Aline Pancieri Yoga

a potência que nos forja toca mente e corpo ao mesmo tempo. tudo aquilo que é afeto no corpo a mente registra como ideia. o corpo é ideia da mente, e é primeiro, pois é preciso de um corpo para poder pensar. a consciência é sempre efeito e não causa. o pensamento é efeito da potência e não da consciência.
temos a consciência que merecemos de acordo com o modo de vida que temos.


achados no bloco de notas, inspirações com espinosa 📚

🤔

confunde-se liberdade com uma certa vontade de onipotência.

toda construção demanda tempo. e por vezes, essa temporalidade é da ordem da lentidão - o que não se confunde com preguiça ou passividade, mas com consistência e constância.

como é poder sustentar a constância em uma realidade cada vez mais fugaz? como é construir um hábito para toda uma vida quando se busca um resultado imediato? como é seguir tentando mesmo quando se está frustrado?

essas são perguntas que ecoam em mim quando se trata da prática de yoga. a partir delas recalculo a minha rota, lembrando que nada é para já. o caminho é vasto e infinito, tal como a vida. relembro disso constantemente, tal como um mantra, pois manter uma certa construção na atual conjuntura do capitalismo que nos devora é nadar contra a maré.

fazer a memória disso em mim torna possível partilhar dessa filosofia com os meus alunos. por que tanta pressa, tanto alvoroço? o mais importante é se encontrar a cada dia, desenvolver a sua própria auto escuta e pesquisa, de um modo tal que não seja necessário se apoiar em respostas prontas que tentam nos introjetar por aí.

a prática devolve aquilo que a gente entrega para ela. quanto mais cotidiana for, mais apropriada estará. essa é uma artesania diária, feita com o corpo todo, para que no fim das contas você possa chamá-la de sua.

se você deseja ser acompanhado por mim nesse processo:

> em setembro começa o ciclo de workshops yoga somático. nele vamos refinar a consciência corporal, consolidar certas bases sobre o movimento do corpo no espaço e iniciar uma pesquisa interna sobre a anatomia e subjetividade. inscrições via link na bio.

> vagas abertas para receber novos alunos no grupo de ashtanga mysore, quartas às 7h (entrada flexível até 7:30).

> inscrições também abertas na turma de vinyasa somático, terças e quintas às 7:30.

dúvidas? me escreve e conversamos 🌬️

“ a prisão se torna um meio de fazer com que as pessoas desapareçam, sob a falsa promessa de que também desapareçam os problemas que elas representam”

“a lei não se importa com as condições que levam algumas comunidades a uma trajetória que torna as prisões inevitáveis”

“as mulheres negras resistiam e desafiavam a escravidão o tempo todo”

“proporcionalmente, as mulheres negras sempre trabalharam mais fora de casa do que suas irmãs brancas. o enorme espaço que o trabalho ocupa hoje na vida das mulheres negras reproduz um padrão estabelecido durante os primeiros anos da escravidão”

“o movimento de mulheres não pode parar o preço de repetir erros do século passado ou mesmo da década passada. equívocos e omissões - particularmente aqueles que podem ser atribuídos ao racismo - devem ser imediatamente examinados, e medidas devem ser tomadas para corrigi-los”

trechos dos livros “are prisions obsolete?”, “mulheres, raça e classe” e “mulheres, cultura e política” de angela davis. revisitando hoje essas leituras que me acompanharam muito na época do mestrado e que me fazem refletir sobre o meu lugar de mulher branca e sobre as possíveis alianças que podem ser construídas em meio às diferenças.

na clínica o terapeuta faz corpo com o paciente, sendo seu continente para que certos conteúdos e formas possam aparecer e ser elaborados. nada disso acontece sem transferência, pois é no vínculo que se produzem recursos. é através dos próprios recursos que o paciente se recompõe.

amadurecer é poder suportar algum grau de tensão. o grau zero de tensão só existe na descorporificação ou na morte. qual é o modo como você lida com a tensão? buscando alívio imediato? tentando empurra-lá para bem longe? se tornar adulto implica em ser capaz de se relacionar com o desconforto, inclusive, com o desconforto da insignificância. não reagir é um jeito de criar mais espessura em si e ser menos suscetível aos afetos passivos.

fragmentos de henri bergson no livro “a evolução criadora” 🍄

refinar a consciência corporal, investigar como o corpo se move no espaço e iniciar uma pesquisa interna sobre a relação entre anatomia e subjetividade: eis a proposta do ciclo de workshops yoga somático.

> no dia 21/09 vamos corporificar a pelve, nossa primeira casa, de onde todos nós viemos. lócus de relação com a ancestralidade mas também com o agora: nosso centro de gravidade.

> no dia 28/09 pesquisaremos a coluna vertebral, eixo vertical que sustenta a presença. uma conquista da bipedestação: a possibilidade de encarar o mundo de frente, com o ventre exposto para se relacionar, e, com as aberturas e riscos inerentes a isto.

> no dia 05/10, fecharemos nosso ciclo mergulhando no estudo da cintura escapular. mãos livres, capacidade de agarrar, alcançar, abraçar e trazer para si.

todos os encontros serão aos sábados, das 9h às 12:30. as aulas serão gravadas e disponibilizadas por um mês.

as inscrições já estão acontecendo e as vagas são limitadas. na bio você encontra dois links: um deles é o formulário de inscrição com a chave pix e o outro link é para pagamento com cartão de crédito. dúvidas? dm ✨

Inscrições abertas para a segunda edição do Ciclo de Workshops Yoga Somático: Laboratório de Anatomia Experiencial

A proposta é aprofundar as investigações sobre a biomecânica e a anatomia do corpo humano, com embasamento científico e experimentações somáticas.

