Dra. Aline Berger

Dra. Aline Berger

Médica Psiquiatra

10/08/2023

❕Evidências sugerem que escutar música individualmente (EMI) pode efetivamente reduzir os sintomas comportamentais e psicológicos da demência (SCPD)❕

Os efeitos de EMI nos SCPD são investigados com base em observação sistemática, abordando as limitações metodológicas dos estudos observacionais anteriores, usando um instrumento validado e através de amostragem baseada no tempo e métodos analíticos longitudinais.

✅ Em estudo controlado, foram comparados os SCPD em idosos com demência, residentes em casas de repouso que foram randomizados para os grupos intervenção e controle.
✅ Avaliadores treinados observaram os SCPD antes, durante e após as sessões de EMI.
✅ Os SCPD foram observados menos frequentemente no grupo intervenção EMI que no controle, durante, mas não antes ou após a sessão. Da mesma forma, enquanto o grupo controle experimentou uma trajetória estável dos SCPD, o grupo intervenção experimentou uma trajetória em curva-U, caracterizada por estabilidade antes da sessão, diminuição durante a sessão e aumento após a sessão.

❕ Os autores concluíram que intervenção musical efetivamente reduz os SCPD, embora o seu efeito seja de curto prazo. EMI raramente resultou em efeitos negativos, apresentou elevada aceitação e foi facilmente implementada. EMI deve ser integrada nas rotinas diárias de cuidado para pessoas com demência❕

Referência: Hillebrand MC et al. Immediate effects of individualized music listening on behavioral and psychological symptoms of dementia: A randomized controlled trial. Geriatric Psychiatry. 2023; DOI: 10.1002/gps.5893.

28/07/2023

Um estudo realizado objetivou testar o quanto o uso de intervenções psicológicas no tratamento dos transtornos de ansiedade está associado com menor incidência de demência.

Dados do Improving Access to Psychological Therapies britânico, 2012-19, identificaram o diagnóstico de demência durante um seguimento de oito anos.

☑️ Os critérios de inclusão foram: idade de 65 anos ou mais, pacientes com transtornos de ansiedade e indivíduos livres de demência.
☑️ O desfecho primário foi demência por todas as causas e mortalidade.

❕A análise mostrou que naqueles com melhora evidente nos níveis de ansiedade, as taxas de demência subsequentes foram menores (3,9%) comparadas àqueles sem melhora da ansiedade (5,1%)❕

Melhora evidente da ansiedade após intervenções psicológicas associou-se com incidência reduzida de demência por todas as causas, de Alzheimer e de demência vascular.

Os efeitos não diferiram pelo tipo do transtorno de ansiedade.

❕Os autores concluíram que a melhora evidente nos níveis de ansiedade através de psicoterapia está associada com menor incidência de demência futura ❕

Referência: Stot J et al. Associations between psychological intervention for anxiety disorders and risk of dementia: a prospective cohort study using national health-care records data in England. Lancet Healthy Longevity. 2022; DOI: 10.1016/S2666-7568(22)00242-2.

25/07/2023

Em meta-análise de dados individuais dos participantes de cinco estudos clínicos randomizados, duplo-cegos e controlados por placebo, os autores buscaram definir melhor os efeitos do tratamento da redução da pressão arterial (PA) na prevenção da demência.

✅ A amostra reuniu 28.008 indivíduos, de 20 países. Após o seguimento médio de 4,3 anos, 861 casos de demência foram identificados.
✅ Análise de regressão mostrou uma diminuição do risco de demência em favor do tratamento anti-hipertensivo com uma redução média da PA de 10/4 mmHg.
✅ A análise de mediação confirmou que maior redução na PA durante o tratamento ativo associou-se com maior diminuição no risco de demência. Idade e s**o não modificaram o efeito observado.

Os autores concluíram que essa meta-análise de dados individuais de pacientes envolvidos em estudos randomizados, demonstra os efeitos positivos do tratamento anti-hipertensivo na prevenção da demência, a partir do final da meia-idade.
Referência: Peters R et al. Blood pressure lowering and prevention of dementia: an individual patient data meta-analysis. European Heart Journal. 2022; DOI: 10.1093/eurheartj/ehac584.

