Psicóloga Juliana Viard

Amar é mesmo uma complexa arte! Para desfrutarmos mais plenamente o amor, além de refinarmos o nosso discernimento (alinhando valores e escolhas), desenvolvermos assertividade (comunicando-nos de maneira clara e precisa) e trazermos quem somos à luz (conhecermo-nos mais profundamente), precisamos também aprender a ver a beleza.

É essa última habilidade que traz alegria e prazer ao relacionamento. Trata-se de lançar sobre si mesmo e sobre o outro um olhar enamorado, encantando-nos com aquilo que é belo e potente, energizando, assim, os próprios sonhos e os do (a) parceiro (a).

A psiquiatra Jean Shinoda Bolen chama tal atitude de Consciência de Afrodite, um tipo de atenção focada e ao mesmo tempo receptiva, análoga às luzes do teatro que iluminam o palco, ampliando o impacto da experiência sobre nós. Essa vibração que vem da plateia, por sua vez, inspira e motiva os atores.

Estamos aqui nos referindo a um campo de fascinação que amplia a experiência de ambas as partes, colaborando para que manifestem o seu melhor funcionamento.
Todo relacionamento longo passa por ciclos de vida-morte-vida. Há momentos em que a consciência de afrodite brilha e ilumina aos amantes, fazendo com que manifestem beleza e bem-estar. Há outros em que a escuridão parece se instalar. A banalidade do cotidiano e os atritos da relação embotam nossa visão, de modo que não mais vemos a graça do outro.

Se pudermos trazer de volta a amorosidade no olhar, relaxar na companhia do(a) companheiro (a) e reativar o prazer de estar juntos, o relacionamento pode ressurgir das cinzas, iluminando a vida de ambos. 💛🌻🌻💛

O autoconhecimento é o processo pelo qual se busca a resposta para a pergunta "Quem sou eu?". Qualquer resposta rápida e imediata a essa tão complexa pergunta é um auto-engano porque reflete o automatismo da nossa mente consciente e o processo de autoconhecimento é justamente trazer à consciência o que se encontra inconsciente. Para Jung, o inconsciente é o desconhecido psíquico, é a fonte a partir da qual tudo o que é consciente emerge. De acordo com Robert A. Johnson, a consciência pessoal é como uma ilha de corais que gradualmente surge do fundo do mar. O vasto oceano (o inconsciente coletivo) empresta sua própria matéria à formação da ilha, sendo que a parte submersa da mesma é o inconsciente pessoal e a parte flutuante é aquela que tem consciência de si mesma.
A tarefa da psique é buscar a totalidade, formar um self completo, pleno, consciente.
Com isso, ganha-se maior poder de gerenciar a própria vida, deixando-se de ser comandado por automatismos inconscientes. Ganha-se também maior integração entre afeto, pensamento, palavras e ações.
Autoconhecimento implica contato com o numinoso, que está em nosso próprio âmago. É ele quem traz luz ao que está nas sombras do inconsciente, onde se encontram os nossos maiores potenciais ainda não realizados. Olhar para o sombrio pode ser por vezes doloroso, mas é o que nos faz crescer porque quando a luz do self o encontra, pode acolhe-lo e então transmutá-lo, ampliando nossa plenitude.

Assertividade é uma habilidade social responsável pela capacidade do indivíduo de falar aberta e espontaneamente sobre os próprios sentimentos, de modo a proteger os próprios direitos ao mesmo tempo em que se preserva os direitos do outro.
O conceito surgiu na década de 40, com as pesquisas do psicólogo Andrew Salter, que se voltou para investigar porque tantas pessoas não falam claramente a respeito dos seus sentimentos, atribuindo tal comportamento passivo à uma origem fisiológica.
Posteriormente, na década de 60, Joseph Wolpe notou que a maior causa para a falta de assertividade era a ansiedade social, medo do julgamento, medo da exposição. Notou também que o medo de recair em determinadas situações aumentava as chances de fracasso, assim como o fracasso aumentava o medo. Assim, para o desenvolvimento da assertividade faz-se fundamental o aumento da autoconfiança, a despeito de quantos fracassos já se tenha vivido. Trata-se do desenvolvimento de um olhar compassivo para consigo mesma (o), que permite aprender com os erros sem se martirizar.

