Rogerio Santos

O Meu Reflexo Em Ti

Quero o meu reflexo em ti, que me procures enfim,
Quando te vi, reflecti e vi um pouco mais de mim.

Porque quero muito e sei que também estás afim,
No inicio do reflexo, estaremos mais perto do fim.

Reflecte em mim e faz-me um pouco mais de ti,
Reflectindo surgi, por ti prossegui e segui por aí.

Procurei o refexo que pedi e reflectindo ressurgi,
Surge reflectida em mim, que quero refletir em ti.

Ao enconto de ti, caminho, decerto não te esqueci,
Tão perto e quão longe senti, por não estares aqui.

Mão Meio Cheia de Nada

Um dia somos o mundo, outro dia o mundo é um nada,
Pequenos somos vazios, dentro da civilização acabada,
Decadentes comprando alegria, vendo a alma depenada,
Sorrindo vamos, filmando o dia, numa lente desfocada.

Filtramos verdade na cara, vemos uma metade vendada,
Falamos sem filtros na rede, temos uma página vedada,
Folheando livros sem folhas, livres duma média pesada,
Fazemo-nos passar, passando, de vitória nunca passada.

Sem glória vai o mundo, vangloriando graça desgraçada,
Sem peneiras tapamos o sol, peneirando a pirite dourada,
Dourando brilho solar, prateamos fogo na pílula bronzeada,
Influenciam influências diversas, numa teia globalizada.

Sou Ovelha Negra e Gosto

Faz da vida um acto de coragem,
Sejas mais outro tijolo na parede,
Ou grão de areia na engrenagem,
Carneiro? Ovelha negra! Aprende!

Embarcamos livres nesta viagem,
Porque um poeta nunca se rende,
Em cada garrafa uma mensagem,
E quantas garrafas numa só rede!

Pelos que agem, outros reagem,
O mensageiro também tem sede,
Pressente! Um bom dia, também!
Sente! A semana que te concede!

A Rainha da Lagoa das Almas
The Queen of the Soul Lagoon
Oil and Acrylic
80x130cm Canvas

A Fistful of Candy
Acrylic and Oil over 100x60cm Canvas
Halloween

Eram As Eras de Bocage

Tu que declamavas com forte sentimento,
Que eras poeta com incontornável talento,
Inspiraste-nos enquanto cagavas ao vento,
Eras poeta Bocage e eras Rei do momento.

Tu que nos deixaste a tua obra intemporal,
Que fizeste do brejeiro arte inconvencional,
Simbolo, icone, lenda da literatura nacional,
O maior desde Camões e régio de Portugal.

Trabalhaste calão e embelezaste giria feia,
Comoveste e chocaste cidade, vila e aldeia,
Entre carneiros foste pastor, lobo e alcateia,
Ovelha negra tresmalhada, à luz duma ideia.

Tinhas génio no improviso, a tertúlia eras tu,
Tão famoso, afamado, reconheciam pelo cu,
A m***a luzia dourada, jargão vestido de nu,
Arcadaista de tanto requinte, cozinhado, cru.

Em estilo grosseiro, educaste, fizeste escola,
Foste marcante e marcas a parede do Nicola,
Eras doutro mundo, a era alinhou à tua bitola,
Incendiaste escrevendo, qual fogo de pi***la.

Parabéns Bocage, um poeta nunca morre.

El Cartel de las Chicas Bang Bang
Acrylic, Oil and Glitter Glue over 90x60cm Canvas
Día de los Mu***os