Vamos corporificar a biomecânica da pelve, coluna e cintura escapular, a partir do sistema esquelético e dos principais músculos relacionados a tais estruturas, seguidos de uma prática de yoga e movimento, com exercícios somáticos de cognição e sensibilização, integrando teoria e prática.

Serão abordados temas como: função dos ossos, tecido ósseo e suas camadas, tipos de articulações, movimentos nos planos espaciais, terminologia anatômica básica, função dos músculos, entre outros. 

Todas as ferramentas oferecidas possibilitarão um uso mais consciente e refinado de si na prática de movimento, além de auxiliar na prevenção de lesões, desconfortos, etc. A ideia é oferecer chaves teóricas que darão suporte para a prática pessoal e para a condução de outros praticantes. 

Os workshops são recomendados para praticantes de yoga e movimento, professores de yoga e movimento, massoterapeutas e terapeutas corporais, além de pesquisadores das corporeidades.

Os encontros acontecerão nos dias 21/09, 28/09 e 05/10, das 9h às 12:30, on-line e ao vivo, através da plataforma zoom. 

Inscrições e informações através do link na bio. Dúvidas? Me escreve no direct 💌

pesquisar o corpo para mim é algo da ordem do encantamento. e aqui falo da fisicalidade, que não se esgota meramente em seu aspecto mecânico. tenho, inclusive, refletido sobre a necessidade de alargar o conceito de fisicalidade, pois o sutil e o vívido não ficam de fora do físico, não ficam de fora da matéria.

já comentei inúmeras vezes sobre o meu percurso enquanto professora de yoga, e como senti falta do estudo da fisicalidade nas primeiras formações que fiz, o que me levou a buscar esse conhecimento na educação somática. nessas formações, havia um super investimento metafísico, em contrapartida um esvaziamento da corporeidade em si, por mais contraditório que isso possa parecer, afinal de contas, um professor de yoga precisa saber sobre como o corpo se move no espaço.

a minha pesquisa busca, portanto, produzir um novo estatuto sobre o corpo. criar intimidade com isso que nos constitui é tirar o físico de um lugar reducionista e determinista. é tomá-lo em sua complexidade, cheia de nuances e mistérios. é reconhecer que o soma faz parte do solo biológico do qual tudo emana. somos uma continuidade, um processo subjetivo vivo, relacional, que se desorganiza e se organiza novamente.

investigar como posso buscar suporte nos meus ossos, conectividade no meu sistema nervoso, desejo nos meus músculos, fluidez no meu sistema endócrino. me apropriar da minha história e da relação que a anatomia possui com a subjetividade.

nos próximos dias haverá um lançamento especial por aqui. acompanhe! 🗣️

o desejo é faltante ou transbordante? de que falta estamos falando? ou ainda, qual falta queremos sustentar e qual queremos combater?

quando a expressão é refreada, aumentar o consumo pode ser um mau jeito de compensar. quando não se fala, se engole.

o amor é um descanso do super eu.

o amor é azulzinho.

españa cariñito: calienta mi corazón 🫂

un rêve, une rêverie 💌

a clínica que ofereço está ancorada na esquizoanálise, na filosofia da diferença e na psicologia formativa de stanley keleman. aqui corporificamos a tarefa de produzir a nós mesmos, de inventar os próprios mecanismos de organização da existência.

o processo clínico é um aliado na afirmação da vida e o corpo é tomado como fonte de nutrição e referência.

na sessão, trabalhamos com a terapia através da palavra, ou seja, com a fala e escuta para cartografar os conflitos emocionais, localizando aquilo que se repete. buscamos liberar o que se encontra represado, dando passagem ao desejo e ao que faz a vida saltar. sempre que possível, elaboramos no corpo o que é acessado através do pensamento.

o que em mim necessita encontrar um destino? o que em mim deseja ganhar corpo? o que em mim quer se estabilizar? essas são algumas perguntas que norteiam o trabalho.

agendamento de entrevista por dm ou link na bio.

> yoga é um conjunto de práticas milenares que almeja alargar a nossa vivacidade e costurar as diferenças que nos compõe.

> através desse arcabouço de ferramentas é possível estabelecer um compromisso real com o processo de construção de si e de uma vida em rede.

> não é preciso se preparar para começar a praticar. não é necessário ter um corpo alongado, forte, apto, ou qualquer coisa do gênero. sempre começamos de onde estamos e é a partir daí que nos movemos.

> aqui buscamos acompanhar o nosso processo com gentileza, e é através da gentileza que uma certa força sutil se produz.

> vagas abertas para os grupos regulares e também para sessões particulares. informações e inscrições via dm ou link na bio.

🫀

o sintoma é o efeito de um aprisionamento. é possível investiga-lo através do gesto ou da palavra. gesto e palavra: recursos que nos implicam a pesquisar a relação do consciente e do inconsciente em nós, daquilo que sabemos e do que não sabemos. é importante situar o que está represado, mas o trabalho clínico não se esgota aí. depois de acessar, é preciso dar lugar, aprender a se modular. se no gesto há o contato direto com aquilo que está operando, através da palavra é possível de tomar posse, assumir e se apropriar.

ao escolher saio da indeterminação, me diferencio e me singularizo.

o amor é como um bálsamo. uma espécie de água que mantém o fogo ardendo, temperando-o ao invés de apagá-lo. divagações inspirada no olhar da psicologia formativa.