Paula Rodrigues - Psicomotricista Infantil

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14/07/2024

Não acredito em processos terapêuticos nos quais os planos são olhados e postos em ação sem qualquer flexibilidade. Os planos são, sem dúvida alguma, um guia orientador de grande relevância para o percurso vivido em conjunto com a criança, mas devem ter sempre subjacente a noção de que as necessidades flutuam e a adaptação pode ser necessária.
Por isso mesmo, as sessões destas últimas semanas têm sido diferentes do registo habitual para algumas das crianças que acompanho.

Falo-vos de casos que vão passar por processos de transição, seja de ciclo, ou de contexto escolar, e em que é importante para as crianças existir um processo de antecipação sobre esta (grande) mudança que se aproxima. Aqui, entra a relação terapêutica que temos bem estabelecida e que permite que este trabalho, que pode ser um potenciador de (ainda maior) ansiedade, aconteça num espaço afetivo seguro e contentor.

Dizer também que este processo não é igual para todos. Os conhecimentos sobre Neurodiversidade têm que entrar em jogo, de forma a que o que aqui é feito esteja de acordo com as necessidades de cada um e para que a autonomia, a autodeterminação e a autoadvocacia não sejam esquecidas.

Experimentamos as disciplinas e encontramos formas de a criança comunicar o que sente sobre cada uma delas; pensamos sobre (novos) espaços que poderão ser tranquilizadores em momentos caóticos; representamos visualmente as mudanças horárias que vão acontecer; criamos recursos concretos que possam ajudar a criança nos desafios, amenizar exigências que possa sentir e facilitar a compreensão por parte do outro; visitamos os locais, tornando-os reais, com o tempo e a tranquilidade realmente necessários - e a mão dada acaba sempre por surgir aqui, de forma muito natural e dando o sinal de “estamos juntos”. Tudo isto, sempre com a criança, as suas necessidades e interesses, pensamentos e opiniões, a orientar.

No final, este grande passo que se aproxima, já não parece assim tão assustador 🫱🏼‍🫲🏾💛

03/07/2024

Nas últimas semanas houve a necessidade de fazer uma pausa nos objetivos terapêuticos já definidos de alguns meninos para os poder apoiar na transição escolar - farei um post especif**amente sobre isto em breve.

Acredito que as mudanças letivas sejam motivo de ansiedade para (quase) todas as famílias, mas quando falamos de crianças neurodivergentes e, em particular, daquelas cuja imprevisibilidade é um desafio (que são a maioria, na verdade), esta fase tem uma conotação distinta.

Assim sendo, e tal como o ano passado, trago-vos algumas sugestões de como fazer esta antecipação através de uma prática neuroafirmativa:
⭐️ Preparar a transição com antecedência para que possa existir uma assimilação progressiva e uma maior previsibilidade associada;
⭐️ Utilizar pistas visuais no apoio a esta antecipação, uma vez que conseguem providenciar informação mais concreta e possivelmente mais fácil de reter;
⭐️ Visitar o (novo) espaço escolar antes do início do ano letivo;
⭐️ Ver fotografias do novo educador/professor(es), colegas e outros adultos relevantes (e.g.: do/a funcionário/a que se encontra no portão);
⭐️ Ver fotografias do espaço escolar: refeitório, ginásio, salas, pormenores importantes das salas, wc...;
⭐️ Realizar com a criança o novo percurso escola-casa;
⭐️ Se existir algum vídeo de apresentação da escola, vê-lo com a criança (f**a aqui uma ideia para as escolas implementarem na receção aos seus alunos!);
⭐️ Ao iniciar a escola, se possível, fazer adaptações crescentes no horário de permanência;
⭐️ Procurar que a criança tenha um papel ativo e envolvido no processo, o que inclui encontrar formas de expressar o que sente face à situação;
⭐️ Reunir previamente com a equipa educativa e transmitir todas as informações relevantes sobre a criança;
⭐️ Tendo em conta que se trata de uma fase mais exigente, poderá fazer sentido procurar remover outras exigências não relevantes;
⭐️ Ter presente que pode ser necessário adaptar as acomodações da criança;
⭐️ Compreender que as capacidades da criança podem flutuar;
⭐️ Repetir as dinâmicas de antecipação, pois a repetição irá ajudar a criança a melhor integrar o que vai acontecer.

