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O b a l u a ê

Hoje foi o dia de prestar nossa homenagem aos mortos, e mesmo que de última hora, não podia deixar de saudar o Rei Obaluaê.
Atotô meu pai!
Obaluaê, também conhecido como Omolu ou Xapanã, é o senhor dos espíritos. Cheio de mistérios, e encoberto por suas palhas, Omulu é quem faz o intermédio na passagem deste plano.
Em um Itan(história), conta-se que os deuses sortearam entre si, poderes...um se apossando do poder sobre o sol, outro sobre os ventos, um terceiro sobre os mares; restando para Obaluaê, somente o poder sobre as pragas e doenças. O que viria a ser maldição pra uns, foi recebido de bom grado por ele. É daí que vem seu título de Rei do Silêncio: ao guerrear com outros povos, Xapanã mandava uma epidemia que dizimava a aldeia inimiga, e ao chegar no território rival, apenas comemora a vitória, sem o alarde da batalha.
Tendo o poder sobre as doenças, Sakpata(como também é chamado), também é o senhor da cura, qualidade pela qual o seu culto se destaca.
Por muitos temidos, por poucos respeitado, assim caminha Omulu, por entre as palhas que encobrem apenas o seu brilho, dos mortais.
Silêncio! O Rei está entre nós.
Atotô Obaluaê!

I e m a n j á

É a deusa do mar.
É a geração, e o amor materno.
Seu nome tem origem nos termos do iorubá (língua de procedência africana) "yeye omo ejá" que significa "mãe cujos filhos são peixes).
Muito cultuada na Nigéria, a deusa chega ao Brasil na época da escravidão, aqui é sincretizada à Virgem Maria para que os fiéis pudessem expressar sua fé de forma disfarçada. Daí vem um de seus muitos nomes no território brasileiro, onde também é conhecida por Dandalunda, Janaína, Mucunã, entre outros.
Com o fim da escravidão, muitos pais e mães de santo, começaram a prestar suas homenagens à Yemojá, nas praias, no dia 2 de Fevereiro, tornando o culto muito conhecido.
O ápice de sua popularidade se deu com Tatá Tancredo, babalorixá muito conhecido no Rio, que iniciou a tradição de comemorar a passagem de ano, nas praias, onde se pulavam 7 ondas, no Réveillon.
Hoje, Yemojá recebe homenagens em diversos estados e vários artistas também expressam sua devoção ao orixá.
Filha de Olokun, Iemanjá é a senhora do Mar e protetora dos pescadores, é A Grande Yabá(mãe) cheia de doçura e encanto, Dandalunda é a sereia nas pedras a cantar, Yemojá também é guerreira, é a força feminina que luta para proteger quem ama.

Odoyá!

Começarei essa página falando de Esú(Ou Exú. Exú orixá; e não a linha de trabalho, da qual falarei futuramente), pois sem Esú não se faz nada, pois Exú é quem come primeiro.
Em primeiro lugar, exu não é o demônio, Exu é axé, axé é poder! Axé é força e vigor. Exú é orixá, o orixá da prosperidade, da abertura de caminho, e como particularmente o chamo, o orixá do movimento. É uma divindade, então não cabe a mim falar de sua história, porque Exú é, foi, e sempre será; nada mais.
É o mais humano dos deuses, brincalhão, adora pregar peças. Irreverente, dando sempre voltas nos que se acham superiores. Protetor, guardando as encruzilhadas e vigiando os caminhos.
Exú é o grande mensageiro que faz o intermédio entre os homens e os deuses.
Exú é quem carrega o óleo da feira até a casa, em uma peneira, sem derramar.
É o preto e vermelho a vibrar.