Sobre Colos Vazios - Fernanda Maciel - Psicóloga CRP 33677/05

Vesti minha melhor roupa
Perfumei o corpo
Ajeitei o cabelo emaranhado
Aparei as unhas
Coloquei aquele colar que me deixava bonita
E vim me despedir de você novamente... Sim...
Faço isso sempre...

Eu nunca me senti preparada
eu nunca achei que um dia assim pudesse chegar
minha alma inteirinha está pra sempre rasgada
viver sem você
viver sem sonhar com você
viver sem sentir você mexer
não faz o menor sentido ainda para mim.

Mas hoje precisamos nos despedir novamente,
e sempre que for hoje,
vou estar com você em mim...
alguns lugares, alguns cheiros,
muitas músicas e muito do que tenho me tornado
sempre será você em mim.

Não superei, não segui a diante,
Não te deixei para trás,
somente hoje já consigo entender
que você não estará mais nos meus braços
mas será para sempre meu filho.

Fernanda Maciel 🦋
Psicóloga Clínica

Neste dia 15 de Outubro faremos um encontro em homenagem aos nossos bebês que partiram precocemente, com a participação de vários coletivos que trabalham em prol da humanização do luto gestacional, perinatal e neonatal.
Será a Onda de Luz (Wave of light), momento em que todas as famílias enlutadas do mundo acendem uma vela em homenagem aos seus bebês que morreram. O ritual é simbólico e pode ser feito de uma outra maneira, caso a sua crença não permita acender uma vela, saiba que existem outras formas de homenagear o seu filho/a e estar conosco!
Convidamos pais, mães, familiares enlutados, profissionais de saúde e quem mais tiver empatia com a causa para estarem conosco nessa singela homenagem.
O encontro será através da plataforma zoom, no link abaixo (para acessar basta baixar o programa no seu computador ou no seu celular, não precisa de inscrição prévia nem senha).
Um abraço e até lá!

Link no story!
https://us02web.zoom.us/j/87376378198

SOBRE GASTAR A DOR

A dor da perda de um filho vai tomando contorno a medida que se gasta a dor, se entrega, se vive, se chora...
E por um tempo essa dor é também sinal da presença desse filho.

Algumas vezes ir aos poucos podendo oscilar e orientar para a vida após a perda, vem com muita culpa. Porque então... se parar de doer meu bebê deixa de fato de existir.

É preciso cuidar, ouvir e falar: da dor e da culpa. Sustentar esse lugar. Com muita amorosidade.

Como é para você?
Faz sentido?

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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O LUTO REORGANIZA SUA AGENDA

Vi essa frase em um post esses dias. E de fato faz muito sentido.

Você vai ver que f**ar perto de alguns amigos vai se tornar insuportável e outros simplesmente não vão dar conta de f**ar por perto nesse momento.

Durante um tempo talvez seja até impossível voltar a se relacionar. Mas logo será fundamental ter com quem ir dividindo seu processo.

Pode ser que esse amigo(a) já esteja na sua lista ou que precise buscar alguém com quem possa falar. Não alguém que te entenda. Mas alguém com que você fale. Se sinta acolhida e possa assim ir entendendo melhor seus sentimentos.

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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LIDANDO COM OS SENTIMENTOS

A despedida de um filho nos põe em contato com intensidades e sentimentos dolorosos, desconhecidos e insistentes.

F**a difícil a princípio nomear, eles simplesmente te atravessam.

E é muito comum que você não consiga definir ou falar sobre eles.

Nessa fase, só procure um lugar em que você se sinta acolhida. Um lugar bem quente pra poder f**ar ali e ir aos poucos podendo respirar.

Não se cobre. Os nomes e caminhos vem aos poucos a medida que você se permite só sentir.

Consegue encontrar esse lugar de acolhimento?

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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O luto é um processo de adaptação e reconstrução da vida diante de um vínculo rompido com alguém que amamos.

Quando falamos de colo vazio esse processo seguirá acompanhando a vida a medida que ela se retoma porque esse filho sempre existirá.

