Ana Miguel - Fisioterapia Integral

Hoje celebra-se o Dia Mundial da Fisioterapia, subordinado ao tema da Dor Lombar. É a principal causa de incapacidade no mundo e afecta bastante as mulheres, embora não haja números concretos. Tem aumentado muito significativamente nos últimos anos pois está diretamente relacionada com o nosso estilo de vida. Infelizmente a dor lombar ainda é tratada com voltaren e repouso quando nada disso é indicação. Procure um fisioterapeuta, de preferência com especialidade pélvica, pois terá uma visão mais global do seu problema

O ano passado surgiu esta vontade mas a entrada no primeiro ciclo do meu filho fez-me adiar para este momento. Em outubro início o mestrado de Estudo sobre as Mulheres da Universidade Aberta. É um mestrado na área da sociologia mas que aborda questões que me fascinam há anos, sobre a condição feminina, o feminismo, a igualdade de género e políticas sociais. Tem tudo a ver comigo!

Para conseguir conciliar esta minha vontade insaciável de aprender com a vida familiar, passarei a dar consultas apenas 4 dias por semana a partir de Outubro.

Wish me luck 🍀

E se ainda não espreitam o vão la tentar perceber se se querem juntar a nós!

A obstipação na gravidez é uma queixa frequente e está muitas vezes associada a uma maior probabilidade de desenvolver hemorroidas e fissuras anais, especialmente no 3 trimestre, que podem prevalecer no pós-parto.
A fisioterapia pélvica tem ferramentas para minimizar a obstipação e/ou as queixas associadas a esta.

Consulta que é consulta tem de se falar de cocó 💩

Acredito ser este o meu elemento diferenciador e o que gosto mesmo mesmo de fazer. Fazer um verdadeiro acompanhamento em todas as fases de vida da mulher. Respondo a muitas mensagens. Tiro muitas dúvidas. Recomendo alguns profissionais com quem trabalho em equipa. Reencaminho muito muito quando não é a minha área ou as pessoas moram demasiado longe.

Ninguém larga a mão de ninguém

Dia 8 de Agosto temos um Webinar de Acesso Gratuito com a Professora sobre Laserterapia baseada em evidências.
Queres saber como utilizar este recurso terapêutico de forma correta e eficaz? Inscreve-te!

(Inscrição obrigatória por mp)

A cicatriz de cesariana exige cuidados específicos. Aqui não bombordo a questão da reabilitação abdominal e do pavimento pélvico.

Ainda este ano a regressa para nos ensinar mais sobre Laserterapia baseada em evidências!
Info e inscrições pelo email [email protected]

E assim finalizamos o primeiro curso de Laserterapia baseada em evidências com a . Uma turma muito heterogéneo que enriqueceu muito a formação e a troca de ideias.

Uma novidade para a maioria de vocês. Deixei de exercer fisioterapia em animais depois do meu filho nascer por falta de disponibilidade (quase 7 anos). Ainda tratei um caso ou outro. Ultimamente tenho recebido pedidos. Eu a éramos companheiras nesta causa, tentamos criar o grupo de trabalho na APF, mas esta área sempre foi vista como um parente pobre da fisioterapia, gozada até pelos colegas. A verdade é que fisioterapia é com fisioterapeutas! Neste momento vou abrir novamente agenda para os 4 patas, não ao domicílio como fazia, mas na , numa área independente onde trato humanos.

#4 patasaandar

Existem algumas vagas para os últimos cursos do .alexandre este ano
Mais info envia email para [email protected]

Este Dezembro existem algumas vagas ainda para os cursos em Portugal do .alexandre
Info [email protected]

E já temos datas para 2024!

A grande maioria das fisioterapeutas que atua na saúde da mulher trabalha sem um colega ao lado. Sente-se muitas vezes a falta de alguém para tirar dúvidas e discutir casos clínicos.
Venho lançar-vos o desafio de nos juntarmos via zoom 1 vez por mês.
Comenta esta publicação se te queres juntar a nós.

