Ti'Camila

Ti’Camila®

Venha conhecer este pequeno e rústico espaço, outrora uma pequena taberna popular, no Largo Chafariz de Dentro no número 32, e desfrute, na nossa esplanada, a azáfama do povo de Alfama, enquanto desfruta dos nossos manjares típicos e regionais.

Nasceu na Vila de Monção, no distrito de Viana do Castelo, numa família abastada, a 7 de Setembro de 1884 e faleceu a 17 Janeiro de 1974. Veio para Lisboa com apenas 14 anos para cuidar dos 4 filhos de um dos seus irmãos, Manuel Caetano Lyra, jornalista da “United Press International”, que residia na zona da Penha de França, em Lisboa. Desde nova, ainda em Monção, ganhou o gosto pela costura. Sonhava em ser modista para criar vestidos e chapéus. Tal provou-se mais fácil de concretizar em Lisboa, onde foi possível tirar um curso de alta costura e inaugurar uma loja, a “Loja do Povo”. Nessa loja, na Rua Prior do Crato, em Alcântara, tinha alguns costureiros para pôr em prática todas as suas ideias. Ao ganhar fama, começou a vestir personalidades ilustres, inclusivamente a própria rainha Maria Amélia Luísa Helena de Orleães - a última rainha de Portugal. Esta, quando em Portugal, encontrava-se frequentemente com Camila, para criar, a gosto, vestidos e chapéus requintados, dignos da realeza.

Em relação à vida amorosa de Camila, esta ficou marcada pela relação com João Ladislau Pinto Basto, proveniente de família abastada, que habitava no Palácio Pinto Basto na rua 1º de Maio. Chegaram a ter uma filha, que acabou por falecer com 4 meses de idade. Em 1918, com o surgimento da doença pneumonia - primeira epidemia mundial - Camila adoece. Tendo mais sorte que muitos outros levados por esta doença, ficou 40 dias de quarentena sem poder encontrar-se com João. Testemunhos anciãos relatam que João rezou diariamente por Camila, afirmando estar disposto a trocar a sua vida pela da sua amada. Pouco tempo depois, Camila começa a mostrar sinais de melhoria, mas, um duro golpe do destino mata, inesperadamente, João de ataque cardíaco. Camila é invadida de mágoa e angústia profundas, por ter perdido o seu amor de forma tão repentina. Procurando reconfortá-la, pai de João, oferece-lhe propriedades, moradias e bens, pertencentes a João, mas Camila desfaz-se destes para benefício dos mais carenciados.
Sabe-se apenas que, daí em diante, era comum encontrar Camila no restaurante João do Grão, na Rua dos Correeiros, em plena baixa de Lisboa, onde almoçava todos os dias e oferecia almoços aos menos afortunados.