Vicentinos de Portugal

Comemoramos hoje, dia 27 de setembro, o dia litúrgico de São Vicente de Paulo, patrono da nossa Sociedade.
Dele herdamos as virtudes vicentinas da simplicidade, humildade, doçura, desinteresse e zelo que são os pilares onde assenta toda a nossa ação.
Dele herdamos a inquietação que nos leva ao encontro dos nossos irmãos que estão em situação de fragilidade, o irmão faminto, sedento, estrangeiro, despojado de suas vestes e de sua dignidade, doente e preso, vendo nele o Senhor Jesus.
Dele herdamos a inspiração para a prática da caridade cristã, a ser criativos diante dos desafios de hoje e do amanhã, pois, como dizia, ‘o amor é inventivo ao infinito’.
Chamado por muitos de místico de olhos abertos, S. Vicente de Paulo, um contemplativo na oração e na ação, intuiu que “Deus pede primeiro o coração e depois as obras” (SV X, 131).
São Vicente de Paulo rogai por nós!

Amanhã, 27 de setembro, a Família Vicentina celebra a Festa de São Vicente de Paulo. Fazemos o convite para nos reunirmos e festejarmos juntos a festa do nosso patrono.

Partilhamos o artigo do Pe. Bruno CM, "Discípulos Missionários".

Discípulos Missionários Que o exemplo do Papa Francisco nos inspire, pois, a ser «originais», a ousar trilhar novos caminhos e a sermos testemunhas comprometidas com Cristo, o «Enviado» do Pai!

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Para Diogo Brandão, em publicação de 1996, “Numa época como a que actualmente vivemos, em que tantas dúvidas e interrogações se formulam, tantos perigos se perfilam, tantos temores nos assaltam, tento cepticismo paira em torno de nós, saibamos colher o exemplo de Ozanam – na sua capacidade de sonho e no seu poder de realização, na sua utopia e esforço pragmático, na sua generosidade sem limites e no seu realismo terreno – saibamos colher a orientação e as energias necessárias para bem cumprirmos o nosso dever de católicos e de vicentinos.”

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Conforme Diogo Brandão, “Se ainda é necessário reconhecer “virtudes heroicas” em Ozanam, atente-se tão só ao desenrolar da sua vida, inteiramente consagrada ao serviço de Deus e do próximo. Mas prestemos atenção ao final da sua carta (publicação de 9 de setembro).
O cristão deve ser como o Samaritano do Evangelho relativamente à “humanidade dos nossos dias”, acometida por assaltantes que lhe arrebataram o tesouro da fé e do amor e a deixaram mal-ferida na margem do caminho. Para cumprirem a sua missão salvífica, deveriam os cristãos tornar-se “ardentes e fortes”.”

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Em continuidade ao texto publicado ontem, Diogo Brandão comenta que, “a breve existência de Ozanam já estava a ser, e viria a ser cada vez mais, caracterizada pela vivência profunda dos princípios e dos sentimentos enunciados. Uma vida preenchida e esgotada na afirmação pública da sua fé, na prática diária da caridade, na dedicação de todos os momentos ao estudo, ao trabalho, ao cuidados dos mais desfavorecidos – com sacrifico da sua precária saúde, do seu legítimo repouso, até da sua segurança pessoal (ameaçada, por exemplo, quando dos acontecimentos revolucionários de 1848).”

Encontro ontem, 8 de Setembro, com visita de Vicentinos de alguns Conselho Centrais do Centro e Sul do País na Casa Ozanam em Stª Maria da Feira.
Dia de convívio e oração pela Canonização de Frederico Ozanam e, em memória de alguns elementos que fizeram parte dos Órgãos Sociais que partiram para o Pai no decorrer deste ano, Teresa Seabra, Vasco Ferreira e Manuel Carvas Guedes.
Na Eucarístia celebrada pelo conselheiro espiritual da Direção Nacional, Pe. José Alves, CM, foram enumerados vários nomes de Vicentinos que o Senhor chamou para junto de si ao longo do ano. Damos graças pelo dom de cada um ao serviço dos mais fragilizados.
Que São Vicente de Paulo e Frederico Ozanam intercedam por nós.

