Maysa Marques - Psicologia e Psicanálise

continuamos esperando que crianças sejam mini adultos quando nem nós mesmos sabemos o que é ser adulto no sentido de termos garantia sobre o sucesso das nossas escolhas

📍análise individual e de casais
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tentamos fugir da repetição mas é justamente a repetição que nos atualiza. dos pequenos traumas cotidianos, das grandes marés emocionais que precisamos atravessar e mergulhar. somos discos riscados, sempre contando a mesma história de formas diferentes. ainda que tentemos limpar, arrumar, consertar esse disco, o disco é o mesmo. porque o sintoma sempre será o mesmo. até que ponto tentar ouvir um disco riscado vale a pena? talvez seja mais fácil de lidar com esse disco se sabemos que naquela parte daquela música o disco vai falhar. vai travar, mas vai tentar reproduzir o som. somos discos riscados tentando ainda sim viver e atualizar nossas histórias, afinal a parte riscada é só uma parte da obra.

e você não solta da sua mão, viu? 🤝

e essa também é responsabilidade de um(a) analista.

(oi, voltei)

🎨 Elisa Riemer - Angela Davis

vamos? 🌻
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Como ser amado pelo outro se se abafa o amor próprio para caber no que se supõe ser o amor do outro? 🫣

Através dela que temos energia, disposição para sustentar o real dessa vida. É ela quem possibilita o desejo existir, não romantizo a pulsão de morte nem a poesia da melancolia. Existe alguma via dentro de nós que permite que a saúde mental prevaleça na maioria dos nossos dias.

👉 Agenda aberta para atendimentos e supervisões on-line. Informações via direct.

Maysa Marques - Psicologia e Psicanálise updated their business hours.

“A prática do amor é o antídoto mais poderoso contra as políticas de dominação.”

Obrigada e descanse em paz ❤️

Esse é um post “quem sou eu”.

Durante esses anos de clínica nunca me senti a vontade para me envolver pessoalmente no meu trabalho como analista, até então.

Mas nos últimos tempos, pós tantos giros na minha vida pessoal, essa rigidez se quebrou dentro de mim (lembro muito bem de levar pra análise um sonho onde eu passava em um exame médico e o diagnóstico era que “meus ossos eram duros demais e quanto mais duros, mais fácil quebrariam”). E fui sendo mais “eu” nessa minha profissão.

Hoje vim exclusivamente falar de mim. “Ah, mas vou me encher de rótulos”, “ah, mas e a transferência do paciente?”, “ah, mas e se o paciente souber isso ou aquilo sobre mim? O que vai acontecer?”. Precisei experienciar. E nessa experiência entendi que tudo isso fortalece vínculos, fortalece transferência. Que tudo bem não existir “só sujeito” dentro de uma análise, que às vezes vai existir Maysa e paciente na análise. Que ótimo.

Devo confessar que a maternidade fortaleceu meus músculos e amoleceu meu coração, e eu uso meu coração nessa profissão que já me perguntei infinitas vezes desde que comecei a estudar “será que é isso mesmo?” e não cheguei em resposta alguma, só fiz a manutenção de um desejo pela psicanálise que não morre, mas às vezes dorme. Ah, a maternidade! É por causa dela que essa foto aí foi tirada em um carro. “Poderia ser uma foto que passasse a imagem de uma profissional qualificada, séria”, poderia. Mas não deu tempo, eu estava trabalhando ou estudando, ou maternando meu Raul, ou cuidando da minha casa, da minha vida, do meu relacionamento, ou fazendo nada (como é precioso esse tempo), ou tirando um cochilo (vale ouro na maternidade), ou dando uma voltinha por aí (eu amo bater uma perna), ou curtindo meus bichos (moro com dois cachorrões e um gato), ou qualquer coisa nova que me demando - sou uma pessoa de alta agitação mental e ao mesmo tempo as pessoas me consideram alguém “tranquila”.

Acredito que o ser humano sempre pode encontrar uma sacralidade dentro de si, e tô sempre tentando encontrar o sagrado dentro de mim. Existem pedras preciosas dentro de cada um.

Sigo caminhando, aprendendo, ouvindo e agora, falando também.

Maysa

Clarice traduzindo o trabalho de uma análise: fortalecer o abdômen.

Será que pós pandemia estamos nos re-afetando? 💭

Me pergunto se o que vínhamos criando até então socialmente/culturalmente de que o que é bonito é ser sozinho (como uma ideia-desejo-discurso comprado de 100% de independência que não é do ser humano visto que somos seres sociais e coletivos) tem se desintegrando nesse momento pós pandemia onde, querendo ou não, fomos influenciados a refletir sobre a importância dos afetos e até mesmo do tato nas relações. É fato que esse momento realoca os afetos.