É comum chegarem grávidas no final da gravidez (depois das 32 semanas) porque o profissional de saúde que a segue lhe disse que se começasse a fisioterapia mais cedo que o seu perineo iria ficar rígido.
Tal ideia apenas revela um total desconhecimento do trabalho desenvolvido pela fisioterapeuta (e falta de vontade de mudar isso btw).
O acompanhamento ao longo da gravidez nem sequer se foca exclusivamente no pavimento pélvico, mas o que fazemos é torná-lo FUNCIONAL: com força, resistência, reflexo e coordenação. As necessidades vão mudando ao longo do acompanhamento. Óbvio! Há avaliação em todas as consultas e ao longo da consulta.
Não penses também que vens preparar o teu perineo para o parto. Tu vens preparar te a ti para a gravidez, parto e pós parto. Por isso a partir das 12 semanas podes e deves iniciar as consultas.
Dúvidas?

A pedido de várias grávidas 😁
Excepto se houver alguma contradição médica, a relação sexual penetrativa é segura e BOA 😛! Se houver orgasmo podem sentir o útero a fazer uma espécie de pequenas contraccoes, pois tal acontece mesmo quando não estão grávidas. À medida que a barriga cresce vão precisar de mais imaginação nas posições e o “corrimento” crescente ajuda a lubrificar

A fisioterapia na gravidez não é só massagem perineal e exercícios de Kegel. A razão do acompanhamento começar as 12/14 semanas, além da confirmação da ecografia do primeiro trimestre que está tudo ok, há todo um trabalho a ser iniciado. Não aliviamos só desconfortos, como Lombalgia, ou tratamos queixas como incontinência urinária. Na ausência de queixas reais é importante começarmos a fazer um trabalho de ganho de espaço e de equilíbrio das estruturas ligamentares, articulares e musculares, para o crescimento uterino ocorrer da melhor forma. O bebé terá mais espaço, podendo explorar toda a sua mobilidade intrauterina, podendo ao longo das semanas ir-se posicionado da melhor forma para o parto.
Recorro a técnicas de terapia manual, de osteopatia, de respiração, com exercícios específicos, alguns de spinning babies, outros de protocolos de encaixe já cientificamente estudados.
Não esperem pelas 33 semanas a pensar que é a massagem perineal que vos vai salvar, nem por um posicionamento desfavorável (pélvico ou transverso)

Formação em Laserterapia, baseada em evidências, para profissionais de saúde com
Possibilidade de combo com a Formação em Amamentação dos 5 dias seguintes por um valor especial
Mais info [email protected]

🤱🏻dias de imersão na Amamentação, baseada em evidências com 🤱🏻
Com esta formação, direcionada ao público em geral (não é necessário ser profissional de saúde), no dia seguintes tens capacidade para apoiar uma mulher no seu processo de amamentação.
É possível fazer o combo com a formação de Laserterapia com um valor especial
Mais info [email protected]

Ler e interpretar estudos científicos é difícil. Mais difícil ainda é, o público leigo (ou seja, a maioria de vocês) perceber se aquele estudo é bem feito e se pode ser realmente considerado.
Sem vos dar aqui uma aula, o importante é saberem que os melhores estudos são revisões sistemáticas e ensaios clínicos randomizados (onde existem pelos menos dois grupos, sendo um o chamado grupo de controlo). Ou seja, quando queremos provar a eficácia de algo (medicamento, técnica, whatever) temos de ter um grupo onde se usa/aplica isso e outro onde não o fazemos. Tanto na gravidez como em bebés eticamente nem sempre é possível fazer isto. Um exemplo: não se vai embebedar um grupo de grávidas para comparar com um grupo que não ingere álcool, para provar os malefícios deste.
Na base da pirâmide temos relatos de casos e opiniões. Que basicamente não valem grande coisa, especialmente se a amostra dos casos for inferior a 30.
Para complicar ainda mais, a revista onde e publicada o estudo também importa pois existe uma espécie de ranking, com um determinado factor de impacto.
Não vos disse que não era fácil? 😳
Por isso não acreditem em tudo o que leem e que vos diz que “há um estudo sobre isto”. Qualquer dúvida, digam 😉

É uma questão frequente: em quase todos os casos o facto de estares menstruada não impede a consulta de fisioterapia pélvica. Inclusive pode dar informação adicional sobre o teu corpo. Há mulheres com prolapso pélvico que pioram nesta fase do ciclo ou que ficam com mais perdas urinárias. Por isso, a não ser que psicologicamente não te sintas confortável, podes vir!