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Neste dia litúrgico de Frederico Ozanam, salientamos, num texto mais longo e profético, pelas palavras de Diogo Brandão, "as suas profundas convicções cristãs, a sua concepção heroica da vida, a sua generosidade sem limites, a sua apurada sensibilidade social."
“Estudiosos compararam o estado dos escravos da antiguidade com a condição dos nossos operários e dos nossos proletários e consideraram estes últimos mais de lamentar, após dezoito séculos de cristianismo. Portanto para males iguais é preciso igual remédio. A terra arrefeceu, cabe-nos a nós, católicos, reanimar o calor vital que se extinguiu; cabe-nos recomeçar a grande obra de regeneração, mesmo que fosse necessário recomeçar também a era dos mártires, é dar a vida pelos seus irmãos, é dar a vida em sacrífico, quer o sacrifício seja consumado por um golpe como o holocausto ou se cumpra lentamente e se derrame noite e dia como os perfumes sobre o altar; ser mártir é dar ao céu tudo o que dele recebeu: o seu oiro, o seu sangue, a sua alma inteira. Esta oferenda está entre as nossas mãos; este sacrifício podemos fazê-lo; pertence-nos escolher a que altares queremos levá-lo, a que divindade iremos consagrar a nossa juventude e os tempos que se seguirão, em que templo nos encontraremos: ao pé do lado do Egoísmo, ou no santuário de Deus e da humanidade.”
Frederico Ozanam, 23 de fevereiro de 1835

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Há que fazer reviver o espírito de caridade dos primeiros séculos da Igreja. Mas existe uma dificuldade: “Não estamos nós, como os cristãos dos primeiros tempos, lançados no meio de uma civilização corrompida e de uma sociedade em desmoronamento? Não estamos como que relegados às catacumbas, na obscuridade e sob o desprezo dos que se creem grandes sábios?”
A análise que Ozanam faz da sociedade do seu tempo inspira-lhe um acentuado pessimismo, apenas mitigado pela esperança, que apesar de tudo deposita, na capacidade da Igreja de Cristo para desempenhar o seu papel salvador.

Amanhã, 8 de setembro, véspera do dia litúrgico de Frederico Ozanam, dezenas de vicentinos do Sul e Centro de Portugal rumam à Casa Ozanam em Santa Maria da Feira.
Será realizada a visita a esta obra especial num dia de convívio e oração em espírito de amizade que une os vicentinos de Portugal.
Pelas 14:30 celebraremos a Eucarístia pela canonização de Frederico Ozanam e em memória dos vicentinos que partiram para o Pai.
Que São Vicente de Paulo e Frederico Ozanam intercedam por nós.

Segundo palavras de Ozanam, a caridade não deve nunca olhar para detrás dela, mas sempre para a frente, porque o número dos seus benefícios passados é sempre muito pequeno, mas as misérias presentes e futuras que ela deve aliviar são infinitas.
Em relação à própria Igreja, faz notar que, sobrepujando a história das obras que cumpriu, o imenso fardo do futuro pesa sobre ela e preocupa-a por inteiro.

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Ozanam preocupa-se com o número excessivo de membros da conferência de Paris, sente que é chegada a altura de subdividir a conferência, pois esta não pode funcionar com mais de uma centena de confrades. E dois meses depois – ou seja, em Janeiro de 1835 – a conferência viria a ser efectivamente dividida em duas secções, com Bailly como presidente de ambas e Ozanam vice-presidente de uma.
Ao pugnar pela ampliação do campo de recrutamento para a conferência de caridade, ao insistir no desenvolvimento desta, Ozanam mostra-se possuído como que de um pressentimento, de uma visão profética do que viria a ser a Sociedade de São Vicente de Paulo, embrionariamente nascida da discretíssima reunião de 7 jovens pioneiros, realizada naquele fim de tarde do dia 23 de Abril de 1833. Esse circulo restrito está enfim ultrapassado e começam a lançar-se as bases para que a SSVP venha a tornar-se o movimento de apostolado dos leigos mais difundido por todo o mundo.