26/06/2023

Se você é como a maioria das pessoas, já teve algum problema de sono relacionado a stress, virando na cama cheio de ansiedade sobre sua carreira e o futuro. Você pode até se sentir exausto durante o dia e ficar ligado à noite, desesperado para desligar sua mente e descansar. Nessas situações, algumas dicas podem te ajudar:

💚 Em primeiro lugar, é preciso descontruir alguns mitos populares sobre o sono! Um deles é que todos mundo precisa dormir 8 horas por noite. A quantidade de sono que precisamos é diferente entre as pessoas, mudando também de acordo com a fase da vida que nos encontramos. Outro mito é que devemos dormir a noite toda sem acordar, pois é completamente normal que tenhamos despertares breves durante o sono, muitas vezes sendo imperceptíveis. Despertar a noite só se torna prejudicial se acontecer com muita frequência por conta de outros distúrbios do sono.
💚 Entenda quais horários você funciona melhor! Tente dormir e acordar nos horários de sua preferência. Por exemplo, muitas pessoas preferem dormir tarde e odeiam acordar cedo. Claro que existem restrições da vida real e nem sempre é possível fazer isso, mas tente chegar o mais próximo possível, sendo criativo com suas rotinas matinais e noturnas, tentando respeitar seu corpo.
💚 Por fim, não “force” o sono. Se deixar na cama e não conseguir dormir, é porque ainda não está com sono. Alternativas nessas situações é ler alguns minutos, ouvir um podcast ou buscar alguma distração que traga mais sono. Caso se sinta ansioso(a) ou com muitos pensamentos mesmo assim, tente se concentrar em seu corpo, na sua respiração por exemplo, “limpando” seus pensamentos e se concentrando apenas nisso!

26/05/2023

A perda de audição está associada com declínio cognitivo. Para avaliar isso, foi realizada uma revisão sistemática e meta-análise, em que os autores avaliaram as associações entre o uso de próteses auditivas e implantes cocleares com o declínio cognitivo e demência.
Foram incluídos 137.484 indivíduos, sendo que 126.903 eram de uma meta-análise que avaliou em longo prazo as associações entre o uso de dispositivos auditivos e o declínio cognitivo, e outros 568 de outra meta-análise, que avaliou a associação entre o uso de restauração auditiva e alterações nos escores dos te**es cognitivos de curto prazo.
O primeiro estudo mostrou risco significativamente menor de qualquer declínio cognitivo nos usuários de aparelhos auditivos em comparação aos participantes com perda auditiva não corrigida e o segundo estudo mostrou uma melhora de 3% nos escores dos usuários de próteses auditivas.
Os autores concluíram que o uso de dispositivos restauradores auditivos em indivíduos com perda auditiva está associado com uma diminuição de 19% no risco de declínio cognitivo de longo prazo; e que o uso desses dispositivos está associado a melhora nos escores de cognição geral de curto prazo.
Referência: Yeo BSY et al. Association of Hearing Aids and Cochlear Implants With Cognitive Decline and Dementia: A Systematic Review and Meta-analysis. JAMA Neurol. 2022; DOI: 10.1001/jamaneurol.2022.4427.

12/04/2022

🔸 Hoje é o dia nacional de enfrentamento à Psicofobia, termo utilizado para caracterizar o preconceito contra pessoas que têm transtornos mentais. No Brasil, cerca de 50 milhões de pessoas sofrem de alguma condição relacionada à saúde mental.

🔹 No ano de 2018, uma campanha da Associação Brasileira de Psiquiatria, instituiu o dia 12 de abril, como o dia de combate à Psicofobia. A data tem um simbolismo por ser o dia e mês de nascimento do humorista Chico Anysio, o qual enfrentou a depressão por mais de duas décadas e tinha o entendimento de que expor publicamente a sua doença poderia ajudar outras pessoas que estivessem passando por situações semelhantes.

🔸 Além de lidar com os sintomas associados à doença, muitos pacientes enfrentam também o estigma de serem portadores de patologias psiquiátricas. A falta de acolhimento por parte da sociedade, o difícil acesso aos recursos terapêuticos e o menosprezo pelo sofrimento ao qual estão enfrentando, são danos difíceis de serem reparados.

🔹 É importante prezarmos pelo respeito ao outro, evitando julgamento e o uso de expressões que possam ser ofensivas. Exercitarmos a empatia e sermos acolhedores pode fazer toda a diferença, especialmente quando estamos vivenciando momentos de maior vulnerabilidade.

