v...
O papel do sistema de recompensa na regulação da ingestão alimentar
Muitas das substâncias presentes nos alimentos, como o açúcar, adoçantes, sal e gorduras, têm sido comparadas a dr**as de abuso por poderem causar dependência. As propriedades hedónicas (ligadas ao prazer) dos alimentos podem estimular o aumento do consumo, mesmo quando as necessidades energéticas foram satisfeitas, contribuindo assim para o ganho de peso e obesidade. Tanto as dr**as como os alimentos de elevada palatibilidade partilham algumas propriedades, ambos têm poderosos efeitos de reforço que são mediados em parte, pelo aumento abrupto da dopamina no cérebro. A regulação da ingestão alimentar envolve uma relação estreita entre 2 tipos de mecanismos distintos, mas relacionados: mecanismos homeostáticos e mecanismos não homeostáticos ou hedónicos. O sistema homeostático inclui reguladores hormonais de fome, saciedade e dos níveis de adiposidade, tais como a grelina, leptina e a insulina, que atuam em circuitos cerebrais hipotalâmicos e do tronco cerebral, estimulando ou inibindo o apetite, de forma a manter um balanço o energético adequado. Para além do sistema homeostático, o sistema de recompensa cerebral desempenha também um papel importante na ingestão alimentar. De uma forma geral, os alimentos pouco saborosos não são consumidos em excesso, enquanto os alimentos de elevada palatibilidade são frequentemente consumidos mesmo após as necessidades energéticas terem sido atingidas. Estes alimentos modulam a expressão de sinais metabólicos de fome e de saciedade, no sentido de prolongar a ingestão. Por outro lado, ativam o sistema de recompensa cerebral, aumentando assim a motivação para a procura/obtenção de alimentos. A ingestão crónica de alimentos de elevada palatibilidade pode ainda induzir a alterações neuroquímicas em zonas cerebrais envolvidas na ingestão e na recompensa. O prazer obtido através da ingestão de alimentos palatáveis é uma motivação poderosa que em certos indivíduos se pode sobrepor aos sinais homeostáticos.
O estado motivacional criado pela exposição e consumo repetido de alimentos de elevada palatibilidade foi denominado como «fome hedónica» que sugere que o prazer obtido através do consumo de alimentos palatáveis, mais do que as necessidades energéticas, determina a ingestão alimentar. Esta capacidade de se sobrepor aos sinais homeostáticos promove o aumento de peso que torna a motivação hedónica tão relevante para a ingestão excessiva.
Potenciais consequências neuro-psiquiátricas de uma barreira intestinal disfuncional:
Com as alterações da barreira intestinal pode ocorrer uma activação do eixo cérebro-intestino-microbiota através das vias de sinalização com potenciais efeitos sobre o humor, ansiedade, cognição e interacções sociais.
Porque interessa o que comemos?
Interessa porque o que escolhemos comer afecta quem nós somos. Isto incluí a nossa capacidade de gerir o stress, as nossas tendências intrínsecas e a forma como lidamos com os desafios mentais. Temos consciência do quanto estas escolhas nos afectam fisicamente, contudo actualmente ainda temos pouca consciência do seu impacto na nossa saúde mental. Existe cada vez mais evidência que estamos perante uma epidemia de problemas mentais que estão a ser agravados pelo consumo de alimentos processados ou fast food, isto é, alimentos pobres em nutrientes e com elevada densidade energética. É também notório que muitas das pessoas com obesidade se encontram desnutridas. Um estudo publicado no The American Journal of Psychiatry, demonstrou que houve uma maior incidência de depressão e um nível superior de desnutrição nos indivíduos que consumiam essencialmente alimentos processados. Se a dieta não for adequada, o cérebro não vai receber os nutrientes essenciais para as numerosas reacções enzimáticas que são necessárias para produzir neurotransmissores. Este estudo mostrou o impacto significativo que a qualidade da dieta tem na saúde mental.
Os alimentos que ingerimos são o nosso contacto mais íntimo com o ambiente externo. Durante toda a nossa vida colocamos toneladas de alimentos nas nossas bocas e o nosso corpo lê e reage à comida como amigo ou inimigo - razão pela qual 2/3 do nosso sistema imunitário se localizar no sistema digestivo. Em termos funcionais, os alimentos são informação que resulta numa resposta genética e celular. Os alimentos podem ser inflamatórios ou anti-inflamatórios. Muitos dos alimentos consumidos na dieta ocidental são ricos em açúcar, gorduras trans e cereais refinados, ou seja inflamatórios, e pobres em antioxidantes naturais, fibras e ácidos gordos ómega-3. Este padrão alimentar pode resultar numa ativação do sistema imunitário inato, desencadeado por uma provável produção excessiva de citocinas pró-inflamatórias associada a uma produção reduzida de citocinas anti-inflamatórias.
O porquê de uma abordagem funcional na Nutrição Clínica?
Numa perspectiva funcional, a Nutrição Clínica significa compreender o papel das moléculas no nosso organismo e adaptar as suas aplicações de acordo com as necessidades genéticas e ambientais do paciente.
As moléculas que se encontram naturalmente nos alimentos não só são necessárias, como foram concebidas para suportar a vida e promover o bem-estar e um estado de saúde óptimo.
Esta perspectiva exige uma compreensão para além das calorias, macronutrientes (proteínas, lípidos e hidratos de carbono), vitaminas e minerais.
A terapia nutricional deve ser baseada nos antecedentes, individualidade bioquímica, estilo de vida e factores ambientais.
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