Ajudou?
Se achou estas ideias interessantes, partilhe com mais famílias 😊

28/06/2024

Acompanho um menino 🧒🏻 em terapia que, muito recentemente, começou a olhar com frequência para a palma da sua mão. Num tempo variado e com aparente curiosidade (para os olhos que a procuram).

Começaram a surgir comentários por parte dos seus pares. A verdade é que o ser humano parece ter uma tendência natural em de alguma forma estranhar aquilo que não lhe é familiar. Questionar até, muitas vezes com camadas de crítica, aquilo que os outros fazem de diferente de si próprio.
No caso das crianças, é de facto algo que sentem como diferente e que não compreendem (ainda) muito bem - e está tudo certo com isso. Os pensamentos sobre saem cá para fora através de palavras, mas também de ações, e é aqui que é tão importante a atuação de um adulto com uma postura compreensiva e inclusiva.

Posto isto, introduzi um “exercício” com elas, em que lhes peço para olharem para a palma da própria mão e dizerem o que vêem. Partilhar se existe algo que lhes desperta a curiosidade.
As crianças falaram sobre os pormenores das linhas e de como elas são diferentes de pessoa para pessoa. Falaram dos feixes de luz que aparecem entre os dedos se direcionarmos a mão para a janela ou candeeiro. Falaram sobre as sombras que conseguimos criar e também sobre a estrutura dos dedos: os tamanhos e o quanto é possível ou não aproxima-los, como pode parecer que até encaixam uns nos outros.

Criou-se uma curiosidade partilhada. O 🧒🏻 é agora mais compreendido pelo outro e a imagem que este outro criou de si transformou-se. Foi também desenvolvido um momento em que as crianças olharam para si próprias e perceberam que nas diferenças existem também igualdades.

Muitas das crianças que acompanho ouvem que não se conseguem colocar no lugar dos outros (será mesmo assim?), mas a verdade é que são poucos os que se disponibilizam a colocar no lugar delas. A ver com os seus olhos. Compreender com o seu pensamento. Atuar como atuam.

As pessoas pedem-lhes, o que não lhes dão.
Será isso justo?

06/06/2024

🌈 “LIVRO” DIGITAL SOBRE NEURODIVERSIDADE PARA CRIANÇAS 🧒🏻👧🏽

Já aqui comentei diversas vezes o quanto acho que a Neurodiversidade deveria ser um tema a abordar como outro qualquer. Afinal de contas, falamos de uma diversidade que é natural ao ser humano, que faz parte de nós.
Também acredito que deve ser tema independentemente de existir uma criança neurodivergente na turma. A probabilidade de nos cruzarmos com pessoas ND ao longo da nossa vida é gigante. Se podemos criar desde cedo um caminho de respeito e compreensão porque não fazê-lo?

No entanto, em Portugal temos uma grande lacuna: não existem livros infantis sobre Neurodiversidade em português. Temos sim livros sobre populações específ**as, frequentemente as mesmas (o que até me faz pensar na falta de representatividade), ou livros sobre desafios particulares. Faltam livros que expliquem este conceito às crianças e que incluam uma grande variedade de populações e as suas vivências.

Nesse sentido, criei uma espécie de “livro” a que chamei de “Juntos somos uma Super Equipa” e que pretende precisamente colmatar este vazio. Pode ser utilizado na sua versão digital, ou impresso. Em grupo, ou individualmente.

No "Juntos somos uma Super Equipa" vais encontrar:
⭐️ Uma explicação simples sobre o cérebro, com exemplos concretos da sua atuação no dia a dia;
⭐️ Outras formas de diversidade, mais concretas/percetíveis para a criança e que fazem a ponte para a diversidade neurológica;
⭐️ Vários exemplos concretos desta diversidade: no brincar, comunicação, aprendizagem e processamento sensorial.
⭐️ Salientar que não existem formas de funcionamento melhores que outras e que, todas juntas, conseguem formar uma equipa.
⭐️ Exemplos de acomodações, estratégias, "novas lentes" importantes para que as crianças se sintam fortes e seguras. Alguns destes exemplos aplicam-se até a criança neurotípicas, com o intuito de facilitar a identif**ação com a criança neurodivergente;
⭐️ Pequeno exercício final facilmente adaptável.