30/03/2022

🔸 Em estudo publicado recentemente na Neurology, pesquisadores avaliaram as possibilidades de reversão do quadro de declínio cognitivo em pacientes com diagnóstico de disfunção cognitiva leve(DCL), quadro clínico que se caracteriza pela existência de algum grau de prejuízo cognitivo, porém que não repercute na funcionalidade dos pacientes.

🔹 Foram estimadas as taxas de transição da disfunção cognitiva leve (DCL) para cognição normal ou demência, e avaliados o efeito da idade, da apolipoproteína-E (apoE) e dos indicadores de reserva cognitiva na taxa relativa de reversão versus progressão da DCL. O Nun Study – estudo de coorte realizado com freiras com mais de 75 anos.

🔸 Das 619 participantes, 472 foram avaliadas com DCL durante o período do estudo. Dessas, 143 (30%) apresentaram reversão para cognição normal e 120 das 143 (83%) nunca desenvolveram demência, no seguimento médio de 8,6 anos.
Na análise ajustada para os grupos de idade e apoE, maiores níveis educacionais dobraram mais as taxas de reversão versus progressão. Indicadores de reserva cognitiva, como as habilidades de linguagem e gramatical, associaram-se significativamente com maiores taxas de reversão versus progressão.

🔹 Este estudo traz dados relevantes sobre a possibilidade da reversão para cognição normal em pacientes com DCL, aliviando o estigma de que todos os pacientes que apresentem declínio cognitivo leve irão necessariamente desenvolver no futuro uma síndrome demencial. Maior escolaridade foi um fator protetivo para a não conversão para a demência. Pesquisas como estas são ferramentas fundamentais para guiar intervenções com o objetivo de prevenir ou retardar a transição da DCL para demência.

🔸 Referência: Iraniparast M et al. Cognitive Reserve and Mild Cognitive Impairment: Predictors and Rates of Reversion to Intact Cognition vs Progression to Dementia. Neurology. 2022;

DOI: 10.1212/WNL.0000000000200051.

14/03/2022

🔹 Mesmo casos leves de COVID-19 estão associados a alterações cerebrais, incluindo diminuição da massa cinzenta, redução geral do volume cerebral e declínio cognitivo, conforme publicação recente da revista Nature.

🔸 No primeiro estudo a comparar ressonâncias magnéticas cerebrais em pacientes, antes e depois do COVID-19, os pesquisadores descobriram "maior redução na espessura da massa cinzenta e contraste de tecido no córtex orbitofrontal e giro parahipocampal, maiores alterações nos marcadores de dano tecidual em regiões funcionalmente conectadas ao córtex olfativo primário e maior redução no tamanho global do cérebro." No entanto, é ainda necessária cautela ao analisar os resultados.

🔹 Os pesquisadores concluem o trabalho enfatizando que ainda é cedo para entendermos se essas alterações constatadas são reflexos dos efeitos patogênicos da infecção por COVID-19 em nível cerebral ou se podem representar uma vulnerabilidade ou predisposição destes indivíduos a apresentarem no futuro declínio cognitivo.

🔸Portanto, ainda carecem informações científicas para dimensionarmos as consequências da infecção por COVID-19 e se estas serão reversíveis ou não. Estudos como este são importantes formas de sedimentarmos cada vez mais este conhecimento.

DOI: https://doi.org/10.1038/s41586-022-04569-5

01/03/2022

🔹 A bipolaridade é um transtorno mental caracterizado por intensas alterações de humor. Episódios em que predominam euforia ou depressão se intercalam, ocasionando prejuízos aos indivíduos no humor, capacidade crítica, cognição, comportamento, pensamento, dentre outros.

🔸 O transtorno de humor bipolar inicia-se geralmente entre a segunda e terceira décadas de vida do indivíduo, sendo muito infrequente o seu início ao envelhecermos. A prevalência de transtorno de humor bipolar em idosos representa de 10 a 25% dos pacientes idosos diagnosticados com transtornos de humor.

🔹 Ao envelhecermos nos defrontamos com diversos desafios, como a aposentadoria, a perda de entes queridos, o declínio da nossa funcionalidade, o que potencialmente pode ocasionar abalo à nossa saúde mental.

🔸 O transtorno de humor bipolar de início tardio caracteriza-se por episódios de humor elevado, expansivo ou irritado.

