Claudia Bressler Advocacia

Advocacia especializada na assessoria educacional, empresarial, cível e direito digital.

02/07/2024

A loteria esportiva da nossa infância, que ap***s confirmava os resultados simples dos times de futebol, ganhou novos contornos no ambiente digital. A grande maioria dos times atualmente conta com patrocínios de empresas, que estimulam as apostas online, muito mais complexas em seus critérios e pontuação, sendo assunto corrente entre crianças e adolescentes.
Também há inúmeros influenciadores digitais que estimulam tais práticas em seus perfis acessados por crianças e adolescentes, fascinados pela possibilidade de dinheiro rápido e seduzidos pela fama dos que consideram ser os “vencedores”.
Os problemas desta prática já estão sendo percebidos, tanto no aspecto financeiro das famílias, como na saúde mental dos envolvidos, com indução precoce ao vício, gastos compulsivos e com notícias de suicídio de adolescente, motivado pelo desespero decorrente da perda de dinheiro de economias.
Existem denúncias junto ao Ministério Público, a crescente cobrança às plataformas que não se posicionam quanto aos abusos, comunicados de escolas às famílias e questionamentos dirigidos ao Poder Público quanto às medidas de regulamentação.
Tais medidas são essenciais, no entanto as famílias precisam assumir a sua tarefa de acompanhar os comportamentos online de crianças e adolescentes, além de fixar limites. Os limites passam também pela pergunta central que nos remete à origem das dificuldades: por que razão os jovens estão apostando?
Quais são as motivações de crianças e adolescentes que estão voltados à adrenalina de quem “tudo ganha ou tudo perde”, destacando os apostadores sempre perdem, porque mesmo quem ganha, perde tudo.
Quando são perguntados sobre os motivos que os levam a apostar, crianças e adolescentes não têm respostas conscientes. Percebe-se que estão seguindo o comportamento dos demais.
Crianças e adolescentes são vulneráveis no ambiente digital, embora possam demonstrar versatilidade no uso dos equipamentos eletrônicos. A educação digital é de extrema importância, envolvendo famílias, escolas, crianças e adolescentes, lembrando que a compulsão pode resultar em inúmeros prejuízos individuais e para o convívio social.

22/05/2024

Em qualquer ambiente de convívio, se percebe que existe uma dificuldade real em estabelecer vínculos, muito em razão do excesso e da disponibilidade das interações digitais.
Quando um bebê está inquieto, é cada vez mais comum perceber que os adultos não fazem uso da sua voz, do seu abraço, do seu tempo para tranquilizar a criança. A ferramenta comum é o celular ou o tablet, que contém um jogo ou um desenho que parece ter o mágico poder de “acalmar”.
Se uma criança interrompe, pedindo por atenção ou companhia, também é cena frequente o celular alcançado para anestesiar o comportamento inconveniente, que mergulha nas interações digitais.
Estratégias que supostamente acalmam, potencializam a ansiedade, porque a “solução para o problema é imediata”. Não se aprende a esperar, a consertar, a negociar. É preciso lembrar que a resolução das dificuldades da vida demora...
A constatação de que estamos diante de uma geração angustiada tem sido a conclusão de diversos estudos, que apontam impactos na vida social e prejuízos cognitivos.
Paradoxalmente, pais estão extremamente superprotetores quanto às experiências sensoriais e de convívio, enquanto negligenciam a supervisão no ambiente digital. Uma mordida na escola infantil ou algum desentendimento entre crianças é polêmica certa em grupos de mães. Mas o ciberbullying praticado nas redes sociais dos jovens não chega ao conhecimento dos adultos.
Por outro lado, tem crescido o número de casos em que há automutilação, suicídio e assédio praticado pelo ambiente digital, que não tem sido devidamente acompanhado pelas famílias. A Fiocruz alerta para o crescimento dos casos de suicídio em 6% ao ano, entre os anos de 2011 e 2022, considerando a faixa etária dos 10 aos 24 anos, enquanto os casos de autolesão aumentaram em 29% ao ano, observando-se a mesma faixa etária.
Aumento ao ano!
Esses dados alarmantes não podem ser negligenciados e sinalizam que o fenômeno não tem sido enfrentado de forma eficiente, com repercussões jurídicas nas famílias e nas escolas. Existem soluções fáceis de listar, mas muito difíceis de serem colocadas em prática. A pergunta que f**a é: quem assumirá esse protagonismo?