Este recurso é gratuito e está disponível aqui: https://mailchi.mp/f34add0aeb5f/conteudos

Photos from Paula Rodrigues - Psicomotricista Infantil's post 03/06/2024

📖 BIBLIOTECA INFANTIL DA NEURODIVERSIDADE: AUTISMO ✨

Voltamos à rubrica que pretende analisar livros infantis sobre Neurodiversidade. A partir de agora, vai passar a acontecer de maneira a ser possível trazer cada livro de forma individual. Assim, poderei também partilhar alguns registos que permitam perceber o conteúdo.

Sobre o livro “O Leo e o Polvo” 🐙:
👉🏼 Para crianças que tenham um interesse signif**ativo por animais marinhos este livro pode ser particularmente apelativo, uma vez que a sua história acontece à volta de uma amizade com um polvo, trazendo até diversas curiosidades sobre este animal;
👉🏼 Aborda necessidades sensoriais;
👉🏼 Explica alguns dos desafios sentidos pela própria criança e estes podem ser facilmente generalizados para o seu dia a dia;
👉🏼 Fala-nos sobre a importância de os interesses específicos serem valorizados e como eles podem ser um ponto de partida para a conexão com o outro e desenvolvimento de relações.

❗️Nota 1: o termo “síndrome de Asperger” encontra-se desatualizado e tem uma história negativa associada, pelo que pode fazer sentido a sua não utilização.
❗️Nota 2: Na capa e contracapa deste livro existe a referência ao Autismo, pelo que é necessária atenção se for utilizado com crianças que não tenham conhecimento do seu diagnóstico.

Que tal, já conhecias “O Leo e o Polvo”? O que sentes quanto a ele?

02/06/2024

Focamo-nos muito na fala, naquilo que é expresso através da oralidade.
Esquecemo-nos que o corpo é, em si, uma fonte muito rica de conhecimento sobre a criança. Ele carrega consigo as suas vivências e transmite-nos mensagens através de tensões, gestos, movimentos, posturas, ações.

Na Terapia Psicomotora é para isto que direcionamos o nosso olhar e pensar. Não precisamos que as crianças falem, para as ouvirmos. Precisamos sim de dois corpos (criança e terapeuta) que se sintonizam e relacionam. 💛

31/05/2024

Se o meu filho faz ainda mais tiques quando lhe digo para parar, como é que não é uma provocação? 💭

Tendencialmente, se um comportamento se intensif**a quando pedimos à criança que o interrompa, acreditamos que ele tem algum quê de provocação.
No caso da Touretre, esta intensif**ação acontece porque a esfera emocional entra em jogo, sendo esta a que tem uma das maiores influências na expressão dos tiques.

Assim sendo, quando o adulto adota estes mecanismos como forma de os cessar, está na verdade a criar caminho para que os tiques se intensifiquem. Além disso, criam-se também as vivências para que a criança comece a desenvolver formas de camuflagem - tema que falarei posteriormente.

Muitas vezes, isto não é intuitivo para o adulto e está tudo bem com isso. O importante é estar disponível para aprender e procurar aplicar estas novas noções na relação com a criança, de forma a que ela possa viver a sua neurodivergência de forma (mais) tranquila.

28/05/2024

O Paradigma da Neurodiversidade trouxe consigo uma visão respeitadora, afirmativa e tão necessária sobre a diversidade neurológia humana.

Neste curso online e assíncrono, vamos mergulhar em conjunto neste paradigma transformador de crenças, conceitos, atitudes e práticas. Constituído por 8 módulos e cerca de 15 horas de conteúdos, desde aulas, recursos complementares, artigos e sugestões de vídeos, onde imperam as vozes das pessoas neurodivergentes.

Podes conhecê-lo melhor e proceder à tua inscrição, aqui: https://mailchi.mp/ee050d8e7246/zdtdqfx7ga

27/05/2024

A Tourette é uma neurodivergência cuja característica principal é a presença de tiques motores e, pelo menos, um tique vocal.