🔹 Um dos principais desafios é conseguirmos fazer um esclarecimento diagnóstico, na medida em que frequentemente há pouco entendimento sobre a relação entre os sintomas que o paciente está manifestando com o transtorno de humor bipolar. A busca por atendimento ocorre, na maior parte das vezes, quando o paciente está apresentando sintomas depressivos ou irritabilidade, porém por vezes há uma certa confusão entre os familiares, associando os sintomas com possíveis traços de personalidade do idoso.

🔸 Com frequência o idoso com transtorno de humor bipolar pode apresentar prejuízos cognitivos, sendo fundamental uma avaliação neuropsicológica, bem como a realização de exames laboratoriais e de imagem para excluirmos síndromes demenciais associadas. Da mesma forma, o paciente bipolar que iniciou a sintomatologia na idade adulta, na medida que envelhece, também pode manifestar sinais de declínio cognitivo, sendo importante a manutenção do acompanhamento psiquiátrico ao longo do tempo, estabelecendo-se medidas preventivas que irão preservar a funcionalidade do paciente.

22/02/2022

🔹 É uma síndrome neuropsiquiátrica, considerada uma emergência médica, caracterizada por alterações da consciência e atenção, percepção e pensamento, com prejuízos na memória, alterações psicomotoras e ritmo circadiano.

🔸 É importante não confundirmos os termos delirium e delírio. O delirium é uma síndrome que causa um estado confusional e tem etiologia clínica, já o delírio é um sintoma prevalente em muitas condições psiquiátricas, como a esquizofrenia, bipolaridade e depressão. Relaciona-se a prejuízo na capacidade crítica do indivíduo, ou seja, a pessoa acredita, em algo que não existe, sendo incapaz de discernir entre o real e o imaginário.

🔹 A prevalência do delirium em idosos vivendo na comunidade varia de 1% a 2%, enquanto que em idosos hospitalizados pode chegar até 40%, analisando-se os internados em unidades de pós operatório, esse índice pode alcançar até 60% dos casos; e em unidades de terapia intensiva, até 87%.

🔸 O início do quadro é agudo e seu curso é flutuante, com prejuízo do estado de alerta do paciente e, comumente, desorientação têmporo-espacial. As alucinações e delírios não são essenciais para o diagnóstico, mas frequentemente podem estar presentes.

🔹 O fundamental para buscarmos o tratamento do delirium é entendermos o que está ocasionando estas alterações. As principais causas são: fármacos(psicotrópicos, quinolonas, hipnóticos/sedativos, bloqueadores H2, antidepressivos tricíclicos, antiparkinsonianos, entre outros), desequilíbrio hidroeletrolítico (principalmente sódio e cálcio, além de outras alterações metabólicas), suspensão abrupta de medicamento(principalmente benzodiazepínicos), infecção (principalmente do trato urinário), redução de funções sensoriais (auditiva e ocular), sondas (como a vesical e a enteral), pacientes, em ambiente de unidade intensiva, pacientes que fazem retenção urinária ou f***l, descompensação de insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio, dentre outras.

🔸 A prevenção é a melhor medida, bem como a utilização de recursos não farmacológicos. Seguem algumas sugestões: disponibilizar calendários e relógios nos quartos dos pacientes, manter a utilização de óculos e próteses auditivas, manter luminosidade durante o dia e ambiente escuro e silencioso durante a noite, organizar rotinas diárias, manter a nutrição e hidratação adequadamente, iniciar a retomada de estímulos motores o mais precoce possível no período pós operatório.

🔹 O delirium está associado a pior prognóstico durante a internação hospitalar, bem como no período após a alta hospitalar, podendo representar um importante sinalizador de risco para o surgimento de declínio cognitivo e demência em idosos.

🔸 A chave da questão é a identificação precoce e o tratamento adequado da causa do delirium, visando a redução de riscos de morbidade e mortalidade, bem como o estabelecimento de medidas preventivas.

🔹 Por ser considerada uma emergência médica, em caso de dúvidas consulte um profissional da sua confiança que poderá dar as orientações mais adequadas de como proceder.

15/02/2022

🔹 Estudo publicado pela Jama Network, conduzido na Universidade de Exeter, no Reino Unido, desenvolveu uma ferramenta de inteligência artificial que pode prever, com 92% de precisão, os indivíduos com maior risco de desenvolverem demência com 2 anos de antecedência.

🔸 A inteligência artificial foi treinada baseada em dados coletados de quinze mil pacientes que acompanhavam em uma rede de clínicas nos Estados Unidos, vinculada ao National Alzheimer 's Coordinating Center.