07/05/2024

Ao escrever sobre assédio, uma mulher precisa refletir muito e escolher cuidadosamente as palavras, ainda mais quando se dirige ao ambiente corporativo.
Precisa lembrar que teve oportunidades que foram além daquelas que estavam disponíveis para as mulheres que lhe antecederam: acesso à formação superior, ao mercado de trabalho, à independência e às escolhas sobre a maternidade.
As empresas têm adotado discursos internos e externos sobre a valorização da mulher, marketing sobre a presença feminina, políticas para a agenda ESG, capacitação para evitar o assédio, além de adotar discurso sobre os cuidados com piadas dirigidas às mulheres.
No entanto, em muitos ambientes, tal discurso permanece no papel.
Não está internalizado na cultura masculina e práticas se repetem, somente com uma roupagem mais discreta. Os mesmos executivos que discursam sobre cultura ética nas corporações, negam o pacto estabelecido com suas esposas ou companheiras, vangloriando-se do poder que exercem sobre suas subordinadas.
Parece cenário antigo, mas ele se mostra muito atual, tornando-se complexo pela existência de múltiplos canais digitais que se somam à convivência.
Interessante que para regular e evitar “problemas” relacionados ao assédio, são publicadas leis que determinam a prevenção. Empresas precisam capacitar profissionais, de todos os níveis hierárquicos, sobre temas relacionados à violência, assédio e diversidade no âmbito do trabalho.
A lei parece tentar trazer uma solução para uma conduta ética que não foi devidamente assimilada no processo educativo. Mas será que existe lei que possa resolver quando a conduta não tem escrúpulos? Será que a lei apaga mensagens sugestivas que foram escritas?
Em grupos masculinos, a cultura do objeto, do enfeite e da fragilidade ainda está presente, assim como no comportamento feminino que, mesmo se posicionando de modo assertivo e independente, encontra resistências quando seu intuito é ap***s demonstrar o seu valor profissional. (Continua)

01/03/2024

Ainda de ontem! F**a o convite para quem não conseguiu assistir e tem interesse no assunto! Famílias e redes sociais: um tema permanente.
https://www.youtube.com/live/-tcCjmRwMLI?si=_pNpwMDdo-G_wWub

28/02/2024

Convite para tratar de um assunto importante e urgente!

16/02/2024

O discurso da inovação tem transitado por todos os ambientes de convívio social e está se estabelecendo como uma exigência para empresas, para instituições de ensino, professores e estudantes.
A ideia de inovação tem sido introjetada como uma demanda exclusivamente tecnológica e, por vezes, distante da realidade imediata do jovem, como se ele precisasse percorrer uma jornada que está muito além das suas fronteiras ou da sua comunidade.
Os adultos (empresários, gestores, professores e demais representantes de organizações), da mesma forma, têm sido provocados sobre a importância de inovar, no entanto precisam identif**ar (na sua realidade) qual a inovação possível e disponível.
Surgem, então, inúmeras propostas legislativas, buscando regular a aplicação da inteligência artificial, a análise de perfis por algoritmos, estabelecer padrões e gerir a economia dos dados. Mundo novo e desafiador onde parece morar toda a inovação. Quem não compreender esse universo, corre o risco de perder a onda do momento, é o que anunciam os arautos do futuro.
Há de se alertar para a sedução dos algoritmos, com seus cálculos e padrões, que podem trazer mais limites que a alegada liberdade prometida pela inteligência artificial. Já estão sendo percebidas algumas dificuldades que vêm da limitação da máquina e seus padrões. Quem já não ouviu a expressão: “o sistema não permite”?
Falar em inovação, em inteligência artificial e o poder dos algoritmos remete à importância de formarmos lideranças jovens capazes de compreender, refletir e agir na comunidade. O processo excessivo de simplif**ação pode não inovar os processos a ponto de tornar o mundo um lugar melhor para viver.
Para tanto, entende-se a importância de criar espaços de aproximação entre estudantes, professores, empresas e demais organizações sociais. Encontros em que seja promovido o diálogo, a reflexão sobre as ações necessárias, que podem ser empreendidas junto da comunidade, com ações simples e efetivas. E que possamos assimilar a inovação que reside na arte, na criatividade e na coragem de aprender com os antigos.