Ao ser uma neurodivergência, signif**a que estamos perante uma criança com um funcionamento neurológico 🧠 com características próprias que se refletem especif**amente na forma do seu corpo atuar (e não só).
Assim sendo, não podemos afirmar que os tiques têm uma motivação intrínseca subjacente. Uma “vontade”. Eles são, na verdade, involuntários.

É compreensível o quão desafiantes eles podem ser para os adultos em redor, principalmente quando falamos de tiques mais chamativos e da presença em espaços públicos, mas...

… Se eles são desafiantes para ti, imagina como será para a criança que os faz? 💭
A criança que vê as atenções centradas em si. Que recebe comentários negativos. Que é castigada, julgada.

É então de grande importância que o adulto evite atitudes que possam fazer com que a criança se sinta culpada (por algo que ela nem controla).

23/05/2024

É difícil viver num mundo onde a nossa forma de pensar, sentir, brincar, atuar é vista como errada.

É difícil viver num mundo onde, direta ou indiretamente, nos é dito e mostrado que não é propriamente bom sermos como somos. Não estamos bem. Precisamos de correção. Uma transformação para algo que nos é impossível de atingir, ou que, para o fazermos, teremos inevitavelmente que esconder ou tentar eliminar partes de nós. Da nossa essência.

Com o tempo, começam a desenvolver-se máscaras que nos distorcem passo a passo, mas que deixam os outros mais confortáveis na nossa presença. Parece até que assim nos aceitam melhor. Ja não ouvimos tantos gritos, não f**amos tantas vezes de castigo, não nos dizem tantas palavras que nos fazem perceber que não somos suficientes. E isso, por si só, passa-nos a mensagem de que este é o caminho para termos mais paz neste mundo exigente e com expectativas irrealistas.

Mas se do lado de fora existe mais tranquilidade, do lado de dentro existe um conflito que se forma e ganha vida. Um conflito capaz de nos acompanhar durante muito tempo e que nos deixa num terreno deixo de dúvidas.

Como seria se o mundo assumisse que ser diferente signif**a apenas que existem diferentes formas de estar certo?

- Uma carta da infância neurodivergente

Vamos fazer com que se escrevam cartas distintas desta? 💛

Photos from Paula Rodrigues - Psicomotricista Infantil's post 17/05/2024

A verdade é que não é por um livro infantil abordar a Neurodiversidade, que isso signif**a que o seu conteúdo é aquele que poderá melhor explicar a (natural) diversidade neurológica e transmitir uma mensagem de aceitação e respeito para com esta.

Assim sendo, tive a ideia 💡 de trazer uma rubrica onde faço uma pequena análise de livros que conheço.
O objetivo não é dar a minha opinião, mas sim partilhar conteúdos específicos de cada livro que devem ser tidos em consideração se decidirmos utiliza-lo e como.

De salientar que não é por um livro ter❗que esse é um sinal de que não deve ser utilizado. A seu uso poderá continuar a fazer sentido, mas será importante uma adaptação tendo em conta os pontos referidos.

Photos from Paula Rodrigues - Psicomotricista Infantil's post 01/03/2023

É-me particularmente difícil compreender a negação de algo que é de grande importância para a vida da criança.
O terapeuta é alguém que apresenta um conjunto de competências profissionais e pessoais que são importante não só para promover o seu desenvolvimento e aprendizagem, mas também para ajudar os seus contextos a melhor compreenderem-na, adaptarem as suas práticas e aplicarem estratégias que proporcionem um percurso adaptado e mais respeitoso. Um terapeuta é sempre um ganho para todos… Até para a escola!