Lazarus identificou 4 hábitos de pessoas assertivas:
💡1) Habilidade para falar abertamente sobre os próprios desejos e necessidades.
💡2) Habilidade para falar não sem se sentir culpada
💡3) Habilidade para falar abertamente sobre os próprios sentimentos (tanto os positivos quanto os "negativos")
💡4) Habilidade para estabelecer contato, iniciar, manter e terminar uma conversa.

Na década de 70, em conexão com o movimento dos direitos civis, os estudos e práticas relacionados à assertividade se voltaram para a proteção dos direitos individuais.

Jakubowski, em cooperação com Lange, prepararam uma lista de de direitos assertivos básicos:

🎯1) Direito de agir de maneira que promova a própria dignidade e auto-respeito, desde que não viole o direito dos outros.
🎯2) Direito de ser tratada (o) com respeito.
🎯3) Direito de dizer não sem se sentir culpada(o).
🎯4) Direito de sentir e expressar os próprios sentimentos.
🎯5) Direito de tomar o próprio tempo para se acalmar e pensar.
🎯6) Direito de mudar de opinião
🎯7) Direito de pedir o que necessita
🎯8) Direito de fazer menos do que poderia fazer se desse o seu máximo.
🎯9) Direito de fazer perguntas e pedir opiniões para tomar as melhores decisões.
🎯10) Direito de cometer erros
🎯11) Direito de se sentir bem consigo mesma (o).

Você se autoriza os direitos acima? Está pronta (o) para começar a se autorizar e, assim, se tratar mais amorosamente? 🥰

Você sabe qual a sua maior necessidade no momento presente? O que te faria bem hoje? Você tem ao seu lado pessoas que colaboram com a concretização da vida que você quer viver e do legado que quer deixar?
Imergir no processo de autoconhecimento é também investir no refinamento do próprio discernimento.
A palavra discernimento vem do latim discernere (separar, distinguir) + o sufixo mentum (meio, instrumento). Discernimento signif**a, portanto, instrumento para distinguir. É, em outras palavras, a ferramenta para ver claramente quais são os nossos maiores valores e ideais, assim como para perceber a natureza de cada possibilidade com a qual nos deparamos na vida. Ao alinharmos valores e escolhas podemos viver de maneira cada vez mais signif**ativa.
Iniciamos separando o joio do trigo e depois passamos a exercer o discernimento nos detalhes do nosso cotidiano, como Psiquê que separa sementes por tipo. (Para ouvir a linda história de Eros e Psiquê, assista o vídeo "Como iluminar o seu relacionamento").
Iniciamos distinguimos entre o que queremos para nossa vida e o que os outros escolheram para nós, entre escolhas que nos trarão alegria e aquelas que provavelmente nos trarão sofrimento.
Aos poucos começamos a ter maior refinamento, aguçando nossa percepção e intuição para analisarmos as situações que vivemos, observarmos as possibilidades de caminho que se abrem a nossa frente e escolhermos a cada passo seguirmos no caminho do nosso coração.💝

Maternidade para mim é como a fábula "O velho, o menino e o b***o"

Em nossas andanças o que mais escutamos são opiniões, sugestões, quando não críticas.
Para vivermos a maternidade de forma consciente é vital que busquemos com sinceridade as orientações e respostas em nosso interior. Ao silenciarmos nossas mentes, as verdades de nossos corações se revelam. É a nossa parte sábia falando conosco. Ela nos diz de nossas necessidades e anseios, assim como das necessidades e anseios dos nossos filhos. A família é um sistema, onde a parte está no todo e o todo está na parte. A sabedoria que há em nós pode nos apontar o que traz saúde emocional para todo o sistema, assim o momento de priorizar cada parte dele.
Como fazer?
❤Busque um espaço com conforto e privacidade.
❤Feche os seus olhos, observe a sua respiração e veja como a sua mente vai aos poucos se aquietando
❤ Entre em contato com a sua parte sábia, observe como ela se manifesta para você (imagens, sensações, vozes internas...)
❤ Peça-lhe as orientações necessárias.