16/01/2024

Lei criminaliza o bullying e aumenta punição de crimes contra crianças
A norma cria a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

O presidente Lula sancionou a lei 14.811/24, que torna hediondos os crimes cometidos contra menores de idade, tipif**a o bullying e o cyberbullying com p***s de até quatro anos e multa e aumenta a condenação para homicídio registrado em estabelecimentos de ensino.

A norma cria a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O texto estabelece protocolos a serem seguidos por instituições de ensino para prevenir e combater a violência escolar.

05/01/2024

Estamos em tempo de férias escolares. Tempo de descanso, mas também de reflexão e planejamento. Se há alguns anos o recesso no espaço físico representava a ausência de contato entre alunos, professores e demais integrantes da comunidade escolar, a partir das relações digitais e redes sociais, pode se dar a permanência nas relações entre professores e alunos, muitos menores de 18 anos.
Essa continuidade alerta para a necessidade de serem colocadas em perspectiva algumas questões jurídicas muito importantes, pois existe uma cadeia de contratos a serem respeitados.
Professores têm contrato com a instituição de ensino. Trata-se de contrato de trabalho que traz desdobramentos para outros documentos normativos, como o Códigos de Ética e de Conduta e termos relacionados à LGPD.
Os alunos e suas famílias têm contrato com a instituição de ensino. Sua relação jurídica se estabelece com fundamento na legislação educacional, no Código de Defesa do Consumidor e na LGPD, além de outras normas derivadas.
Não existe contrato direto entre famílias e professores das instituições de ensino. Existe um elo entre todos que é institucional, registrando-se que é essa instituição que deve afirmar como se dão as relações entre as partes. Não houvesse a instituição, não existiria vínculo entre professores e alunos.
Essa afirmação traz consequências importantes, também para o uso das redes sociais: sempre será preciso respeitar o contrato, sob pena de trazer uma complexidade adicional para os desdobramentos que podem vir da interação de professores e alunos.
As instituições de ensino devem ter normas claras sobre o modo como deve se dar a interação de professores, alunos e famílias. Recomenda-se que enfrentem o tema, dialogando com a comunidade escolar sobre o modo sadio de comunicar-se em todos os espaços, assim como orientar para as consequências de eventual não observância de suas diretrizes.
Por fim, há de se lembrar que a LGPD trata de forma direta e específ**a sobre os dados de crianças e adolescentes. Por mais que estejam expostos nas redes, cabe aos adultos entenderem os limites e orientá-los para o uso responsável. De preferência, pelo exemplo.

23/12/2023

Boas festas a todos! ✨

29/11/2023

A liderança em tempos de viralização

Existe uma crise evidente na percepção sobre a liderança e a autoridade nos tempos atuais. A nossa história recente traz dificuldade para a construção da ideia de poder, pelos questionamentos acerca da ditadura e do autoritarismo que, à toda evidência, não são expressões da verdadeira autoridade.
A autoridade é o exercício do poder dentro de virtudes éticas, fundadas na preocupação pelo bem comum, pelo respeito do outro, pela coragem de fazer as perguntas necessárias e buscar o melhor caminho para a coletividade, implicando pessoalmente quem se propõe a liderar.
É por acreditar na importância do líder, que a civilização estabeleceu métodos de escolha, o que parte das instituições estudantis (grêmios e diretórios acadêmicos), para as demais organizações, sejam com fins lucrativos ou não. O direito estrutura a forma de exercício deste poder, definindo limites e direitos para a atuação das assembleias, diretorias ou demais órgãos que integram a empresa, a organização e a política.
O respeito das instituições está, em grande parte, ligada ao modo adequado de exercer essa liderança, observando os limites fixados pelas normas que regulam, mas, em boa medida, pelos atributos das pessoas escolhidas para ocuparem tal espaço.
Tem circulado o discurso de que as instituições estão em crise. Qual seria o motivo?
Obviamente não há somente uma razão. No entanto, é possível perceber que falta o preparo para o exercício do poder de modo ético, o que precisa voltar para a pauta de escolas, entidades e empresas.
Em tempos digitais, o líder tem sido aquele que viraliza nas redes, impacta em seus discursos, faz uso de técnicas para chamar a atenção, por vezes construindo polêmicas que o mantenham em evidência.
Essas não são atribuições do verdadeiro líder.
O exercício da autoridade passa pela construção de valores que devem ser forjados, na formação de crianças e jovens, além de serem confirmados na idade adulta pelo exemplo, por meio de ações concretas.
Como nossa escola ou entidade tem enfrentado o tema?
Reproduzindo a lógica da viralização inconsciente ou debatendo sobre o papel de um verdadeiro líder?