Num mundo ideal, todas as escolas teriam uma equipa terapêutica rica, não só em número, mas em variedade. Infelizmente, sabemos bem a falta de investimento governamental que existe nesta e muitas outras questões associadas à inclusão.
Para colmatar isso, os pais investem do seu próprio bolso, tendo muitas vezes de abdicar de várias coisas para poder fazer face a essa despesa que ainda é pesada. Fazem uma pesquisa desenfreada para ter o máximo de apoios possíveis, mas muitas vezes não preenchem todos os critérios, ou as respostas nunca mais chegam, ou o apoio dado é de um valor reduzido.
Como se não bastasse todo o desgaste físico, emocional e monetário, ainda se deparam com escolas que criam obstáculos para que este apoio seja efectivo. Um apoio que a escola (também) PRECISA e que, em muitos casos, ao invés de ser adequadamente providenciado por entidades superiores, sai do orçamento dos pais.
Será que percebemos todos as várias incongruências aqui presentes?

E mesmo que esses apoios existissem, não deveriam os pais poder escolher o terapeuta que vai fazer parte da vida do seu filho, optando até pelo particular se isso lhes fizer sentido? Seja porque existe uma recomendação, o conhecem de alguma forma, ou simplesmente porque os terapeutas não são todos iguais, até quando são da mesma área profissional.

Mas vamos à base: Não deveria a criança ser vista como parte da “família” escolar? Como um elemento importante dessa família e pelo qual é feito tudo o que seja possível para que ela seja feliz, se sinta respeitada e prospere?
Que mensagem a escola passa quando recusa algo que será de relevo para um dos elementos da sua família?

16/02/2023

Este post não irá ser sobre leis. Se elas são suficientes, ou se estão bem redigidas. Este post vai ser sobre pessoas.

As crianças neurodivergentes, tal como as restantes, têm em si o potencial de conquistar mundos, mas para que isso aconteça, precisam de encontrar pelo seu caminho pessoas que estejam disponíveis para perceber e assumir que esse potencial existe. Pessoas que estejam disponíveis para lhes dar a mão e dizer “Vamos a isso! Do que precisas?”.
Infelizmente, quando chegam à escola, o que muitas delas encontram, são pessoas disponíveis para lhes criar obstáculos.

Não há dúvidas de que tem existido uma evolução positiva no que toca à inclusão, mas também não há dúvidas de que ainda existe um longo caminho a percorrer. Em parte, sabem porquê? Porque enquanto as leis se vão alterando e adaptando, as pessoas f**am estagnadas nas suas crenças.

Ninguém pode obrigar a educadora Maria a querer compreender o comportamento da criança em vez de a rotular como “teimosa” e “mal-educada”. Ninguém pode obrigar a Sílvia, que é diretora de uma escola, a compreender e aceitar que a entrada do terapeuta da criança é de grande importância (sobre isto falarei em pormenor noutro dia). Ninguém pode obrigar o professor Pedro a perceber que sim, o João tem potencial, apesar do seu diagnóstico.
São precisamente estas crenças que estão na base de muitas atitudes que criam cada vez mais obstáculos na vida destas crianças. São estas crenças que precisam urgentemente de ser mudadas para que estas crianças estejam efetivamente num ambiente onde é possível prosperarem. Mas aí… Voltamos à questão inicial: as pessoas. É preciso elas quererem aprender, é preciso terem disponibilidade para assumir o erro e dizer “vou fazer melhor”… E lamento muito, mas isto não depende de leis, nem recursos financeiros. Aquilo que somos para os outros, depende essencialmente de cada um de nós.

Por isso, não. Não basta a criança estar na mesma sala que as outras para podermos bater com as mãos no peito e dizer que a inclusão existe. É sim, também preciso que ela se sinta compreendida e respeitada.

A inclusão não é só feita de leis. A inclusão é, acima de tudo, feita de pessoas. Queres fazer parte?

Photos from Paula Rodrigues - Psicomotricista Infantil's post 11/02/2023

Um dos workshops foi aprimorado e transformado num mini-curso on-line e assíncrono, para que possas ver e rever de acordo com a tua disponibilidade e necessidade ☺️

Neste mini-curso entramos um pouco no mundo da Neurodiversidade e dou-te a conhecer o Autismo não tanto através de uma visão clínica, mas sim de acordo com tudo o que tenho aprendido graças à voz ativa desta comunidade (e não só).

Vamos perceber e transformar a forma como percepcionamos várias características comuns no Espetro, para então podermos ajustar as nossas atitudes. Boa?