Lembremos: o poder mais verdadeiro e autêntico vem da alma 💝
Que tenhamos um lindo e empoderado dia das mães! 💛💎💪

Abaixo a fábula 😉

FÁBULA "O VELHO, O MENINO E O B***O"

Que nesse ano que se inicia revelemos nossa coragem para lidar com os desafios da vida. E que sempre que necessário possamos repousar no amor ❤

"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem.
O que Deus quer é ver a gente
aprendendo a ser capaz
de f**ar alegre a mais,
no meio da alegria,
e inda mais alegre
ainda no meio da tristeza!
A vida inventa!
A gente principia as coisas,
no não saber por que,
e desde aí perde o poder de continuação
porque a vida é mutirão de todos,
por todos remexida e temperada.
O mais importante e bonito, do mundo, é isto:
que as pessoas não estão sempre iguais,
ainda não foram terminadas,
mas que elas vão sempre mudando.
Afinam ou desafinam. Verdade maior.
Viver é muito perigoso; e não é não.
Nem sei explicar estas coisas.
Um sentir é o do sentente, mas outro é do sentidor."

A gente quer passar um rio a nado, e passa:
mas vai dar na outra banda é um ponto muito mais em baixo,
bem diverso do em que primeiro se pensou.
Viver nem não é muito perigoso?
Dói sempre na gente, alguma vez,
todo amor achável,
que algum dia se desprezou...
Qualquer amor já é um pouquinho de saúde,
um descanso na loucura."

Fragmentos do livro "Grande sertão Veredas"

Guimarães Rosa

E na próxima quinta iniciamos um novo Grupo de Crescimento! Linda oportunidade para fazer uma revisão geral da própria vida, conhecer pessoas que, assim como você, buscam o desenvolvimento pessoal e se fortalecer para trilhar o caminho do seu coração!

Mais um Grupo de Crescimento concluído com sensação de dever cumprido. Realizar um trabalho terapêutico tão profundo e fechar em tão alto astral muito nos alegra o coração! Vivenciando as emoções e saindo do outro lado, celebrando o crescimento! ❤

Contente com tantos aprendizados, transformações e amizades que a PNL me proporcionou! Agora é levar para os atendimentos e para a vida ❤🙌❤

E amanhã concluo mais uma capacitação! ❤ Formação fantástica em PNL na Sociedade Brasileira de PNL, com Gilberto Cury e equipe. Para os meus pacientes só o melhor! 💖

Palestra vivencial sobre Mindfulness. Grupo atento e super participativo! Uma alegria participar do Dia Internacional da Yoga no Jardim das Artes 💖

Em conexão com a energia do selvagem feminino, sigamos em frente! Rumo à expressão da versão mais poderosa de nós mesmas!

Atreve-te Se todos nós fizéssemos as coisas de que somos capazes, f**aríamos espantados conosco mesmos. (Thomas Edison)

Palestra ocorrida no dia 31/03/17. Uma alegria compartilhar informações e reflexões com uma turma tão repleta de atenção plena no ouvir e no compartilhar.

Palestra Gratuita - O que é Mindfulness?
31/03, das 10:00 às 11:50.

A prática de Mindfulness tem sido cada vez mais reconhecida e implementada por sua eficácia na diminuição do estresse, da ansiedade e da depressão, além de sua potência na promoção da resiliência e do bem-estar subjetivo.
Venha conhecer o que é o Mindfulness! Mais informações no evento :)

https://www.facebook.com/events/462664787398371/

Como lidar com emoções fortes?
O mestre em Atenção Plena, Thich Nhat Hanh, nos oferece 5 passos. Essas instruções são uma preciosidade!
Seguem abaixo:

1) Reconhecimento - se estamos zangados, dizemos "reconheço que a raiva está dentro de mim".
2) Aceitação - quando estamos zangados, não negamos a raiva. Aceitamos aquilo que está presente em nós.
3) Acolher - abraçamos a raiva como faz uma mãe com o filho que chora. Nossa atenção plena acolhe a emoção, e só isso já é capaz de acalmar a raiva e a nós mesmos.
4) Olhar em profundidade - quando nos acalmamos o suficiente, conseguimos observar profundamente para entender o que provocou a raiva, ou seja, o que está fazendo o bebê chorar.
5) Insight - o fruto do olhar profundo é a compreensão das causas e condições, tanto primárias quanto secundárias, que provocaram a raiva e fizeram nosso bebê chorar. Talvez ele esteja com fome. Talvez o alfinete da fralda o esteja machucando. Talvez nossa raiva tenha surgido quando um amigo nos falou em um tom ofensivo, mas de repente nos lembramos de que essa pessoa não está bem hoje porque seu pai está muito doente. Continuamos a refletir dessa forma até compreendermos a causa de nosso atual sofrimento. A compreensão nos dirá o que fazer ou não fazer para mudar a situação.