É difícil as pessoas perceberem o que uma fisioterapeuta pélvica com formação em obstetrícia faz durante um trabalho de parto. Espero que consigam entender um pouco melhor com estes print screens e que a presença do fisioterapeuta no parto seja um dia uma realidade em Portugal

A grande utilidade da avaliação da Diastase abdominal (distância entre rectos abdominais) com ecografo é que em movimento real conseguimos visualizar o que está realmente a acontecer durante a ativação abdominal.
Na primeira imagem o abdómen está em repouso. Na segunda a Diastase não é funcional quando os retos ativam, observando-se um enrugamento da linha alba, traduzindo-se num abdómen não competente. Na última imagem a Diastase já é funcional, mantendo-se a tensão na linha alba. Neste caso recorrendo-se à pré-ativação do transverso abdominal.
Alem de percebermos se a Diastase é funcional, conseguimos medi-la e assim registar a sua evolução. Conseguimos também prescrever os melhores exercícios para reeducar este abdómen.

O Que NÃO vais ouvir numa consulta de acompanhamento de gravidez comigo:
- Que fazendo fisioterapia vais ter o teu parto de sonho
- Que a tua bacia tem o tamanho certo ou pelo contrário, não tem
- Que se fizeres a massagem perineal não terás uma laceração ou uma episiotomia
- Que não terás diastase abdominal na gravidez ou no pós-parto
- Que não terás incontinência urinária nunca
Não há fórmulas secretas nem mágicas. Não se pode prometer o que não depende exclusivamente do trabalho da fisioterapeuta e da mulher. Não se pode criar expectativas irreais (ou surreais). Não se pode vender um serviço só porque sim!

Na fase do expulsivo, ou seja, quando a dilatação já está completa e a mulher começou a sentir a necessidade de fazer força, sabemos que o “empurra” o bebé para fora do útero são as suas contraccões, que vêm e vão como ondas. Não se deve orientar a mulher a fazer força e é algo ainda muito frequente. “Faça força agora!”. A mulher deve fazer força na contração. E quando a mulher não sente a contração, por excesso de epidural por exemplo? Pois…
O tipo de respiração que se pratica pode ajudar ou dificultar esta fase do parto. A respiração tipo cachorrinho ainda se ensina em muitos cursos de preparação para o parto por esse país, mas não faz qualquer sentido. O ideal será expirar-se com os lábios semicerrados ou então vocalizar (dizer aaaaaa, oooooo, uuuuuu), pois o pavimento irá relaxar. Isso mesmo: o pavimento pélvico precisa relaxar, por isso para parir não interessa ter uma força excelente, mas sim flexibilidade e capacidade de relaxamento. Os músculos do pavimento pélvico não fazem força no expulsivo, relaxam. Não devemos igualmente pedir a mulher para realizar uma apneia, ou trancar o ar. E se parece algo fácil a maioria das mulheres têm dificuldade. Como se preconiza no hipnoparto,”breathing the baby out” ou como ouvi uma vez a dizer “respirar para a vagina”. E não, não se faz força para fazer coco (não queremos ativar o perineo posterior e aumentar ainda mais as hemorroidas).
Nas últimas consultas de fisioterapia pélvica falamos destes temas e trazemos consciência à mulher para o seu corpo.