Conto contigo? ☺️🫱🏼‍🫲🏾

Mais informações e inscrições neste link: https://mailchi.mp/f68b81e9f6d2/autismo-profissionais

PREÇO PROMOCIONAL ATÉ AMANHÃ (DOMINGO)

Photos from Paula Rodrigues - Psicomotricista Infantil's post 10/02/2023

Estamos na era da informação. Provavelmente, nunca se divulgou tanto sobre a neurodivergência como nos dias de hoje.
No entanto, todos os dias, vemos relatos de pais que, perante a sua inquietação, aquela sensação interior que lhes diz “há aqui qualquer coisa”, continuam a ver as suas preocupações a serem desvalorizadas.
Pior ainda, vêem as suas inquietações serem refutadas com recurso à desinformação.

É evidente que ninguém tem de saber tudo. Aliás, isso é impossível!! 🤯 Mas… Quando somos profissionais integrados numa área em que é recorrente chegarem o mesmo tipo de questões, não estará algo de errado quando não procuramos nos atualizar? Não estará algo de errado quando fazemos as nossas crenças prevalecerem ao que está estudado? Descrito? Não estará algo errado quando não somos capazes de dizer:
“Olhe, não sei responder exatamente a essa questão, mas vou procurar saber para o poder informar da melhor forma possível”, ou “No seu caso em particular penso que não sou a melhor pessoa para ajudar, mas conheço o profissional/especialidade x que acredito que o conseguirá fazer”?

O grande problema quando os pais são presenteados com a desinformação é que, em vários casos, é a desinformação que f**a. Para alguns, a inquietação, a “pulga atrás da orelha”, vai lá continuar, e por isso vão ler, procurar informação, pedir uma 2ª opinião. Para outros, o caminho f**a por ali mesmo. Afinal de contas, “está tudo bem”, “são só coisas da sua cabeça”. Com isso, não vem a procura de ajuda. O tempo passa e algumas oportunidades que poderiam ser sido agarradas com unhas e dentes, não o foram.
E depois… Quem se responsabiliza por isso?

Ninguém. O peso f**a para os pais e as crianças carregarem.

Photos from Paula Rodrigues - Psicomotricista Infantil's post 29/01/2023

Agora é que são elas 😬

Este é, muito provavelmente, o post que mais ficou a marinar no meu Canva. Foi também o post que sofreu mais edições, pois sei bem o quanto é um tema controverso.

Independentemente das opiniões, eu acredito numa coisa: que a opinião que mais importa é a de quem vive a neurodivergência em primeira mão. De perto e diariamente.
Em última instância, o mais importante não é o que o professor, o médico, ou o terapeuta pensam e acreditam. É o que o próprio e a sua família precisam face à experiência que estão a viver.
Essas outras pessoas, a não ser que também vivam a neurodivergência, não sabem o que é estar verdadeiramente nesse lugar. E mesmo que saibam, não deixa de ser a sua experiência própria e única, com a qual a família poderá não se identif**ar. E está tudo bem com isso.

Neste post, procuro fazer-te pensar sobre esta ideia de que os diagnósticos são rótulos e da banalização que vem agregada a essa crença. Na verdade, o diagnóstico pode ser realmente importante para a pessoa neurodivergente e a sua família. São várias as razões que partilham connosco - e aqui dou a conhecer algumas delas.

As pessoas neurodivergentes e as suas famílias já têm, por si só, um caminho cheio curvas e contracurvas. Um caminho cheio de obstáculos, muitos deles impostos pelas pessoas que estão à sua volta, não só quanto à procura ou não de diagnóstico, mas também em muitos outros momentos. Posto isto, aconselho-te a leres a última imagem.

09/01/2023

A esta hora, muito provavelmente, existem várias famílias com os seus filhos em casa a vivenciar um grande meltdown ou shutdown - apesar de o dia na escola ter sido, aparentemente, tranquilo.

Esta é, sem dúvida, uma realidade muito presente. Uma realidade que levanta várias questões, sentimentos de culpa e inseguranças. Mas porque é que acontece?