22/11/2023

Qual é o mercado de trabalho que aguarda pelos adolescentes?

Tecnológico? Humanizado? Diverso?

A percepção é de que, apesar do grande esforço dos pais para que os adolescentes estejam preparados para os desafios do mundo do trabalho, o jovem tem demonstrado grande de dificuldade de ser integrado nas organizações. Adolescentes estão sendo preparados para o "mundo", todavia têm demonstrado extremas limitações para administrar a rotina em sua própria casa ou na escola.

Os questionamentos são muitos, pois eles estão mais fluentes nas línguas estrangeiras, mais atentos à agilidade da comunicação no ambiente digital e têm acesso a todo o conhecimento disponível, a um simples comando ao smartphone. Currículos interessantes têm encontrado dificuldades de afirmação na prática profissional.

Os jovens estão com altas expectativas: desejam carreira de rápida ascensão, reconhecimento, trabalho flexível e ambiente acolhedor, como se continuassem a receber o apoio dos pais e da escola. Diante das primeiras frustrações com relação a essa expectativa, recusam a continuidade dos contratos ou são dispensados pelas organizações.

Qual seria a razão para tal realidade?

Alguns indicam que seria efeito da Pandemia, que privou muitos jovens da oportunidade de conviver com os seus pares e aprender em ambientes coletivos. No entanto essa condição já se percebia antes do advento da Pandemia. Dificuldade em lidar com as normas dos ambientes coletivos, com os conflitos interpessoais e com o recurso financeiro aquém do esperado são desafios que esperam a todos no ambiente profissional.

A responsabilidade de preparar o jovem para essa realidade é de quem?
Família? Escola? Empresas?

O futuro do trabalho não está limitado ao desenvolvimento da inteligência artificial. Queremos contar com jovens que reúnam outras habilidades, preparados para os desafios da vida adulta e do mercado de trabalho.

07/11/2023

Nos últimos dias, nos deparamos com a imensa repercussão de notícias sobre o uso de inteligência artificial para a manipulação de fotos de meninas, por colegas que têm de 13 a 15 anos, em uma escola de elite do Rio de Janeiro. O uso da IA se dá a partir da análise de fotos das meninas em comparação a outras imagens disponíveis nas redes, para a "materialização" daquela que seria a suposta nudez de cada uma das colegas.
São várias as questões que ligam o sinal de alerta a partir dessa notícia:
1) a disponibilização de aplicativo com tais recursos, sem que haja necessidade de identif**ação ou limite de idade;
2) o potencial nocivo para a existência de tal aplicação, se utilizado para prejudicar os demais; e
3) a indiferença dos meninos envolvidos na ação, manifestando que, por sua condição econômica, não serão punidos por seus atos.
Embora a legislação que protege a infância e a adolescência estabeleça penalidades mais brandas no âmbito penal, há que se destacar que os pais respondem pela reparação dos danos materiais e morais decorrentes de atos dos seus filhos.
Mas, para além da possível indenização, o que precisa ser destacado entre os adultos é o fenômeno denominado "parentalidade distraída", que reside na total ausência de participação, debate ou supervisão da vida digital dos filhos.
Estamos diante do abandono digital, em que os responsáveis não sabem o que seus filhos veem, aprendem ou fazem em plataformas como o "X" (Twitter), TikTok ou Discord, usadas para chantagem, formação de grupos de ódio e outros atos perversos. Os adultos estão distraídos em suas bolhas e têm deixado de acompanhar a rotina dos filhos.
Quando indagados, os adolescentes minimizam a sua conduta. Por sua vez, os adultos não questionam sobre a linha tênue entre a zoação e a lesão.
Esse afastamento tem trazido consequências graves na formação do caráter de crianças e adolescentes, na saúde mental e na compreensão sobre a importância do respeito pelo outro. É urgente a nossa reação, com projetos de educação para a civilidade e para a cidadania básica.
Compreender que não se pode fazer mal para o outro deve ser a nossa prioridade.

