Companhia teatral de Ramalde

Breve Historial

Em 1995, numa sessão da Assembleia da Freguesia, foi apresentada a proposta da criação de um Festival de Teatro de Amadores. Proposta aceite por unanimidade, e convite dirigido à Companhia Teatral de Ramalde, da Associação 26 de Janeiro, para que o organize, com o apoio financeiro da Junta. Esta ideia e pretensão, já tinha sido demonstrada no seio da Companhia, pelo nosso encenador – Alfredo Correia – que, entendia ser de interesse e de importância para a Freguesia, um evento deste género, apenas faltava o nome, que representasse, num todo, aquilo que é para ele o Teatro de Amadores nas Associações, não só na nossa Cidade, como também alargado à Área Metropolitana do Porto. Convite aceite, e mãos ao trabalho. Alfredo Correia apresenta os Princípios e Objectivos do projecto do Encontro e afirma que, será um emblema que se vai distinguir dos demais Festivais e ou, Encontros de Teatro de Amadores. Vai chamar-se AMASPORTO - AMAS, de Amadores com “Amor à Arte” e PORTO, nome da nossa cidade - , e seremos os únicos a instituir uma Lembrança Pública, que atribuiremos aos Homens e Mulheres, Instituições e Organismos, que de uma forma ou outra prestigiaram o Teatro de Amadores e dignificaram o Movimento Associativo, e assim, contribuíram para o desenvolvimento Sócio Cultural dos Locais onde estão inseridos. Chama-se “Prémio Talma” em homenagem ao Teatro - a “Arte de Talma”-, estatueta concebida pelo escultor Prof. Manuel Dias, baseada numa ideia proposta pelo ideólogo do Amasporto, Alfredo Correia. E ainda, outras particularidades que não acontecem nos Encontros, e ou Festivais, que companheiros de outros grupos de teatro organizam. Estamos certos que o Amasporto irá contribuir para o prestígio do Teatro de Amadores e para o engrandecimento do Movimento Associativo. Neste mesmo ano - 1995- surge o 1º. AMASPORTO - Encontro Teatral de Amadores, com direcção artística de Alfredo Correia e produção executiva da Associação 26 de Janeiro, sendo o Presidente da Direcção, o Dr. Alberto Simão, e com o apoio da Junta de Freguesia de Ramalde, tendo como Presidente, o Senhor Alfredo Fontinha. Estamos em 1995 e no dia 21 de Novembro, estreamos “ AS BODAS”. No Jornal de Notícias, de 22 de Fevereiro, na página assinada pelo Prof. Hélder Pacheco “VISTAS DO MEU QUINTEIRO”, com o título: “AS BODAS”, dizia em determinado ponto da referida crónica: «A comemoração desta efeméride tão significativa foi assinalada pelas três autarquias com um calendário de manifestações que culminou, em Dezembro, num dos eventos mais sentidos do conjunto das realizações: A apresentação, pela Companhia Teatral de Ramalde da Associação 26 de Janeiro, do espectáculo intitulado “As Bodas”. Chamaram-lhe dramaturgia histórica (eu talvez lhe chamasse, nem que tivesse de inventar palavra adequada, o meio - caminho entre a opereta e a revista). Com texto de Júlio Couto, direcção musical de Fernando Leandro, encenação de Alfredo Correia e concepção plástica de Manuel Dias, o resultado final constituiu afirmação vibrante de tripeirismo, dedicação ao espírito da cidade e ao teatro amador -sentimentos com raízes fundas no imaginário portuense.» Mais abaixo, diz: … « lembrando o passado do burgo, e dos aplausos da assistência que enchia como um ovo, a sala da útil e prestigiante “ 26 de Janeiro”, foi participar de uma jornada convivial onde a fraternidade deu as mãos ao bairrismo ( que certos intelectuais ex-portuenses consideram piroso ou, mais propriamente “piolhoso”, e eu continuo a considerar grandeza cívica e moral de uma cidade que permanece orgulhosa de si própria). Naquela noite húmida, fria e nevoenta do mágico Dezembro que antecede o Natal, compreendi, então, que, à medida das suas posses, dedicação e entusiasmo, aqueles amadores mantinham acesa a chama de uma tradição teatral que honrou o burgo....» O Professor Helder Pacheco, termina este parágrafo, desta forma: « Compreendi, então, que apesar de tudo quanto contribui para as desvanecer e abastardar, as colectividades populares, enquanto organismos indissociáveis de uma democracia participativa, mantêm desperta a apetência da cultura .»