🔹 A técnica identifica padrões em dados rotineiramente disponíveis nas avaliações clínicas, como memória e função cerebral, desempenho em te**es cognitivos e fatores de estilo de vida.

🔸 O que pode ser promissor é a possibilidade de utilizar técnicas que proporcionem com a maior confiabilidade possível prever os indivíduos que têm maior risco de desenvolverem síndromes demenciais. Desta forma, será possível a implementação de medidas preventivas, visando o controle de fatores de risco associados à demência, bem como a possibilidade de avaliar a resposta a potenciais medicamentos específicos para esta população ou a eficácia dos fármacos existentes.

🔹 É importante frisar que o desenvolvimento destes recursos para detecção de forma precoce da demência, lançando mão das melhores tecnologias possíveis são ótimas notícias, porém não substituem de forma alguma a avaliação médica especializada. O médico, embasado na anamnese, exame físico, histórico do paciente, te**es neuropsicológicos, exames de imagem e laboratoriais é que será capaz de estabelecer o diagnóstico de forma mais assertiva.

08/02/2022

🔸 É um transtorno mental que afeta 10% da população mundial e caracteriza-se por sentimentos constantes de tristeza profunda, perda de interesse em atividades que antes eram prazeirosas, desatenção, irritabilidade, redução da libido, distúrbios do sono e alimentares, sentimentos de culpa e pensamentos de morte que têm a duração de pelo menos duas semanas e trazem repercussões significativas na vida pessoal e profissional do indivíduo afetado.

🔹 Potencialmente pode agravar patologias clínicas já existentes ou mesmo desencadear diversos outros problemas clínicos.

🔸 Os distúrbios do sono(insônia ou sonolência excessiva) estão muito relacionados aos quadro de depressão e necessitam um olhar atento pelo risco de agravamento do quadro depressivo ou mesmo pelas repercussões clínicas da baixa qualidade do nosso sono para a nossa saúde como um todo.

🔹 Estou triste ou tenho depressão?A diferenciação entre estar triste e o transtorno depressivo é necessária por ser foco de muitas dúvidas entre pacientes e familiares. Nem toda a tristeza é patológica e muitas vezes é normal e adequado nos sentirmos tristes não representando problemas ou necessidade de busca de auxílio especializado. A grande diferença entre a tristeza e a depressão é a duração e os prejuízos que trazem ao indivíduo. A tristeza costuma ser passageira e não repercute na funcionalidade das pessoas, estando muitas vezes associada a algum episódio desencadeador. Já a depressão costuma durar um período de no mínimo 2 semanas e os sintomas apresentados pelo indivíduo trazem prejuízos para a execução das atividades de vida diárias.

🔸 O que pode contribuir para o surgimento da depressão?Predisposição genética, fatores socioambientais, alterações em processos químicos cerebrais, processos inflamatórios e metabólicos podem estar relacionados. É importante lembrar que não existe apenas um fator determinante para depressão. Na maior parte das vezes ela é multifatorial, sendo o somatório desses fatores citados anteriormente.

🔹 Como diagnosticar a depressão?Os profissionais da área da saúde especializados em saúde mental são os indicados para diagnosticar a depressão. É realizada uma avaliação inicial detalhada sobre os sintomas, história clínica, bem como aspectos da vida atual e pregressa do indivíduo. Em muitos casos orienta-se a realização de testagens neuropsicológicas, exames laboratoriais, de imagem e te**es farmacogenéticos quando houver dúvidas diagnósticas ou benefícios na tomada de decisões terapêuticas . De acordo com a gravidade da sintomatologia é classificada a depressão como leve, moderada a grave. Esta clarificação é importante balizador da escolha do tratamento mais adequado para cada paciente.

🔸 O tratamento da depressão depende da intensidade da sintomatologia e suas repercussões nos indivíduos. Existem importantes aliados no tratamento que são a psicoterapia e o uso de medicamentos. O profissional especializado poderá indicar se será necessária a combinação das duas opções analisando os riscos de benefícios para cada paciente de forma individual. Mudanças no estilo de vida também são extremamente benéficas e devem ser foco do planejamento terapêutico no episódio agudo, bem como na prevenção de novos episódios.

01/02/2022

🔸 Ficar apreensivo ao falar em público, sentir o coração acelerar, respiração mais ofegante, frio na barriga, quem já não passou por isto? Como distinguir se o que estamos sentindo é algo temporário ou tem se tornado frequente e prejudicial?Se é adequado ao momento que estou vivenciando ou desproporcional a ponto de necessitar um olhar especializado?