Essa imagem (não achei a autora) foi muito compartilhada nas redes sociais na última semana: estamos nos “amolecendo”?

“hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”
— (não foi Che Guevara quem citou)

Existimos também a partir do ambiente, relações e objetos que cativamos. Há muito sobre nós onde escolhemos depositar nossos afetos.

A comédia é uma vertente do drama. São nos nossos palcos pessoais que as relações são constituídas, e o amor é a comédia.

A análise tem como objetivo levar a tragédia pessoal do analisando a uma comédia - uma das maiores armas do ser humano é poder rir de si mesmo.

Existimos também a partir do ambiente, relações e objetivos que cativamos. Há muito sobre nós onde escolhemos depositar nossos afetos.

Será que pós pandemia estamos nos re-afetando? 💭

Me pergunto se o que vínhamos criando até então socialmente/culturalmente de que o que é bonito é ser sozinho (como uma ideia-desejo-discurso comprado de 100% de independência que não é do ser humano visto que somos seres sociais e coletivos) tem se desintegrando nesse momento pós pandemia onde, querendo ou não, fomos influenciados a refletir sobre a importância dos afetos e até mesmo do tato nas relações.

Essa imagem (não achei a autora) foi muito compartilhada nas redes sociais na última semana: estamos nos “amolecendo”?

“hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”
— (não foi Che Guevara quem citou)

“Imagino a tempo todo, sempre tem uma outra cena, que é a fantasia, de qualquer coisa que eu esteja fazendo.”
— M.R. Khel

💫 Não há vida sem a fantasia, não há sustento de realidade sem a fantasia. Excesso de fantasia é não sustentação da realidade. Só é possível sustentar o real fantasiando.

Lunático aquele que se ilude contando para si mesmo que é realista.

Dentro da teoria Winnicottiana, entendemos que o ambiente é essencial na formação do bebê - visto que é um ser ainda totalmente dependente do outro.

Um ambiente (e entendemos por “mãe” as figuras de cuidado essencial a sobrevivência daquele bebê) que nunca falha no desenvolvimento da criança dá pouca margem para a criança falhar. Ou seja: descobrir por si só que é um ser a parte do ambiente, da mãe; que tem autonomia, que pode errar e acertar, ir e vir.

Assim como um ambiente excessivamente “falhante” deixa de oferecer a criança cuidados e bases sólidos na formação daquele ego-corpo.

Tanto a falta quanto o excesso de cuidados e afeto nos primeiros anos da criança são prejudiciais.

Cada vez mais frequentemente ouvimos falar sobre os “millenials” (geração entre 18 e 35 anos) - adultos-crianças que não dão um passo relevante em direção ao amadurecimento, autonomia, independência.

É claro que na clínica escutamos o reflexo social dessa geração, também. O que será que houve? Excesso de cuidado? Superproteção?

Pais que faltam muito quando se guiam por esse excesso. Frustrações e medos depositados em filhos. A não elaboração de seus traumas (todos temos) refletidos nas neuroses de separação de seus filhos. Cria-se uma geração insegura, infantilizada, pobre subjetivamente e extremamente fragilizada quando o real (a realidade!) bate na porta.

̧aanalise

Que Deus perdoe essas pessoas ruins...

“Projeção”, segundo Freud, é um mecanismo de defesa do ego onde o sujeito, para se defender do seu próprio sintoma, o projeta no outro. O faz de espelho.
Então as ações, atitudes, palavras do outro parecem insuportáveis, condenáveis, bizarras. “Como fulana pode ser tão cruel, maldosa, Kobra?”... Nós raramente conseguimos enxergar aquilo que não existe dentro de nós mesmos. “Estou chocada, passada!”, uhum.
Vamos cancelar alguém porque cancela alguém. Vamos condenar alguém porque condena alguém. Fulano não está sofrendo, tem pai rico, fulano está morto, credo. Onde já se viu psicóloga assim? Psicóloga deveria ser uma pessoa boa. Ué, feminista brigando com mulher? Já sei! Vamos fazer um meme! Nós sabemos o que é certo. Isso não é dor ou defesa, é ruindade. Nós votamos e fazemos vaquinha para eleger os novos milionários do Brasil porque nós sim entendemos o que ele passou. Eu chorei.

Que Deus perdoe essas pessoas ruins...

E o silêncio? 💭

̧aanalise ̧aterapia

A solidão é fera
A solidão devora
É amiga das horas
Prima, irmã do tempo
E faz nossos relógios caminharem lentos
Causando um descompasso no meu coração
*
A solidão dos astros
A solidão da lua
A solidão da noite
A solidão da rua
*
A. Valença

Alceu e o peso insustentável da leveza do TEMPO ⏱

̧a ̧aanalise