Thich Nhat Hanh

Sejam todos bem-vindos! A palestra teórico-vivencial é gratuita. É só fazer a inscrição. Estamos preparando com muito carinho. Temos certeza de que será bastante especial.

A mente inconsciente é muto mais esperta, sábia e ágil.
Sua mente inconsciente sabe o que é certo e o que é bom.
Quando você necessitar de proteção, ela o protegerá.
Milton Erickson

Interessante entrevista do psicólogo Daniel Gabarra sobre Brainspotting e EMDR, recursos com os quais trabalho. Cura efetiva do trauma 💛

Olhos podem 'acender' rede de memórias e curar traumas Técnica trata depressão, ansiedade, transtorno bipolar e até término de relacionamento

A vida se encarregará de te trazer dor. A sua responsabilidade é criar alegria. (Milton Erickson)

Morrer, viver, valorizar o essencial
Juliana Viard

Muitos já tiveram a experiência de lidar com o falecimento de um ente querido ou de um amigo, o que não signif**a necessariamente encarar a morte.
Perante um falecimento, é necessário atestado de óbito, vestimentas para o corpo já gélido, reserva de capela, de um horário e de pessoal para o sepultamento. Visto tudo isso, há os encontros com familiares, abraços chorosos, orações e conversas. Nestas, ocorre por vezes o reavivamento do passado, das lembranças, risadas, lágrimas vividos com nosso querido, bem como dos exemplos e afetos que esse pôde deixar. Há também os gestos de apoio e frases lacônicas: “Meus pêsames”, “Ele descansou”... O que f**a por debaixo dos panos, por debaixo daquilo que a linguagem pode representar é o contato com a morte... A morte que transcende o falecimento daquele corpo em particular. Trata-se do reavivamento de algo que f**a em último plano nas nossas consciências, soterrado por toneladas de distrações e cenários menos mórbidos e mais vibrantes.
O caixão descendo e sendo tapado por tão duras pedras, para depois sofrer a pressão de tanta terra, gramas e flores, com tantas despedidas... E todos os corpos daqueles que se despedem também estarão futuramente debaixo de toda aquela terra. A morte se apresenta e nos faz recordar que esse corpo nosso já está em processo de envelhecimento e degeneração, seja ele abatido, encurvado, xoxo ou repleto de sensualidade, brilho e vigor. Podemos nos dar conta de que é para a degeneração, morte e transformação que a matéria marcha, mas também que é nossa escolha o rumo que nossa alma tomará. O contato com a morte, tão dura quanto ela pode ser, traz (se estivermos atentos) mais vida à vida. Isso se pudermos despertar e perceber que o punhado de paz, sabedoria, equanimidade e alegria que nos refresca a alma é nosso verdadeiro bem.
Quando nos abrimos para a torrente de amor que está disponível a cada momento – na doçura de um olhar, na compaixão que brota com espontaneidade, no insight valoroso, na graça da vida – tornamo-nos bálsamos para nós mesmos, para aqueles que convivem conosco e para as gerações vindouras. Do contrário, quando nos fechamos à torrente de amor, tornamo-nos cada vez mais amargurados, gerando danos e ampliando o sofrimento daqueles que convivem conosco e das próximas gerações. Podemos ter um vislumbre dessa realidade quando vemos fotos dos nossos antepassados longínquos e não sabemos quem é quem, mas intuímos que eles estão em nós, talvez na gargalhada, em alguns trejeitos charmosos, talvez em nossas habilidades mais singulares ou na nossa desesperança, autocobrança excessiva e padrões arraigados.
Daí, podemos concluir que ser feliz não é apenas direito de todo ser humano. É também uma escolha e uma grande responsabilidade.

"A maior parte das pessoas anda pelo mundo num transe de desempoderamento. Nosso trabalho é transformar isso num transe de empoderamento."