🔹 Esta dúvida é extremamente frequente e justificada. Segundo dados da OMS, o Brasil tem 18,6 milhões de pessoas ansiosas, destacando-se como um dos países com maior número de indivíduos afetados.

🔸 Muitas vezes ao nos depararmos com conteúdos sobre este assunto na internet ao invés de nos tranquilizamos acabamos ficando mais perdidos sem conseguirmos esclarecer ao certo o que ocorre conosco. Infelizmente existem muitos mitos relacionados à saúde mental, muito receio de parecermos "fracos" , de sermos julgados se expusermos o que estamos sentindo, medo de buscar ajuda especializada, de iniciar algum tratamento medicamentoso, dos possíveis efeitos colaterais ou de ficar dependente de fármacos.

🔹Sou ansioso ou tenho ansiedade? A ansiedade é uma reação fisiológica de todos os seres humanos.Normalmente ela se manifesta quando estamos diante de situações desconhecidas, perigosas ou estressantes. Por sermos diferentes em muitos aspectos, também lidamos com estas situações de formas diferentes.

🔸Os gatilhos que geram estas situações frequentemente são semelhantes, porém, a forma como cada indivíduo lida com a situação pode ser diferente. Desta forma, o que pode parecer desconfortável para algumas pessoas, pode não ser para você e vice-versa.

🔹 Termos momentos de preocupação, inquietude diante do desconhecido é plenamente normal e a tendência é que diminuam após o término da situação geradora.

🔸 Já a ansiedade patológica tem a tendência de ser mais constante e prejudicial, podendo surgir em muitas situações normais do nosso cotidiano, como interagir com pessoas ou até mesmo sair de casa.

🔹A pandemia infelizmente representou um grande gatilho na potencialização de sintomas ansiosos. Tem sido um grande desafio para todos nós. Felizmente hoje dispomos de várias formas de ajuda para lidar com estas dúvidas diagnósticas e momentos difíceis. Não hesite em buscar ajuda especializada que felizmente hoje pode ser online ou presencial como funcionar melhor para cada pessoa.

25/01/2022

🔹 Oniomania é um transtorno compulsivo em que a pessoa não resiste à pressão de comprar, ocasionando sentimentos de culpa e prejuízos em diversas esferas da vida.

🔸Afeta cerca de 3% de indivíduos ao redor do mundo, tendo uma prevalência maior entre as mulheres.

🔹 O comprador compulsivo busca algum grau de satisfação no ato de comprar, na maior parte das vezes, buscando suprir carências, angústias, visando o alívio de algum sofrimento psíquico.

🔹 O ato de comprar, proporciona,num curto espaço de tempo, um alívio da angústia, suprindo um possível vazio interior. Contudo, estas sensações são seguidas por arrependimento, sentimento de culpa, autodepreciação.

🔸 Principais sintomas:

• Compras desnecessárias, artigos repetidos.
• Desorganização financeira.
• Omitir de familiares e amigos as compras e dívidas.
• Isolamento social.
• Incapacidade de se controlar para não efetuar mais gastos.
• Compensar sentimentos de angústia, tristeza com o ato de comprar.

🔹 Como é feito o tratamento

🔸 É necessária a avaliação de um profissional especializado que poderá analisar de forma mais abrangente possíveis sintomas associados a esta compulsão, como os sintomas ansiosos e depressivos. A psicoterapia é fundamental para auxiliar os pacientes a compreenderem os possíveis gatilhos e mecanismos associados à oniomania. O autoconhecimento e o desenvolvimento de ferramentas para lidar com as nossas emoções, fortalecerá o paciente, minimizando possíveis recorrências.

13/01/2022

🔸 Representam alguns dos diagnósticos mais comuns e desafiadores na população idosa.

🔹 O delirium é uma síndrome de início agudo e curso flutuante, ocasionado prejuízo na consciência, atenção e alterações na cognição, associados a uma causa fisiopatológica. É um fator de risco independente para morbidade e mortalidade em idosos. Dentre as possíveis causas de delirium temos: infecções, como a urinária ou a pneumonia, efeitos colaterais de fármacos, insuficiência renal ou hepática, distúrbios hidroeletrolíticos, desidratação, uso de sondas e cateteres, dentro outras. O tratamento deve ser individualizado de acordo com a condição de saúde de cada idoso e o acompanhamento médico é necessário para controlar ou reverter o delirium e também direcionar a doença que causou a condição.

