Jornal Mural

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_*António Maocha*_

Sempre que criticamos o nosso presidente da República, Filipe Nyusi, lembremo-nos de que ele é o resultado dos nossos processos sociais internos e de um ensino deficitários, mesmo tendo tido oportunidade de estudar fora mas porque a base de sua socialização e ensino foi péssima assim ele é.

É comum, em Mocambique, no processo de falar, escrever, pensar logicamente, a pessoa sempre receber críticas salvo raras e honrosas excepções ( e com a moda de abreviar com o X).

Não há incentivos sociais e políticos (concursos com premiações em televisões, escolas, bairros) para leitura, escrita e abstrações matemáticas, filosóficas.

Mesmo as s nossas elites, no geral, são uma tragédia politico-intelectual, só sabem exibir bens materials/ Mercedes e poder..

Vocês já ouviram/ leram que alguém da elite fez doação de livros a uma biblioteca? Já ouviram que jovens da elite ( os Florindos, Dygo boys, Namotos) juntaram dinheiro para construção de uma casa cultural, para crianças e jovens aprenderem artes, leitura escrita? Deixemos a elite, eu e tu já levamos nossos filhos ao Museu, bibliotecas, jardim infantil? Muitos de nós temos acesso ao jornal neste grupo mas quantos de nós lêem? Lembrei-me de Uma entrevista concedida pelo ex-Reitor da Universidade Politécnica Lourenço do Rosário, onde lamentava que a maioria dos estudantes termina o ensino superior sem nunca ter comprado ou lido um livro (inteiro) e eu acrescento : senão para fazer resumo de um trabalho de leitura.

Nao é casual, que nosso PR, se Vista de fatos luxuosos( mesmo sem saber falar a língua portuguesa ou expressar uma frase com um grau de maturidade político-intelectual.

O problema não é o nosso PR, é a estrutura na qual fomos socializados, onde os processos sociais não produzem cidadãos com uma consciência sã.

O Presidente da República tem problemas de cidadania básicos, pela forma como se expressa, é muitíssimo provável que na sua juventude e na vida adulta antes de ser inquilino da casa "mais cobiçada" pelos políticos não lesse jornais e livros que muito ajudam a desenvolver a fala e nas abstrações sociais e políticas.

Ilustres, não nos esqueçamos: as bases da criação da nossa elite são portuguesas e católicas. Portugal erradicou muito tarde o analfabetismo ( por isso tenho dito sempre que fomos colonizados pelos piores). O nosso catolicismo( em Moçambique) era rafeiro, se comparado as outras civilizações católicas que surgiram pela reforma da igreja, onde a igreja incentivava a leitura da Bíblia e da universalização da educação mas em Moçambique a igreja católica estava abraçada a PIDE.

GENERALIZANDO/ RESUMINDO: O PR é produto desse todo desmazelo social politico. A gravidade chegou a um ponto em que quem mais detém o poder político/ social/Administrativo são os mais defeituosos e grosseiros a exemplo de ( procurador de Inhambane, Nyusi, Issufo Momade) pessoas sem nenhuma virtude de cidadania e nem condições de ritualizar o Estado dentro da democracia.

Não vale a pena escarniçarmos o Presidente Nyusi, usemos o seu despreparo para irmos ao espelho social. Ele representa a média do nosso cidadão, pouco dado ao requinte social e político. A sofisticação é um produto longe de chegar a ele. Tenhamos piedade do nosso PR. Ele é um pouco ou muitíssimo de nós. A diferença é que ele está exposto, pelas atribuições presidenciais as quais não as exerce de modo republicano ou cosmopolita.

Irmãos, acalmem-se, o provinciano deixará a presidência em menos de 02 anos mesmo com a pretensão do 3° mandato saberiam apreciar uma obra de arte das tantas que lhe são oferecidas, revelando que está longe de aprender a FINEZA Urbana e cosmopolita.

Este texto escrevi inspirado pelo video do PR e da má interpretação do segundo video que ilustra 2 realidades por um ilustre deste grupo que se refugia falando em leis mal concebidas para algo que simboliza um grave atropelo aos direitos humanos conforme esgrimiu sábiamente e com diversos exemplos o ilustre _*Punduma*_.

É inadmissível a situação actual da cidade, uma cidade onde os passeios foram abocanhados pelas vendas informais, não é possível circular, andar na cidade, a cada milimitro, o cidadão é obrigado a ter que enfrentar bancas improvisadas no passeio, roupas da calamidade, carros mal estacionados, poços de água de esgotos a transbordar, águas negras que exalam mau cheiro. É impossível um cidadão normal não apanhar stress, parece que a edilidade é cúmplice deste cenário, e é preocupante a forma como se normalizou, tanto que há cobrança de senhas vem. Os cones são outra dor de cabeça, a cidade de Maputo se tornou a CIDADE DE CONES, hoje até já tem cones gigantes, cada vez mais espaço estão a ser comprados por proprietários de lojas escritórios, é estanho, é mais estranho ainda, quando temos um conselho municipal a privatizar um parque de estacionamento público a favor de uma entidade, e pior ainda quando se trata da baixa da cidade, onde já é difícil estacionar...