Ser.emsi - Psicologia Corporal

O que é essa letra de Paulinho Moska, minha gente!?
Pega essa reflexão sobre a dicotomia mente corpo que assola a sociedade que somos!

Meu corpo tem cinqüenta braços
E ninguém vê porque só usa dois olhos
Meu corpo é um grande grito
E ninguém ouve porque não dá ouvidos

Meu corpo sabe que não é dele
Tudo aquilo que não pode tocar
Mas meu corpo quer ser igual àquele
Que por sua vez também já está cansado de não mudar

Meu corpo vai quebrar as formas
Se libertar dos muros da prisão
Meu corpo vai queimar as normas
E flutuar no espaço sem razão

Meu corpo vive, e depois morre
E tudo isso é culpa de um coração
Mas meu corpo não pode mais ser assim
Do jeito que ficou após sua educação
Composição: Paulinho Moska

Ser emsi no devir que a vida é.
“
[…]O conhecimento de si não pode acontecer sem um cuidado de si, que permite um crescimento contínuo, um vir a ser infinito. Fazer de inimigos aliados, aprender a navegar nas tormentas.[…] (Rafael Trindade, Razão Inadequada).

Estava pensando em escrever sobre “causos” acerca do processo psicoterapêutico, mas enquanto editava a foto, percebi que essa frase é intensa e aberta demais para isso.
Ela abre espaço pra tanta coisa, tanta interpretação, tantos signif**ados…
Me vi curiosa para saber o que ela causa em mim…e em ti!
Ela te leva para alguma reflexão? Assume algum signif**ado pra ti? Te faz lembrar de algo?

Compartilha aqui…🫀

Apenas respire…

Psi(u)

2024
Que tu não se trates apenas de metas a serem cumpridas, muito menos de dores a serem despidas - não que elas não existam.
Desejo profundamente que eu possa respeitar que tu sejas em si mesmo na inconstância que o tempo que seu próprio tempo é.
E que nesse tempo eu tenha a lucidez de me dar tempo de respirar e contemplar o teu tempo passar.

Bem vindo!
Um 2024 muito bem vivido pra ti!✨

Mergulho Reichiano

Compreender a grandiosidade da obra de Wilhelm Reich em suas diversas facetas e fases é uma tarefa delicada.
Acredito que um dos livros mais interessantes e potentes para mergulhar na participação e contribuição de Reich na psicanálise é o livro do mestre Paulo Albertini: Na Psicanálise de Wilhelm Reich.
A contribuição reichiana na técnica psicanalítica é pouco falada, entendida e reconhecida. Mestre Paulo a traz para nossa compreensão de modo muito claro e didático, através de uma costura muito bonita dos acontecimentos "da e na" vida de Reich, das cartas trocadas entre Freud e Reich, da investigação da "influência" da técnica ativa de Ferenczi no pensamento Reichiano, do entendimento das matrizes da Análise do Caráter e sua proposta clínica, as raízes das ideias freud-marxistas...e por aí vai :).
Enfim, se tu queres entender Reich, contextualizando sua vivencia psicanalítica, este livro sem dúvidas é fundamental!

Angústia digital?

Há um tempo venho sentindo a vontade de "estar mais por aqui" - no insta - porém, a carga reflexiva que vem acerca desse movimento é muito presente.
O corpo que sou é sobretudo atravessado pela psicorporal, pelo ser brilhante que foi Wilhelm Reich em seus aspectos clínicos, analíticos, políticos, filosóficos...
Diante disto, o COMO? pulsa em minhas vísceras e já faz parte do ser que sou.
COMO me colocar, ser e estar aqui de um modo que eu não caia na mazela do conteúdo que precisa ser entregue, do post com a fala e cara terapeuta no vídeo mas claramente despido de si mesmo...?
Como ser orgânica, fluida, viva num mundo digital? É possível?
É utopia?
E ainda que eu dance a dança dos algoritmos, COMO dançar "mecânica e digitalmente" e ainda ser carne, por aqui?
Talvez essas respostas eu encontre numa consultoria, talvez eu tenha medo...talvez, talvez, talvez.
A vontade é grande, os questionamentos também e compartilhar tudo isso por aqui já me parece ser um passo importante para essa construção e redescoberta - afinal sou um corpo(psi)terapeuta gente, que respira, sente.

Enquanto terminava esse escrito meio sem pé nem cabeça, me veio a música dos Novos Baianos: Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso
Jogando meu corpo no mundo...

Fiquei com o quentinho da melodia e a provocação da letra aqui.
Agora que mundo é esse, é papo pra outro dia hehe.