🔸 A demência é uma patologia, na maior parte das vezes, de curso progressivo, como é o exemplo da Doença de Alzheimer que corresponde a 60% dos casos de demência. Quando o quadro se inicia de modo abrupto, predominando prejuízo na atenção, a maior chance é de ser delirium. Contudo, o idoso pode ter as patologias combinadas, não sendo infrequente esta ocorrência. Um grande diferencial da demência, com relação ao delirium, é o prejuízo progressivo da memória, como é observado no Alzheimer.

🔹 A depressão é bastante prevalente na população idosa, sua apresentação tende a ser diferente da observada na população adulta, predominando lentificação psicomotora, distúrbios do sono, cansaço, falta de energia, embotamento afetivo. Por serem sintomas que podem estar associados a prejuízos cognitivos há o desafio do diagnóstico diferencial com demência ou mesmo o delirium.

🔸A anamnese, a avaliação clínica detalhada, com exames laboratoriais e de imagem, bem como a realização de testagens neuropsicológicas são recursos imprescindíveis para esclarecermos esta dúvida diagnóstica.

🔹 Essas três condições trazem prejuízo à funcionalidade dos idosos e o não reconhecimento e manejo adequado traz riscos à saúde dos indivíduos afetados. Elas podem ocorrer de forma individual ou podem coexistir, demonstrando o grande desafio e complexidade de podermos diferenciá-las e instituir o adequado tratamento aos pacientes.

DOI: 10.1007/s11920-013-0365-4

07/01/2022

🔹 O termo lo-fi relaciona-se à qualidade do som da música. É derivado de “low fidelity” (“baixa fidelidade”, em português),remetendo a algo feito sem muita produção, de maneira experimental. Foi criado pelo DJ William Berger, em 1980, que tocava apenas músicas feitas dessa maneira em sua rádio.

🔸 As músicas são, em sua grande maioria, instrumentais, não contando com letras e vocais. No meio da melodia, é possível notar pequenos ruídos, como barulho de chuva, papel, bolhas e muitos outros.

🔹 A previsibilidade do lo-fi é o que o torna perfeito para momentos que exigem mais concentração e relaxamento do cérebro. Faz com que o cérebro não precise prestar atenção na música, dando espaço para se concentrar em outras tarefas ou, simplesmente, relaxar.

🔸 Evidências científicas têm demonstrado que escutarmos músicas pode melhorar significativamente a qualidade do sono, tanto para iniciarmos o sono, quanto para a promoção do aprofundamento deste.

🔹 Este estilo lo-fi, bem como outras opções de músicas relaxantes, como as que se utilizam na meditação, podem ser excelentes opções para melhorarmos a qualidade do nosso sono.

🔸Calm, Headspace, Zen e Meditopia são alguns dos apps para Android e iPhone (iOS) que fornecem histórias e músicas para dormir, com paisagens sonoras para acalmar o usuário.

🔹 Se você nunca utilizou este recurso, vale experimentar!Bom sono! 😴

06/01/2022

🔹 Um dos principais desafios na avaliação psiquiátrica do idoso é a dificuldade que grande parte dos pacientes têm em relatar sintomas emocionais, estando mais propensos a abordar durante os atendimentos apenas os sintomas físicos.

🔸 Indo ao encontro desta questão, a Associação Americana de Psiquiatria aconselha os familiares a buscarem aconselhamento profissional se acreditarem que o idoso esteja enfrentando problemas de saúde mental, ressaltando a importância de levarmos em consideração alguns aspectos.

🔹 Avalie e se houver prejuízos em alguma ou algumas destas cinco áreas faz-se necessária a busca por auxílio especializado:

• Tarefas de vida e atividades de autocuidado, como vestir-se, alimentar-se ou usar o telefone
• Segurança, incluindo segurança financeira e de direção
• Saúde física, incluindo dor ou sintomas desconfortáveis, hospitalizações ou perda de apetite
• Saúde mental, como sensação de desesperança, perda de interesse nas atividades de que costumavam desfrutar ou isolamento
• Segurança dos medicamentos, incluindo omitir medicamentos e efeitos colaterais preocupantes ou sintomas relacionados aos medicamentos

Na dúvida, a melhor alternativa é procurar ajuda médica especializada.

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