Assim que tudo acontece há um momento agudo do luto, marcada por dor dilacerante, confusão, sensação de fim que acontece em uma dimensão física mesmo.

Com o tempo você vai precisar lidar com a ausência, com os planos interrompidos, com a saudade, com o fato do filho não estar mais presente. E seguirá a vida sempre precisando se adaptar a essa ausência presente do seu filho tão amado.

Esse processo é individual e se dá em tempo e intensidade muito particular. Mas assim como seu filho, o luto dele, também é para sempre.

Faz sentido para você?

Fernanda Maciel
Psicóloga
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O CAMINHO DO LUTO É SEMPRE POR DENTRO

Não há para onde seguir quando se perde algo tão precioso como um filho.

Por isso o único caminho possível será para dentro de si.

Fernanda Maciel
Psicóloga
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COMO ESCREVER PODE TE AJUDAR

No início não há nada que possa aplacar a dor da ausência. A sua certeza é que a única coisa que te faria sentir melhor seria que ele estivesse aqui.

Escrever para seu bebê pode ser uma forma de sentir a presença dele em sua vida. Além de ajudar a organizar as ideias e também entender os sentimentos.

Já fez? Conta como se sentiu...

Não fez ainda! Que tal experimentar. E se quiser compartilhar aqui terei o prazer de ler também!

Fernanda Maciel
Psicóloga
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COMO ESCREVER PODE TE AJUDAR

No início não há nada que possa aplacar a dor da ausência de seu bebê. A sua certeza é que a única coisa que te faria sentir melhor seria que ele estivesse aqui.

Escrever para seu bebê pode ser uma forma de sentir a presença dele em sua vida. Além de ajudar a organizar as ideias e também entender os sentimentos.

Já fez? Conta como se sentiu...

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Fernanda Maciel
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PAI DE ANJO É PAI PARA SEMPRE

Viver a paternidade de colo vazio é sustentar uma experiência negada por diversas vias.

O próprio pai se exime de viver o luto com um propósito de ser o suporte para a mãe.

A ideia de que o sentimento pelo filho só é vivido pelo pai após o nascimento ainda impera em nossa sociedade.

Pai de anjo desejo que você encontre espaço para afirmar a sua paternidade. Um pai de colo vazio que será pai para sempre.

Fernanda Machado Maciel
Psicóloga Clínica
CRP 33677/05

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UM FILHO É PARA SEMPRE

Toda sua saudade, toda pequena ou grande lembrança do que você viveu a espera ou no tempo que esteve com seu bebê é a marca desse amor tão imenso que vocês partilharam.

Por isso a perda doi tanto e o vazio insiste. A dor é o vazio são proporcionais ao amor.

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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É COMO SE FOSSE ONTEM MAS JÁ FAZ UM ANO QUE ELE SE FOI

Já ouvi essa frase algumas vezes.

Como já ouvi também...

"Está tão duro que sinto como se tivesse passado muito tempo e só faz um mês que meu bebê se foi."

O fato é que o tempo cronológico não fala da sua experiência do sentir ou de como você se sente e como se sentirá daqui a alguns dias.

Cobrar de si ou se agoniar com cobranças de outros pois você deveria estar de um jeito ou de outro porque já se passaram x tempos trás um peso que você não deve carregar.

Atualmente foi definido dos manuais de transtornos psiquiátricos que o Luto Prolongado com características principalmente de uma dor aguda, é definido a partir de um ano da perda do ente querido.

De qualquer forma se a questão do tempo te incomoda vale a pena consultar um profissional que te avalie e oriente no processo. Trazendo um outro olhar e entendimento pra seus sentimentos e sua vivência de forma única.

Faz sentido pra você?

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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NÃO CARREGUE MAIS PEDRAS

Além de lidar com o vazio e dor tremenda após a despedida do bebê, muitas vezes as mães enlutadas se cobram sobre terem que ser "melhores pessoas" após a despedida.

Calma!