31/10/2023

💭🤨

20/10/2023

O imaginário clássico sobre a formação dos contratos passa pela reunião de duas ou mais pessoas (físicas ou jurídicas), em que são respeitadas as etapas de negociações preliminares, promessa e aceitação dos termos. Nesse modelo de contratação, existe amplo espaço de liberdade para desistir ou modif**ar contratos de longa duração.
O exercício desse contrato tradicional ainda é muito identif**ado na nossa rotina, em todos os acordos simples que realizamos: eu empresto um livro e você devolve, nós vamos a um evento e dividimos as despesas, eu combino que vou dar uma palestra em tal dia e horário (e cumpro).
A sociedade de relações massif**adas, em que não conseguimos mais negociar individualmente nossos acordos, trouxe a realidade dos contratos de adesão, em que escolas, planos de saúde, consórcios e outras empresas nos apresentam contrato redigido unilateralmente, com cláusulas rigidamente predispostas.
Embora seja comum nas relações de consumo, existem muitas tratativas empresariais que são regidas por contratos de adesão, como contratos de distribuição, de fornecimento e prestação de serviços. Há um mínimo de liberdade para o contratante, que escolhe (ou não) se vincular àquela estrutura apresentada.
O contrato eletrônico não é um novo meio de contratação: ele representa um outro jeito de formalizar as obrigações. Em regra, o contrato eletrônico é um contrato de adesão, com o uso do meio eletrônico para se concretizar, o que se verif**a, por exemplo, nos termos de uso das plataformas ou sites.
Os riscos existentes nessa forma de contratar estão relacionados à possibilidade de alteração dos termos contratados e essa tem sido a preocupação dos operadores do Direito, atentos à desmaterialização dos contratos eletrônicos.
Nesse cenário, há de se adotar cuidados preventivos.
Considerando que podem existir alterações em documentos digitais, a preocupação jurídica deve estar voltada, tanto para a revisão criteriosa das condições estabelecidas, como na prevenção quanto à segurança dos meios utilizados (e sua confiabilidade).
Há de se ter presente que os contratos eletrônicos podem causar danos às partes, o que depõe contra a segurança jurídica que pretendem oferecer.

15/10/2023

Se há alguma resistência possível para repensarmos o modo como vivemos e como queremos viver, ela passa pela pergunta amorosa do professor.
Professor que tem entusiasmo pelo que ensina, pela reflexão que provoca e pelo ser humano que está diante dele.
Devemos temer aquele que tem certezas.
Que saibamos viver intensamente as perguntas e a riqueza dos caminhos que elas mostram.
Que sejamos gratos aos professores que nos deram a sua mão e despertaram a curiosidade pelo novo.
Parabéns a todos os que ensinam! ❤️