E tu, já pensou sobre esse COMO? - em seus aspectos de respeito a si mesmo, de consciência daquilo que posta, que curte e o como isso tudo se dá?!
Tens algo pra me dizer, pra compartilhar?

"A mulher sexualmente consciente, que se afirma e é reconhecida como tal, signif**aria o colapso completo da ideologia autoritária.
As tentativas conservadoras de reforma sexual cometeram sempre o erro de não concretizar suficientemente o slogan 'Direito da mulher ao seu próprio corpo'."

Reich ainda lembra que: a maternidade, sua idealização e o culto a ela é um modo essencial de controle autoritário.

Wilhelm Reich, em Psicologia de Massas do Fascismo.

Foto: Espelho do banheiro do Wonka, lugar que tu certamente me encontra! Haha

❤️‍🔥

Toda vez que estou cansada, desanimada ou fico um tempinho longe daqui, essa música brota das minhas vísceras, das entranhas das minhas células e ecoa dentro da minha cabeça:

"Por isso uma força me leva a cantar
Por isso essa força estranha
Por isso é que eu canto não posso parar
Por isso essa voz tamanha"

E como um respiro e brisa suave sinto a força ou o chamado pra fazer o que vim pra fazer nesse trem chamado planeta Terra.
Romantizado pacas o fazer clínico nessa minha escrita, mas é o que estou sentindo nesse exato momento.

Notas para 2023.
Ele estava na mesa ao lado.
Ele, as artroses, cabelos brancos, óculos quadrado, pele fina e rugas.
Com ele, cinco crianças - repito: cinco!
A mais velha não tinha 12, o mais novo não sei se chegava aos 3.
A mesa estava transbordando hambúrgueres, batatas fritas e refrigerantes.
Não era 10h30 da manhã.
Eu ouvia:
- Não pega minha batata, fulano!
- Sai daqui, beltrano!
O clima era de uma mistura encantadora de bagunça organizada.
Organizada pelas palavras claras ditas em tons diferentes por aquele senhor - não eram doces, eram diretas, respeitosas e expressivas de um modo que mostrava o quanto conhece o jeito de falar com cada criança.
Fiquei tentando disfarçar meu encantamento, até que de repente a não surpresa veio da boca de um dos pequenos:
- Ohhh, vô!!!! Como quem chama a atenção para algo muito importante.
De fato era, o mais pequenino estava sem os chinelos nos pés, na hora de ir embora.
Antes mesmo que pudessem sair da mesa meus olhos já estavam molhados - emocionados.
Depois de um ano turbulento, doloroso, que delícia foi capturar esse momento da vida no último café com leite de 2022.
Que seu 2023 seja tão cheio de momentos da/na vida, encantado, emocionado e delicioso assim!

Sabedoria de porta de banheiro.

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...

"O prazer e a alegria da vida são inconcebíveis sem luta, sem experiências dolorosas e desagradaveis auto-avaliações.
A saúde psíquica se caracteriza não pela teoria do Nirvana dos iogues e budistas, nem pelo hedonismo dos epicuristas ou pela renúncia do monasticismo, caracteriza-se pela alternância entre a luta desagradável e a felicidade, entre o erro e a verdade, entre a derivação e a volta ao rumo, entre o ódio racional e o amor racional; em suma, pelo fato de se estar plenamente vivo em todas as situações da vida"

(Reich, W. p.175, 1992)

(Psi)terapeuta corporal também é gente.
É corpo
Sente.

Chora, sofre, f**a doente.
Sente raiva, vez ou outra quer ralar o cú no asfalto - de alguém ou dele mesmo.
Tem boleto pra pagar, casa pra limpar, família pra cuidar, ama e é amado por um punhado de gente.

Come, dorme, arrota, transa, solta pum, faz xixi e cocô.

Obveidade que ainda assusta quem tá um cadinho dormente, para essa intensidade que é ser humano - gente.

Mergulha em si na medida que pode.
Mergulha com o outro, no outro.

(Psi)terapeuta corporal também é gente.
É corpo
Sente.

Texto recortado de Fevereiro de 2022.

Atendimento supervisionado.
Mirene, minha terapeuta e seu corpo presente.
Sonia, Mestre querida de manejo impecável.

"A sensação de um corpo vivo e vibrante, com mais carga para tolerar as próprias emoções, dá sentido à realidade, sentido este que não pode ser alcançado apenas pela mente, em separado." (Volpi, Volpi. 2003).

Flore-ser na impermanência do espiral da vida.