A resposta tem tanto de simples, como de complexa: porque vivemos numa sociedade que ainda não aceita, de forma real e efetiva, a diferença. Porque continuamos a querer mudar as crianças neurodivergentes, para que elas se tornem o mais próximo possível do que é ser neurotípico e, com isso, proibimos-as, dia após dia, de se revelarem. Proibimos-as de serem elas próprias.

Não aceitamos que não nos olhem nos olhos quando queremos, ou achamos que é correto; não aceitamos que tenham a necessidade de se mexer; não aceitamos que os seus corpos realizem determinadas ações repetitivas porque, por alguma razão, elas nos são incomodativas. E isto são poucos exemplos.

É aqui surge um grande problema, pois ao não procurarmos compreender a criança, aceitá-la e colocar em prática as adaptações que estiverem ao nosso alcance, ela começa, consciente ou inconscientemente, a sentir necessidade de mascarar as suas características.
A criança não se sente em segurança ali, naquele espaço e com aquelas pessoas, e por isso começa a forçar comportamentos que não lhe são naturais, para que deixem de discutir com ela, questiona-la, chantageá-la, ou colocar de castigo. É uma luta entre corpo e cérebro. Entre a sociedade e a sua identidade.

Mas porque existem tantos casos em que as coisas em casa são diferentes? Como se ocorresse ali uma transformação? Porque esse é o espaço em que a criança se sente efetivamente segura para ser quem ela é. Esse é o espaço onde ela sente que pode deitar cá para fora tudo o que esteve a acumular durante o dia. Esse é o espaço onde ela pode, finalmente, suspirar e tirar a máscara que a obrigaram a carregar todo o dia.

Este é um dos temas que vou abordar no workshop online “Autismo: Compreender em Família”. Espero por ti! ☺️

29/12/2022

Para 2023 e para todo o sempre, não é verdade? ✨

Estes são alguns dos desejos destas crianças, mas o que precisamos realmente de pensar é no nosso papel na sua concretização.

Qual a minha perceção sobre estas crianças? Face a isso, quais as minhas atitudes? Até que ponto tenho contribuído para a aceitação das diferenças? São algumas das perguntas que nos podemos colocar.

Vale relembrar que a sua inclusão não é apenas responsabilidade das suas famílias, escolas e terapeutas. É de cada um de nós, enquanto sociedade, em cada palavra e atitude que colocamos em prática no nosso dia a dia!

02/03/2021

Hoje trago-vos o M. 🧒🏻, um menino acompanhado em terapia.
A sua viagem pela Psicomotricidade começou há cerca de 1 ano e as suas evoluções têm sido INCRÍVEIS, o que teve um impacto muito positivo para ele e a sua família 🙌🏻

Em janeiro, antes de uma sessão, a mãe do M. ligou-me a perguntar “Paula, posso enviar agora a avaliação feita pela educadora?”. Hmmm... Percebi de imediato, pela sua voz, que algo se tinha passado.
A mãe enviou o documento, li com toda a atenção e, enquanto o fazia, senti um grande incómodo... Consegui entender logo o que se passava na cabeça desta mãe.
No final da sessão, disse-lhe apenas “A educadora não referiu nada de positivo sobre o M., não é verdade?” e pronto... Carreguei no gatilho que fez esta mãe deitar cá para fora tudo o que sentia 🤯

Todo o relatório foi focado em “ainda não faz isto”, “devia fazer aquilo”, “precisa de melhorar nisto”. Parece que não existe nada de bom a dizer sobre esta criança, não é verdade? Mas existe... Nós todos sabemos perfeitamente disso. Vemos isso constantemente. No entanto, não é por essa razão que deixa de ser difícil para uma mãe, ler apenas coisas que dão a entender que o seu filho não é capaz. De facto, isto faz com que ela sinta que não quer, e não pode, criar uma relação segura e de confiança com aquela pessoa que é tão importante na vida do seu filho.

Por isto mesmo é que eu digo que “independentemente da situação, todas as crianças são seres capazes”, porque o são. Todas elas têm algo que já fazem, algo em que se destacam, que gostam... Basta estarmos dispostos a mudar este nosso chip formatado para nos focarmos nos aspetos menos positivos, nos erros, naquilo que “precisa” de ser mudado.
👉🏻 Tudo aquilo que foi conquistado, por mais pequenino que seja, tem tanto ou mais valor. Por que não salienta-lo?
👆🏻 Isto ganha outra dimensão quando falamos de crianças e famílias cujo percurso pelo desenvolvimento e aprendizagem é mais árduo.