Dia 5 de Setembro, Dia Internacional da Caridade

As Nações Unidas celebram o Dia Internacional da Caridade - SSVP Global A Organização das Nações Unidas (ONU) designou o dia 5 de setembro como o DIA

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A carta de 4 de Novembro de 1834 dirigida a Leonce Curnier tem um objectivo bem transparente: valorizar a iniciativa de Curnier e desde logo motivá-lo mais profundamente para a acção a desenvolver: “no que vos diz respeito pareceis-me chamado a missão mais generosa…agireis diretamente para os pobres e não por vós; aliás formareis uma reunião permanente, e não sempre renovada como a nossa” (trata-se de uma óbvia referência à condição estudantil da maioria dos membros da conferência de Paris).
Eis aqui apresentada, com toda a clareza, uma questão fulcral acerca do sentido da acção vicentina, questão chegada até aos nossos dias e que ainda hoje dá lugar a alguma divisão de opiniões: a vertente “egoísta” e a vertente “altruísta” da nossa obra, o aperfeiçoamento espiritual do vicentino e da sua promoção humana junto da família que visita; o projecto individual do visitador e a dimensão social da sua actividade.
Não é esta a ocasião, naturalmente, para deslindar estas aparentes antinomias, por atraente que fosse analisar este tipo de problemas; para já o que interessa é sublinhar até que ponto Ozanam foi percursor, mesmo no suscitar de aspectos polémicos ligados à identidade da obra vicentina.

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O que nos diz Ozanam nestas cartas (2 e 3 de Novembrode 1834)? Diz-nos coisas bem importantes acerca do mundo que o rodeava, em especial acerca do movimento nascente das conferências vicentinas.
Tão importantes como isto: Em Nimes, “como em todas as cidades comerciais, a miséria dos artífices é extrema”. E é preciso fazer alguma coisa para que esta situação se modifique.
57 anos mais tarde, Leão XIII viria falar ao mundo cristão da “abundância da riqueza nas mãos de um pequeno número ao lado da indigência da multidão” e na “situação de infortúnio e de miséria imerecida” das classes desfavorecidas, em especial da classe operária. Fá-lo-ia nessa pedra angular da doutrina social da Igreja que foi a encíclica “Rerum Novarum”.
Doutrina de que Ozanam foi esclarecido e vigoroso percursor. Mas percursor que não se limitou a esboçar princípios e a enunciar aspirações, antes ofereceu o testemunho insubstituível de uma existência inteiramente consagrada à vivência da fé na prática da caridade.

O mês de setembro nos convida a refletir sobre o carisma vicentino, que tem como ponto de referência a busca constante de Deus nos pobres e a transformação da sociedade por meio da solidariedade e do serviço. As vidas dos santos e beatos que comemoramos neste mês nos inspiram a viver com um coração ardente de amor por Cristo e pelos mais necessitados, buscando ser verdadeiros discípulos de São Vicente de Paulo no mundo de hoje. A essência do modo de vida vicentino é ser um sinal vivo da caridade de Cristo, servindo aos pobres com alegria, esperança e humildade, sempre com os olhos fixos no céu.
Irmão Renato Lima de Oliveira
SSVP Comissário junto às Nações Unidas e Presidente Geral de 2016 a 2023.

September, vincentian month par excellence - SSVP Global September is a special month for the Vincentian Family, marked by various liturgical commemorations of

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Passando ao campo extra-vicentino, a carta a Pessonneaux de 2 de Novembro de 1834 revela algumas características já conhecidas da personalidade de Ozanam: o seu pendor literário, o seu sentido de humor, o mal-dizer de si próprio e da sua maneira de ser…
Devemos ver nestas expressões, sem dúvida, a manifestação de uma sensibilidade delicada; mas também a revelação de uma acentuada veia literária. De qualquer modo, nestes arroubos, Ozanam não se toma, nem pretende que o tomem, demasiado a sério.
É o grão de loucura da personalidade de um jovem de 21 anos, bem dotado e bem disposto, por vezes quase infantil, mas sensivelmente inclinado à literatura, à arte, à ciência e profundamente vocacionado para a acção social. Não disse alguém que, além dos sábios, são precisamente as crianças, os poetas e os loucos que estão mais perto da Verdade?
E é certo que este jovem entusiasta, romântico, ingénuo com originalidades que o singularizam – sabe como poucos pensar e agir seriamente.