Não há uma linha de chegada no processo de luto aonde você chega e aí então você se torna uma pessoa melhor. Ou encontra uma missão.

No fluxo da vida, no processo de luto, acontecem diversas transformações que podem te dar um sentido de que você tenha mudado e superado algumas coisas e até sentir que você agora dá conta de muitas coisas que antes não daria.

Mas antes de qualquer coisa respeite sua dor, sua perda de sentido, e a necessidade de acolher-se em sua dor nesse momento.

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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QUANDO A DOR NÃO ENCONTRA PALAVRAS

Muitas vezes recebo mães de colo vazio que não conseguem falar. Não encontrar palavras que traduzam os sentimentos ou a dor.

O trabalho de acompanhamento do luto é ir construindo junto com a pessoa enlutada essa narrativa.

Falar do seu bebê, falar sobre o momento de descoberta da gravidez, o instante da notícia da perda... ir narrando acompanhada por alguém que vai junto contigo, ao seu lado, dando apoio e costurando contigo as sílabas de cada sentido, pode ser muito importante.

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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QUANDO ME DESPEDI

Nem sempre a mãe ou a família consegue se despedir do bebê. Ver, f**ar com ele, ou algum outro ritual.

Isso acontece nos casos de abortamento mas também quando a mãe por falta de condições física ou emocional acaba não vivendo esse momento.

A ausência dessa despedida as vezes gera conflito e culpa.

Como foi para você? Compartilha comigo se sentir vontade.

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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FALE COMIGO SOBRE MEU BEBÊ

Muitas mães me trazem o estranhamento que sentem quando as pessoas evitam falar com elas sobre o seu bebê.

Como se fosse algo muito duro e difícil para ela. E o fato é que nem sempre é. Na maioria das vezes como qualquer mãe a mãe de colo vazio sente muita vontade de falar todo seu filho e a história de amor que viveram e ainda vivem.

Como é para você?
Você escolheu um nome pra seu filho? Compartilha comigo aqui.

Fernanda Maciel
Psicóloga
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QUANDO UMA CRIANÇA PERDE UM IRMÃOZINHO

Muitas vezes quando uma mãe perde um bebê também uma criança perde um irmãozinho.

Aconteceu por aí?
Como foi lidar com o mais velho?

Um dos pontos que gosto de trazer para pensar quando uma mãe me pede ajuda sobre como lidar com a criança é a importância de que ela seja incluída no processo.

Ela deve saber o que aconteceu, sobre os fatos verdadeiros, na medida do que é possível ela entender. Assim evitamos os pensamentos mágicos e fantasiosos e aproveitamos para ajudar a criança a construir um entendimento saudável sobre a morte.

Muito diálogo e acolhimento serão fundamentais nesse processo.

Comenta aqui se você conseguiu conversar com seu filho ou se ainda é difícil para você.

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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No Dia do Luto compartilho aqui essa reflexão sobre como a dor e a alegria são facetas que permeiam a vida.

Pensar então que esse dia nos fala de dor mas nos fala também do tamanho do amor que uma mãe enlutada compartilha com seu bebê.

Posted • “A dor é um aspecto inevitável da vida, e negar a dor é negar a própria vida. O que caracteriza a vida é um jogo constante entre a dor e a alegria, entre a vida e a morte. Tudo que nasce tem de morrer para que a vida continue. É porque sabemos que vamos morrer que temos urgência de viver. É porque sentimos dor que valorizamos tanto a alegria. Além do mais, não há ser humano que não tenha vivido a dor. E se houvesse, ele não saberia o que é alegria .” (Viviane Mosé) ❤️‍🩹❤️💔

O LUTO NÃO É UMA LINHA E SIM UM PÊNDULO

Vai
Vem
Volta
Avança
Ameniza
Aterroriza
Atenua
Aprofunda
Melhora
Piora
Suporta
Rasga
Convive
Surta

Vai sendo assim... O processo de luto não será um processo gradual de melhora. Será sim um processo de vai e vem de dias ou momentos orientados para restauração da vida e outros para o sentimento de dor da perda.