"A vida contemporânea encoraja nossas cisões, enfatizando a cabeça, o intelecto, as realizações materiais. A profundidade da divisão entre mente e corpo na vida contemporânea é insana."(Lowen)

Oloko meow?!
Migo do céu, como assim?!

Pois é ghente, Loil Neidhoefer nos traz essa frase bem curta, direta e na lata sobre o processo terapêutico corporal.
Ao que me parece, o que ele estava trazendo é sobre o que acontece no processo de flexibilização das couraças (ele usa dissolução, mas confesso que pra mim não rola esse termo).
Quando o trabalho psico e/ou terapêutico corporal acontece, algo acontece dentro e fora da ghente. A forma como enxergamos o mundo, as situações, como nos colocamos no e com esse mundo, com as pessoas, nossos achismos e convicções tem uma probabilidade beeeem grande de f**ar um "cadinho" (ou um "cadão") diferente do que até então tínhamos como tão certo, tão nosso.
Como Neidhoefer mesmo escreve: "há uma mudança progressiva de perspectiva, na proporção e ritmo da dissolução da couraça". E isso quer dizer, que em muitos momentos vamos nos ver não cabendo mais nos rolês, nas conversas, nas convenções e atitudes sociais que estávamos vivendo e a percepção, sacada, quebra, afastamento disso faz com que a ghente fique em crise - seja ela de que modo for.

Siiim, esses momentos se manifestam de várias formas, em diversos aspectos uns mais intensos, outros passam bem conscientes e tem ainda outros que quando vc viu, já foi.

Entonces bonitos, sim, quando a ghente movimenta o corpo, abraça a análise e turu mais, o processo de flexibilização das couraças acontece e sim, a ghente pode acabar entrando em crise e não é bom, eu sei, mas tá tudo bem... faz parte do processo de "reencontro consigo mesmo".
Nem tudo é lindo, nem sempre vc sai plena, toda com a sensação de terapeutizada...tem vez que vai ser delicado, que vai f**ar esquisito - veja bem, não é pra te colocar num lugar de sofrimento, isso é bem diferente tá?! - , mas lembre-se sempre, faz parte do processo e na medida do possivel leve isso pro seu terapeuts.

Lá vem carrossel cheio de refle e pano pra manga...

Ahhhh berrôooooo!!!!!
Transborda o corpo que sou a alegria que tô sentindo de compartilhar esse momento delas e com elas!
Simmmmm, elas estão lançando, cada uma, seus livros!!!! Uhuhullllll!!!!
Pensa numa pessoa orgulhosa, inalando, exalando e transpirando admiração pelas mulheres que elas são!!!!!
Que lindeza! Que lindeza!!!
Bora prestigiar essa lindeza que é a escrita!!!!!❤️‍🔥❤️‍🔥❤️‍🔥❤️‍🔥❤️‍🔥❤️‍🔥
saracampagnaro

A vida transborda detalhes.
Teansbordemo-nos.

Segunda, sua energia de recomeço e o florir da cerejeira.

E aí bonitos?!
Onde?

Sem mais reflexiones nessa legenda pq a frase do post já é porreta o suficiente hehe.

Boa sexta ghente bonita!

E você, já reparou?!

Tens percebido que viver a vida está atrelado a viver o corpo que tu és, nesse aqui e agora?

Em julho teremos uma oficina linda para viverno sentir do corponque tu és com muita amorosidade.
Vem comigo?!

Mestre Lowen explica: " Nem sempre se reconhece que a repressão de um sentimento nos faz ter medo dele. Ele se transforma num esqueleto dentro do armário, para o qual nenhum de nós se atreve olhar. Quanto mais tempo ele f**a escondido, mais assustador se torna.

Na terapia o indivíduo descobre que, quando o armário é aberto - isto é, o sentimento é evocado -, ele nunca se mostra tão assustador quanto se esperava que fosse. Uma das razões para isso é que não somos mais crianças desamparadas. A maioria de nós desenvolveu um ego suficientemente forte para lidar com esses sentimentos, o que não é o caso das crianças. Mas, como os sentimentos reprimidos são inconscientes, a força do ego não é capaz de alcança-los enquanto eles permanecem nesse estado. Os sentimentos reprimidos são como sombras noturnas que, ampliadas pela nossa imaginação, tornam-se apavorantes".

Lowen, A. A espiritualidade do corpo. p.53

Não tenho legenda, Caio Fernando Abreu me deixou no silêncio contemplativo com esse trechozinho.

(Repost de 2018).