A Família Vicentina faz hoje memória dos Beatos Presbiteros Vicentinos mártires da Revolução Francesa.
Pedimos a sua intercessão pela Família Vicentina e por todos quantos dão a vida em fidelidade à sua fé.

02 SETEMBRO
BEATOS LUÍS JOSÉ FRANCISCO, JOÃO HENRIQUE GRUYER, PEDRO RENATO ROGUE e NICOLAS COLIN
(Presbíteros vicentinos e mártires da Revolução Francesa)
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Hoje, 2 de setembro, a Família Vicentina faz memória dos Padres da Congregação da Missão martirizados durante a Revolução Francesa:

> LOUIS-JOSEPH FRANÇOIS nasceu em Busigny, a 03 de fevereiro de 1751, foi ordenado presbítero em 1773 e ocupou-se, sobretudo, da formação do clero no Seminário Maior de Troyes, depois em Paris, no Seminário São Firmino (antes, Colégio Bons-Enfants), do qual foi Superior. Aí foi massacrado no dia 03 de setembro de 1792, por ter recusado prestar juramento à Constituição Civil do Clero.

> JEAN-HENRI GRUYER nasceu em Dôle, a 13 de junho de 1734, foi ordenado presbítero em Saint-Claude e encarregou-se, sobretudo, do ministério paroquial. Foi igualmente executado no Seminário São Firmino a 03 de setembro de 1792.

> PIERRE-RENÉ ROGUE nasceu em Vannes, a 11 de junho de 1758, foi ordenado presbítero a 21 de setembro de 1782 e dedicou-se, ao mesmo tempo, à formação do Clero e ao ministério paroquial, apesar dos perigos decorrentes da Revolução Francesa. Foi executado em Vannes, a 03 de março de 1796.

> JEAN-CHARLES CARON nasceu a 31 de dezembro de 1730, em Auchel, e entrou na Congregação da Missão a 09 de outubro de 1750. Depois da sua ordenação, trabalhou na Paróquia de São Luís de Versailles. Em 1781, sendo pároco de Collégien, na diocese de Meaux, recusou-se a prestar o juramento e refugiou-se também em São Firmino, onde foi preso a 13 de agosto e massacrado como padre refratário a 3 de setembro de 1792.

> NICOLAS COLIN nasceu em Grenant, a 12 de dezembro de 1730, entrou na Congregação da Missão a 20 de maio de 1747 e foi ordenado presbítero em Paris, em 1755. Depois de ordenado, trabalhou na Paróquia de São Luís de Versailles e, a pedido de um Bispo, em Genevrières. Obrigado a deixar a sua paróquia por causa da perseguição gerada pela Revolução, refugiou-se no Seminário de São Firmino. A Comuna de Paris prendeu-o a 13 de agosto de 1792 e executou-o a 3 de setembro.
Louis-Joseph François, Jean-Henri Gruyer, Jean-Charles Caron e Nicolas Colin foram beatificados com os mártires da Revolução Francesa a 17 de outubro de 1926, por Pio XI. Pierre-René Rogue foi beatificado a 10 de maio de 1934.