Por isso, vamos fazer o esforço para mudar a maneira como vemos e falamos sobre as crianças (filhos, alunos, utentes)? 🙏🏻
Daqui a uns dias vou dar-vos algumas estratégias ✨

27/02/2021

É com muito orgulho que partilho convosco que fui convidada a participar nos encontros realizados pela Aprender com c'Alma e pela a_minha_sala_de_aula!

Neste encontrei, irei partilhar e tentar consciencializar sobre a importância do corpo na aprendizagem e, como não poderia deixar de ser, dar a conhecer um pouco da Psicomotricidade a todos os participantes!

É gratuito! Caso queira assistir, peça o link a uma das páginas 😊

| Vamos conversar sobre a Aprendizagem - Aprendizagem cinestésica |
🙊🙉🙈 No próximo sábado, dia 6 de março vamos ter novo encontro.
Desta vez dedicado a um tema muito importante... a aprendizagem cinestésica.
Para abordar diversos assuntos ligados a este tema, nada melhor que convidar uma pessoa que acompanho e que admiro imenso.
Paula Rodrigues, Uma Psicomotricista será a minha convidada para este encontro.
Inês Pinto - Terapeuta da Fala será a convidada da Sílvia.
Porque não é só a cabeça que está presente na aprendizagem, o corpo tem um papel fundamental.
Para teres acesso ao link, envia mensagem privada.
A nossa capacidade é de 300 pessoas mas iremos tentar fazer também no youtube (aqui não há a possibilidade de participar no encontro, apenas assistir).
Convida quem tu achares que possa gostar deste tema.
Prepara o chá e a manta, vai valer a pena.

02/02/2021

Uma boa novidade que acabou de chegar ao nosso país ☺️

NOVIDADE 💚❤️ chega finalmente a Portugal! 🇵🇹

A EXAM READER irá fazer toda a diferença a alunos com dislexia (ou com outras perturbações da aprendizagem), e a crianças, adolescentes ou adultos com dificuldades visuais.

Visite www.disbedo.pt para obter mais informações.

11/01/2021

[NOVIDADE: DIRETO]

A convite desta maravilhosa página, que tem uma professora igualmente maravilhosa por detrás, no próximo mês irei fazer um direto onde respondo às questões de quem está desse lado 😊

Gostava de saber mais sobre o desenvolvimento? A aprendizagem? Tem alguma questão relativamente ao seu pequeno?
Então, abra esta publicação e deixe tudo num comentário 💛

| 𝗡𝗼𝘃𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 |

Em fevereiro vamos ter um live com a Paula Rodrigues, Uma Psicomotricista.

É um prazer enorme ter a oportunidade de realizar esta sessão.

Escreva nos comentários, ou envie mensagem privada, sobre algum tema ou questão que gostaria de ver abordado neste live.

Obrigada pela participação.

Em breve anunciaremos a data do live.

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A Psicomotricista

O meu nome é Paula Rodrigues, vivo em Sintra e sou a psicomotricista por detrás desta página!

A alegria e a maneira de viver das crianças foi-me contagiando aos poucos. Ter a possibilidade de promover o seu desenvolvimento e ajudá-las a ultrapassar a suas dificuldades, bem como das suas famílias, são duas coisas que me fazem sentir muito agradecida por ter escolhido esta profissão. Ser recebida com "Ahhhhhh", ou "Paulaaaaaa", em forma de gritos e as despedidas com abraços e beijinhos para o ar, são as provas de que preciso para sentir que estou a fazer algo de bem. Provas estas que vão muito para além dos números, tão valorizados nos dias de hoje!

Para qualquer pai, mãe, ou outro familiar que esteja aí desse lado: quero que saibam que nunca vou desistir da vossa criança, nem de vocês. Sei que o trabalho em conjunto com a família é fundamental para que possamos todos chegar muito mais longe - tal como nesta fotografia, das nossas borboletas.

Vamos caminhar juntos?

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