Nosso sinal de alerta é quando você ou só vive fixada na perda... ou só na restauração. Esse pode ser um sinal de que você precise de ajuda.

Como acontece com você?

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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CORAGEM PARA DEIXAR SENTIR UMA DOR JAMAIS IMAGINADA

Algumas pacientes me relatam que as pessoas repetem que ela precisa ser forte. E que ela mesma se cobra por não conseguir "reagir" mesmo com uma dor sufocando o peito. Um buraco, um vazio...

No processo terapêutico vamos fortalecendo a capacidade e coragem pra se entregar e viver esse desenrolar da dor que precisa encontrar seu lugar, seu espaço, seu caminho.

Ser forte é se permitir fraquejar... fragilizar...

Como é para você?
Falta coragem para...

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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Morre o bebê, nasce uma mãe enlutada!

A gente costuma dizer que nasce o bebê, nasce a mãe... bem... há muito hoje o que questinar também sobre essa frase.

Mas eu achei interessante trazer pra gente pensar a maternidade e o luto.

O fato é que a morte do bebê não vai definir a morte da mãe. Mas sim o nascimento de uma mãe enlutada.

Vai ser muito importante para você esse mergulho na experiência dessa vivência materna de colo vazio. E será uma construção a ser feita e refeita ao longo da sua vida.

Esse mergulho é tão dolorido pois ele é sempre proporcional ao amor.

Como está para você? Consegue se reconhecer mãe? Sente que se permite esse mergulho?

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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COLO VAZIO E CORAÇÃO CHEIO DE AMOR

Estou muito feliz em compartilhar aqui que farei parte dessa iniciativa tão especial.

Entre Nó(s) Mães de colo vazio

Histórias de amor que serão compartilhadas, por nossos filhos, pelas mães silenciadas, adoecidas, invisíveis.

Parabéns pela iniciativa:

A MATERNIDADE É PARA SEMPRE

Todo amor compartilhado, os sonhos, os momentos, os planos, a certeza de que você é capaz de mover o mundo pela sua cria...

Mãe é um estado irreversível, não existe (ex)mãe. Hoje eu sei que nada no mundo pode preencher esse vazio no seu colo. Mas sei também que você nunca experimentou amor maior.

Receba meu abraço e reconhecimento hoje e todos os dias!

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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Obrigada por compartilhar esse momento especial mamãe . Registro da querida

AS LEMBRANÇAS MAIS DOCES E DIFÍCEIS HABITAM MEUS DIAS

Os dias de uma mãe em luto são sempre cheios de lembranças. Hora uma música, um lugar, uma loja, um cheiro um som... fazem com que você reviva os sentimentos sobre seu bebê

Tudo bem! Isso vai acontecer muito, cercado por doçura e de dor também.

Aos poucos você vai aprender a lidar com os gatilhos e a ausência. Por hora, se cuide, tenha atenção aos momentos mais difíceis do dia, aos lugares, as experiências para poder de algum modo se poupar do que ainda é insuportável e confuso.

Faz sentido para você?

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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OLHAR PARA FRENTE É SE DAR CONTA DO VAZIO

F**amos um tempo em silêncio, eu e a paciente, uma mãe enlutada que perdeu seu bebê e não conseguiu descobrir a causa.

Pedi que ela me falasse sobre o que havia a frente quando estava a espera de seu bebê?

Ela falou dos planos com detalhes. Pedi que falasse sem pressa.

Então... paramos e ela olhou para frente.

Perguntei o que ela via agora.

Ela disse: Nada!

Pois é, eu disse. Nesse momento não há como seguir em frente. Vamos precisar reconstruir as possibilidades, os sonhos, os caminhos.

Faz sentido para você?

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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COMO UMA MÃE DE COLO VAZIO SENTE

Muitas mães precisam aprender a seguir a vida sem saber o motivo da perda.

Essa pergunta f**a ecoando no coração trazendo muita dor, incerteza e medo.

Como tem sido para você?

Fernanda Maciel
Psicóloga
CRP 33677/05

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