10/10/2023

É muito triste, mas estamos diante de mais um conflito no Oriente Médio, em que vidas humanas pagam o preço das lutas pelo poder e dificuldades históricas entre os povos. A guerra é fisicamente distante da nossa realidade, mas a solidariedade e a empatia não têm fronteiras, de modo que estamos comovidos com o sofrimento humano.
Mas as redes sociais transformam cada momento, cada fato histórico em um movimento polarizado, repleto de "especialistas", prontos para declarar o lado que "está com a razão".
Interessante lembrar que, ao tempo da nossa formação escolar, nas avaliações aplicadas, os professores pediam a fundamentação do nosso argumento a partir do contexto social, econômico, político, geográfico, entre tantas outras variáveis. A riqueza desse pedido justamente estava no exercício necessário para integrar as diversas possibilidades de enfrentamento da questão.
Obviamente, as respostas não eram iguais. Cada um respondia a partir das leituras que havia feito, da construção do seu vocabulário, dando ênfase a um ou outro aspecto. Não existia "certo ou errado", "bom ou mau", "sucesso ou fracasso", de modo absoluto.
Narrativas que se prendem nos aspectos polarizados são próprias da era das tecnologias digitais, em que a programação estabelecida pelo algoritmo leva as discussões aos extremos, justamente porque empobrece o longo debate que existe entre o "certo e o errado".
Nesse caminho – encurtado pelo maniqueísmo – perdemos todas as variáveis, que jamais são simples. Isso vale para todas as opiniões que estão registradas nas redes sociais e fóruns de discussão.
Hoje é um conflito no Oriente Médio, mas vale para toda e qualquer situação que mobilize a opinião das pessoas, sendo que o debate acalorado serve ap***s para potencializar os ganhos das plataformas. Elas obtêm resultados econômicos da nossa incapacidade de perceber que somos menos protagonistas que gostaríamos de ser.
Que a nossa repulsa a qualquer forma de agressão seja sempre pautada no valor de preservação da vida e da dignidade humana.
Liberdade de expressão signif**a, antes de tudo, compreender que o outro merece respeito e que as redes não dão destaque às pessoas ponderadas.

03/10/2023

Os tempos atuais têm sido pródigos em novos conceitos e formas de perceber as relações humanas. Em minhas reflexões sobre o ambiente digital e seu impacto nas nossas vidas, tenho me deparado com inúmeros textos, artigos e teses que tratam da utilidade de determinados processos e das pessoas.
A utilidade de processos objetivos ou de determinadas coisas é fácil de entender e explicar. Mas o que tem impressionado é a percepção de que as relações humanas estão se transformando em relações de utilidade.
Signif**a dizer que, se alguém é útil para alguma necessidade ou interesse meu, eu me aproximo. A partir da perda do interesse e da ausência de utilidade, eu me afasto.
Em última análise, entende-se que o afeto está se transformando em coisa útil, o que é muito preocupante.
Na análise do artigo 1º da Constituição Federal, percebemos que as premissas estabelecidas estão fundadas em elementos que não podem ser considerados ap***s na sua utilidade:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, (...), constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Cada um dos fundamentos permite ampla análise e discussão, mas, para o que se pretende nesse curto texto, destaca-se a presença tão somente de valores, não de coisas úteis.
É óbvio que a vida humana depende de elementos úteis (alimento, saneamento, moradia - ap***s para citar alguns), contudo o essencial e que dá sentido à vida humana está relacionado ao simbólico que construímos.
Em outras palavras, as coisas mais importantes da vida não são úteis: o abraço, o beijo, o modo de olhar, o aperto de mãos, o pertencimento do sujeito...
O Direito confere lugar para os valores construídos, como se confirma no texto constitucional, todavia precisamos f**ar atentos, pois a transformação pela qual a sociedade tem passado, leva à conclusão que estamos buscando ap***s signif**ado nas relações úteis.
Esse movimento é muito perigoso e precisamos f**ar atentos, pois, ao transformar pessoas em coisas, estamos no afastando da essência coletiva que nos constitui.

27/09/2023

Não é de hoje que se discute a mudança brutal de hábitos e valores experimentados a partir da virada do milênio, intensif**ada pela integração de dispositivos digitais nas rotinas de famílias, escolas, empresas e demais organizações sociais.
Há que se ter cuidado para não parecer nostálgico ou retrógado ao tecer considerações sobre a realidade da infância e da adolescência, contudo não se pode ignorar a crescente perda de referências, fruto do excesso de telas, da quantidade de informações disponíveis e da ausência de rotina.
Quando indagados sobre a sua expectativa para o futuro, no que diz respeito aos seus sonhos, o que esperam alcançar, é comum ouvir de crianças e adolescentes: "eu quero ser rico, quero ganhar dinheiro".
Simples assim.
Por essa razão, viralizam ações em redes como TikTok ou YouTube, em que crianças e adolescentes se submetem a desafios, exposição e à caracterização de personagens, na expectativa de ganhar dinheiro. Recentemente se debate o fenômeno das lives e vídeos NPCs (non playable character), em que jovens se submetem a situações vexatórias e recebem pagamentos.
Também se verif**am os perfis sensualizados na rede social OnlyFans ou plataformas similares, em que homens e mulheres realizam performances exclusivas e recebem pagamento em contrapartida, sem que necessariamente tal prática seja o seu projeto ou propósito profissional.
Não podemos ignorar esse fenômeno, em que o importante é “ganhar dinheiro, estar em evidência”. Esse é o valor que tem circulado como verdade entre grupos de crianças e jovens, com enorme custo emocional.
Não surpreende que adolescentes se mobilizem por fenômenos da moda.
O que preocupa é a omissão dos adultos que f**am horrorizados quando se deparam quando existe alguma denúncia de corrupção ou violação de normas de conduta (jurídicas ou éticas), mas silenciam completamente diante da finalidade única que está em “ganhar dinheiro”.
Quando aceitamos que somente importa o dinheiro que se recebe, deixamos de ensinar o mais importante, que é o equilíbrio ético e digno entre as pessoas.
A reação dos adultos é urgente. E começa por não colocar preço em coisas que o dinheiro não deveria comprar.