PARA SABER MAIS:
https://famvin.org/es/2023/08/31/martires-de-la-congregacion-de-la-mision-en-la-revolucion-francesa/

Congregatio Missionis
Jubileum400CM

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Reorganização das estruturas; reconhecimento de novas necessidades; busca de novas formas de acção; introdução de inovações… Não é assim que dizemos hoje, quando nos debruçamos criticamente sobre o presente e o futuro da SSVP? Pois era assim que falava Ozanam, quando a Sociedade ainda dava os seus primeiros passos – o que ele já entendia carecerem de rectificação…. Principal artífice do nosso Movimento, Ozanam foi também o seu primeiro reformador!
Habituemo-nos, pois, a verem Ozanam não um “santinho” de estampa, não um palrador de frases feitas, não um distribuidor de pequenas esmolas e de sorrisos beatíficos, mas antes um jovem ardoroso e inconformado, um combatente indefetível, atento às realidades do seu tempo, simultaneamente idealista e realista, profundamente empenhado na luta contra os males e as misérias próprios do tempo em que viveu…

O período de “celebração” do Tempo da Criação começa em 1° de setembro, Festa da Criação, e termina em 4 de outubro, Festa de São Francisco de Assis, padroeiro da ecologia amado por muitas denominações cristãs. Este ano nos uniremos em torno do tema “Esperançar e agir com a Criação” e o símbolo “As primícias da esperança”, inspirado em Romanos 8:19-25.
Os Vicentinos sentem-se chamados por Deus à responsabilidade pelo cuidado da criação, pedimos coragem e força para a conversão ecológica que o mundo necessita.

Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação 2024 Vídeo da Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação 2024, que será celebrado em 1º de setembro com o tema “Espera e age ...

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O fundador da conferência de Nimes, Léonce Curnier, é um negociante “em contacto com a classe operária desta cidade”. Essa circunstância - sublinha Ozanam - permite-lhe verificar que “ali, como em todas as cidades comerciais, a miséria dos artífices é extrema”. É evidente que Ozanam vê na fundação da conferência um meio de exercício da ação social cristã. Essa concepção resulta de uma passagem da carta de 3 de Novembro de 1834 que é oportuno acentuar:
“Creio com efeito, que chegou o momento de alargar a esfera do bem e, se fosseis secundado por auxiliares melhores do que nós, penso que as obras que empreendestes, as vossas conferências, tomando novas formas, perante novas necessidades, poderíeis prestar à juventude grandes serviços. A reunião de caridade, tornada mais numerosa, poderia subdividir-se em secções. As conferências literárias, além da sua utilidade especial, poderiam servir de vestíbulo à reunião de caridade. Poderíamos agrupar-nos e estreitar cada vez mais”.

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A realçar o entusiasmo e esperança manifestados por Ozanam relativamente à iniciativa das conferências de caridade. Isso transparece, designadamente, do anuncio jubiloso da fundação da conferência de Nimes; do admitir a possibilidade de elaborar uma lista de “sócios correspondentes” da conferência de Paris; do envio do seu contributo pecuniário para a conferência, relativo aos dois meses de férias já passados; do cuidado de apresentar a Pessonneaux os amigos de Lião que vão para a capital encetar ou prosseguir os seus estudos; do desenvolvimento previsto para a obra das Conferências através de inovações diversas, especialmente a sua subdivisão em secções; da ideia de alimentar as conferências de caridade pelo recurso aos frequentadores das conferências literárias.
Tudo indícios de que Ozanam mergulhara a fundo na obra das conferências vicentinas, a que iria dedicar o melhor do seu esforço.

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Retirado dos comentários de Diogo Castelbranco de Paiva Brandão, no livro Cartas de Ozanam:
Entre os 20 anos de Ozanam e os 40 anos de Bailly há realmente a distância de uma geração. Bailly dá mostras de uma prudência que chega a raiar a indecisão; Ozanam quer andar para a frente, desenvolver rapidamente o trabalho das conferências, proceder às reformas que se impõem. Nesta breve referencia às “irresoluções” de Bailly poderá ver-se o reflexo de um relacionamento entre os dois principais fundadores das Conferências que não terá sido sempre inteiramente consonante. Sabe-se ser este um ponto que veio a dar lugar a alguma diversidade de opiniões no seio da SSVP, o que não deixou de se manifestar mesmo após a morte de Ozanam. De momento, porém, o que há a reter é que as diferenças de idade e de temperamento entre ambos de modo algum obstaram a que tenham estado cordial e eficazmente associados no feliz lançamento da obra vicentina.