A Diastase dos Retos Abdominais (os músculos que vocês vem no Ronaldo aos quadradinhos) ocorre devido ao aumento da pressão intra-abdominal. As forças aplicadas a linha Alba (o que está entre os retos direito e esquerdo) fazem com que esta se alongue, passando a existir uma maior distância inter-reto.
Nalgumas pessoas esta distância aumenta mais do que noutras. A componente genética e fisionómica determinam esta diferença.
Ou seja, se não houvesse Diastase na gravidez, a pressão dentro de barriga aumentaria muitissimo e se calhar ficávamos com os órgão pélvicos nos joelhos 😁
Por isso ela não se previne, porque é fisiológica e tem mesmo de acontecer.
Os últimos estudos indicam mesmo que aos 6 meses pós parto 39% das mulheres ainda tem Diastase. E que esta não tem relação com dor lombopelvica, dor pélvica ou disfunção pélvica (uma incontinência urinária por exemplo).
Isto não quer dizer que não devem avaliar a Diastase após o parto, acima de tudo para perceberem se é funcional e que tipo de exercício físico poderão realizar. Mas na gravidez preocupem-se com a vossa postura e com o alongamento ou o fortalecimento de outros músculos, que uma fisioterapeuta pélvica poderá identificar.

Os vibradores adquiridos em sexshops são muitas vezes recomendados como um “trabalho de casa” para as mulheres complementarem o que é feito durante as sessões de fisioterapia pélvica.
Os mais comuns, embora isto seja tudo um mundo, são:
- satisfyer: estimulação clitoriana, com sucção e vibração. Para a fase inicial do pós parto em que a mulher ainda não se sente confortável com a penetração vaginal. (Por dor, receio, falta de preparação emocional). Também para patologias, como o vaginismo, em que a mesma penetração não seja ainda possível ou recomendada.
(Continua nos comentários)

Sou fisioterapeuta pélvica que trabalho com obstetrícia. Verdade. Mas não trato só o pavimento pélvico!
Acontece frequentemente ter grávidas que me dizem que lhes começou a doer as costas e foram ao fisioterapeuta! Malta! Eu sou fisioterapeuta, não têm de ir a outro lado. Na consulta eu olho para a mulher como um todo. E por acaso ela está grávida 😁. Por isso qualquer outro desconforto que surja digam! Dores nas costas, na cervical, na Sinfise púbica, num ombro, num joelho, que exercício físico podem fazer…não é só pipis ok?!

Vamos começar pela recomendação da OMS: Com exceção de alguns casos específicos de contraindicação médica, a recomendação da é de que as grávidas façam pelo menos 150 minutos de atividades físicas moderadas por semana. E aqui se enquadram atividades aeróbicas e de fortalecimento muscular. As mulheres que já praticavam atividade física devem apenas reduzir a sua intensidade.
O exercício diminui o risco de pre-eclampsia, hipertensão gestacional, diabetes gestacional, ganho excessivo de peso, complicações no parto, depressão no pós-parto e complicações no recém nascido.
As recomendações da OMS foram atualizadas em 2020 e traduzidas para a língua portuguesa pelo Programa Nacional de Promoção da Atividade Física (https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/337001/9789240014886-por.pdf)
Para além disso precisamos de mobilidade durante a gravidez e consequentemente para o parto, pois há uma modificação da estrutura lombopelvica para possibilitar o encaixe e o parto do bebé. Além do mais, o trabalho de parto chama-se assim porque dá trabalho! E uma das principais causas da cesariana é a fadiga materna. A maioria das mulheres que acompanho não gosta de fazer exercício físico ou começa a fazê-lo por obrigação quando engravidam (menos mau) mas facilmente encontram justificações para voltarem ao padrão sedentário. Mesmo os exercícios que vou orientando são realizados de forma pouco assídua. A consequência está depois no parto e no pós-parto. A mulher de hoje é muito diferente da mulher de há 30 anos atrás. É mais sedentária, com um estilo de vida muito diferente. Passa a maior parte do tempo sentada à secretaria. Por outro lado, os profissionais que acompanham a gravidez (médicos e enfermeiras) não tem formação para saber prescrever exercício específico. Mesmo os profissionais de exercício são poucos os que sabem adequar o treino as necessidade da grávida. O fisioterapeuta é realmente o profissional mais qualificado para o fazer, trabalhando depois em equipa se necessário.