21/09/2023

Tenho estado reflexiva sobre a beleza. Beleza que sempre foi um atributo valorizado em todos os tempos.
Os padrões de beleza se alteram conforme a época ou a cultura de determinado povo.
A beleza atrai olhares, desconserta, traz poder e, talvez por isso, seja um ideal buscado por todos.
Sempre acreditei que belo é o conjunto, que só o contorno externo é pouco. Pessoas são bonitas pelo modo que olham, pelo tom de voz, pelo conteúdo das palavras, pelo abraço que acolhe, pela preocupação genuína com o semelhante, pelo modo amoroso que se relacionam com os outros.
É muito pouco ser “só bonito”.
Mas, em tempos digitais, em que nos relacionamos pela tela, a beleza que contempla “o todo” não tem estado em evidência. Somente chama a atenção aquela que é possível transformar em imagem.
Imagem e consumo.
Consumo e vazio.
Vazio e pobreza.
Pobreza de alma.
Que possamos buscar e encontrar a beleza que preenche o todo, aquela que a gente sente, mesmo de olhos fechados.

06/09/2023

🤔💭

31/08/2023

Você acredita em milagres?
Eu acredito.
Mas não daquele jeito infantil de acreditar e que prolifera nos mais diversos espaços digitais, afirmando que "basta uma solução mágica, para que tudo se resolva".
Quantas vezes você já se deparou com um coach, que aponta soluções simples para problemas complexos?
Profissionais das mais diversas áreas estão cedendo aos encantos de oferecer respostas rápidas, verdades absolutas, caminhos curtos e certeiros.
Nas demandas jurídicas somos confrontados com questionamentos gerados a partir de reels de outros profissionais, cards com um "passo a passo" e vídeos no TikTok. Espaços de comunicação que não são capazes de apontar todos os detalhes que envolvem a aplicação do Direito e suas variáveis.
A frustração é inevitável, porque não existe aquela "mão poderosa e milagrosa" que muda uma situação difícil de uma hora para a outra.
Essa é uma verdade em muitas das questões relacionadas ao Direito de Família, por exemplo, quando se espera que o advogado e o juiz "consigam resolver" em pouco tempo, práticas que se consolidaram na dinâmica familiar. Condutas que há pouco tempo eram toleradas e assimiladas não se modif**am com uma decisão judicial.
O Judiciário é fundamental para a proteção de direitos e equilíbrio nas relações. Muitas decisões podem apresentar problemas de interpretação desta realidade, o que ocorre pela impossibilidade de serem apresentadas todas as provas necessárias. Existe a verdade da vida e a verdade dos documentos, que nem sempre caminham juntas.
É evidente que situações graves precisam ser protegidas, no entanto existem questões que estão relacionadas à rotina, à proteção dos filhos que precisam ser colocadas em perspectiva, buscando alternativas para o diálogo respeitoso e a busca do consenso.
Nem sempre é fácil. Muitas vezes, não é.
Mas acreditar que a decisão judicial será a resposta para todos os problemas ou que existe um "passo a passo" que simplif**a a complexidade da vida, revela uma forma infantil de olhar para a situação. Milagre não é mágica. Ele se constrói, dia após dia, nos acordos que fazemos, nos aprendizados da convivência, na vontade de cuidar de si e do outro.

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